Conhecer a Palavra

Subsidio Lição 05 – A verdade que liberta

Subsidio Lição 5 : A verdade que liberta | EBD Adulto CPAD | 2º Trimestre 2025

Subsidio Lição 5 : A verdade que liberta | EBD Adulto CPAD | 2º Trimestre 2025 |Comentarista Pastor Elianai Cabral

 

TEXTO ÁUREO

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”  (Jo 8.32)

VERDADE PRÁTICA

O Verbo Divino representa a Verdade que se manifesta na história para libertar o pecador.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 7.16-18, 37,38; 8.31-36

 

INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus simboliza a verdade que é apresentada no Evangelho de João. Neste estudo, iremos explorar a manifestação do Senhor como a Verdade em Jerusalém, a resistência dos escribas e fariseus a essa verdade e, por fim, o poder da verdade que oferece liberdade ao pecador. Compreender Jesus como a verdade encarnada de Deus está ligado à verdadeira vida e liberdade em Cristo.

PALAVRA-CHAVE

LIBERDADE

I – JESUS, A VERDADE EM JERUSALÉM

1. Da Galileia para Jerusalém.

O capítulo 7 do Evangelho de João revela que Jesus estava na Galileia e não se dirigia a Jerusalém, pois os judeus planejavam matá-lo (Jo 7.1). Apesar dos conselhos dos seus irmãos para que subisse a Jerusalém, Jesus tinha plena consciência de que não era sob a influência deles que Ele iria a cidade santa, mas sob a orientação do Pai (Jo 7.5,6).

Assim, em obediência ao Pai em todas as situações (Jo 5.19,20; 6.38; 8.29), Jesus subiu discretamente a Jerusalém durante a Festa dos Tabernáculos (Jo 7.10,14). Ao afirmar que o seu “tempo” ainda não havia chegado, Jesus referia-se ao momento em que se entregaria aos seus inimigos e seria crucificado, morto e sepultado para cumprir a justiça divina: “Eis que vamos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, e condená-lo-ão à morte” (Mt 20.18; Jo 8.20).

Embora muitos à sua volta tentassem influenciá-lo, Jesus nunca se deixou guiar por pressões humanas. No capítulo 7 do Evangelho de João, observamos que Ele permaneceu na Galileia enquanto os judeus tramavam sua morte. Mesmo diante dos conselhos insistentes de seus próprios irmãos, que o exortavam a ir a Jerusalém para manifestar publicamente suas obras, Jesus manteve-se firme em seguir apenas a orientação do Pai. Isso demonstra que a missão de Cristo não se baseava em agradar aos homens, mas em obedecer plenamente à vontade divina (Jo 5.19-20). Assim como Ele mesmo declarou: “Porque desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6.38).

A obediência de Jesus era absoluta e constante. Ele sabia que o seu tempo, o momento exato determinado por Deus para a sua entrega, ainda não havia chegado.

Essa consciência se revela quando Ele afirma que o seu “tempo” ainda estava por vir (Jo 7.6). Jesus compreendia que a sua trajetória era conduzida pelo Pai, e que cada etapa, incluindo sua ida a Jerusalém e sua morte sacrificial, deveria ocorrer no tempo certo. A decisão de subir discretamente à Festa dos Tabernáculos foi um ato de sabedoria e submissão, pois Ele não buscava glória pessoal nem cedia à expectativa popular, mas cumpria a agenda divina.

Durante a festa, Jesus ensinou no templo, revelando com autoridade a mensagem do Reino, apesar da ameaça constante de morte (Jo 7.14). Sua coragem não vinha da busca por reconhecimento humano, mas da plena convicção de que estava realizando a obra do Pai (Jo 8.29). O Senhor não se antecipava nem retardava em cumprir o propósito que o levaria à cruz, como também afirmado em Mateus 20.18, onde Ele anuncia claramente aos discípulos que seria entregue às autoridades religiosas para ser condenado à morte.

Dessa maneira, a postura de Jesus nos ensina que, na caminhada cristã, a obediência à vontade de Deus deve prevalecer sobre qualquer pressão externa. Seguir o Senhor exige discernimento para entender o tempo de Deus e coragem para caminhar na direção que Ele aponta, mesmo que isso contrarie as expectativas humanas.

