
Subsidio Lição 1: A Igreja que nasceu no Pentecostes | EBD Adulto CPAD | 3º Trimestre 2025 | Pastor José Gonçalves
TEXTO ÁUREO
“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At 2.4).
VERDADE PRÁTICA
A Igreja nasce no Pentecostes capacitada pelo Espírito para cumprir sua missão
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
INTRODUÇÃO
A Igreja nasceu no dia de Pentecostes. Esse evento marcou o início de uma nova era: a era da Igreja. O Pentecostes era uma das festas mais importantes dos judeus e acontecia cinquenta dias depois da Páscoa. Foi nesse dia especial que Deus derramou o Espírito Santo sobre todos os discípulos, batizando-os. derramamento do Espírito no Pentecostes marca o início da Igreja como uma comunidade de profetas, como foi profetizado por Joel (Jl 2.28). No livro de Atos, Lucas ensina que esse acontecimento tinha um significado especial para o fim dos tempos, pois já havia sido anunciado pelos profetas o Antigo Testamento. Além disso, o Pentecostes foi uma prova clara de que Jesus havia ressuscitado. O propósito desse derramamento do Espírito Santo foi dar poder à Igreja para testemunhar de Cristo ao mundo e levá-la à verdadeira adoração. Isso é o que veremos nesta lição.
Palavra-Chave:
PENTECOSTES
I. A NATUREZA DO PENTECOSTES BÍBLICO
1. De natureza divina.
Lucas relata que, por ocasião do derramamento do Espírito no dia de Pentecostes, foi ouvido do céu “um som, como de um vento veemente e impetuoso” que “encheu toda a casa em que estavam assentados” (At 2.2) e que “foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo” (At 2.3). Os estudiosos da Bíblia explicam que esses sinais são manifestações da presença de Deus, chamadas de “teofanias”.
Isso significa que Deus se revelou de maneira visível e audível, assim como fez no Monte Sinai, quando entregou a Lei a Moisés. Naquela ocasião, houve trovões, relâmpagos e um som forte, e o povo ouviu a voz de Deus e viu um grande fogo (Êx 19.16). Moisés depois lembrou ao povo desse momento, dizendo: “desde os céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo” (Dt 4.36).
O derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes é, sem dúvida, uma manifestação de natureza divina. O relato de Lucas em Atos 2 evidencia isso de forma clara e inquestionável. A descrição do som vindo do céu, como de um vento veemente e impetuoso, bem como das línguas repartidas como que de fogo, não são meramente efeitos sensoriais, mas sim sinais sobrenaturais da presença de Deus no meio do seu povo. Esses sinais, conhecidos como teofanias, sempre marcaram momentos decisivos na revelação divina ao longo da história bíblica. Não se tratava de simples fenômenos da natureza, mas de manifestações visíveis e audíveis do próprio Deus, deixando evidente que aquele acontecimento não tinha origem humana, mas celestial.
Ao observar a história do relacionamento de Deus com seu povo, percebemos que esse padrão se repete. No Monte Sinai, Deus entregou a Lei a Moisés em meio a trovões, relâmpagos, fogo e um som extremamente forte, conforme registra Êxodo 19.16.
Ali, Deus se revelou de forma majestosa e assustadora, demonstrando sua santidade, poder e soberania. Moisés, ao relembrar aquele momento ao povo, enfatiza que Deus fez questão de se manifestar de maneira perceptível aos sentidos humanos, para que não restasse dúvida de que era Ele quem falava e agia: “desde os céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo” (Dt 4.36).
Da mesma forma, no Pentecostes, o Espírito Santo não desceu de maneira silenciosa ou discreta. Pelo contrário, Deus escolheu se manifestar com sinais visíveis e audíveis, para que os discípulos e todos os presentes entendessem que aquilo vinha diretamente dos céus. O som semelhante a um vento impetuoso aponta para o sopro da vida e o mover poderoso do Espírito, enquanto as línguas como de fogo representam purificação, poder e a presença ativa de Deus entre os homens. É importante compreender que esses elementos simbólicos não foram fruto do acaso, mas carregam significados espirituais profundos, alinhados com a forma como Deus sempre se revelou ao seu povo.
Ao longo da Bíblia, o fogo é frequentemente associado à presença divina. Por exemplo, Deus apareceu a Moisés em uma sarça que ardia em fogo, mas não se consumia (Êx 3.2), demonstrando sua santidade e sua capacidade de agir sobrenaturalmente sem depender dos elementos naturais.
