Subsidio Lição 13: Ester, a Portadora das Boas-Novas | 3° Trimestre de 2024 | EBD ADULTOS
TEXTO ÁUREO
“E para os judeus houve luz, e alegria, e gozo, e honra.” (Et 8.16)
VERDADE PRÁTICA
O Senhor é poderoso para transformar trevas em luz, tristeza em alegria, angústia em júbilo, humilhação em honra.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ester 8.4-8; 9.29-31; 10.1-3
INTRODUÇÃO
O drama dos judeus nos dias do rei Assuero estava chegando ao fim. O rei editou um decreto concedendo o direito de defesa para as comunidades judaicas de todas as províncias persas. Ester agiu como difusora de boas-novas e Mardoqueu foi engrandecido em todo o império.
PALAVRA-CHAVE: BOAS-NOVAS
I – O PEDIDO DE DEFESA AOS JUDEUS E A CONCESSÃO DO REI
1- A humildade de Ester e sua súplica.
Assuero foi devidamente informado da gravidade do decreto redigido por Hamã e assinado com seu anel. No dia 13 do décimo segundo mês, o mês de adar (entre fevereiro e março de nosso calendário), os inimigos dos judeus poderiam matá-los em todas as 127 províncias do extenso Império Persa. O que poderia ser feito para evitar esse extermínio em massa? De maneira reverente e com toda humildade, Ester suplicou ao rei que revogasse sua ordem, pondo fim ao intento de Hamã. Assuero fez ver à rainha que já havia tomado as medidas que estavam ao seu alcance, como o enforcamento de Hamã, mas que não poderia revogar o decreto assinado (Et 8.7,8). Havia, ainda, um desafio para os judeus. Confiar em Deus não nos isenta de fazer a nossa parte (Js 1.3-9).
No Império Medo-Persa, a lei era considerada inviolável e imutável. Quando o rei emitia um decreto e o assinava com o selo real, ele não podia alterá-lo ou anulá-lo, nem mesmo ele próprio (Dn 6.8). Essa prática visava garantir a estabilidade e a confiança nas leis do império, mas também gerava grandes desafios quando era necessário corrigir decisões precipitadas.
Diante dessa limitação, Ester e Mardoqueu precisavam encontrar uma solução alternativa.
Ester continuou a agir com humildade e sabedoria. Assuero permitiu a emissão de um novo decreto, que autorizava os judeus a se defenderem de qualquer ataque no dia 13 do mês de Adar (Et 8.11). Ester, ao invés de exigir a revogação do decreto original, confiou na providência divina e usou os meios disponíveis para proteger seu povo.
Este tópico ressalta a importância de confiar em Deus, mas também de agir de maneira proativa. Ester e Mardoqueu não se limitaram a esperar pela intervenção divina; eles tomaram medidas práticas para garantir a segurança de seu povo. A fé em Deus não nos isenta de nossa responsabilidade de agir (Js 1.3-9). Em vez disso, nos capacita a tomar decisões sábias e corajosas, mesmo em situações difíceis.
A humildade e a súplica de Ester, combinadas com sua coragem e sabedoria, demonstra como a fé, a humildade e a ação podem se unir para enfrentar desafios aparentemente insuperáveis.
Ester não apenas salvou seu povo, mas também se tornou um exemplo de como Deus pode usar indivíduos humildes e corajosos para realizar Seus propósitos.
2- Segurança jurídica.
Apesar de todos os aspectos tirânicos, autoritários e excêntricos dos reis da Pérsia, como o próprio Assuero, havia um limite para suas ações: o império da lei dos medos e persas. Dario, pai de Assuero, viveu uma experiência parecida e não violou a norma. Mesmo estimando muito a Daniel, não pode livrá-lo da cova dos leões (Dn 6.8,15). Em qualquer nação, todos devem estar sujeitos às leis (Rm 13.1). Jesus deu-nos esse exemplo (Mt 22.17-21).
