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Subsidio Lição 05: O Casamento de Rute e Boaz – A Remição da Família

Lição 05: O Casamento de Rute e Boaz – A Remição da Família

 

Subsidio Lição 05: O Casamento de Rute e Boaz – A Remição da Família | 3° Trimestre de 2024 | EBD ADULTOS

A fidelidade de Rute resultou em uma bênção que ultrapassou suas próprias expectativas. Ao se casar com Boaz, Rute não apenas encontrou segurança e felicidade, mas também se tornou parte da linhagem do Salvador, Jesus Cristo. Esse resultado extraordinário demonstra como Deus honra a fidelidade e a obediência. Em Efésios 3.20, somos lembrados de que Deus é capaz de fazer “infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós.”

O exemplo de Rute nos ensina que a obediência e a submissão à vontade de Deus nos colocam no lugar da bênção.

Em um mundo que valoriza a independência e a autonomia, devemos seguir o caminho de Rute, confiando na provisão e proteção de Deus e buscando Sua vontade acima de todas as coisas. Em Provérbios 3.5-6, a Bíblia nos aconselha: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.”

Assim como Rute, somos chamados a permanecer no lugar da bênção, obedecendo e submetendo-nos à vontade de Deus. Isso significa seguir Seus mandamentos, respeitar as autoridades que Ele coloca sobre nós e confiar em Sua providência. Em João 15.5, Jesus ensina: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” Permanecer em Cristo é a chave para uma vida frutífera e abençoada.

Primeiramente, Noemi instruiu Rute a esperar até que Boaz terminasse seu trabalho e se deitasse para descansar. Então, sem chamar a atenção, Rute deveria se aproximar, descobrir os pés de Boaz e deitar-se discretamente ao seu lado. Este ato não era arbitrário, mas sim um costume conhecido na época. Em Rute 3.4-7, lemos como Rute seguiu as instruções de Noemi, demonstrando confiança e obediência.

Como resultado da orientação de Noemi, Rute se aproximou de Boaz de maneira respeitosa e conforme os costumes da época. Boaz, ao perceber o gesto de Rute, entendeu sua intenção e assumiu a responsabilidade de remi-la.

Portanto, a iniciativa de Noemi não foi apenas estratégica, mas também carregada de sabedoria cultural e espiritual. Ela reconheceu a oportunidade e guiou Rute em um caminho que não só poderia garantir sua segurança e futuro, mas também estava alinhado com os costumes e a vontade de Deus. Em Provérbios 15.22, lemos: “Onde não há conselho fracassam os projetos, mas com a multidão de conselheiros eles se estabelecem.” Noemi foi esse conselheiro sábio e experiente para Rute.

A Bíblia nos exorta repetidamente a esperar no Senhor. Em Salmos 27.14, lemos: “Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor.” Este versículo nos encoraja a ter coragem e força enquanto aguardamos o tempo de Deus. Provérbios 20.21 também nos lembra que “A herança que no princípio é adquirida às pressas, no fim não será abençoada.” A impaciência pode levar a decisões precipitadas e, eventualmente, a perda da bênção planejada por Deus.

Exemplos Bíblicos de Espera

  1. Abraão e Sara: Deus prometeu a Abraão que ele seria pai de uma grande nação, mas ele e Sara tiveram que esperar muitos anos para ver o cumprimento dessa promessa com o nascimento de Isaque (Gênesis 21.1-3). Durante esse tempo, sua fé foi testada, mas sua paciência e confiança em Deus foram recompensadas.
  2. José: José teve um sonho de que seria uma figura de autoridade, mas antes disso, enfrentou muitos anos de dificuldades, incluindo ser vendido como escravo e injustamente preso (Gênesis 37-50). No entanto, ele respeitou o processo e, no tempo de Deus, foi elevado a uma posição de grande responsabilidade no Egito.
  3. Davi: Ungido como rei quando ainda era um jovem pastor, Davi teve que esperar muitos anos e enfrentar muitas adversidades antes de finalmente ascender ao trono de Israel (1 Samuel 16; 2 Samuel 5.1-5). Durante esse período, ele aprendeu a confiar em Deus e a seguir Sua orientação, mesmo quando os desafios pareciam insuperáveis.