2. A verdade na Festa dos Tabernáculos.

Nos versículos 10 a 13, Jesus evitou o assédio do povo até que, durante a festa, subiu ao Templo e começou a ensinar (Jo 7.14). Ele estava ciente de que havia uma divisão de opiniões sobre Ele entre as pessoas. Por isso, afirmou: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7.16). Muitos acreditavam que Jesus era um grande profeta, mas não o Messias. No entanto, quem se encontrava ali diante deles era o Verbo encarnado de Deus. Ele era realmente o Filho de Deus e tudo o que ensinava continha a única verdade que o mundo desconhecia. Apenas o Filho de Deus poderia declarar: “Eu sou a verdade” (Jo 14.6).

Durante a Festa dos Tabernáculos, Jesus demonstrou sabedoria ao agir com discrição, evitando inicialmente o assédio popular e a oposição aberta dos líderes religiosos. No entanto, no momento certo, Ele subiu ao templo e começou a ensinar, revelando sua verdadeira missão. A coragem de Jesus em se apresentar publicamente em meio a um ambiente hostil demonstra a firmeza de quem está plenamente alinhado com a vontade de Deus. Seu ensino gerou grande admiração, mas também divisão entre as pessoas, pois muitos reconheciam sua autoridade e sabedoria, enquanto outros questionavam sua identidade. Sabendo disso, Jesus declarou: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7.16), deixando claro que seu ensino vinha diretamente do Pai e não de si mesmo.

Essa afirmação é extremamente importante, pois revela que Jesus não buscava projetar uma nova filosofia humana, mas transmitir a vontade eterna de Deus.

Muitos ali o viam apenas como um grande profeta, uma figura inspiradora semelhante aos antigos homens de Deus. No entanto, o que eles não conseguiam compreender era que diante deles estava o próprio Verbo feito carne, como o Evangelho já havia revelado: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). Por isso, suas palavras tinham um peso que nenhuma palavra humana poderia ter. Ele não apenas ensinava a verdade; Ele era a própria Verdade encarnada, como afirmaria posteriormente: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14.6).

O grande problema daquela geração, assim como do nosso tempo, é que muitos querem receber ensinos que agradem ao coração humano, mas rejeitam a verdade que confronta e transforma. A doutrina de Jesus não se molda às vontades humanas, mas exige arrependimento, fé e obediência. Aqueles que estavam dispostos a fazer a vontade de Deus reconheceriam a autoridade divina nas palavras de Cristo (Jo 7.17). Portanto, ensinar a verdade nunca foi uma tarefa para agradar a todos, mas um chamado para revelar o plano de Deus para a salvação do homem.

Aprendemos com Jesus que não podemos negociar a verdade para ganhar aprovação. Como Ele, devemos falar e viver a Palavra de Deus com coragem, sabendo que, mesmo em meio a divisões e críticas, a verdade é imutável. E somente quem se rende à verdade encontra a vida eterna.

3. Vivendo na verdade.

Os versículos 16 a 19 referem-se à doutrina que Jesus transmitia. Esta doutrina provinha do Pai, e para cumprir a sua vontade era necessário entender a verdade revelada pelo Pai em Cristo (v.17). O Senhor Jesus é a Verdade, a mesma verdade que se manifestou em Jerusalém, que esteve presente na Festa dos Tabernáculos e que, através do Espírito Santo, se faz presente entre nós hoje. Por isso, Ele nos convoca não só a conhecer, mas também a viver essa verdade.

Viver na verdade significa mais do que apenas conhecer os ensinamentos de Cristo; é uma chamada para alinhar toda a vida à vontade do Pai, assim como Jesus ensinou. Nos versículos 16 a 19 do capítulo 7 de João, fica claro que a doutrina de Jesus não era fruto de suas próprias ideias humanas, mas vinha diretamente de Deus. Ele afirmou que quem quisesse realmente fazer a vontade de Deus saberia discernir que seu ensino era divino (Jo 7.17). Isso mostra que a compreensão da verdade espiritual não depende apenas da inteligência ou do estudo, mas de um coração disposto a obedecer ao Senhor.

Muitos na época de Jesus se admiravam de sua sabedoria e procuravam explicações humanas para aquilo que viam e ouviam, mas falhavam em reconhecer a origem divina de suas palavras.

Essa mesma dificuldade persiste em nossos dias: muitos estudam a Bíblia, frequentam cultos e até admiram a figura de Jesus, mas poucos se rendem verdadeiramente para viver segundo aquilo que Ele ensinou. A vida cristã autêntica exige mais do que saber; exige compromisso, obediência e transformação. Jesus mesmo advertiu que “nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21).

