Conhecer a Palavra

Subsidio Lição 04 EBD : Quando a criatura vale mais que o criador

Subsidio Lição 04

Subsidio Lição 04 EBD 3º Trimestre 2023

Tema: Quando a criatura vale mais que o criador

TEXTO ÁUREO

“Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!” (Rm 1.25)

VERDADE PRÁTICA

A exaltação da criatura acima do Criador é a usurpação da glória divina pela mentira e vaidade humana

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 1.18-25

A lição desta semana explora a impiedade e a autossuficiência humana como formas de rebelião contra a soberania de Deus. Com o surgimento do Renascentismo, um movimento intelectual que ocorreu na Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, diversas teorias surgiram com o objetivo de questionar racionalmente a visão teocêntrica de um Deus criador.

Dentre as ideias humanistas destacadas nesta lição, temos o iluminismo e a pós-modernidade. Além disso, o pensamento moderno buscava desmantelar o conhecimento teológico como a autoridade suprema e detentora da verdade absoluta. Além disso, os iluministas consideravam a religião como uma interpretação falha da verdade. Por outro lado, os pensadores modernos defendiam a razão e a ciência como conhecimentos suficientes para compreender todas as coisas.

INTRODUÇÃO

A soberba e a insensatez do homem ímpio o mantêm afastado da verdade de Deus. Com o advento da revolução do pensamento, o ser criado passou a priorizar cada vez mais a criatura em autoidolatria, o coração perverso e a escolha pelos prazeres da carne colocaram a raça humana em inimizade contra Deus (2 Tm 3.4). A lição de hoje é um alerta acerca do que ocorre quando Deus deixa de ser a medida de todas as coisas (Rm 1.18).

Romanos 1:18 apresenta um alerta poderoso para todos nós. O versículo diz: “Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça”.

O alerta presente nesse versículo é sobre as consequências da rejeição da verdade e da prática da injustiça. Ele nos mostra que a ira de Deus é revelada contra a impiedade e a injustiça dos seres humanos. Ao rejeitar conscientemente a verdade de Deus e viver em oposição aos Seus princípios de retidão e justiça, os seres humanos se expõem à Sua ira.

Portanto, esse alerta nos lembra da importância de buscar a verdade de Deus e viver em conformidade com os Seus mandamentos. A rejeição da verdade e a prática da injustiça podem levar a um afastamento de Deus e à experiência de Suas consequências negativas.

Por fim, como resultado, o alerta de Romanos 1:18 nos instiga a refletir sobre nossas escolhas e ações. Além disso, somos incentivados a buscar a verdade e a justiça, e a viver uma vida em conformidade com os princípios divinos. Devemos estar plenamente conscientes das implicações negativas de rejeitar a verdade e praticar a injustiça. Nesse sentido, é importante buscar a reconciliação com Deus e buscar uma vida em harmonia com Seus propósitos.

PALAVRA CHAVE: ANTROPOCENTRISMO

Antropocentrismo é uma visão de mundo que coloca os seres humanos no centro de importância e atenção no universo. Ele enfatiza a superioridade dos seres humanos em relação às outras formas de vida e a ideia de que o mundo existe primariamente para atender às necessidades e desejos humanos.

 

I – O DESPREZO À VERDADE

1- A impiedade e a injustiça.

O termo “impiedade” é a tradução do grego Ele refere-se a decisão do ser humano de viver como se Deus não existisse (Sl 36.1; Jd 1.14,15). Já o vocábulo “injustiça” vem do grego adi­kia e significa “sem retidão”. A palavra carrega a ideia de não ser reto diante de Deus e nem com o próximo (2 Pe 2.15). Ambas as palavras revelam a situaç;ao geral da humanidade não regenerada (Rm 1.18), sua idolatria, o culto a criatura (Rm 1.19-23), a perversidade e a depravação moral (Rm 1.25-32) que expressam a decisão deliberada do homem em des­ prezar a verdade divina (Rm 1.19,20). Essa investida contra o temor a Deus e a relativização do pecado aprisiona e cauteriza a consciência humana (1Tm 4.2). Tais ações provêm da recusa do homem em glorificar o Criador (Rm 1.21).