Em países democráticos, como o Brasil, todos os aspectos da vida pública e privada são regrados por um ordenamento jurídico, sob uma Constituição, que a todos vincula. Isso é necessário para que haja previsibilidade e segurança jurídica. Nenhuma pessoa ou Poder está acima da Constituição Federal. Ninguém pode agir de modo a violá-la. As alterações constitucionais possíveis somente podem ser feitas pelo Parlamento, onde atuam os representantes eleitos pelo povo. Essa, pelo menos, é a moldura constitucional. Oremos pelas autoridades de nosso país (1 Tm 2.1,2).
Os reis da Pérsia, como Assuero, governavam com grande poder. No entanto, havia um limite claro para suas ações: as leis dos medos e persas. Essas leis eram irrevogáveis e imutáveis. Um exemplo disso é a experiência do rei Dario, pai de Assuero. Apesar de estimar muito a Daniel, Dario não pôde livrá-lo da cova dos leões por causa de um decreto que ele próprio havia assinado (Dn 6.8,15).
A Bíblia nos ensina que devemos ser obedientes às autoridades e às leis do nosso país.
O apóstolo Paulo, em Romanos 13.1, afirma que todas as pessoas devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus. Jesus também ensinou sobre a importância de cumprir as leis, dizendo: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22.17-21). Esses ensinamentos reforçam a necessidade de respeito e obediência às leis estabelecidas.
Da mesma forma, 1 Pedro 2:13-14 exorta os cristãos a se submeterem às autoridades humanas “por causa do Senhor”, reconhecendo seu papel em punir os malfeitores e louvar os que fazem o bem.
No entanto, quando as leis humanas contradizem diretamente os mandamentos de Deus, a Bíblia também fornece exemplos de resistência pacífica e firme. Em Atos 5:29, Pedro e os apóstolos afirmam: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens”.
Este princípio é exemplificado em várias narrativas bíblicas:
- Daniel e a Cova dos Leões (Daniel 6): Daniel continuou a orar a Deus apesar do decreto do rei Dario, que proibia a oração a qualquer deus ou homem exceto ao rei. Ele foi lançado na cova dos leões, mas Deus o livrou.
- Os Três Jovens na Fornalha (Daniel 3): Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se recusaram a adorar a estátua de ouro erigida pelo rei Nabucodonosor e foram lançados na fornalha ardente, mas Deus os protegeu.
- Os Apóstolos (Atos 4-5):Mesmo proibidos de pregar sobre Jesus, os apóstolos continuaram a testemunhar, declarando que deviam obedecer a Deus acima das autoridades humanas.
3- O direito de defesa.
Assuero não podia revogar seu decreto, mas emitiu outro; uma espécie de contraordem, que permitia aos judeus exercerem seu direito de defesa diante de seus inimigos, no dia assinalado no decreto anterior (Et 8.8-13). O texto nos faz entender que havia, em todo o reino, grupos sistematicamente hostis aos judeus (Et 8.11,13; 9.1,2,5). Não era, portanto, uma vingança gratuita e indiscriminada. A ordem foi enviada para todas as províncias e produziu muita alegria entre os judeus e temor em todos os povos. Muitos chegaram a se tornar judeus (Et 8.17).
No dia da pretendida matança, aconteceu o contrário do que esperavam os inimigos: os judeus se assenhorearam deles, inclusive ajudados pelos nobres e todos os maiorais das províncias, que haviam ouvido falar de Mardoqueu e o temiam (Et 9.1-4). Somente na cidadela de Susã foram mortos 500 homens, incluindo os dez filhos de Hamã. Setenta e cinco mil em todo o reino persa (Et 9.11-16). No dia seguinte, mais 300 mortos na cidade de Susã (Et 9.15).
Para remediar a situação, Assuero permitiu que Mardoqueu e Ester escrevessem um novo decreto que permitia aos judeus se defenderem de seus atacantes no dia marcado para o massacre (Ester 8:8-13).
O novo decreto se espalhou rapidamente por todas as províncias do império, trazendo grande alívio e alegria aos judeus. Eles agora tinham a permissão oficial para se organizar e defender suas vidas e propriedades contra qualquer agressor.
A disseminação do decreto de defesa foi ampla e eficaz, alcançando todas as 127 províncias do império. Esta contraordem não apenas permitiu aos judeus se defenderem, mas também garantiu que aqueles que planejavam atacá-los soubessem que enfrentariam resistência organizada e autorizada pelo rei.