Viver na verdade, portanto, é ser moldado por ela em cada decisão, atitude e pensamento. É rejeitar a mentira, a hipocrisia e as obras das trevas, como ensina o apóstolo Paulo: “Por isso, deixando a mentira, falai a verdade cada um com o seu próximo” (Ef 4.25). O compromisso com a verdade começa no íntimo do coração e se reflete nas ações diárias, no tratamento com o próximo, na fidelidade a Deus e na postura diante do mundo.

A verdade de Cristo, revelada pelo Espírito Santo, é viva e eficaz, transformando aqueles que se entregam a ela. Ela não muda conforme as épocas ou culturas, pois é eterna, assim como o próprio Senhor. Por isso, Ele nos chama a ser não apenas ouvintes da verdade, mas praticantes dela (Tg 1.22). Quando vivemos na verdade, glorificamos a Deus e demonstramos ao mundo que pertencemos a Cristo. Essa é a vida que o Senhor deseja de cada um de nós: uma vida firmada, alimentada e guiada pela verdade eterna que vem de Deus.

II – JESUS, A VERDADE DIANTE DOS ESCRIBAS E FARISEUS

1. A verdade no episódio da mulher adúltera.

No capítulo 8 do Evangelho de João, a Verdade, representada pelo Senhor Jesus, é posta à prova pelos líderes judeus. Enquanto Ele ensinava uma multidão ansiosa por mais milagres no pátio do Templo, os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério para ser julgada publicamente (Jo 8.3-5). De acordo com a Lei, a mulher deveria ser apedrejada e, por isso, questionaram Jesus sobre o caso, acusando-o de contrariar a Lei. O nosso Senhor respondeu: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (Jo 8.7). Ninguém teve coragem de lançar uma pedra contra aquela mulher. A verdade que Cristo nos traz revela a consciência das nossas faltas. Assim, quando somos impactados por essa verdade, encontramos libertação dos nossos pecados.

No episódio da mulher apanhada em adultério, a sabedoria e a verdade do Senhor Jesus foram desafiadas pelos líderes religiosos. Eles esperavam usar a situação para acusá-lo, colocando-o diante de um aparente dilema entre a misericórdia e a justiça da Lei. No entanto, a resposta de Jesus revelou a profundidade da verdade divina que não se limita a juízos exteriores, mas alcança o coração do ser humano. Ao afirmar: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (Jo 8.7), Jesus expôs a hipocrisia daqueles que se julgavam justos, mas que carregavam pecados ocultos. Diante desta palavra, um a um, desde os mais velhos até os mais jovens, todos se retiraram, conscientes de sua própria condição pecaminosa.

Este episódio ensina que a verdade de Deus não apenas revela o pecado, mas também oferece caminho para a restauração.

Jesus, ao permanecer sozinho com a mulher, não a condenou, mas lhe deu uma nova oportunidade ao dizer: “Nem eu também te condeno; vai-te e não peques mais” (Jo 8.11). A verdade não nega a gravidade do pecado, mas também não elimina a graça disponível para aquele que se arrepende. Assim como Ele demonstrou naquele momento, o Senhor é cheio de graça e verdade (Jo 1.14), equilibrando perfeitamente justiça e misericórdia.

Essa lição é essencial para a nossa prática cristã. Muitas vezes, o ser humano é rápido em apontar o erro dos outros, mas lento para reconhecer as próprias falhas. Jesus nos ensina que é necessário olhar primeiro para dentro de nós mesmos antes de julgarmos os outros (Mt 7.3-5). A verdade que Ele proclama confronta nosso orgulho e nos convida à humildade, à compaixão e ao arrependimento sincero.

Além disso, é importante lembrar que a verdade do Evangelho não tem como objetivo humilhar ou destruir, mas libertar. Como o próprio Jesus declarou: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Quando reconhecemos nossos pecados e nos voltamos para Cristo, encontramos não condenação, mas perdão e transformação. Assim, ao viver segundo a verdade de Cristo, somos chamados a agir com justiça, mas também a demonstrar a mesma misericórdia que recebemos.

2. Jesus, a Verdade revelada.

O episódio da mulher apanhada em adultério ilustra a resistência dos escribas e fariseus em aceitar a verdade que Jesus representa. Isso nos permite concluir que, independentemente do grau de resistência que o ser humano possa manifestar, nada consegue obstruir a verdade de Jesus. Não é por acaso que Ele próprio declarou: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e A VERDADE, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6 – grifo nosso). Esta verdade não é apenas genérica; é uma verdade encarnada. Também não se trata de um caminho qualquer, mas sim do único caminho para alcançar Deus. O nosso Senhor é a Verdade única de que todos precisamos.

