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O Banquete de Ester – Denúncia e Livramento: Subsidio Lição 12

Lição 12 O Banquete de Ester – Denúncia e Livramento

Subsidio Lição 12: O Banquete de Ester – Denúncia e Livramento | 3° Trimestre de 2024 | EBD ADULTOS

 

Para agravar sua situação, enquanto ainda assimilava as palavras de seus amigos e familiares, os servos do rei chegaram para levá-lo apressadamente ao banquete preparado por Ester (Et 6.14). Imagine o desconforto e a perturbação de Hamã ao ter que comparecer a um banquete real sob tais circunstâncias. Ele, que estava acostumado a ser o centro das atenções e a receber honras, agora se encontrava em uma posição extremamente vulnerável e instável.

O prenúncio dado a Hamã não era meramente uma premonição pessoal, mas uma observação baseada na história e na fé.

Os judeus eram vistos como um povo protegido por seu Deus, que intervinha em momentos críticos para salvar e preservar a nação. A queda inicial de Hamã diante de Mardoqueu parecia um sinal de que ele estava lutando contra forças muito maiores do que imaginava, uma batalha espiritual contra o Deus de Israel.

A instabilidade emocional e mental de Hamã é evidente em toda a narrativa. De um lado, ele planejava a execução de Mardoqueu, cheio de ódio e vingança; de outro, foi forçado a honrar o mesmo homem que desejava destruir. Esse contraste extremo revela como o orgulho e a maldade podem levar uma pessoa à ruína. Hamã, que parecia estar no controle da situação, viu seu plano desmoronar diante de seus olhos, uma lembrança viva de que “o Senhor desfaz os planos das nações e frustra os intentos dos povos” (Sl 33.10).

No Novo Testamento, o ensino é claro: “Não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). A embriaguez é condenada por causa de suas consequências desastrosas, tanto físicas quanto espirituais. O apóstolo Paulo adverte contra os excessos e exorta os cristãos a buscarem a plenitude do Espírito Santo, que traz verdadeiro gozo e paz. Devemos fugir de toda a aparência do mal e nos abster totalmente de tudo o que não convém aos santos (1 Ts 5.22; 1 Co 6.10,12; 1 Pe 1.15). Este princípio de evitar o que é potencialmente prejudicial ou escandaloso é fundamental para um testemunho cristão íntegro.

A história de Ester nos ensina a discernir entre o que é permitido e o que é benéfico.

O uso do vinho no banquete preparado por Ester para Assuero e Hamã pode ser visto como um componente cultural, mas não justifica o consumo imprudente.

Os cristãos devem viver com sobriedade e vigilância. A moderação é essencial, e em muitas situações, a abstinência pode ser a escolha mais sábia. Devemos buscar viver vidas que glorifiquem a Deus em todas as áreas, evitando o que pode nos levar a tropeçar ou a comprometer nosso testemunho.

Embora o uso do vinho fosse comum, a Bíblia adverte repetidamente contra os seus perigos. Seguindo o exemplo de abstinência dos recabitas e as instruções apostólicas, devemos viver vidas que honrem a Deus, evitando tudo o que possa nos afastar de Sua vontade e propósito.

3- “Qual é a tua petição?”

Assuero estava mesmo determinado a saber o que inquietava a rainha, a fim de atendê-la. O fato de Ester comparecer em sua presença correndo risco de morte, e, no primeiro banquete, ter mantido suspense quanto ao que lhe afligia, deve ter levado Assuero a suspeitar que algo muito grave estava acontecendo. Daí sua prontidão a novamente inquirir-lhe: “Qual é a tua petição, rainha Ester? […] qual é o teu requerimento? Até metade do reino se fará” (Et 7.2). A essa altura, talvez o coração da rainha estivesse acelerado. Ela estava diante do rei e do algoz dos judeus e teria que ser firme em sua declaração. Ester se revelou uma mulher forte e decidida, denunciando o mau Hamã (Et 7.3-6). A mulher virtuosa sabe “[abrir] a boca com sabedoria”, sem perder a compostura (Pv 31.26).

Neste momento crucial, o coração da rainha talvez estivesse acelerado. Ela estava diante do rei e do algoz dos judeus, Hamã, e precisava ser firme em sua declaração. Ester se revelou uma mulher forte e decidida, denunciando o mau Hamã (Et 7.3-6).

O exemplo de Ester é uma ilustração das qualidades descritas em Provérbios 31.

Uma mulher virtuosa não é apenas sábia, mas também corajosa e capaz de tomar decisões que impactam sua comunidade e nação. Suas ações refletem o chamado bíblico para os crentes agirem com justiça, amarem a misericórdia e andarem humildemente com Deus (Mq 6.8). Ester mostrou que a verdadeira força e beleza de uma mulher vêm de seu caráter e sua fé em Deus.