A impiedade (asebeia) e a injustiça (adikia) são duas características que despertam a ira divina, embora sejam distintas, não podem ser separadas uma da outra. Ambas têm sua origem na recusa de glorificar a Deus como Deus (Romanos 1:20). Asebeia descreve uma transgressão no campo religioso e se manifesta como idolatria, ou seja, adorar a criação em vez do Criador (Romanos 1:19-23). Por outro lado, adikia refere-se à perversidade moral e é exemplificada pela imoralidade e maldade (Romanos 1:24-32).

Esses dois pecados são expressões da atitude dos seres humanos que suprimem a verdade pela injustiça. Eles retêm, limitam ou sufocam a verdade em um ato de injustiça deliberada. Ao recusarem reconhecer a soberania de Deus, os seres humanos se afastam da verdade e caem na idolatria e na perversidade moral. Essa negação da verdade divina resulta na ira de Deus sendo revelada contra a impiedade e a injustiça.

Portanto , asebeia e adikia são duas facetas de um coração rebelde que se recusa a glorificar a Deus e se entrega a práticas religiosas distorcidas e a uma conduta moralmente corrupta. Dessa forma , ambas são condenadas pela revelação divina e têm consequências sérias.

2- A insensatez humana.

O apóstolo Paulo assegura que a revelação geral de Deus, por meio da natureza, faz com que o ser humano possua o conhecimento sobre o Criador (Rm 1.19,2oa). Por isso, ninguém pode ser indesculpável acerca da realidade divina nem de seu eterno poder (Rm 1.20b). Não obstante, mesmo em contato diário com essa revelação, o homem iníquo não glorifica a Deus nem lhe rende graças (Rm 1.21a).

Em lugar de reconhecer o Criador, o ser criado age como se não fosse criatura e se comporta como se fosse divino (Gn 3.5). Por causa das especulações pretensiosas de seu coração e de sua auto idolatria, tanto o seu raciocínio quanto o seu intelecto em relação à verdade tornam-se inúteis (Rm 1.21b). Suas ideologias rejeitam, pervertem e substituem a verdade de Deus pela mentira do homem. Dessa insensatez resulta a idolatria e a perversão moral (Rm 1.22-25).

Paulo assegura que a raça humana possui conhecimento sobre Deus por meio da revelação da natureza (Rm 1.19,20a). Por isso, o homem não é indesculpável acerca da existência divina e nem do seu eterno poder (Rm 1.20b). Isso significa que nenhuma criatura poderá alegar desconhecimento de Deus durante o julgamento divino.

Romanos 1.19-20 nos revelam algumas verdades fundamentais sobre Deus e Sua criação. Primeiramente, Paulo nos ensina que é possível conhecer a existência de Deus por meio do que foi criado. Deus tornou Seus atributos invisíveis, como Seu poder e natureza divina, evidentes para toda a humanidade. Essa revelação é universal e está disponível para todas as pessoas.

Dessa forma, ao olharmos ao nosso redor, para a criação, podemos contemplar a grandeza de Deus. A natureza, com sua diversidade, complexidade e beleza, é um testemunho vivo do poder e da sabedoria divina. Desde o nascer do sol até as estrelas no céu noturno, desde as montanhas majestosas até os detalhes minuciosos das flores, a criação de Deus reflete Sua grandeza e habilidade.

Portanto, essa revelação geral, por meio da criação, é suficiente para que a humanidade reconheça a existência de Deus. No entanto, Paulo afirma que as pessoas são “inescusáveis” diante dessa evidência. Logo, isso significa que ninguém pode alegar ignorância ou falta de conhecimento sobre a existência de Deus, pois a criação revela claramente a Sua realidade.

3- O culto a criatura.

Ao rejeitar a Deus e suas leis, os “filhos da ira” (Ef 2.3) são deixados à mercê de seus desejos pecaminosos, dentre eles: a impureza sexual e a degradação do próprio corpo (Rm 1.24). Aqui o texto bíblico ratifica a anunciada ira de Deus sobre a impiedade e a injustiça dos homens (Rm 1.18). A corrupção moral do ser humano deriva de sua rebelião contra Deus. Sua natureza caída troca a verdade pelo engano e prefere honrar e servir a criatura em lugar do seu Criador (Rm 1.25a).