O fato de Ester ser a rainha e Mardoqueu o primeiro-ministro teve um impacto profundo. A notícia de que duas das figuras mais poderosas do império eram judeus fez com que muitos reconsiderassem suas intenções de atacar os judeus. A associação direta com a família real proporcionou aos judeus um grau de proteção e respeito que eles não tinham antes (Ester 9:1-4).
A ascensão de Mardoqueu ao poder e a posição de Ester como rainha transmitiram uma mensagem clara: atacar os judeus significava desafiar o próprio governo imperial. Isso desencorajou muitos potenciais agressores e inclinou as autoridades locais a apoiar os judeus em vez de permitir ou incentivar a violência contra eles.
A influência de Ester e Mardoqueu foi tão significativa que muitos estrangeiros no império “se fizeram judeus“.
A conversão desses indivíduos reflete o crescente respeito e temor pelo poder e posição dos judeus no império (Ester 8:17). Essas conversões também refletem o impacto cultural e espiritual da liderança de Ester e Mardoqueu. O exemplo de sua fé e coragem, combinado com sua posição elevada, inspirou muitos a adotar a fé judaica, fortalecendo ainda mais a comunidade judaica em todo o império.
No dia originalmente designado para o massacre, os judeus, agora armados e organizados, se defenderam com sucesso de seus inimigos. Nobres e maiorais das províncias, que temiam Mardoqueu e conheciam seu novo poder, ajudaram os judeus. Este apoio adicional garantiu que os judeus não apenas sobrevivessem, mas prevalecessem contra aqueles que buscavam destruí-los (Ester 9:1-4).
II – A RAINHA ESTER ESCREVE BOAS NOTÍCIAS PARA O SEU POVO
1- A comemoração dos judeus.
O dia 14 do décimo segundo mês foi de grande festa para os judeus de todo o Império Persa. O sentimento de alívio pelo grande livramento tomou conta do povo judeu e precisava ficar marcado. Mardoqueu registrou os fatos e escreveu cartas para os judeus de todas as províncias, instituindo uma festa comemorativa, a Festa de Purim. Hamã havia lançado sorte (pur) para matar os judeus no dia 13. Agora, o dia 14 seria estabelecido como um dia de festa, um feriado nacional a ser inscrito na história judaica, para comemorar o livramento que Deus dera ao povo judeu (Et 9.20-28).
No contexto da Festa de Purim, vemos como a intervenção divina reverteu uma situação de morte para uma de vida e esperança. Quando Hamã lançou sorte (pur) para determinar o dia da destruição dos judeus, Deus, em Sua sabedoria, usou Ester e Mardoqueu para proteger o Seu povo. O dia destinado à tristeza e ao luto transformou-se em um dia de celebração e alegria.Esse tema de reversão de sorte é um testemunho da fidelidade de Deus, que prometeu a Abraão que abençoaria os que abençoassem Israel e amaldiçoaria os que o amaldiçoassem (Gênesis 12:3).
A celebração de Purim é um lembrete contínuo da importância da fé em Deus e da confiança em Sua providência.
Assim como Ester e Mardoqueu foram usados por Deus para trazer livramento, somos lembrados de que Deus é capaz de usar as circunstâncias mais difíceis para o bem daqueles que O amam e são chamados segundo o Seu propósito (Romanos 8:28). Este evento também ressalta a importância de lembrar e comemorar as obras de Deus, como vemos repetidamente nas Escrituras: “Lembrem-se das maravilhas que Ele fez, dos Seus prodígios e das sentenças de juízo que pronunciou” (1 Crônicas 16:12).
Além disso, a celebração de Purim também nos ensina sobre a importância da unidade e do apoio mútuo entre o povo de Deus. Ester arriscou sua vida pelo seu povo, e Mardoqueu encorajou e guiou Ester em sua missão. Isso nos lembra do mandamento de amar o próximo como a nós mesmos e da importância de apoiar uns aos outros em tempos de necessidade, conforme ordenado em João 13:34-35: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”.