Respeitar o processo também significa confiar que Deus tem um plano maior e melhor para nossas vidas do que podemos imaginar. Em Jeremias 29.11, Deus diz: “Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” Confiar nesse plano requer fé e a certeza de que, no tempo certo, Deus realizará Suas promessas.

Rute, ao sugerir a Boaz que exercesse o papel de remidor, conforme o costume da época, demonstrou proatividade e fé. Entretanto, havia um obstáculo significativo: a preferência do parente mais próximo, que tinha o direito prioritário de resgatar a terra de Elimeleque e, consequentemente, de se casar com Rute.

Boaz, ao receber a sugestão de Rute, não hesitou em agir. Como Noemi sabiamente previu: “Sossega, minha filha, […] aquele homem não descansará até que conclua hoje este negócio” (Rt 3.18). Boaz imediatamente tomou a iniciativa, convocando o parente mais próximo e os anciãos da cidade para resolver a questão de maneira honrada e transparente. Este ato demonstra não apenas sua diligência, mas também seu compromisso com a justiça e a integridade.

Na Bíblia, os homens frequentemente associam liderança à responsabilidade e ao cuidado.

Gênesis 2.24 estabelece a fundação do casamento: “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.” Isso sugere que o homem deve tomar a iniciativa em sua vida conjugal, liderando com amor e responsabilidade.

O apóstolo Paulo, em Efésios 5.25-28, expande essa ideia ao instruir os maridos: “Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela […] Da mesma forma, os maridos devem amar suas mulheres como a seus próprios corpos.” Esse amor sacrificial e responsável é um chamado para que os homens cuidem e honrem suas esposas.

Adicionalmente, Pedro exorta os maridos a tratarem suas esposas com respeito: “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher como vaso mais fraco” (1 Pedro 3.7). A expressão “vaso mais fraco” não diminui o valor da mulher, mas enfatiza que o marido deve oferecer cuidado e proteção.

2- Resgate e lei do levirato.

Boaz foi para a porta da cidade e logo viu o remidor, que ia passando (Rt 4.1). Não seria este mais um ato da providência divina? Boaz o convidou para tratar do assunto que lhe inquietava, e chamou 10 homens importantes da cidade para testemunharem o ato. Em princípio, o remidor aceitou adquirir as terras que haviam sido de Elimeleque, mas desistiu quando Boaz o informou que o resgate incluía o dever de se casar com Rute, a moabita, para suscitar o nome do falecido sobre a sua herdade” (Rt 4.5).

A aplicação das duas leis nesse caso – a do resgatador e a do casamento por levirato – certamente se deu porque apenas a aquisição das terras não faria que ficassem na família de Elimeleque. Assim, o resgate deveria ser acompanhado do casamento sob a lei do levirato. O remidor alegou motivos econômicos para a sua desistência: ele não aplicaria recursos em terras que não seriam de sua própria família, e sim dos sucessores de Elimeleque (Rt 4.6,10).

Boaz, ao tomar a iniciativa de resolver a questão do resgate, dirigiu-se à porta da cidade, um local comum para transações legais e decisões judiciais na antiga Israel. “Boaz subiu à porta e assentou-se ali; e eis que o remidor de quem Boaz havia falado passou por ali. Então, disse ele: ‘Ó fulano, vira-te e assenta-te aqui.’ E ele virou-se e assentou-se” (Rt 4.1). Esse encontro pode ser visto como um ato da providência divina, facilitando a resolução do problema.

Então, Boaz convocou dez homens importantes da cidade para testemunharem, garantindo que ele conduzisse todo o processo de forma transparente e honrada (Rt 4.2).

