Lição 8: Uma Igreja que enfrenta os seus problemas | EBD Adulto | 3º Trimestre 2025 | Comentarista : Pastor José Gonçalves
TEXTO ÁUREO
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.” (At 6.3).
VERDADE PRÁTICA
Uma igreja cheia da sabedoria do Espírito age sabiamente para resolver conflitos de relacionamentos.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
INTRODUÇÃO
Nesta lição, exploraremos a diaconia bíblica, um ministério essencial de serviço na igreja, que nos ensina sobre o serviço ao próximo. A Bíblia nos mostra que a Igreja, mesmo em seus primórdios, enfrentava desafios, mas a busca por soluções em Deus era fundamental. A criação do ministério dos diáconos não foi para estabelecer uma hierarquia, mas para organizar o serviço social na Igreja, mostrando que todos os líderes são chamados a servir. O que realmente importa no Reino de Deus é a disposição em servir, independentemente do cargo ou tarefa, pois o serviço é a essência do trabalho na igreja.
Palavra-Chave:
DIACONIA
I- A identificação dos conflitos.
1. Conflito de natureza cultura
Lucas cita um conflito entre os “gregos” e “hebreus” (At 6.1a). A referência neste texto aos “gregos” está relacionada aos judeus helenistas, isto é, que haviam emigrado para outros países e que, por conta disso, falavam somente a língua grega. Por outro lado, o termo “hebreus” era uma referência aos judeus de Jerusalém que se comunicavam principalmente em hebraico (aramaico). Havia, portanto, uma barreira de natureza cultural por conta da língua. Essa barreira cultural trouxe um conflito de relacionamento entre os crentes da primeira igreja. Isso fez com que os apóstolos, logo após tomarem conhecimento do problema, buscassem uma solução. Eles não podiam deixar a igreja de Jerusalém se desintegrar por conta de barreira de natureza cultural. A unidade da igreja não pode ser ameaçada por conflito de qualquer natureza.
A convivência entre pessoas de origens diferentes traz sempre desafios, e a igreja primitiva não foi exceção. Em Atos 6.1, vemos que entre os primeiros discípulos havia judeus helenistas, que falavam apenas grego, e judeus de Jerusalém, que se comunicavam em hebraico ou aramaico. Essas diferenças linguísticas e culturais, que à primeira vista poderiam parecer pequenas, tornaram-se motivo de tensão, gerando queixas e insatisfação. O problema não estava apenas na comunicação, mas também na forma como cada grupo percebia a atenção e o cuidado recebidos dentro da comunidade de fé. Quando não tratada com sabedoria e amor, a diversidade pode, portanto, transformar-se em divisões.
Reconhecendo a gravidade da situação, os apóstolos entenderam que não poderiam permitir que a barreira cultural enfraquecesse a unidade do corpo de Cristo.
Assim, tomaram uma decisão prática e espiritual, instituindo diáconos para atender à necessidade específica e preservar a harmonia da igreja. Essa atitude nos ensina que, diante de conflitos, é essencial agir com rapidez, justiça e discernimento, a fim de evitar que pequenos atritos se transformem em rupturas. A unidade, afinal, é um valor fundamental no Reino de Deus, pois Jesus orou para que seus discípulos fossem um, assim como Ele e o Pai são um (Jo 17.21).
2- Conflito de natureza social
Lucas explica que em razão daquela diferença cultural, “as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano” (At 6.1b). Aqui fica evidente a natureza social do problema — as viúvas de fala grega estavam sendo negligenciadas na distribuição diária. O conflito se instalou e precisava de solução. Fica em evidência que a igreja não é só um organismo, ela também é uma organização. Ela tem sua esfera espiritual, mas também social. Era, portanto, essa parte social que estava em desequilíbrio e precisava de cuidados.
O relato de Atos 6.1b revela que a diferença cultural entre os grupos da igreja primitiva resultou em um problema de ordem social. As viúvas de fala grega estavam sendo negligenciadas na distribuição diária de mantimentos, enquanto as viúvas dos hebreus recebiam a devida atenção. Essa situação evidenciava não apenas um descuido na assistência, mas também a vulnerabilidade de um grupo específico dentro da igreja. Naquele tempo, as viúvas dependiam fortemente do amparo da coletividade para sobreviver, e qualquer falha nessa assistência representava um risco sério à dignidade e ao sustento delas.