2- A carta e o decreto de Ester.
Depois da primeira carta enviada por Mardoqueu, Ester e o primo escreveram uma segunda carta, confirmando a instituição da Festa de Purim, com dois dias de duração. Era a primeira vez que a rainha Ester se dirigia ao seu povo. Ao sair de sua pena, a instituição da festa estava fundamentada, agora, em um decreto real (Et 9.32). A festa entrou definitivamente no calendário judeu e é comemorada até os dias de hoje.
A segunda carta escrita por Ester e Mardoqueu, confirmando a instituição da Festa de Purim, é um testemunho significativo da liderança e da coragem de Ester, bem como da importância da celebração da obra de Deus em meio ao Seu povo. Este momento marca a primeira vez que Ester, como rainha, fala diretamente ao seu povo, destacando sua posição não apenas como uma figura decorativa no palácio, mas como uma líder que toma ações decisivas para proteger e celebrar a identidade e a cultura de seu povo.
O decreto real que instituiu Purim não foi apenas uma celebração da vitória, mas também um reconhecimento oficial da providência de Deus em salvar os judeus da aniquilação.
A celebração contínua de Purim prova a importância de lembrar e honrar os atos de Deus, perpetuando a memória de Seu livramento de geração em geração. Assim como Ester utilizou sua posição para garantir que o decreto se tornasse parte do calendário judaico, vemos uma responsabilidade semelhante nas Escrituras para que o povo de Deus se lembre de Seus feitos. Em Josué 4:6-7, os israelitas erigem pedras como memorial depois de atravessar o Jordão para que as futuras gerações saibam o que Deus fez por eles.
A festa de Purim, portanto, é uma lembrança anual de que, apesar de toda a adversidade e ameaça de destruição, Deus está sempre presente e atuante na preservação de Seu povo. O decreto de Ester nos ensina sobre a importância de preservar a identidade da fé e celebrar a fidelidade de Deus, independentemente das circunstâncias. Isso se alinha com outros exemplos bíblicos de celebração e lembrança, como a Páscoa (Êxodo 12:14), que comemora a libertação dos israelitas do Egito.
3- A exaltação de Mardoqueu.
Assuero conhecia Mardoqueu, mas não sabia de seu parentesco com a rainha Ester até a denúncia dos malfeitos de Hamã. Ester 8.1 diz que foi naquele dia que Mardoqueu compareceu à presença do rei, “porque Ester revelou que ele era seu parente” (NAA). Assuero deu a Mardoqueu o anel que havia dado a Hamã, e Ester o pôs sobre a casa do agagita (Et 8.2). Mas ainda não era tudo.
Depois da morte dos inimigos dos judeus, Assuero engrandeceu ainda mais a Mardoqueu, pondo-lhe como o segundo maior do reino; posição que era ocupada por Hamã (Et 10.3). O relato bíblico encerra com um testemunho notável de Mardoqueu: ele foi um homem público exemplar e próspero, trabalhando para o bem de todo o seu povo. O propósito de Deus é usar seus servos em todas as áreas da vida. Tudo o que fizermos deve ser feito para a glória de Deus (1 Co 10.31).
A exaltação de Mardoqueu na história de Ester mostra claramente como Deus honra aqueles que O servem fielmente. Inicialmente, Mardoqueu servia como um simples servo na corte do rei Assuero, mas sua integridade e coragem ao expor a trama de Hamã contra os judeus mudaram seu destino. Quando Ester revelou ao rei que Mardoqueu era seu parente, isso abriu o caminho para seu reconhecimento e exaltação.
Assuero deu a Mardoqueu o anel que antes pertencia a Hamã, simbolizando autoridade e confiança (Ester 8:2), e o colocou em uma posição de grande poder como o segundo no comando de todo o império (Ester 10:3). Essa elevação demonstra que, mesmo em um ambiente hostil, a fidelidade e a justiça podem ser recompensadas.