A resistência dos escribas e fariseus diante da verdade revelada em Jesus mostra como o coração humano pode se fechar mesmo diante da luz mais clara. Eles viam as obras, ouviam os ensinamentos, mas recusavam-se a aceitar que diante deles estava o Filho de Deus, a própria Verdade encarnada. No entanto, sua rejeição não diminuiu em nada a realidade de quem Jesus era e continua sendo. Quando o Senhor afirmou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6), Ele deixou claro que a verdade não é uma filosofia, nem uma ideia abstrata, mas uma pessoa real: Ele mesmo. Portanto, qualquer tentativa humana de ignorar ou combater essa verdade é em vão, pois ela é imutável e eterna.

A verdade revelada em Jesus é o único meio pelo qual podemos nos reconciliar com Deus. Não existem atalhos, alternativas ou meios próprios de salvação.

A Palavra de Deus reforça essa realidade quando afirma: “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Tm 2.5). Dessa forma, é impossível construir um relacionamento com Deus sem passar pelo conhecimento e aceitação da verdade que Jesus manifesta.

Através da sua vida, morte e ressurreição, Jesus revelou plenamente o caráter santo e amoroso do Pai. Suas ações confirmavam suas palavras, e suas palavras revelavam a vontade divina. O apóstolo João ainda declara que “a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17), mostrando que tudo o que Deus deseja comunicar à humanidade, Ele o fez de maneira completa em seu Filho.

Assim, rejeitar a verdade de Jesus é, na prática, rejeitar a possibilidade de salvação. O próprio Senhor advertiu que quem rejeita o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus (Jo 3.36). Essa é uma realidade séria que deve ser transmitida com amor, mas também com firmeza. É necessário compreender que, apesar da resistência humana, a verdade de Jesus permanece inalterável, pronta para transformar todos aqueles que a recebem com fé sincera. Portanto, ao ensinar sobre a verdade revelada em Cristo, devemos chamar as pessoas a se renderem completamente a Ele, pois só nEle há vida eterna e comunhão verdadeira com o Pai.

3. A Verdade que o mundo precisa conhecer.

Muitas pessoas procuram a verdade na filosofia através de um conjunto ético que guie as suas vidas. Outras examinam essa verdade na lógica, utilizando a ciência como forma de compreender o mundo. Há ainda quem busque a verdade no esoterismo. A realidade é que o mundo carece do entendimento da Verdade única, que se manifesta como uma realidade divina, plena em Deus, que se separa deste mundo enquanto mantém uma relação com os seus habitantes (Cl 2.9,10). Isso só pode ser alcançado por meio de uma conexão viva com a Pessoa bendita de Jesus, o nosso Salvador.

A busca pela verdade é uma marca da humanidade. Desde os tempos antigos, filósofos tentaram definir princípios éticos e caminhos que levassem a uma vida plena. Com o avanço da ciência, muitos passaram a enxergar na razão e na lógica a solução para os dilemas humanos. Outros, insatisfeitos com respostas racionais, voltaram-se para práticas esotéricas em busca de experiências transcendentes. No entanto, apesar de toda essa busca, o vazio continua, pois nenhuma dessas tentativas é capaz de preencher a necessidade espiritual do ser humano. A verdadeira Verdade que o mundo tanto procura é uma pessoa, e essa pessoa é Jesus Cristo. Como a Palavra nos ensina: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo o principado e potestade” (Cl 2.9,10).

A Verdade que emana de Jesus não é uma teoria fria nem um conceito abstrato, mas uma realidade viva e pessoal que transforma o ser humano de dentro para fora.

Ele mesmo declarou que conhecer a verdade traz libertação: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Essa liberdade não é apenas política ou emocional, mas uma libertação do domínio do pecado e da morte. A ligação com a Pessoa bendita de Cristo é o único meio de alcançar a plenitude que tanto se busca em fontes humanas falhas.

Diferente das filosofias e ciências que mudam com o tempo, a verdade de Cristo é eterna, imutável e completa. Em um mundo cheio de incertezas, onde cada vez mais as pessoas questionam a existência de uma verdade absoluta, nós, como servos de Deus, temos a responsabilidade de anunciar que a verdade existe e se revelou em Jesus. A Palavra nos diz que Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13.8), e isso nos dá segurança para afirmar que somente nEle encontramos respostas para as grandes perguntas da vida.