Esse episódio nos lembra que a igreja, além de ser um organismo vivo guiado pelo Espírito Santo, também é uma organização que precisa funcionar com ordem, justiça e responsabilidade. A dimensão espiritual não exclui a responsabilidade social; pelo contrário, ambas caminham juntas. Tiago 1.27 nos ensina que a religião pura e imaculada diante de Deus inclui visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo. Isso significa que negligenciar o cuidado prático com os necessitados é falhar no próprio testemunho cristão.
A solução encontrada pelos apóstolos reforça que a liderança da igreja deve estar atenta a todas as áreas — tanto à pregação da Palavra como ao cuidado material e emocional dos membros.
Eles não ignoraram o problema nem minimizaram a queixa; antes, trataram a questão de forma direta e estruturada, garantindo que a justiça e o amor fossem restaurados na igreja. Assim, aprendemos que a fé verdadeira se manifesta também no cuidado mútuo, na equidade e na disposição de suprir as necessidades daqueles que mais dependem do apoio do corpo de Cristo.
3- Qual é a prioridade ?
É muito comum a ideia de que o cristão deve cuidar apenas da esfera espiritual e negligenciar a social. Cria-se dessa forma um entendimento nada bíblico de que a primeira deve ser privilegiada e a segunda, negligenciada. Assim, por exemplo, um evento musical recebe grande atenção porquanto mexe com as emoções, enquanto um trabalho social numa igreja local carente conta com poucas adesões. Negligenciar os mais necessitados é um dos pecados denunciados tanto no Antigo Testamento (Is 58.6) quanto no Novo Testamento (Mt 25.35-38). Não podemos ignorar a situação social dos menos favorecidos e pensar que, dessa forma, estamos adorando a Deus em espírito e em verdade.
A prioridade do cristão deve refletir o próprio caráter de Deus, que se preocupa tanto com o estado espiritual quanto com as necessidades materiais de Seu povo. Reduzir a vida cristã apenas à esfera espiritual, negligenciando a social, é distorcer o evangelho e contrariar as Escrituras. Desde o Antigo Testamento, o Senhor ordena que Seu povo pratique a justiça e socorra os oprimidos. Em Isaías 58.6, Deus repreende um jejum meramente ritual, sem compaixão e sem cuidado com os necessitados, mostrando que a adoração verdadeira envolve também ações concretas em favor do próximo.
No Novo Testamento, Jesus deixa claro que servir aos necessitados é servir a Ele mesmo. Em Mateus 25.35-38, Ele se identifica com os famintos, sedentos, estrangeiros, nus, enfermos e presos, afirmando que o cuidado prestado a eles é, na verdade, um ato de amor ao próprio Cristo.
Portanto, separar o espiritual do social é criar uma falsa dicotomia que não encontra respaldo na Palavra de Deus. A igreja primitiva compreendeu isso ao organizar a distribuição de mantimentos e estabelecer servos para essa tarefa, garantindo que ninguém fosse esquecido.
Infelizmente, ainda é comum ver maior entusiasmo em eventos que despertam emoções do que em iniciativas que exigem esforço silencioso e constante, como visitar doentes, apoiar famílias carentes ou se envolver em projetos de assistência. Contudo, a verdadeira espiritualidade é evidenciada pela prática do amor, e o amor bíblico não é apenas sentimento, mas ação. Cuidar dos necessitados não é uma opção para o cristão, mas um mandamento que integra a adoração em espírito e em verdade. Quando equilibramos a pregação da Palavra com o cuidado social, revelamos ao mundo a plenitude do evangelho e cumprimos a missão que o Senhor nos confiou.
II- A DELEGAÇÃO DE TARIFAS
1- O ministério da oração e da Palavra.