O vento, por sua vez, também é símbolo do Espírito de Deus, como quando Ezequiel profetizou ao vento, e os ossos secos receberam vida (Ez 37.9-10). Portanto, os sinais do Pentecostes são continuidade das manifestações divinas que ocorreram no Antigo Testamento, agora inaugurando uma nova etapa no relacionamento de Deus com a humanidade: a era da Igreja, capacitada pelo Espírito Santo.
Fica evidente, então, que a natureza do derramamento do Espírito é totalmente divina. O Espírito não vem da vontade humana nem de rituais, mas da soberania de Deus, que cumpriu Sua promessa no tempo certo. Esse entendimento evita confundir a obra sobrenatural de Deus com movimentos emocionais ou artificiais. Assim como Deus se revelou no Sinai para firmar aliança com Israel, no Pentecostes Ele se manifestou gloriosamente para confirmar o nascimento da Igreja, concedendo-lhe poder, autoridade e direção espiritual.
2. Um evento paralelo ao Sinai.
Assim como no Sinai, onde a presença de Deus se tornou real, como uma das experiências mais marcantes na história do antigo povo de Deus, de uma forma muito mais gloriosa e profunda, o Pentecostes marcou o Encontro do Espírito de Deus com a Igreja. Pentecostes, portanto, é a experiência do Espírito Santo. Lá no Sinai, a letra da Lei foi escrita em tábuas de pedras (Dt 9.10,11); aqui, no Pentecostes, a Palavra de Deus foi escrita nos corações (Jr 31.33; 2Co 3.3)!
O evento de Pentecostes possui uma conexão direta com o que aconteceu no Monte Sinai. Ambos representam momentos de revelação, transformação e estabelecimento de uma aliança entre Deus e seu povo. No Sinai, Deus se revelou de maneira grandiosa ao povo de Israel, selando com eles uma aliança fundamentada na Lei. Naquela ocasião, o Senhor escreveu sua vontade em tábuas de pedra, entregando os Dez Mandamentos como guia moral e espiritual para a nação de Israel, conforme registrado em Deuteronômio 9.10-11. Aquele foi, sem dúvida, um marco na formação do povo de Deus, que, a partir dali, assumiu um compromisso de viver em obediência aos mandamentos divinos.
No entanto, aquilo que aconteceu no Pentecostes foi muito mais glorioso e espiritual.
No Sinai, Deus escreveu a Lei em pedras; no Pentecostes, Ele a gravou nos corações dos crentes. Jeremias profetizou esse cumprimento: “Esta é a aliança que farei com a casa de Israel… porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração” (Jr 31.33). O apóstolo Paulo também reafirma essa verdade quando ensina que agora somos “carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração” (2Co 3.3).
Essa realidade mostra que o Pentecostes não foi apenas uma experiência sobrenatural isolada, mas sim o cumprimento de uma promessa antiga e um paralelo espiritual do que ocorreu no Sinai.
Se no Antigo Testamento Deus formou uma nação física, no Pentecostes Ele formou um povo espiritual, a Igreja, composta não mais apenas por judeus, mas por todos quantos creem em Jesus Cristo, sejam de qualquer língua, povo ou nação. A manifestação do Espírito Santo naquele dia foi a confirmação de que Deus estava agora habitando não mais em tendas ou templos feitos por mãos humanas, mas no coração de cada crente regenerado.
Além disso, é interessante observar que o próprio contexto do Pentecostes reforça essa conexão. A festa de Pentecostes, originalmente, era uma celebração agrícola e, ao mesmo tempo, uma comemoração da entrega da Lei no Sinai. Isso significa que, no mesmo período em que os judeus recordavam a aliança da Lei, Deus derramou seu Espírito para estabelecer uma nova e superior aliança, não baseada apenas em regras externas, mas em transformação interior, mediante o poder do Espírito Santo.
3. Centrada em Cristo e nos tempos finais.
Na sua pregação no dia de Pentecostes, Pedro deixou claro que esse evento estava totalmente ligado a Jesus. Ele mostrou que o derramamento do Espírito Santo estava diretamente relacionado à morte, ressurreição e ascensão de Cristo (At 2.23,24,32,33). Isso significa que, embora o Pentecostes seja uma manifestação do Espírito Santo, ele também é cristocêntrico, ou seja, tem Cristo como seu centro.