Inicialmente, o remidor concordou em adquirir as terras que pertenciam a Elimeleque, pois isso parecia uma boa oportunidade econômica. Contudo, Boaz informou que a aquisição das terras vinha acompanhada do dever de se casar com Rute, a moabita, para “suscitar o nome do falecido sobre a sua herdade” (Rt 4.5). Esse requisito não era apenas uma formalidade; ele era essencial para garantir que a herança de Elimeleque permanecesse dentro da família.

A lei do levirato, estabelecida em Deuteronômio 25.5-10, prescrevia que se um homem morresse sem deixar filhos, seu irmão ou parente próximo deveria se casar com a viúva para gerar um herdeiro em nome do falecido. “Se irmãos morarem juntos e um deles morrer sem deixar filho, a mulher do falecido não se casará fora, com um estranho; seu cunhado a tomará e a receberá por mulher, e assim cumprirá o dever de cunhado para com ela” (Dt 25.5).

No caso de Boaz e Rute, a aplicação das leis do resgate e do levirato era necessária para assegurar que as terras de Elimeleque não passassem para fora de sua linhagem. O remidor anônimo, ao compreender as implicações econômicas e familiares desse acordo, desistiu, pois isso significaria investir recursos em uma herança que não permaneceria em sua própria família. “Então, disse o resgatador: ‘Para mim não poderei redimi-lo, para que não cause dano à minha própria herança; redime tu a minha obrigação, porque eu não a posso redimir'” (Rt 4.6).

A desistência do remidor abriu caminho para Boaz cumprir o papel de resgatador, casando-se com Rute e garantindo que a herança de Elimeleque permanecesse em sua linhagem. Boaz demonstrou não apenas obediência às leis de Deus, mas também um profundo senso de responsabilidade e amor por Rute e Noemi.

De acordo com Rute 4.7-8, o remidor simbolicamente selou a transferência do direito de resgate ao descalçar o sapato e entregá-lo a Boaz. “Havia, pois, já de muito tempo este costume em Israel, quanto à remissão e contratos, para a confirmação de todo o negócio: o homem descalçava o sapato e o dava ao seu próximo; e isto era por testemunho em Israel” (Rt 4.7). Esse gesto indicava publicamente e visivelmente a transferência do direito de resgate de um homem para outro.

Boaz, ao receber o sapato, convocou o povo presente e os anciãos para testemunharem a transação e a sua decisão de casar-se com Rute. Ele disse: “Vocês são testemunhas de que hoje comprei de Noemi toda a propriedade de Elimeleque, de Quiliom e de Malom. Também tomo por mulher Rute, a moabita, viúva de Malom, para manter o nome do falecido sobre a sua herança” (Rt 4.9-10).

A resposta do povo e dos anciãos foi de confirmação uníssona e de bênção:

“Somos testemunhas; o Senhor faça a esta mulher, que entra na tua casa, como a Raquel e como a Léia, que ambas edificaram a casa de Israel; e, tu, Boaz, torna-te poderoso em Efrata e famoso em Belém” (Rt 4.11). Esta declaração não só validou o ato de Boaz, mas também elevou Rute à mesma posição honrada de Raquel e Léia, as matriarcas de Israel.

A inclusão de Rute na comunidade israelita com as mais elevadas honras foi significativa. Apesar de ser uma moabita, sua fidelidade, coragem e amor foram reconhecidos e celebrados. O povo de Belém não só aceitou Rute, mas também a honrou, comparando-a às grandes mulheres de Israel. Esse acolhimento é um testemunho do caráter inclusivo e redentor da comunidade de fé, quando guiada pelos princípios de Deus.

O registro público, representado pela presença das testemunhas e pela confirmação verbal dos anciãos, garantiu que a transação fosse transparente e reconhecida por todos. Em uma época sem registros escritos detalhados, a memória coletiva e o testemunho público eram cruciais para assegurar a legitimidade e a permanência das decisões. Isso mostra a importância da comunidade em validar e apoiar ações que envolvem grandes responsabilidades e mudanças.