Portanto, o encontro de Ester com Assuero nos ensina sobre coragem, sabedoria e a importância de falar contra a injustiça. Sua disposição de arriscar a vida pelo seu povo é um testemunho de sua fé e força. Como crentes, devemos adotar tais virtudes, permanecer firmes em nossas convicções e confiar na providência de Deus. Devemos nos esforçar para abrir nossas bocas com sabedoria e falar a verdade em amor, assim como Ester fez, garantindo que nossas ações reflitam nossa fé e honrem a Deus em todas as circunstâncias. Além disso, a história destaca a importância de buscar a direção divina e agir com discernimento, lembrando-nos de que a verdadeira honra e reconhecimento vêm de Deus, e não dos homens.

No contexto histórico, a venda de pessoas como escravos era uma prática comum e aceitável em muitos reinos antigos. Os escravos poderiam ser adquiridos através de guerras, dívidas ou comércio. No entanto, o plano de Hamã ia além da escravidão; era genocídio. Ester, ao apresentar seu pedido, estava enfatizando a gravidade da situação, que não era meramente uma questão de servidão, mas de vida e morte para todo o seu povo.

A coragem de Ester ao revelar o plano de Hamã é notável. Sabendo que sua própria vida estava em risco, ela não hesitou em expor a verdade diante do rei. Este ato de bravura destaca a importância de defender o justo e o oprimido, mesmo quando enfrentamos grandes perigos. Ester sabia que sua posição como rainha lhe dava uma oportunidade única de interceder pelo seu povo, e ela a usou com sabedoria e coragem.

Podemos comparar a situação de Ester a outras figuras bíblicas que, em momentos de crise, se levantaram para proteger e salvar seu povo.

Moisés, por exemplo, intercedeu várias vezes pelo povo de Israel quando Deus ameaçou destruí-los devido à sua desobediência (Êx 32.11-14; Nm 14.13-19). Nehemias também mostrou grande coragem ao se aproximar do rei Artaxerxes para pedir permissão para reconstruir Jerusalém (Ne 2.1-8). Essas histórias ressaltam a importância da intercessão e do sacrifício pessoal em prol do bem maior.

Ester exemplifica a importância da intercessão, uma prática importante para os cristãos. Assim como ela intercedeu pelo seu povo diante do rei, devemos interceder uns pelos outros em oração. A Bíblia nos encoraja a levar as necessidades dos outros a Deus: “Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). Jesus é nosso maior exemplo de intercessor, intercedendo continuamente por nós junto ao Pai (Hb 7.25).

A surpresa de Assuero pode ser vista sob duas perspectivas. Primeiro, a falta de conhecimento sobre o decreto em detalhes mostra como Hamã manipulou o poder do rei para seus próprios fins. Segundo, a revelação de que Ester era judia adiciona uma camada pessoal e emocional à reação de Assuero. O amor do rei por Ester (Et 2.17) torna a traição de Hamã ainda mais chocante e inaceitável. Isso exemplifica como as decisões precipitadas e mal-informadas podem ter consequências devastadoras.

A história de Hamã e Assuero também nos ensina sobre a importância de respeitar limites e manter um equilíbrio saudável em todas as relações, seja em famílias, locais de trabalho ou qualquer grupo social.

Ninguém deve abusar de seus direitos ou tentar impor sua vontade em detrimento dos outros. Provérbios 16.18 diz: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.” Hamã, ao tentar impor sua vontade de maneira tirânica, acabou selando seu próprio destino.

A trajetória de Hamã ilustra perfeitamente o princípio do “efeito bumerangue” na vida. O mal que ele planejou para Mardoqueu e os judeus acabou recaindo sobre ele mesmo. Isso reflete o ensinamento bíblico de que aquilo que semeamos, colhemos (Gálatas 6.7). Hamã plantou sementes de ódio e injustiça, e colheu a destruição que ele próprio havia planejado para outros.

3- A terrível reação do rei.

É provável que a consciência de Assuero tenha sido ativada quando ele entendeu o tamanho da injustiça feita aos judeus, o povo de sua rainha. Com toda firmeza, Ester respondeu ao rei, cara a cara com Hamã: “O homem, o opressor e o inimigo é este mau Hamã” (Et 7.6). Deus nos capacita, no momento certo, a “[erguer] a voz em favor dos que não podem se defender” (Pv 31.8). Ester não agiu de forma temerária ou precipitada. Não instigou motim ou qualquer expediente violento, confiando em sua própria força (2 Co 10.4).

Manteve sua confiança em Deus e soube agir na hora certa, no lugar certo e da maneira certa. Assuero ficou tão furioso que se levantou do banquete e foi para o jardim do palácio (Et 7.7). A essa altura, Hamã já estava apavorado. A reação que teve foi se lançar sobre o assento de Ester, rogando-lhe misericórdia. A situação ficou ainda pior. O rei voltou do jardim e viu Hamã prostrado sobre o divã da rainha e fez uma péssima interpretação da cena: Hamã estaria querendo desonrar a rainha diante do próprio rei? (Et 7.8 – NAA).

Primeiramente, é essencial reconhecer a estratégia cuidadosa de Ester. Sabendo da gravidade da situação e da ira que Hamã poderia suscitar no rei Assuero, Ester não agiu impulsivamente. Ela organizou dois banquetes, criando um ambiente íntimo e propício para revelar a verdade. No segundo banquete, quando o rei perguntou quem estava por trás da conspiração, Ester respondeu firmemente: “O homem, o opressor e o inimigo é este mau Hamã” (Et 7.6).