Sem a cruz de Cristo, o Pentecostes perderia seu verdadeiro significado, pois não há Pentecostes sem a cruz. Além disso, Pedro explicou que o Pentecostes foi o cumprimento da profecia de Joel (Jl 2.28), que anunciava que Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a humanidade. Quando Pedro usou a expressão “nos últimos dias” (At 2.17), ele mostrou que esse evento tinha um significado escatológico, ou seja, estava ligado ao plano de Deus para os tempos finais.
O Pentecostes, embora marcado pela poderosa manifestação do Espírito Santo, é um evento centrado em Cristo e carregado de significado escatológico. Na sua pregação, Pedro deixa isso absolutamente evidente ao conectar de forma direta o derramamento do Espírito com a pessoa, obra e exaltação de Jesus. Ele explica que Jesus, entregue conforme o plano e presciência de Deus, morreu, ressuscitou e, exaltado à destra do Pai, recebeu a promessa do Espírito Santo, que derramou sobre os discípulos (At 2.23-24,32-33).
Esse encadeamento dos fatos revela que não existe Pentecostes sem a cruz, sem a ressurreição e sem a ascensão de Cristo. Todo o evento do Pentecostes encontra seu verdadeiro sentido na obra redentora de Jesus. É Ele quem torna possível que o Espírito seja derramado sobre a Igreja.
A presença do Espírito no meio do povo de Deus é, portanto, a evidência de que Jesus está vivo, reina nos céus e conduz a história segundo os propósitos eternos do Pai. Essa compreensão é fundamental, pois impede que o foco se desvie do centro do plano divino, que é Cristo. Toda manifestação espiritual verdadeira deve exaltar a Cristo, porque é por meio dEle que recebemos o Espírito Santo.
Além disso, Pedro também esclarece que o Pentecostes inaugura oficialmente os chamados “últimos dias”. Quando cita a profecia de Joel (Jl 2.28) e afirma que “nos últimos dias” Deus derramaria do seu Espírito, ele não está falando apenas de um avivamento pontual, mas da abertura de um período escatológico na história da humanidade. Esse período compreende desde o Pentecostes até a volta gloriosa de Cristo. Vivemos, portanto, o tempo da graça, no qual o Espírito Santo atua de forma intensa na vida da Igreja, capacitando-a para proclamar o evangelho a todas as nações, preparando assim o mundo para o retorno do Senhor.
II. O PROPÓSITO DO PENTECOSTES BÍBLICO
1. Promover a verdadeira adoração.
As manifestações externas, como o som ou vento e o fogo ocorridas no Pentecostes, prendem nossa atenção. Contudo, não podemos perder de vista o que o Pentecostes produz internamente na vida do crente. Um dos propósitos marcantes do Pentecostes em Jerusalém foi promover a verdadeira adoração: “temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.11). Logo, o Pentecostes que não adora não é bíblico. De fato, quando os gentios experimentaram o Pentecostes, eles também “magnificavam” a Deus (At 10.46). Da mesma forma, o apóstolo Paulo diz que um crente pentecostal, cheio do Espírito, dá “bem as graças” (1Co 14.17). O fogo pentecostal promove o verdadeiro louvor.
O verdadeiro propósito do Pentecostes vai além das manifestações visíveis; ele atua no interior do ser humano, promovendo uma transformação espiritual que conduz à verdadeira adoração. Isso fica evidente quando, após serem cheios do Espírito Santo, os discípulos começaram a falar das grandezas de Deus em diversas línguas, de forma que todos os presentes puderam ouvir e entender (At 2.11). Isso revela que um dos principais frutos do derramamento do Espírito é a exaltação do nome de Deus.
A adoração que nasce de uma vida cheia do Espírito não é fruto de mera emoção ou formalidade religiosa, mas é uma expressão espontânea e sincera de reconhecimento da majestade, do poder e da bondade do Senhor.
O apóstolo Paulo reforça essa mesma verdade ao ensinar sobre a ação do Espírito na vida dos crentes. Ele afirma que aquele que é cheio do Espírito não apenas fala em outras línguas, mas também dá bem as graças, ou seja, expressa gratidão e louvor a Deus de forma inteligível e edificante (1Co 14.17). Isso nos mostra que a presença do Espírito Santo conduz inevitavelmente a uma vida de louvor, gratidão e reverência. O fogo pentecostal, portanto, não se limita a manifestações externas, mas aquece o coração do crente, incendeia sua alma com amor por Deus e o impulsiona a viver uma vida de adoração contínua, não apenas nos cultos, mas em todas as áreas da sua existência.
