Conhecer a Palavra

Lição 10: A expansão em Jerusalém

Lição 10: A expansão em Jerusalém | EBD Adulto | 3º Trimestre 2025 | Comentarista : Pastor José Gonçalves

TEXTO ÁUREO

Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra. E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo.(At 8.4,5).

VERDADE PRÁTICA

A igreja só crescerá quando ultrapassar seus próprios limites e levar a mensagem de Cristo para além de suas paredes.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 8.1-8,12-15.

INTRODUÇÃO

Nesta semana, vamos estudar como a Igreja foi dispersa por causa de uma grande perseguição. Até então, os cristãos estavam concentrados em Jerusalém e não tinham avançado na missão de espalhar o Evangelho. Mas tudo mudou quando Estêvão, um dos sete escolhidos para servir, foi morto por causa de sua fé. Na verdade, Jesus já havia predito em Atos 1.8 que os cristãos seriam espalhados pelo mundo para anunciar a sua mensagem. Muitas vezes, Deus usa circunstâncias para cumprir seus propósitos. Foi isso que aconteceu com a igreja em Jerusalém: mesmo sofrendo uma grande perda e tendo de sair da cidade, os cristãos não fugiram derrotados. Pelo contrário, eles continuaram firmes, levando as Boas-Novas para outras pessoas.

Palavra-Chave:

EVANGELIZAÇÃO

 

I. A IGREJA DIANTE DA PERSEGUIÇÃO

1. Embora perseguida, não fragmentada.

Por conta da perseguição que foi movida contra Estêvão, o evangelista enfatiza que os cristãos “foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, exceto os apóstolos” (At 8.1). Os capítulos 4 e 5 de Atos registram a perseguição focada mais sobre os apóstolos, líderes da igreja. O fato de eles não terem se dispersado, como fizeram os demais crentes, não significa que eles também não foram perseguidos. Eles ficaram em Jerusalém porque a igreja, sob pressão e perseguição, precisava deles. O que está em foco aqui é a intensidade que a perseguição atingiu, que daquele momento em diante alcançaria todos os crentes. Deve ser também destacado que, mesmo perseguida e dispersada, essa igreja não se desorganizou nem se fragmentou, mas continuou uma igreja forte e unida.

O relato de Atos 8.1 nos mostra que a perseguição contra Estêvão marcou um ponto decisivo na história da Igreja. Até então, os apóstolos eram os principais alvos das autoridades religiosas, mas, após esse episódio, a hostilidade se intensificou e passou a alcançar também os demais crentes. A dispersão pela Judeia e Samaria não foi um movimento voluntário de expansão, mas uma consequência direta da perseguição. Mesmo assim, esse cenário adverso não significou fraqueza ou desorganização. A Igreja, embora espalhada, permaneceu unida em fé e propósito, demonstrando que a verdadeira comunhão não depende de proximidade geográfica, mas da presença do Espírito Santo que sustenta o corpo de Cristo.

O fato de os apóstolos permanecerem em Jerusalém mostra que a liderança não abandonou sua responsabilidade diante da pressão.

Eles sabiam que a jovem comunidade precisava de referências firmes em meio à crise. Esse cuidado lembra a palavra de Jesus, que orou para que Pedro, após ser fortalecido, pudesse também fortalecer seus irmãos (Lc 22.32). Assim, os apóstolos permaneceram como colunas, garantindo estabilidade à Igreja e servindo de exemplo para todos os crentes. Ao mesmo tempo, aqueles que foram dispersos não se calaram nem se isolaram; pelo contrário, anunciaram a Palavra por onde passavam (At 8.4). Isso mostra que a perseguição, em vez de paralisar a missão, contribuiu para a expansão do Evangelho.

É importante destacar que a unidade da Igreja não estava fundamentada em um local específico ou em uma estrutura organizacional, mas em Cristo, a verdadeira Pedra Angular (Ef 2.20-21). Foi essa base sólida que impediu a fragmentação. Mesmo em terras distantes, os crentes mantinham a mesma fé, a mesma mensagem e a mesma esperança. Isso confirma que a perseguição não destrói uma igreja fundamentada na Palavra e cheia do Espírito, pois sua força não vem das circunstâncias, mas do Deus que a sustenta.