Esta resposta direta e corajosa reflete o ensino de Provérbios 31:8, que nos encoraja a “[erguer] a voz em favor dos que não podem se defender.”

Ester exemplifica a defesa dos oprimidos, mostrando que sua ação não foi apenas um ato de desespero, mas de profunda convicção e confiança em Deus. Em 2 Coríntios 10:4, Paulo nos lembra que “as armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas.” Ester, então, não confiou em sua própria força ou em métodos violentos, mas na intervenção divina.

Em seguida, ao ouvir a acusação de Ester, Assuero foi tomado por uma fúria intensa. Ele saiu do banquete e foi para o jardim do palácio para processar a informação (Et 7.7). Esse momento de reflexão permitiu que Assuero ponderasse sobre a traição de Hamã e a gravidade de seus atos. A saída de Assuero do banquete sublinha a magnitude de sua perturbação emocional.

Enquanto isso, Hamã, compreendendo que sua vida estava em perigo, buscou desesperadamente a misericórdia de Ester. Ele se lançou sobre o divã onde Ester estava reclinada, uma ação que, no contexto da cultura persa, foi considerada uma grave ofensa. Quando Assuero retornou e viu Hamã prostrado sobre o divã da rainha, ele interpretou a cena de maneira equivocada, pensando que Hamã estava tentando desonrar Ester diante do próprio rei (Et 7.8).

Finalmente, a história culmina com a justiça divina prevalecendo. Condenaram Hamã à morte na própria forca que havia preparado para Mordecai, o tio de Ester e um dos líderes do povo judeu. Ester, com sua fé inabalável e coragem, não apenas expôs a maldade de Hamã, mas também salvou seu povo da aniquilação.

Ao retornar e ver Hamã deitado junto à rainha, Assuero interpretou a cena como uma tentativa de desonrar Ester. Esse mal-entendido intensificou ainda mais sua ira. A Bíblia nos diz que “o terror do rei é como o rugido de um leão; quem o provoca perde a vida” (Pv 20.2). Com essa reação violenta e imediata, os servos do rei entenderam que a morte de Hamã estava decretada. Como um sinal de sua condenação iminente, os servos cobriram o rosto de Hamã. Na cultura persa, cobrir o rosto de alguém era um ato simbólico que indicava que essa pessoa estava destinada à execução. Isso significava que Hamã estava sendo oficialmente retirado da presença do rei e da vida pública, marcado para morrer.

Nesse contexto, a história da forca que Hamã havia preparado chegou ao palácio. Lucas 12:2 nos lembra:

“Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido.” A revelação da forca simboliza a exposição de planos perversos e a justiça divina em ação. Harbona, um dos eunucos que serviam ao rei, informou que Hamã havia construído uma forca de cinquenta côvados de altura, cerca de vinte e dois metros (Et 7.9).

Mas por que Hamã teria construído uma forca tão alta? Embora a Bíblia não forneça uma resposta clara, podemos especular que Hamã pretendia fazer um espetáculo público da execução de Mordecai. Hamã planejou a altura extraordinária da forca para garantir que a execução fosse visível a todos na cidade, servindo como um aviso sombrio a qualquer um que ousasse desafiar sua autoridade.

Até o dia da revelação, todos os servos de Assuero, com exceção de Mardoqueu, se inclinavam e se prostravam diante de Hamã (Et 3.2). Esse gesto era uma demonstração de respeito e obediência à sua autoridade. Contudo, em ambientes de poder, a lealdade pode ser frequentemente uma fachada. Muitas vezes, as pessoas se submetem àqueles em posição de autoridade por conveniência, buscando garantir sua própria segurança e status.

Quando a situação muda e uma nova oportunidade surge, essas mesmas pessoas não hesitam em mudar de lado. A lealdade que parecia sólida revela-se frágil, movida por interesses próprios. Esse comportamento é ilustrado de maneira clara na atitude dos servos de Assuero quando a verdade sobre Hamã foi revelada.

Harbona, um dos eunucos que serviam ao rei, aproveitou essa oportunidade para destacar a maldade de Hamã de maneira incisiva.

Harbona não apenas informou Assuero sobre a forca que Hamã havia preparado para Mardoqueu, mas também mencionou a altura impressionante da estrutura – cinquenta côvados, aproximadamente vinte e dois metros (Et 7.9). Essa revelação não foi apenas informativa; foi estratégica. Harbona sabia que destacar a altura da forca amplificaria a percepção de arrogância e malícia de Hamã. Além disso, ao lembrar que Mardoqueu era aquele que “falara para bem do rei,” Harbona reforçou a traição de Hamã em contraste com a lealdade de Mardoqueu, influenciando decisivamente a ira do rei.

A atitude de Harbona exemplifica um sistema de conveniência que muitas vezes prevalece em ambientes de poder. A lealdade é fluida, e as alianças são frequentemente baseadas em interesses próprios. Quando a balança do poder inclina, as pessoas ajustam rapidamente suas lealdades para se alinhar com o lado vencedor.

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