Mardoqueu não usou sua posição para benefício próprio, mas para o bem de todo o seu povo. Ele trabalhou pela paz e prosperidade dos judeus, mostrando que Deus deseja que Seus servos sejam uma bênção para os outros, independentemente de sua posição ou influência. Como Paulo lembra em 1 Coríntios 10:31, tudo o que fazemos deve ser para a glória de Deus. A história de Mardoqueu nos incentiva a ser fiéis e a confiar que Deus, em Sua soberania, exalta os que O honram.
III – A MULHER É CHAMADA POR DEUS PARA SER RELEVANTE NO MUNDO
1- Uma mulher notável.
Mardoqueu e Ester exerceram um papel de altíssima relevância no Império Persa, principalmente em relação ao povo judeu. Para isso, não foi preciso disputa ou inversão de papéis. Ester chegou ao cargo de rainha sob profundo respeito, obediência e honra ao primo Mardoqueu, que lhe havia criado como filha. Na condição de rainha, soube ser humilde, prudente e muito equilibrada. A forma como se dirigia e honrava Assuero contrastava com a atitude irreverente de Vasti. A firmeza moral de Ester fez dela uma mulher notável. Ela entendeu o propósito de Deus para sua vida.
A história de Ester nos lembra que Deus pode usar qualquer pessoa para realizar Seus propósitos, independentemente do gênero ou da posição social. Ester 4:14 reflete essa verdade quando Mardoqueu sugere que Deus a colocou no palácio “para um tempo como este”, destacando que Ele a preparou e posicionou para agir no momento exato. Sua humildade e obediência a Mardoqueu (Ester 2:20), mesmo depois de se tornar rainha, demonstram seu profundo respeito pela autoridade e sua compreensão de que seu papel ia além do poder terreno.
Além disso, Ester claramente compreendeu o propósito de Deus para sua vida e escolheu agir com coragem, mesmo diante do perigo.
Em Ester 4:16, sua famosa declaração “se eu perecer, pereci” reflete sua disposição sacrificial de arriscar tudo pela salvação de seu povo. Esse tipo de fé e compromisso também surge em outras partes das Escrituras, como em Romanos 8:28, que diz: “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito”.
A história de Ester nos ensina que ser notável aos olhos de Deus não depende de nossa força, status ou poder, mas de nossa disposição de seguir a vontade de Deus, agir com sabedoria e manter firme nossa fé e moral. Ela nos lembra que, quando confiamos em Deus e buscamos Sua glória acima de tudo, Ele pode nos usar de maneiras extraordinárias para cumprir Seus planos.
2- A banal “guerra dos sexos”.
Deus não entra em disputas banais, como a tal “guerra dos sexos”, que visa instilar ódio e aversão entre homens e mulheres. O Criador nos fez macho e fêmea, com constituição e papéis distintos, os quais estão claramente revelados nas Escrituras (Gn 1.27; 2.15-18). No final, julgará a todos conforme as leis perfeitas e justas que estabeleceu. Deus não é afetado por partidarismos e ideologias sexistas. Por isso, chama homens e mulheres para serem relevantes no mundo. A mulher tem muito a contribuir no reino de Deus e no bem-estar de toda a sociedade.
A ideia da “guerra dos sexos” distorce a visão bíblica sobre a criação e o propósito de homens e mulheres. Nas Escrituras, Deus criou o ser humano, macho e fêmea, à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:27), com papéis distintos, mas complementares. Desde o princípio, o plano de Deus visava uma colaboração harmoniosa, não competição ou conflito. Qualquer tentativa de dividir os gêneros contraria o propósito divino, que se baseia em respeito, amor e mútua edificação.
A “guerra dos sexos” promove divisões e ressentimentos, o que desagrada a Deus. Em Gênesis 2:15-18, Deus cria a mulher como uma auxiliadora idônea para o homem, o que reflete um papel distinto e valioso na parceria, não inferioridade. Essa relação equilibrada busca uma missão conjunta: cuidar da criação e refletir a glória de Deus. Reduzir os papéis de homens e mulheres a uma competição é contrário ao propósito divino de unidade e cooperação.
Além disso, as Escrituras mostram que Deus não se deixa influenciar por ideologias humanas, sejam sexistas ou de outra natureza.