2. A igreja em luto.

A narrativa de Lucas destaca que “uns varões piedosos foram enterrar Estêvão e fizeram sobre ele grande pranto” (At 8.2). A palavra kophetós, traduzida aqui como “pranto” significa também “choro”, “lamentação” e “luto”. Lucas nos informa que esse pranto foi feito por “varões piedosos”. O texto não especifica quem eram eles. Alguns acreditam que fossem judeus que viviam em Jerusalém e cuja oposição aos cristãos não era tão intensa. O contexto favorece que eram cristãos compassivos que fizeram esse lamento antes também de fugirem ou serem dispersados.

O relato de Atos 8.2 mostra o quanto a morte de Estêvão impactou a comunidade cristã. Ele não foi apenas o primeiro mártir da Igreja, mas também um irmão cheio de fé, sabedoria e do Espírito Santo (At 6.5). Sua partida não passou despercebida, pois homens piedosos o sepultaram e fizeram sobre ele grande pranto. O termo grego kophetós, usado por Lucas, transmite a ideia de um lamento profundo, um choro de dor intensa, como o de quem sofre uma perda irreparável. Isso nos mostra que, mesmo convictos da esperança da ressurreição, os primeiros cristãos não eram insensíveis diante da morte. Havia espaço tanto para a fé quanto para o luto.

A identidade desses “varões piedosos” não é esclarecida. Alguns estudiosos sugerem que poderiam ser judeus tementes a Deus, não hostis aos cristãos, que reconheceram em Estêvão a injustiça de sua morte.

Contudo, o contexto favorece a interpretação de que eram irmãos em Cristo, que se arriscaram ao realizar o sepultamento e o lamento público. Esse ato de coragem mostra que a Igreja, mesmo sob intensa perseguição, não deixou de demonstrar amor e solidariedade. Eles sabiam que qualquer associação a Estêvão poderia atrair sobre si a mesma hostilidade, mas, ainda assim, prestaram a última homenagem ao servo fiel de Cristo.

Esse momento de luto também revela a humanidade da Igreja primitiva. Os discípulos não eram pessoas frias ou indiferentes à dor; eram homens e mulheres cheios do Espírito, mas que sentiam a ausência de seus irmãos. A diferença está em que o luto deles não era marcado pelo desespero, mas pela esperança. Como Paulo mais tarde escreveria: “não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4.13). A tristeza do cristão é real, mas não definitiva, pois é iluminada pela certeza da vida eterna em Cristo.

3. Mas não desesperada.

O fato é que a igreja pranteou Estêvão, chorou por ele e lágrimas foram derramadas. Contudo, o texto não mostra uma igreja desesperada, desmotivada ou devorada pela tristeza. Um de seus membros queridos e ilustres havia sido morto, trazendo consequências para todos, mas isso não a calou nem tampouco a impediu de manter-se entusiasmada para avançar no testemunho de Cristo.

O martírio de Estêvão poderia ter sido um golpe fatal para a jovem Igreja em Jerusalém. Humanamente falando, a morte de um líder tão cheio de graça e poder (At 6.8) poderia gerar desânimo, medo e até mesmo a desistência da fé. No entanto, o texto bíblico não nos mostra uma comunidade desesperada ou paralisada pela dor. Pelo contrário, vemos uma Igreja que chora a perda, mas não deixa que o luto se transforme em desespero. A diferença está na esperança firme que os primeiros cristãos possuíam: eles sabiam que a morte não era o fim, mas uma passagem para a glória eterna em Cristo (Fp 1.21-23).

Essa atitude contrasta com a reação natural do mundo diante da morte e da perseguição.

Enquanto muitos se desesperam ao enfrentar a perda, a Igreja primitiva demonstrava uma fé resiliente, sustentada pela promessa do Senhor: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). A fé não eliminava a dor, mas dava forças para suportá-la e continuar a missão.

Estêvão foi morto, mas a mensagem que ele pregava não foi silenciada. Ao contrário, a perseguição contribuiu para a expansão do Evangelho, cumprindo o que Jesus havia dito em Atos 1.8. A Igreja não ficou retraída, mas se espalhou levando consigo a boa nova da salvação. Isso mostra que, embora abalada, a comunidade cristã não perdeu o ânimo nem o propósito.