Diante do conflito, os apóstolos perceberam que a parte da comunidade que estava sendo negligenciada precisava de cuidados. Contudo, eles também perceberam que não poderiam resolver um problema criando outro. Cuidar dos mais necessitados era uma missão urgente da igreja, mas os ministérios da oração e pregação da Palavra de Deus também o eram (At 6.4). Tanto a parte social como a devocional e evangelística fazem parte de uma única missão da Igreja. Poderíamos dizer que são os dois lados de uma mesma moeda. Cuidar dos necessitados é importante, igualmente importante é a oração e a evangelização.
O episódio descrito em Atos 6 mostra que os apóstolos possuíam plena consciência do equilíbrio necessário entre as diferentes áreas da missão da Igreja. Ao perceberem a negligência sofrida por parte da igreja, reconheceram a urgência de suprir essa carência, mas entenderam que não poderiam fazê-lo em detrimento de outra necessidade igualmente vital: o ministério da oração e da pregação da Palavra. Se assumissem pessoalmente todas as tarefas sociais, acabariam deixando de lado a função que lhes fora confiada diretamente pelo Senhor — alimentar espiritualmente o povo e interceder por ele diante de Deus.
A decisão dos apóstolos revela que tanto o cuidado social quanto a vida devocional e evangelística não competem entre si, mas se complementam. São como dois lados de uma mesma moeda: inseparáveis e indispensáveis.
A compaixão pelo necessitado deve andar de mãos dadas com o compromisso de anunciar o evangelho, pois o próprio Jesus demonstrava essa harmonia. Ele pregava sobre o Reino de Deus, curava enfermos, alimentava famintos e atendia às necessidades físicas e espirituais de todos que se achegavam a Ele (Mc 6.34-44).
Ao priorizar a oração e o ensino da Palavra, os apóstolos não diminuíram a importância da assistência social; pelo contrário, asseguraram sua realização com excelência ao delegar a responsabilidade a homens cheios do Espírito e de sabedoria. Dessa forma, o serviço material foi desempenhado com amor e justiça, enquanto a liderança permaneceu focada na edificação espiritual da igreja. Portanto, esse exemplo nos lembra que a missão da Igreja é integral: ela deve levar tanto o pão do céu quanto o pão da terra, cuidando da alma e do corpo, sempre para a glória de Deus e o avanço do Seu Reino.
2- Não há conflito entre tarefas.
Não podemos ler Atos 6 como se o ministério da oração e da pregação estivessem em oposição com o ministério de serviço social. Não há essa contradição, onde um é considerado mais espiritual e o outro menos. Tudo faz parte de uma única missão da Igreja. Assim, se a igreja ora e prega, mas não cuida dos necessitados, ela falha em sua missão. Da mesma forma, se a igreja se torna apenas um centro social, negligenciando a oração e a pregação, ela perde a sua essência, deixa de ser Igreja de Cristo e, por isso, também falha em sua missão.
O texto de Atos 6 deixa claro que não existe oposição entre o ministério da oração e da pregação e o ministério de assistência social. Ambos são partes integrantes da missão que Cristo confiou à Sua Igreja. Separar essas funções como se uma fosse mais espiritual e a outra menos é criar uma divisão inexistente nas Escrituras. O mesmo Espírito que capacita para anunciar a Palavra é o que nos impulsiona a estender a mão ao necessitado. Por isso, uma igreja que ora e prega, mas não demonstra compaixão prática, falha em viver o evangelho que proclama.
Da mesma forma, quando a igreja cristã se concentra apenas em atender necessidades materiais, esquecendo-se da intercessão e do ensino das Escrituras, ela perde a essência que a torna Igreja de Cristo. Jesus, nosso maior exemplo, nunca separou a proclamação do Reino do cuidado com as pessoas.
Ele curava, alimentava e acolhia, mas sempre direcionava todos a conhecerem o Pai e a viverem segundo a Sua vontade. Esse equilíbrio é o que dá autenticidade ao testemunho cristão e impede que a igreja se torne apenas uma instituição filantrópica ou um espaço de reuniões religiosas sem impacto real.