2. Poder para testemunhar.
O Pentecostes tem uma dimensão escatológica, pois aconteceu “antes de chegar o grande e glorioso Dia do Senhor” (At 2.20). No entanto, essa realidade dos últimos tempos não significa que a Igreja deve ter uma visão escapista, ou seja, desejar fugir do mundo a qualquer custo. O Pentecostes não foi dado para que os crentes se isolassem, mas para que fossem capacitados a testemunhar e viver no mundo até a volta de Cristo. A Igreja deve aguardar com esperança, mas também cumprir sua missão até o fim. Para cumprir essa missão ela necessita de poder para testemunhar (Lc 24.49; At 1.8). De fato, é isso o que acontece depois do Pentecostes (At 4.33).
O período, que se estende desde o Pentecostes até a volta de Cristo, é marcado pela atuação intensa do Espírito Santo no meio da Igreja.
Essa realidade escatológica não visa gerar uma mentalidade escapista, como se os crentes devessem apenas esperar passivamente a volta do Senhor. Pelo contrário, o Pentecostes capacita os discípulos a testemunhar com ousadia, coragem e poder, cumprindo fielmente sua missão.
Jesus foi claro ao preparar os discípulos para esse momento. Antes de subir ao céu, ordenou que permanecessem em Jerusalém até receberem poder do alto (Lc 24.49). Esse poder não era para experiências, mas para serem testemunhas eficazes do que viram e ouviram sobre Cristo. Em Atos 1.8, Ele reforça: “Recebereis a virtude do Espírito Santo… e sereis minhas testemunhas até os confins da terra”. O Pentecostes é, portanto, o poder divino para a Igreja cumprir sua missão de evangelizar até a volta de Jesus.
O impacto desse revestimento de poder ficou evidente imediatamente após o Pentecostes. A Igreja, que até então estava temerosa, passou a pregar com ousadia e autoridade.
Atos 4.33 registra que “os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça”. Isso demonstra que o Pentecostes transformou crentes comuns em testemunhas poderosas, capazes de enfrentar perseguições, resistir às pressões culturais e proclamar as verdades do Reino de Deus com coragem e intrepidez.
Assim, é importante compreender que o Pentecostes não foi um fim em si mesmo, mas um meio para que a missão da Igreja fosse cumprida. A presença do Espírito Santo não serve para promover isolamento espiritual, busca desenfreada por experiências emocionais ou uma vida cristã desconectada da realidade.
Ao contrário, ela existe para capacitar cada crente a ser luz do mundo e sal da terra, cumprindo seu papel até que o Senhor retorne. Enquanto aguardamos o grande e glorioso Dia do Senhor, não podemos nos acomodar nem nos esconder, mas devemos, cheios do Espírito, testemunhar com palavras e ações que Jesus é o Salvador, aquele que morreu, ressuscitou e voltará para buscar sua Igreja.
III. CARACTERÍSTICAS DO PENTECOSTES BÍBLICO
1. Uma experiência específica.
Em Atos dos Apóstolos, o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes é mostrado como o “batismo no Espírito Santo” dos crentes (At 1.5,8). Naquele dia o Senhor Jesus batizou quase 120 pessoas no Espírito Santo (At 1.15; 2.4). Essas pessoas já eram regeneradas, isto é, salvas. Jesus já havia dito que elas já estavam limpas pela Palavra (Jo 15.3); e que seus nomes estavam arrolados nos céus (Lc 10.20). Eram, portanto, crentes. Contudo, Jesus as mandou esperar pela experiência pentecostal, isto é, o batismo no Espírito Santo (At 1.5). O Pentecostes bíblico é, por conseguinte, distinto da salvação. Na verdade, a obra salvífica de Cristo na Cruz proveu a bênção pentecostal (At 2.33).
As quase 120 pessoas que estavam reunidas naquele dia já eram crentes, salvas, discípulos de Jesus, e tinham seus nomes escritos nos céus, como o próprio Cristo havia afirmado (Lc 10.20).
Jesus também declarou que eles já estavam limpos pela Palavra que Ele lhes havia transmitido (Jo 15.3), o que significa que já haviam experimentado a conversão e a regeneração. Mesmo salvos, o Senhor orientou que permanecessem em Jerusalém até receberem do alto o poder prometido pelo Pai: o batismo no Espírito Santo (At 1.5).