O exemplo da Igreja diante da morte de Estêvão nos ensina que o sofrimento pode até abalar nossas emoções, mas não deve roubar nossa esperança. O choro é legítimo, mas o desespero não tem lugar na vida do crente. Como Paulo afirmou: “somos atribulados em tudo, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (2Co 4.8-9). Assim, a Igreja permanece firme porque sua confiança não está nas circunstâncias, mas no Senhor que sustenta e fortalece.

 

II. A IGREJA QUE EVANGELIZA

1. Evangelização centrada na Palavra.

Em Atos 8.4, lemos que “os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra”. Esse versículo mostra que a Igreja Primitiva era movida pelo poder do Espírito Santo, ou seja, cheia da presença divina para levar a mensagem de Jesus adiante. Mas, além disso, a Igreja de Jerusalém também era focada na Palavra de Deus. Os cristãos que foram espalhados por diferentes lugares não pararam de falar sobre as Boas-Novas de Jesus. A Igreja Primitiva operava sob o Espírito Santo e era, portanto, firmada na Palavra de Deus. Sua fidelidade à mensagem do Reino resultou em muitas conversões, milagres e libertações. Se queremos evangelizar com êxito, também precisamos viver pelo poder do Espírito e estar centrados na Bíblia.

Esse versículo revela um princípio essencial para a vida e missão da Igreja: a evangelização deve ser centrada na Palavra de Deus. Aqueles que foram dispersos após a morte de Estêvão não levaram consigo discursos vazios, filosofias humanas ou estratégias baseadas apenas em raciocínio lógico; eles levaram a mensagem viva do Evangelho. A Igreja Primitiva entendia que a Palavra é a semente que gera vida (Lc 8.11) e que somente o anúncio fiel das Boas-Novas pode transformar corações.

O fato de os crentes pregarem em meio à perseguição mostra que sua confiança não estava em circunstâncias favoráveis, mas no poder da mensagem de Cristo.

Não se tratava de autopreservação, mas de obediência à ordem do Senhor: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15). Mesmo sob pressão, a Igreja manteve-se fiel à centralidade da Palavra, porque sabia que “a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10.17).

Além disso, o texto de Atos 8.4 ressalta que a proclamação não era restrita apenas aos apóstolos ou líderes. Os cristãos comuns, ao serem espalhados, tornaram-se missionários em seus novos contextos. Isso nos mostra que a evangelização não é responsabilidade exclusiva de pregadores ou pastores, mas de todo o corpo de Cristo. Cada discípulo tem o chamado de anunciar a verdade onde estiver, seja em meio à família, no trabalho ou em outra cidade.

O resultado dessa fidelidade foi extraordinário: vidas transformadas, sinais de Deus acompanhando a Palavra (Mc 16.20) e a expansão do Evangelho para além dos limites de Jerusalém. Isso nos ensina que, se desejamos evangelizar com eficácia hoje, precisamos estar cheios do Espírito e fundamentados na Bíblia. Estratégias podem ser úteis, mas o verdadeiro poder está em proclamar Cristo com autoridade e clareza, confiando que a Palavra não volta vazia (Is 55.11).

2. Evangelização centrada em Cristo.

Filipe, um dos sete escolhidos para servir na igreja, também foi disperso e, ao chegar a Samaria, “lhes pregava a Cristo” (At 8.5). Como já vimos, um ministério bem-sucedido precisa ser fiel à Palavra de Deus, mas também deve ser totalmente centrado em Jesus. Filipe não pregava ideias da moda, mas sim, a mensagem da cruz. Cristo era o centro de sua pregação. Assim, a evangelização precisa ser focada em Jesus. Qualquer pregação que não tem a cruz como base se torna vazia. É a mensagem da cruz que transforma vidas, trazendo cura, libertação e salvação. Foi por isso que a campanha evangelística de Filipe em Samaria teve tanto impacto: muitas pessoas foram salvas e libertas. Portanto, não devemos colocar nossa confiança em estratégias humanas, mas priorizar nossa ação no poder do Espírito e na força da Palavra.

Esse trecho destaca outro aspecto fundamental da missão da Igreja: a evangelização precisa ser totalmente centrada em Cristo.