A lição de Atos 6 nos ensina que a missão da Igreja é integral: cuidar do corpo e da alma, alcançar o homem por completo, demonstrando o amor de Deus tanto pela Palavra quanto pelas obras. Quando oração, pregação e serviço ao próximo caminham juntos, a igreja reflete o caráter de Cristo e cumpre fielmente a missão que lhe foi confiada.
3- A Diaconia.
O parecer dos apóstolos foi que eles constituíssem pessoas habilitadas sobre o que eles denominaram de “este importante negócio” (At 6.3). É, portanto, uma referência ao “serviço” ou “diaconia”, identificado no versículo 3 como “servir” as mesas (At 6.3). A palavra “diaconia” tem a ver mais com a função do que com a forma. Assim, em Atos 6 o que está mais em destaque é a função exercida pelos sete diáconos do que o cargo ou ofício ocupado por eles.
O contexto favorece esse entendimento. Contudo, essa narrativa bíblica fundamenta a instituição do diaconato cristão. Outrossim, devemos enfatizar aqui que a diaconia era vista pelos apóstolos como um “importante” negócio, ou seja, algo necessário à igreja. Esse entendimento apostólico contradiz o que muitos pensam atualmente a respeito do serviço da diaconia. Infelizmente, há os que enxergam um diácono como um obreiro de classe inferior. Mas no contexto bíblico, a diaconia é um serviço especial onde somente pessoas especiais, isto é, com as qualificações bíblicas exigidas, podem trabalhar.
Em Atos 6.3, os apóstolos reconhecem que a solução para o conflito na igreja estava na escolha de homens capacitados para cuidar do que chamaram de “este importante negócio”. A expressão se refere ao serviço — ou “diaconia” — que, no contexto, significava atender às necessidades práticas da igreja, descritas como “servir às mesas”. A ênfase, portanto, não estava na posição ou no título, mas na função desempenhada. O foco estava no trabalho, e não no prestígio. Isso nos ajuda a compreender que o serviço cristão é medido mais pelo compromisso e pela fidelidade do que pela visibilidade.
Embora o relato de Atos trate de uma necessidade específica, ele serve como base para o estabelecimento do diaconato cristão.
A função de diácono é essencial para o bom funcionamento da igreja, pois assegura que as necessidades materiais e sociais sejam atendidas sem comprometer o ministério da oração e da Palavra. Para os apóstolos, a diaconia era uma tarefa de grande valor, digna de ser confiada apenas a pessoas cheias do Espírito Santo e de sabedoria, como o próprio texto destaca. Isso confronta a visão distorcida de que o diácono seria um obreiro de menor importância.
Na perspectiva bíblica, servir é uma honra e uma demonstração do caráter de Cristo, que veio “não para ser servido, mas para servir” (Mc 10.45). Assim, a diaconia é um chamado para um serviço de amor, comprometimento e excelência, exercido por aqueles que cumprem as qualificações espirituais estabelecidas nas Escrituras (1 Tm 3.8-13). Quando a igreja valoriza e reconhece esse ministério, fortalece sua estrutura, promove a unidade e reflete de forma mais fiel o modelo de serviço ensinado pelo Senhor.
III. SEGUINDO OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS
1- Privilegiando o caráter.
Nas exigências das qualificações exigidas para o exercício do diaconato, o caráter ganha ênfase: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3). Aqueles que iriam “cuidar das mesas” deveriam ser pessoas de “boa reputação”. A palavra “boa reputação” traduz o termo grego martyreo, que significa “testemunha” ou “mártir”, quer dizer uma pessoa autêntica, honesta, correta e que não negocia valores para exercer a função da diaconia. Às vezes pensamos que essas exigências eram apenas para os dias bíblicos, o que evidentemente é um equívoco. Se para aqueles que se dedicariam apenas em “servir as mesas”, isto é, os diáconos, era exigido “boa reputação”, então o que dizer dos pastores que cuidam de todo o rebanho?