Após o casamento de Boaz e Rute, a narrativa bíblica nos diz que “o Senhor lhe deu conceição, e ela teve um filho” (Rt 4.13). Consequentemente, as mulheres de Belém celebraram grandemente esse nascimento, reconhecendo a mão de Deus agindo em favor de Noemi: “Bendito seja o Senhor, que não deixou hoje de te dar remidor, para que o seu nome seja afamado em Israel” (Rt 4.14).

Essa alegria coletiva se dá porque, antes desse evento, Noemi estava profundamente amargurada, acreditando estar sob castigo divino (Rt 1.13,20,21). Sua transformação de uma viúva desesperada para uma avó jubilosa ilustra a capacidade de Deus de trazer renovação e esperança, mesmo nas circunstâncias mais sombrias.

Portanto, ao dar à luz Obede, Rute não só assegura a continuidade da linhagem familiar de Noemi, mas também restaura a esperança e a alegria na vida de sua sogra.

Este evento demonstra a importância da maternidade, pois através do nascimento de Obede, Rute torna-se um instrumento da providência divina, trazendo renovação e redenção para sua família.

Em diversos momentos na Bíblia, a maternidade é exaltada e considerada uma bênção divina. Salmos 127:3-5 diz: “Os filhos são herança do Senhor, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles!” Este versículo ressalta a bênção que é ter filhos e como eles são uma fonte de alegria e honra para os pais.

A história de Noemi, Rute e Boaz é rica em simbolismo e significado teológico. Quando observamos a situação em que Noemi, Rute e Orfa se encontravam, percebemos que a continuidade da linhagem ancestral de Davi estava em risco. Se nenhuma delas casasse com alguém da família de Elimeleque, a linhagem messiânica poderia ter sido profundamente alterada. Noemi, já avançada em idade, não tinha mais condições de gerar filhos (Rt 1.12). Orfa, por sua vez, retornou para os moabitas, afastando-se da linhagem de Israel (Rt 1.14).

Entretanto, o Deus de Israel tinha planos especiais para Rute. Ela, cuja vida foi marcada por renúncia, amor, pureza e submissão, seguiu um caminho que a levou a encontrar Boaz. Este encontro é mais do que um simples evento histórico; é um símbolo profundo da relação entre Cristo e Sua Igreja.

Boaz, neste contexto, representa um tipo de Cristo, nosso Redentor eterno.

A história de Rute ilustra como Cristo redime e acolhe a Igreja, formada por aqueles que, como Rute, se entregam a Ele com fé e submissão. Rute, uma estrangeira moabita, é acolhida por Boaz, assim como a Igreja, composta por pessoas de todas as nações, é acolhida por Cristo. Este acolhimento é um ato de graça e misericórdia.

João 3.16 expressa o coração desse ato redentor: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Este versículo destaca o amor sacrificial de Deus, que enviou Seu Filho para redimir a humanidade. De maneira semelhante, Boaz redime Rute ao tomar a responsabilidade de ser seu marido e provedor, garantindo-lhe proteção e sustento.

Além disso, 1 Pedro 1.18-19 nos lembra que não fomos resgatados da nossa vã maneira de viver por coisas corruptíveis, como prata ou ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado. Aqui, a redenção através do sangue de Cristo é paralela ao resgate que Boaz proporciona a Rute. Assim como Boaz pagou um preço para redimir Rute, Cristo pagou o preço supremo com Seu próprio sangue para redimir a Igreja.

Portanto, a união de Rute e Boaz não é apenas uma história de amor humano, mas uma representação profética do amor redentor de Cristo pela Sua Igreja. A submissão e fidelidade de Rute exemplificam a postura que a Igreja deve ter em relação a Cristo: uma entrega total e confiante. Boaz, como redentor, é um prenúncio do maior Redentor, Jesus Cristo, que resgata e restaura aqueles que confiam Nele.

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