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Explicação sobre o Feminismo

explicação sobre feminismo

Nesse artigo apresentaremos uma breve explicação sobre o feminismo.

O movimento feminista, em sua diversidade, defende a ideia de que existe uma desigualdade social e econômica entre homens e mulheres.

Sendo assim, torna-se imprescindível desfazer essa desvantagem por meio de políticas públicas ou ações diretas e afirmativas. Ao longo dos anos, o feminismo se desenvolveu como um movimento social e político, adquirindo características específicas em diferentes etapas. Portanto, podemos resumir o movimento em três ondas e quatro fases.

 

Primeira Fase: Protofeminismo e suas Propostas Inovadoras

O período inicial do movimento feminista é denominado protofeminismo, marcando o início das reivindicações feministas no âmbito social. Apesar disso, durante esse tempo, relatos indicam que não houve militância quanto ao direito ao trabalho remunerado, o que efetivamente caracteriza a nomenclatura de protofeminismo. Além disso, a pauta do protofeminismo incluía a ideia de oposição à monogamia e ao casamento, bem como o entendimento da necessidade de defender a liberdade sexual das mulheres. Isso mostra que mesmo nessa fase inicial, já estavam presentes os principais pontos que o feminismo moderno defende. As feministas posteriores se basearam nas ideias do protofeminismo para fundamentar suas próprias lutas pela igualdade de gênero.

Segunda Fase: A Primeira Onda do Feminismo e a Busca por Direitos

A primeira onda do feminismo surgiu no século XVIII, com a escrita de “Uma Reivindicação dos Direitos da Mulher” por Mary Wollstonecraft, seguido, um ano depois, pela publicação de “Sobre a Igualdade dos Sexos” por Judith Sargent Murray, que reforçou as ideias de Wollstonecraft. Em 1848, cerca de cem pessoas se reuniram na convenção de Seneca Falls, Nova Iorque, para ratificar a Declaração dos Sentimentos, cujo propósito era defender os direitos naturais básicos das mulheres.

Nessa declaração, as autoras expressaram suas reclamações sobre as restrições impostas às mulheres na sociedade, como a falta de oportunidades para obter empregos melhores e a injustiça nos pagamentos por seu trabalho. Elas identificaram a exclusão das mulheres de profissões importantes e o impedimento de acesso às universidades. Além disso, denunciaram o duplo padrão de moralidade que punia severamente as mulheres por crimes sexuais, enquanto os homens escapavam das mesmas punições. Esse período histórico marcou o início das lutas feministas pela igualdade de gênero e pela ampliação dos direitos das mulheres na sociedade.

Terceira Fase: A Segunda Onda do Feminismo e as Transformações Sociais

A segunda onda do feminismo, surgida na primeira metade do século XX, apresentou um caráter mais ideológico, fundamentado em uma base filosófica existencialista. Nessa fase, as feministas buscaram uma nova visão do conceito de feminilidade, desafiando os padrões sociais relacionados à família, ao casamento e à maternidade. Simone de Beauvoir, Betty Friedan e Kate Millett foram figuras proeminentes nessa onda, defendendo a desconstrução familiar e social, a legalização do divórcio, o aborto e até o sexo casual.

Simone de Beauvoir, uma das principais influenciadoras da segunda onda, defendeu ideias polêmicas sobre a sexualidade e o consentimento. Ela acreditava que crianças de apenas onze anos já poderiam consentir sexualmente, mesmo antes de atingirem a puberdade. Beauvoir e seu parceiro, Sartre, estavam associados à Frente de Liberação de Pedófilos, o que gerou controvérsia em relação às suas crenças e ações. Além disso, ela cunhou a frase marcante: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, enfatizando a visão de que o gênero é uma construção social moldada pela civilização, não determinada apenas por fatores biológicos.

Betty Friedan, jornalista americana, publicou “A Mística Feminina” nos anos 1960, com o objetivo de tornar os conceitos filosóficos de Simone de Beauvoir mais acessíveis às mulheres modernas. Friedan criticou a visão da época que limitava as mulheres a buscarem satisfação apenas como esposas e mães, considerando isso um equívoco. Ela defendeu que as mulheres deveriam buscar autorrealização por meio de atividades criativas e independentes. Assim como Beauvoir, Friedan acreditava que a libertação feminina exigiria mudanças profundas na estrutura social, permitindo que as mulheres tivessem controle sobre suas próprias vidas e decidissem seus destinos.

Quarta Fase: A Terceira Onda do Feminismo e a Teoria Queer

A terceira onda do feminismo teve início na década de 1980, e se destacou por ser ainda mais ideológica do que a segunda. Defendendo pautas como o aborto, a ideologia de gênero, os direitos dos homossexuais e transsexuais, essa onda questionou a concepção tradicional de gênero, sugerindo que o mesmo é definido pela vontade individual, não por fatores biológicos. Além disso, visava eliminar os princípios fundamentais do cristianismo na cultura e na sociedade.

Uma figura proeminente da terceira onda foi Judith Butler, filósofa americana, que se destacou por suas contribuições na igualdade de gênero, identidade e poder. Concordando com as ideias de Simone de Beauvoir, Butler expandiu essas concepções ao argumentar que o feminismo tradicional ignorava implicações mais amplas relacionadas aos estereótipos de gênero. Butler sustentou que tanto gênero quanto sexualidade não podem ser determinados biologicamente, mas sim são construídos socialmente.

Para ela, o gênero não é uma realidade inata, mas sim uma construção moldada pela sociedade. Ela foi além das perspectivas tradicionais do feminismo, defendendo a subversão deliberada de comportamentos e questionando os atos de gênero convencionais. Introduzindo o conceito de performatividade de gênero, argumentou que nascer homem ou mulher não determina o comportamento, mas sim a maneira como cada indivíduo se apresenta na sociedade.

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