O critério dos apóstolos para escolher os sete diáconos mostra que, no Reino de Deus, o caráter supera a competência técnica. A exigência de “boa reputação” (At 6.3) revela que o serviço na igreja deve ser confiado a pessoas com integridade comprovada. O termo grego martyreo, traduzido como “testemunha”, aponta para alguém cuja vida é coerente com a fé, íntegro, digno de confiança e firme em seus princípios, mesmo diante de pressões ou perdas pessoais.
Essa ênfase no caráter refuta a ideia de que as qualificações bíblicas para o serviço cristão eram apenas para os tempos apostólicos.
A Palavra de Deus é atemporal, e os princípios que guiavam a igreja primitiva continuam a guiar a igreja de hoje. Se até para servir às mesas era exigido um alto padrão, quanto mais para aqueles que apascentam o rebanho. A liderança espiritual não é apenas uma função administrativa ou título honorífico, mas um chamado para representar Cristo com amor, zelo e exemplo.
O serviço cristão, em qualquer nível, exige vida limpa, testemunho irrepreensível e maturidade espiritual. Uma igreja que valoriza o caráter na escolha de seus líderes e obreiros protege sua integridade, fortalece sua credibilidade e honra o nome do Senhor. Afinal, mais do que dons e habilidades, Deus procura corações retos e vidas santas para realizar a Sua obra.
2- Exercitando os dons.
Essas pessoas, encarregadas da diaconia da igreja, além da exigência de boa reputação, deviam ser cheias do “Espírito Santo e de sabedoria” (At 6.3). Defender a boa ortodoxia, isto é, a doutrina correta, era importante, mas incompleto. Era necessário que essas pessoas também fossem cheias do Espírito Santo e de sabedoria. É possível uma pessoa ser ortodoxa, eticamente irrepreensível, contudo, não ser quebrantada e nem possuir fervor espiritual. Da mesma forma, é possível uma pessoa exercitar os dons espirituais, contudo, não ter sabedoria nenhuma. Uma coisa não pode funcionar sem a outra. O ideal de Deus é que o cristão viva corretamente exercitando os dons espirituais com a sabedoria no exercício da diaconia.
A escolha dos sete para a diaconia deixou claro que o serviço cristão exige mais do que uma boa conduta moral. Além de ter boa reputação, era essencial ser cheio do Espírito Santo e de sabedoria (At 6.3). Isso mostra que, no Reino de Deus, não basta apenas ter a doutrina correta e ser eticamente irrepreensível; é necessário também sensibilidade espiritual, quebrantamento e dependência do Senhor. A ortodoxia sem o poder do Espírito se torna fria e sem vida, enquanto dons espirituais sem sabedoria podem gerar confusão e prejudicar a comunhão da igreja.
A sabedoria mencionada aqui vai além do conhecimento humano ou habilidade administrativa; refere-se à capacidade de aplicar os princípios de Deus nas situações práticas, agindo com discernimento e equilíbrio.
O Espírito Santo é quem capacita para servir com amor e humildade, evitando que o serviço se transforme em mero ativismo ou busca de reconhecimento. A união entre dons espirituais e sabedoria garante que a diaconia seja realizada de forma eficaz, edificando a igreja e glorificando a Deus.
O ideal divino é que o cristão una caráter, fervor espiritual e discernimento no exercício de seu ministério. Quando a conduta irrepreensível se alia à plenitude do Espírito e à sabedoria vinda do alto (Tg 3.17), o serviço não apenas supre necessidades materiais, mas também se torna um canal de bênção espiritual, fortalecendo a unidade e o testemunho do corpo de Cristo. Assim, a diaconia cumpre seu verdadeiro propósito: servir de maneira que reflita o coração do próprio Senhor Jesus.
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição a importância do serviço cristão. A igreja “espiritual” é também social. Devemos nos dedicar tanto ao ministério da oração e pregação como também à assistência ao mais necessitados. A igreja que cuida da alma também deve cuidar do corpo. Deus não é glorificado na desgraça de ninguém. Se há um necessitado em nosso meio, e há, devemos considerar os princípios bíblicos ensinados nessa passagem das Escrituras para alcançá-lo. Assim, a igreja cresce como Igreja de Deus e o Senhor é glorificado.