Em Atos 8.5 vemos que Filipe, ao chegar em Samaria, não anunciou a si mesmo, nem buscou agradar aos ouvintes com discursos elaborados, mas pregava a Cristo. Isso nos mostra que o verdadeiro evangelista não promove ideias próprias, mas apresenta o Salvador crucificado e ressurreto como a única esperança para a humanidade.

O apóstolo Paulo reforça essa verdade quando afirma: “nós pregamos a Cristo crucificado” (1 Co 1.23) e também: “nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado” (1 Co 2.2). A mensagem cristã não se apoia em sabedoria humana, mas na cruz, que é poder de Deus para salvar todo aquele que crê. Por isso, qualquer evangelização que não tenha Cristo como centro perde sua essência, tornando-se apenas discurso vazio, incapaz de produzir vida.

O impacto do ministério de Filipe em Samaria foi justamente resultado dessa centralidade em Jesus.

A Palavra diz que, ao ouvirem a pregação e verem os sinais que acompanhavam, “havia grande alegria naquela cidade” (At 8.8). Isso nos mostra que, quando Cristo é anunciado, o Espírito Santo confirma a mensagem com transformação, libertação e salvação.

Outro ponto importante é que Filipe não adaptou a mensagem para agradar os samaritanos, que tinham suas próprias crenças e tradições. Ele simplesmente apresentou Jesus como o Messias prometido. Da mesma forma, a Igreja de hoje não deve ceder à tentação de moldar o Evangelho às tendências culturais ou ao gosto das pessoas. A missão continua sendo proclamar Cristo e sua obra redentora, porque somente Ele pode dar vida eterna (Jo 14.6; At 4.12).

III. A IGREJA QUE DÁ SUPORTE À EVANGELIZAÇÃO

1. O suporte da igreja.

No Livro de Atos, lemos que “os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João” (At 8.14). Essa passagem mostra que a igreja de Jerusalém dava suporte e completo apoio ao trabalho que era feito fora de seus muros. Quando a igreja começou a sair fora de seus portões, os apóstolos procuraram dar apoio e suporte ao trabalho evangelístico e missionário. Não basta mandar missionários, é necessário dar-lhes suporte na missão que realizam.

Em Atos 8.14 vemos que, quando a notícia chegou a Jerusalém de que os samaritanos haviam recebido a Palavra de Deus, imediatamente os apóstolos enviaram Pedro e João para apoiar aquele trabalho. Isso mostra que a Igreja Primitiva tinha consciência de que a evangelização não podia ser feita de forma isolada, mas precisava do envolvimento e da responsabilidade de toda a comunidade de fé.

O suporte da igreja não era apenas espiritual, com oração e encorajamento, mas também prático.

Pedro e João foram até Samaria para fortalecer os novos convertidos e confirmar a obra que Deus havia começado por meio de Filipe. Esse gesto mostra que o missionário não deve caminhar sozinho no campo, mas precisa de acompanhamento, apoio e fortalecimento.

Paulo também nos dá um exemplo desse princípio quando fala sobre o apoio das igrejas em sua missão: “Estivestes bem em tomar parte na minha aflição” (Fp 4.14). A igreja de Filipos não apenas enviou Paulo, mas o sustentou em suas necessidades, demonstrando que o suporte é parte essencial da obra missionária.

Esse cuidado da Igreja de Jerusalém mostra a importância da unidade no corpo de Cristo. Quando uma congregação apoia outra, ou quando a igreja local apoia seus missionários, todos participam da mesma missão e compartilham dos mesmos frutos espirituais (1 Co 3.7-9).

2. A igreja que discipula.

Lucas mostra que os apóstolos, tendo ido a Samaria “oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo” (At 8.15). Esse texto mostra, além do apoio dado ao ministério de Filipe, o trabalho de discipulado da Igreja. Fazia parte da doutrina dos apóstolos o ensino sobre a iniciação cristã, que envolvia o ensino sobre a conversão, o batismo nas águas e a capacitação do Espírito. O texto bíblico diz que as pessoas aceitaram a Palavra de Deus, isto é, se converteram e foram batizadas nas águas. Contudo, por uma razão não especificada, aqueles crentes não haviam recebido o Espírito Santo.