Assim, na religião os seres criados passam a ser cultuados; nas ciências, a matéria é colocada acima de Deus; na sociedade, o artista, o atleta, o político ou o líder religioso se tornam uma referenda de idolatria em afronta ao Criador, que é bendito eternamente (Rm 1.25b).

“Eles trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém!”

Nesse versículo, Paulo está descrevendo a triste realidade daqueles que se desviam da verdade de Deus e se entregam à idolatria. Ele afirma que essas pessoas trocaram a verdade de Deus pela mentira. Em vez de adorar o Criador, elas adoram e servem a coisas e seres criados.

Portanto, essa troca de adoração é uma expressão de desvio espiritual e falta de discernimento. Em vez de reconhecerem o Deus verdadeiro e eterno, essas pessoas se envolvem em adoração a ídolos ou criaturas, colocando sua confiança e devoção em algo que não tem poder divino.

A idolatria é uma tentação presente em todas as épocas e culturas. Embora possa assumir formas diferentes, o cerne da idolatria é colocar algo ou alguém acima de Deus, atribuindo poder e adoração indevidos. Isso pode incluir o culto a ídolos físicos, mas também pode se manifestar de maneiras sutis, como a adoração do dinheiro, fama, poder, prazeres sensuais ou até mesmo a adoração de ideologias ou filosofias que substituem o lugar de Deus em nossas vidas.

Ao trocarem a verdade de Deus pela mentira, essas pessoas se afastam do propósito original para o qual foram criadas: viver em comunhão com o Criador e desfrutar da Sua bênção e cuidado. No entanto, ao adorarem criaturas em vez do Criador, elas perdem a conexão vital com a fonte de vida e verdade.

Paulo encerra esse versículo reconhecendo o Deus verdadeiro e bendito para sempre, fazendo uma afirmação de adoração que contrasta com a idolatria descrita anteriormente. Por fim, ele enfatiza que somente o Criador é digno de adoração, louvor e serviço eternos, merecendo toda a honra, glória e devoção.

II – A REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO HUMANO

1- Renascentismo.

A Renascença é um movimento intelectual que surgiu na Europa Ocidental, entre os séculos XIV e XVI. A característica desse movimento foi o seu profundo racionalismo, ou seja, tudo devia ter uma explicação racional. Os renascentistas recusavam-se acreditar em qualquer coisa que não pudesse ser comprovada racionalmente. Durante esse período, que coincide com o início da Idade Moderna, que os historiadores marcam a partir da tomada dos otomanos pelos turcos em 1453 até 1789 (Revolução Francesa), a visão teocêntrica (em que Deus era a medida de todasas coisas) foi mudada por uma concepção antropocêntrica (em que o homem se tomava a única medida de todas as coisas).

No lugar de ver o mundo a partir das lentes do Criador, os homens passaram a enxergá-lo a partir das lentes da criatura. Assim, surgiram os primeiros efeitos do processo de secularização da cultura, quando a vida social passou a ceder o espaço para o racionalismo e o ceticismo (Jo 20.25,29). Nesse sentido, a revolução científica e literária, que se deu a partir do Renascimento, contribuiu para o surgimento do Humanismo.

A Renascença foi um movimento cultural e artístico que ocorreu na Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, tendo suas primeiras manifestações na Itália, principalmente em Florença. Uma das características marcantes desse período foi o seu profundo racionalismo.

Os renascentistas se recusavam a acreditar em algo que não pudesse ser comprovado. Nessa época, que coincidiu com o início da Idade Moderna, houve uma mudança significativa na visão de mundo. A visão teocêntrica, em que Deus era considerado a medida de todas as coisas, foi substituída por uma visão antropocêntrica, em que o homem passou a ser visto como a medida de todas as coisas.

Essa mudança de perspectiva ,portanto, marcou o surgimento dos primeiros efeitos da secularização da cultura. A vida social, que antes era pautada pela religiosidade, deu lugar ao racionalismo e ao ceticismo. Em outras palavras, o período renascentista retirou Deus do centro da vida e do Universo, colocando o homem em seu lugar. Esse movimento também contribuiu para a propagação do Humanismo, tanto na revolução científica quanto na literatura da época.

Dessa forma, a Renascença foi um período de grandes transformações culturais e intelectuais, em que o racionalismo e o ceticismo ganharam espaço, substituindo a visão teocêntrica pela concepção antropocêntrica. Portanto, essas mudanças tiveram um impacto significativo na sociedade, abrindo caminho para uma nova forma de pensar e compreender o mundo, colocando o homem como figura central.

2- Humanismo.

A Itália foi o principal centro humanista nos fins do século XV. Para o movimento humanista, a ética e a moral dependem do homem. Assim, a criatura passou a ser a base de todos os valores, e não o Criador. Os humanistas aprofundaram seus estudos na história antiga a fim de desconstruir os livros sagrados. De positivo, destaca-se a valorização dos direitos do indivíduo.

Porém, esta não é uma bandeira própria do humanismo. A Bíblia possui um arcabouço de concepções de liberdade e de igualdade (Dt 6.1-9) que antecedem muitos direitos que apareceram nos tempos modernos. Destaca-se, ainda, que a Escritura ensina a igualdade entre raças, classe social e de gênero (GI 3.28).

O humanismo é um termo amplo e pode ter diferentes definições dependendo do contexto. No sentido mais geral, o humanismo se refere a uma filosofia ou visão de mundo que coloca o ser humano no centro das preocupações, valorizando sua dignidade, autonomia e potencial.

Como cristão, é importante lembrar que a perspectiva cristã enfatiza a centralidade de Deus na vida e na fé. A visão cristã reconhece a dignidade e o valor inerente de cada ser humano como criaturas feitas à imagem de Deus. No entanto, a fé cristã também enfatiza que nossa verdadeira identidade e propósito são encontrados em nossa relação com Deus.

A visão cristã coloca Deus como o centro e fundamento de todas as coisas. Isso não significa que a importância e o cuidado com os seres humanos sejam diminuídos, mas que o nosso entendimento de dignidade e propósito é fundamentado na relação com Deus e na compreensão de Seus princípios e ensinamentos.

Portanto, enquanto o humanismo enfatiza a capacidade e potencialidade humanas, a perspectiva cristã nos lembra da nossa dependência de Deus e da importância de buscar uma relação correta com Ele. Isso inclui a prática do amor ao próximo, cuidado pelos necessitados e promoção da justiça e da dignidade humana.

3- Iluminismo e Pós-modernismo.

O Iluminismo surgiu na Europa, entre os séculos XVII e XVIII. Seus adeptos rejeitavam a tradição, buscavam respostas na razão, entendiam que o homem era o senhor do seu próprio destino e que a igreja era uma instituição dispensável. Já a Pós-modernidade, ou Modernidade Líquida, surge a partir da metade do século XX. Sociólogos observam que a sociedade deixou de ser “sólida” e passou a ser “liquida”. Isso quer dizer que os valores que eram “absolutos» tornaram-se “relativos”.

Nesse aspecto, a coletividade foi substituída pelo egocentrismo em que os relacionamentos se tornaram superficiais. Nesse contexto, os dois grandes imperativos que marcam esse movimento foram o hedonismo e o narcisismo. Na busca do bem-estar humano tudo se torna válido, tais como: o uso das pessoas, o abuso do corpo, a depravação e o consumismo desenfreado.

O hedonismo é uma filosofia que coloca o prazer e a busca pelo máximo de satisfação pessoal como objetivos principais. A busca pelo prazer imediato e a gratificação dos desejos individuais são colocadas acima de outros valores ou preocupações. Essa busca excessiva pelo prazer pode levar a uma mentalidade egocêntrica, onde as necessidades e desejos individuais prevalecem sobre o bem-estar coletivo.

O narcisismo, por sua vez, é um termo que se refere a uma excessiva preocupação consigo mesmo, falta de empatia pelos outros e uma busca constante por admiração e atenção. As pessoas com traços narcisistas tendem a ter uma visão inflada de si mesmas e podem priorizar seu próprio interesse e imagem pessoal acima das necessidades e sentimentos dos outros.

III – TIPOS DE AUTO IDOLATRIA

1- Idolatria da autoimagem.

A idolatria é tudo o que se coloca no lugar da adoração a Deus (Ex 20.3-5). Nesse caso, podemos dizer que o culto à auto imagem é uma forma de idolatria. Enquanto Cristo reflete a imagem de Deus (Hb 1.2,3), o narcisismo humano reflete a natureza do pecado (Jo 8.34). O apóstolo Paulo retrata o homem caído como uma pessoa egoísta: amante de si mesmo; avarenta: amante do dinheiro; odiosa: sem amor para com o próximo; rebelde: sem amor para com Deus; e hedonista: amante dos deleites (2 Tm 3.2-4).

Desse modo, uma pessoa não regenerada terá a necessidade de autopromover-se, desenvolvendo uma opinião elevada de si mesmo (Lc 18.11). Ela também anseia por reconhecimento e de modo ilícito, busca estar sempre em evidência (Lc 22.24-26). Contrária a auto idolatria, a Bíblia ensina que a primazia é de Cristo, não do homem (Jo 3.30).

O narcisismo tem sua origem na mitologia grega, mais especificamente na história de Narciso. Na narrativa, Narciso era um jovem extraordinariamente belo que despertava a admiração de todos. No entanto, ele era excessivamente orgulhoso e desdenhava o amor das pessoas ao seu redor. Um dia, ao se deparar com sua própria imagem refletida na água de um lago, Narciso se apaixonou por si mesmo e ficou fixado em contemplar sua própria beleza.

Essa história mitológica de Narciso é amplamente utilizada para simbolizar o narcisismo na psicologia. O termo “narcisismo” foi introduzido por Sigmund Freud, renomado psicanalista, que o usou para descrever um padrão de comportamento em que uma pessoa está excessivamente focada em si mesma, tendo uma autoestima inflada e uma necessidade constante de admiração.

Embora o mito de Narciso forneça uma metáfora visualmente poderosa, é importante lembrar que o narcisismo é mais do que apenas uma obsessão com a própria aparência física. O conceito psicológico de narcisismo ,portanto, abrange uma gama mais ampla de características, como o egocentrismo, a falta de empatia e a busca por poder e status.

2- Idolatria no coração.

O coração se refere às emoções, à vontade e ao centro de toda personalidade (Rm 9.2; 10.6; 1 Co 4.5). Ele também é descrito como enganoso e perverso (Jr 17.9), pois do seu interior saem os maus pensamentos, as imoralidades, a avareza, a soberba e a insensatez (Mc 7.21,22). Em vista disso, Deus condena a adoração de ídolos no coração (Ez 14.3).

Infelizmente, algumas pessoas chegam a aparentar que adoram a Deus, mas na verdade servem aos ídolos em seus corações (Mt 15.8). Assim, quem não teme a Deus, traz a idolatria no seu íntimo quando prioriza a reputação pessoal, busca o prazer como bem maior, nutre tendências supersticiosas e possui excessivo apego aos bens materiais. Ao contrário dessa postura, a fim de não pecar, somos advertidos a guardar a Palavra de Deus no coração (Sl 119.11).

A idolatria no coração pode manifestar-se em formas mais sutis, como a confiança excessiva em si mesmo, nas próprias habilidades ou na sabedoria humana, em vez de depender de Deus e confiar em Sua orientação. Quando buscamos a aprovação e a aprovação dos outros em vez de buscar a vontade de Deus, também estamos caindo na armadilha da idolatria.

A Bíblia é clara em relação aos perigos da idolatria no coração. Em Êxodo 20:3-5, por exemplo, Deus ordena: “Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás diante delas, nem as servirás”.

Além disso, Jesus enfatizou a importância de amar a Deus acima de tudo e de amar o próximo como a si mesmo. Em Mateus 22:37-38, Ele diz: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento”.

Portanto, a idolatria no coração é a adoração e devoção a qualquer coisa que não seja Deus, colocando-a acima Dele. É uma violação do mandamento de amar a Deus acima de tudo e ter apenas a Ele como o centro de nossa adoração e devoção. Devemos buscar constantemente examinar nossos corações e nos arrepender da idolatria, buscando a Deus em primeiro lugar e submetendo todas as áreas de nossas vidas à Sua vontade e orientação.

3- Idolatria sexual.

A falha no controle dos impulsos sexuais está associada a sensualidade (Rm 1.27), imoralidade (Rm 13.13 – NVI) e libertinagem (2 Co 12.21 – NVI). A concupiscência da carne caracteriza quem é dominado pelo pecado sexual (Gl 5.19). Não se trata apenas da prática do ato imoral, mas da busca intencional e compulsiva pelo prazer sexual ilícito (Rm 1.26,27; 1 Co 6.15). É o altar da idolatria sexual edificado no coração (Mc 7.21).

Então, a adoração a Deus é trocada pelo culto ao corpo a fim de satisfazer o ídolo da perversão e da lascívia por meio de pecados (1 Pe 4.3 – NAA). A orientação bíblica para escapar desse mal é a seguinte: “vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne» (Gl 5.16 – NAA).

Biblicamente falando, a idolatria sexual refere-se à adoração ou devoção excessiva à sexualidade ou ao prazer sexual, colocando-os acima de Deus e dos princípios morais estabelecidos por Ele. A Bíblia ensina que a sexualidade foi criada por Deus para ser desfrutada dentro do casamento entre um homem e uma mulher, e qualquer atividade sexual fora desse contexto é considerada pecaminosa. Isso inclui o adultério, a fornicação, a pornografia, a prostituição e outras práticas sexuais ilícitas.

A idolatria sexual ocorre quando a busca pelo prazer sexual se torna uma prioridade acima de Deus e dos princípios morais estabelecidos na Palavra de Deus. Isso pode incluir a busca incessante por experiências sexuais, o uso e abuso da sexualidade como uma forma de poder ou manipulação, a adoração de ídolos sexuais ou a busca de satisfação em relacionamentos ou comportamentos sexuais fora do plano de Deus.

A Bíblia condena a idolatria sexual em várias passagens. Por exemplo, em 1 Coríntios 6:18, Paulo escreve: “Fugi da fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que fornica peca contra o seu próprio corpo”. Além disso, em Efésios 5:3, ele adverte: “Mas a fornicação, e toda a impureza ou avareza, nem ainda se nomeie entre vós, como convém a santos”.

A idolatria sexual não apenas desonra a Deus e vai contra Seus mandamentos, mas também pode trazer consequências prejudiciais para as pessoas envolvidas. Ela pode levar a relacionamentos prejudicados, sentimentos de culpa, perda de autoestima, dependência sexual, vícios e uma desconexão com a verdadeira intimidade e amor que Deus planejou dentro do casamento.

Como cristãos, somos chamados a buscar a pureza sexual e honrar a Deus em todas as áreas de nossa vida, inclusive em nossa sexualidade. Isso implica em guardar nossos corpos e pensamentos, evitando a pornografia, o adultério, a imoralidade sexual e qualquer forma de prática sexual ilícita. Portanto , devemos buscar a sabedoria e orientação de Deus em nossas escolhas e, se tivermos caído em idolatria sexual, buscar restauração e perdão através do arrependimento.

CONCLUSÃO

A corrupção da raça humana é o des­fecho de sua rebelião à verdade divina. A impiedade e a ausência de retidão resultaram em teorias de autossuficiência em que a criatura se ergue acima de seu Criador. Ao se colocar como medida única de todas as coisas, o homem eleva seu interesse acima da vontade divina. As consequências são a auto idolatria, a depravação moral, a decadência social e espiritual. Não obstante, a Escritura alerta que a ira divina permanece sobre os que são desobedientes à verdade divina (Rm 2.8).

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