Portanto, a necessidade mais urgente da humanidade não é apenas de mais conhecimento humano, mas de uma conexão real e pessoal com Jesus, o Salvador. Ele é a Verdade que dá sentido à existência e que conduz o homem perdido de volta ao Pai. Conhecê-Lo é não apenas entender a verdade, mas viver nela, desfrutando da vida eterna que Deus preparou para aqueles que creem.

III – JESUS, A VERDADE QUE LIBERTA O PECADOR

1. A verdade que liberta.

A passagem de João 8.31-38 está intimamente relacionada com o relato da mulher adúltera. Assim, a vida do pecador que se arrepende estará garantida se realmente permanecer em Jesus (Jo 8.31). Dessa maneira, o pecador alcançará o conhecimento da verdade e, por meio dela, será libertado da servidão do pecado (vv.34,36). Portanto, o encontro com a Verdade que é Cristo rompe todas as correntes do pecado. O Senhor Jesus Cristo é aquEle que proporciona verdadeira libertação à vida do pecador.

A verdadeira libertação não é simplesmente uma mudança de comportamento ou uma tentativa de viver melhor pelas próprias forças. O ser humano, por si só, não consegue se libertar das amarras do pecado, pois está espiritualmente morto e escravizado (Ef 2.1-2). A passagem de João 8.31-38 deixa claro que somente uma ligação genuína com Cristo é capaz de transformar essa realidade. Jesus disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32). Permanecer em Jesus é mais do que um reconhecimento superficial de Sua existência; é uma entrega total da vida, uma caminhada diária de obediência e fé.

Ao expor a condição espiritual dos seus ouvintes, Jesus revelou que todos os que cometem pecado são escravos do pecado (Jo 8.34). Esta escravidão não é apenas um conceito moral, mas uma realidade espiritual profunda. O pecado aprisiona a mente, o coração e a vontade do ser humano, impedindo-o de se relacionar com Deus. No entanto, Cristo veio exatamente para romper essas correntes. Ele é o Filho que tem autoridade para libertar de maneira completa e definitiva: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36).

A libertação que Cristo oferece não se limita à remoção da culpa; ela atinge todas as áreas da vida, proporcionando ao pecador arrependido uma nova identidade em Deus.

A Palavra também nos mostra que, uma vez libertos, devemos viver como filhos e não mais como escravos. Paulo nos exorta: “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 5.1). Permanecer na Palavra de Cristo é essencial para não retroceder à antiga escravidão.

Dessa forma, entendemos que a verdadeira liberdade não está na autonomia humana nem em filosofias que prometem autossuficiência, mas no relacionamento íntimo e contínuo com Jesus. A Verdade que liberta é viva, poderosa e eficaz. Quem se encontra com Cristo e permanece nEle é livre não apenas das consequências do pecado, mas também do domínio que o pecado exercia sobre sua vida. A verdadeira liberdade está em conhecer, crer e obedecer à Verdade, que é Jesus.

2. O que é a verdade?

No Evangelho de João, fica evidente que a “verdade” referida não se relaciona com a verdade filosófica, ou seja, com os conceitos de verdade debatidos nas obras de filosofia. A verdade mencionada em João é aquela que liberta o ser humano do domínio do pecado, manifestada e revelada na figura de Jesus (Jo 14.6). Essa verdade proporciona libertação, restauração e uma nova vida para aqueles que se aproximam dEle. Em Jesus, alcançamos a verdadeira liberdade.

No contexto do Evangelho de João, a verdade não se limita a uma simples ideia ou conceito teórico, como frequentemente ocorre na filosofia humana. Ela se encarna na pessoa do Senhor Jesus Cristo, que afirma de maneira inequívoca: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Essa declaração evidencia que a verdade, conforme ensinada nas Escrituras, é uma realidade viva e dinâmica. Ela não pode ser reduzida a teorias, debates ou raciocínios humanos, pois transcende todo entendimento meramente intelectual. A verdade é o próprio Cristo, o Verbo eterno que se fez carne para nos revelar o Pai (Jo 1.14).

Diferente das verdades humanas, sujeitas a interpretações, mudanças culturais e interesses pessoais, a Verdade que é Jesus é imutável e absoluta.