Em Atos 10:34-35, Pedro declara: “Deus não trata as pessoas com parcialidade, mas de todas as nações aceita todo aquele que o teme e faz o que é justo.” Portanto, Deus valoriza igualmente homens e mulheres e chama ambos a desempenharem papéis significativos no Seu reino.
A mulher, em particular, oferece uma contribuição inestimável tanto ao reino de Deus quanto à sociedade. A Bíblia está repleta de exemplos de mulheres que Deus usou poderosamente, como Débora, a juíza e profetisa (Juízes 4-5), Ester, que salvou seu povo, e Maria, a mãe de Jesus. Esses exemplos mostram que Deus valoriza a contribuição única de cada mulher e a usa para promover Seus planos divinos.
Portanto, a visão bíblica não sustenta uma “guerra dos sexos”, mas um chamado à cooperação, respeito mútuo e valorização das diferenças que Deus estabeleceu. Deus chama homens e mulheres a serem relevantes no mundo, contribuindo com seus dons e talentos para Sua glória e o bem-estar da sociedade.
3- O contexto cristão.
Além das mulheres da Bíblia, diversas mulheres exerceram papéis importantes em toda a história da Igreja, tais como: Catarina von Bora, Susannah Wesley, Sarah Kalley, Corrie ten Boom e Ruth Graham. No contexto assembleiano: Celina Martins Albuquerque, Lina Nyström, Zélia Brito, Frida Vingren, Signe Carlson, Elisabeth Nordlund, Florência Silva Pereira, Albertina Bezerra Barreto, Ruth Doris Lemos, Wanda Freire Costa, dentre tantas outras. Muitas mulheres notáveis permanecem em atuação em solo brasileiro e em todo o mundo.
Na Bíblia, encontramos exemplos como Débora, uma juíza e profetisa que liderou Israel (Juízes 4-5), e Priscila, que, junto com seu marido Áquila, ensinou Apolo, um eloquente pregador do Evangelho (Atos 18:26). Esses exemplos mostram que o Novo Testamento reconhece e valoriza o papel das mulheres na missão de Deus.
Seguindo esse legado, na história da Igreja, mulheres como Catarina von Bora, esposa de Martinho Lutero, tiveram um impacto importante. Catarina apoiou Lutero e administrou uma casa que se tornou um centro de atividade intelectual e espiritual da Reforma. Susannah Wesley, mãe de João e Carlos Wesley, influenciou profundamente seus filhos, a ponto de ser frequentemente chamada de “Mãe do Metodismo”. Corrie ten Boom resistiu ao nazismo e trabalhou em prol dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial, exemplificando coragem e compromisso cristão em tempos de grande adversidade.
No contexto das Assembleias de Deus no Brasil, muitas mulheres também deixaram um legado considerável.
Celina Martins Albuquerque foi a primeira pessoa a receber o batismo no Espírito Santo no Brasil, um evento marcante para o movimento pentecostal no país. Frida Vingren, uma das pioneiras do movimento pentecostal brasileiro, trabalhou incansavelmente ao lado de seu marido, Gunnar Vingren, na fundação da Assembleia de Deus em Belém do Pará. Outras mulheres, como Wanda Freire Costa e Ruth Doris Lemos, contribuíram para o desenvolvimento e crescimento das igrejas assembleianas, servindo em ministérios de ensino, missões e liderança.
Esses exemplos mostram que as mulheres sempre foram fundamentais no avanço do Reino de Deus. Elas demonstram coragem, liderança e fé em várias funções, da evangelização ao serviço de caridade e à defesa da justiça social. Em todos os tempos, mulheres cristãs respondem ao chamado de Deus com fidelidade, provando que o Espírito Santo atua sem distinção de gênero. Como Paulo escreveu em Gálatas 3:28: “Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.”
Assim, a história cristã e a contribuição das mulheres no movimento assembleiano lembram que Deus chama homens e mulheres para Sua glória e para cumprir Seus propósitos na terra.
CONCLUSÃO
Com alegria e gratidão estamos concluindo o estudo dos livros de Rute e Ester. Acima do papel humano visto nestas histórias, a providência divina é contemplada do começo ao fim. O Deus que tudo provê continua agindo em favor de seu povo.