Em Atos 8.15 vemos que Pedro e João, ao chegarem a Samaria, oraram para que os novos convertidos recebessem o Espírito Santo. Isso mostra que o trabalho da Igreja não termina quando alguém aceita a Cristo; pelo contrário, ali começa um processo de amadurecimento espiritual que precisa ser acompanhado e orientado.

A doutrina dos apóstolos envolvia a formação completa do novo crente: conversão, batismo nas águas e batismo no Espírito Santo. Em Samaria, muitos já haviam crido e até mesmo recebido o batismo em águas (At 8.12), mas ainda faltava a experiência do revestimento espiritual prometido por Jesus (At 1.8). O discipulado, portanto, é esse acompanhamento pastoral que leva o novo convertido a compreender e a experimentar a plenitude da vida cristã.

Isso nos mostra que discipular é mais do que ensinar doutrina; é conduzir o novo crente a uma vida cheia do Espírito.

O ensino e a prática precisam andar juntos. A igreja primitiva não deixava os novos crentes sozinhos; ela cuidava deles, fortalecia sua fé e os conduzia a uma experiência mais profunda com Deus.

Paulo também reforça essa ideia quando escreve aos gálatas: “Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19). O discipulado é exatamente isso: formar Cristo no coração do crente, até que sua vida mostre maturidade espiritual e mantenha um testemunho firme.

Assim, a igreja que discipula é aquela que se preocupa em dar acompanhamento, ensino sólido e orientação espiritual. Evangelizar sem discipular gera crentes fracos e vulneráveis; mas evangelizar e discipular gera crentes maduros, cheios do Espírito e comprometidos com o Reino de Deus.

3. Sem o recebimento do Espírito, o discipulado está incompleto.

Filipe pregou a Cristo e realizou muitos sinais entre os samaritanos, levando-os à fé e ao batismo nas águas. Mais tarde, os apóstolos Pedro e João foram enviados para que recebessem o Espírito Santo, completando assim o discipulado desses novos crentes (At 8.14,15). Para os apóstolos, o discipulado estava incompleto sem o recebimento do Espírito. Essa visão da conversão cristã permanece, e devemos levar os novos na fé a desfrutarem da experiência pentecostal, assim como fizeram os apóstolos.

Filipe foi usado por Deus para evangelizar os samaritanos, e muitos creram em Cristo e foram batizados em águas. No entanto, os apóstolos entenderam que a caminhada cristã não poderia parar ali. Por isso, Pedro e João foram até Samaria, oraram e impuseram as mãos para que os novos convertidos recebessem o Espírito Santo (At 8.14-17).

A mensagem é clara: sem o recebimento do Espírito Santo, o discipulado não estava completo.

A fé em Cristo e o batismo em águas são passos fundamentais, mas o revestimento do Espírito é a capacitação necessária para que o crente viva em plenitude a vida cristã e seja uma testemunha eficaz do Evangelho (At 1.8).

Essa visão continua atual. O discipulado bíblico não deve apenas transmitir doutrinas ou princípios morais, mas conduzir cada novo convertido à experiência pentecostal. O batismo no Espírito Santo não é um acessório, mas parte do plano de Deus para a vida de todo crente. Ele fortalece, guia, consola, concede ousadia e capacita para o serviço no Reino.

O apóstolo Paulo confirma essa necessidade ao escrever: “Não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Estar cheio do Espírito não é algo opcional, mas indispensável para uma vida cristã madura e frutífera.

Portanto, discipular é também conduzir os crentes à plenitude do Espírito, assim como fizeram os apóstolos. Esse é o padrão bíblico para que a Igreja cresça saudável, com crentes firmes, cheios do poder de Deus e capazes de cumprir a missão de anunciar o Evangelho com autoridade.

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos como o Evangelho se espalhou rapidamente após a perseguição contra a Igreja. Isso só aconteceu porque a mensagem cristã tinha um foco claro: a Palavra de Deus e a cruz de Cristo. Sem Cristo e sem a Bíblia, não há Evangelho. A Bíblia não destaca os métodos que Filipe usou para evangelizar Samaria, mas enfatiza o poder do Espírito Santo e da Palavra de Deus. Esse é o exemplo que devemos seguir.

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