Essa instrução demonstra de forma inequívoca que o batismo no Espírito Santo não é o mesmo que a conversão. Trata-se de uma experiência subsequente, concedida por Jesus aos crentes com o propósito de capacitá-los espiritualmente para o serviço e para o testemunho. A própria sequência dos eventos narrados em Atos comprova isso. Eles já eram seguidores de Cristo, já criam no evangelho, mas ainda não haviam recebido o batismo no Espírito. Eles foram cheios do Espírito, falaram em outras línguas e receberam capacitação sobrenatural para o ministério somente após o derramamento no Pentecostes (At 2.4).
2. Uma experiência definida e contínua.
Como resultado do enchimento do Espírito Santo, os crentes “começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). A Escritura é clara em mostrar que a evidência inicial do batismo pentecostal foi os crentes falarem em outras línguas. Não há dúvidas de que outros resultados ou evidências do batismo no Espírito Santo se seguem. Contudo, foi o falar em línguas, não o sentir uma grande alegria ou mesmo um amor afetuoso demonstrado por eles, que deixou os crentes judeus convencidos de que os gentios haviam recebido o batismo no Espírito Santo (At 10.44-46).
O relato bíblico deixa evidente que o batismo no Espírito Santo é, ao mesmo tempo, uma experiência definida e contínua na vida do crente. É definida, pois ocorre em um momento específico, marcado pelo falar em línguas conforme o Espírito concede. E é contínua, pois, após essa experiência, o crente vive sendo cheio do Espírito, fortalecido, renovado e capacitado para servir e andar em comunhão com Deus.
Atos 2.4 deixa claro que, ao serem cheios do Espírito Santo, os crentes começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia. Esse sinal não foi escolha dos discípulos nem algo aleatório, mas uma evidência sobrenatural estabelecida por Deus como marca inicial dessa experiência. O mesmo aconteceu na casa de Cornélio, onde, ao serem batizados no Espírito Santo, também falaram em línguas (At 10.44-46).
3. As línguas e o amor.
A evidência física e inicial ou sinal do batismo no Espírito Santo foi o falar em outras línguas. Não foi uma grande alegria ou um amor afetuoso que evidenciaram o batismo no Espírito Santo. Paulo, por exemplo, disse que “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). O apóstolo escreveu para uma igreja Pentecostal e o amor aparece aqui não como uma evidência de enchimento, mas de crescimento e maturidade em Cristo.
O apóstolo Paulo esclarece que “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). Ele fala da presença do Espírito que habita em todo regenerado, não do batismo no Espírito Santo. É importante entender que todo salvo possui o Espírito Santo habitando em seu coração, como selo da salvação (Ef 1.13-14), mas isso é distinto do batismo no Espírito, que é uma capacitação adicional e específica, sempre acompanhada pela evidência do falar em línguas.
Portanto, é fundamental compreender que as línguas são a evidência inicial, o sinal que marca de forma clara e pública que o crente foi revestido de poder do alto. O amor, por sua vez, é o selo do crescimento espiritual, da santificação e do desenvolvimento do caráter cristão. Ambos são fundamentais, mas ocupam lugares distintos na vida do crente.
Uma experiência pentecostal que se limita ao falar em línguas, mas que não gera frutos como amor, domínio próprio, bondade e misericórdia, revela imaturidade espiritual. Quem busca amor, ética e virtudes, mas rejeita o batismo no Espírito com línguas, ignora uma das grandes promessas de Cristo para a Igreja. O verdadeiro pentecostal valoriza tanto o sinal das línguas quanto o fruto do Espírito, especialmente o amor, marca dos discípulos de Jesus.
CONCLUSÃO
Como vimos, o Pentecostes marcou o início da era da Igreja. Jesus, agora glorificado, batizou os crentes no Espírito Santo (At 2.4), e o Espírito Santo os inseriu no Corpo de Cristo, que é a Igreja (1Co 12.13), cujo nascedouro foi no Pentecostes. Esse evento é essencial porque mostrou que Deus deseja uma Igreja capacitada para cumprir sua missão que é pregar o Evangelho ao mundo, tanto por palavras quanto por ações. No entanto, essa missão só pode ser realizada com êxito pelo poder do Espírito Santo.