Essa Verdade revela a condição real do ser humano: perdido, escravizado pelo pecado e incapaz de, por si mesmo, alcançar a salvação. Porém, essa mesma Verdade aponta o caminho para a libertação, trazendo restauração àquele que crê. Jesus, sendo a Verdade, não apenas informa, mas transforma. Ele oferece uma nova vida àqueles que, reconhecendo sua condição pecaminosa, se voltam para Ele em arrependimento e fé.

Essa nova vida não é superficial, mas profunda e abrangente, pois Jesus liberta o ser humano do domínio do pecado e o conduz a um relacionamento real com Deus. É nesse relacionamento que experimentamos a liberdade verdadeira: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Essa liberdade, portanto, não é apenas política ou social, mas principalmente espiritual. Trata-se da liberdade de viver para Deus, de obedecer à Sua Palavra e de desfrutar da comunhão com Ele.

Em Jesus encontramos a verdade que o mundo tanto procura, mas não consegue encontrar em suas filosofias, religiões ou avanços científicos. A verdadeira liberdade, a verdadeira restauração e a verdadeira vida abundante estão em Cristo. Assim, o conhecimento da Verdade é, na realidade, um convite ao discipulado genuíno, onde a nossa vida é continuamente moldada pela graça e pela verdade que vieram por meio de Jesus Cristo (Jo 1.17).

3. Verdadeiramente livres.

As Escrituras Sagradas revelam a verdadeira natureza do ser humano distante de Deus: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Desta forma, a Bíblia mostra que toda a humanidade está cativa pelo pecado e sob o poder do Inimigo. Assim, aqueles que verdadeiramente são livres estão inclinados às coisas do Espírito; Satanás não consegue exercer influência sobre eles; o poder de Deus, por meio da ação do Espírito Santo, revela-se gloriosamente em nosso caráter (2 Co 5.17; Ef 2.1-7). A verdadeira liberdade em Cristo está ligada à nossa semelhança com Ele enquanto ainda vivemos neste mundo.

A Palavra de Deus nos mostra que a verdadeira condição do ser humano é marcada pela escravidão do pecado. Desde a entrada do pecado no mundo por meio de Adão (Rm 5.12), todos os homens nasceram separados de Deus, vivendo sob a influência do maligno e dominados por desejos contrários à vontade divina. Essa escravidão, porém, não é visível aos olhos naturais, mas seus efeitos são evidentes nas atitudes, pensamentos e inclinações humanas. Assim, a liberdade que muitos pensam possuir não passa de uma ilusão, pois sem Cristo ninguém é verdadeiramente livre.

Contudo, a mensagem do Evangelho é clara: Jesus veio para libertar os cativos e restaurar a comunhão entre Deus e o homem (Lc 4.18). Essa libertação não consiste apenas em livrar-nos da culpa do pecado, mas também em romper o domínio que o pecado exerce sobre o nosso viver diário. Quando alguém se rende a Cristo, experimenta um novo nascimento espiritual, tornando-se uma nova criatura, como afirma o apóstolo Paulo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17).

Essa nova vida traz uma transformação real. O Espírito Santo passa a habitar no crente, fortalecendo-o para vencer as obras da carne e produzir o fruto do Espírito (Gl 5.22-23).

Dessa maneira, o verdadeiro liberto não é aquele que age segundo seus próprios desejos, mas aquele que se submete à direção do Espírito de Deus. Ele se inclina para as coisas do alto e não para as paixões mundanas, demonstrando em seu caráter a evidência da presença de Cristo.

Portanto, ser verdadeiramente livre é viver de modo que Satanás já não exerça domínio sobre a nossa mente e nossas ações. É experimentar diariamente o poder de Deus, que não apenas nos salvou, mas também nos capacita a viver em santidade e comunhão com Ele. Como está escrito: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” (Ef 2.1).

CONCLUSÃO

A verdadeira liberdade só pode ser encontrada em Cristo. Portanto, aqueles que conhecem a Cristo e se mantêm na sua verdade não estão mais aprisionados pelo domínio do pecado ou de Satanás. A verdade de Cristo proporciona uma autêntica liberdade dentro de nós. Por isso, é urgente que o mundo venha a conhecer a Cristo. Não existe solução para o mundo sem levar em conta a mensagem e a obra do Senhor Jesus.

Um comentário

  1. Roberto

    Muito bom vc que o Senhor Jesus continue te abençoando grandemente

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *