Conhecer a Palavra

Subsidio lição 06 – Orando, contribuindo e fazendo Missões

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 Subsidio Lição 06 – Orando, Contribuindo e Fazendo Missões | 4° Trim 23 | EBD – ADULTOS

TEXTO ÁUREO

“Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is 6.8)

VERDADE PRÁTICA

Nem todos são chamados para ir ao campo missionário, mas todos têm a responsabilidade de orar e contribuir com essa obra.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 6.18-20

INTRODUÇÃO

“Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda a criatura” (Mc 16.15; cf. Mt 28.19; At 1.8). Essa passagem bíblica e outras referências ao longo do Novo Testamento mostram que a prioridade da Igreja do Senhor Jesus Cristo é com a evangelização do mundo. Esse compromisso com o chamado à evangelização mundial exige três ações distintas: orar, contribuir e ir (exercer o chamado). Assim, estudaremos essas três ações dentro do contexto da necessidade missionária.

Nesta Lição veremos que o mandato de Jesus de pregar o evangelho a toda criatura é a prioridade fundamental da Igreja. Os cristãos cumprem esse compromisso ao orar, contribuir financeiramente e, quando vocacionados, ir ao campo missionário. A evangelização mundial não é apenas uma responsabilidade, mas uma oportunidade de ser instrumento nas mãos de Deus para transformar vidas e alcançar pessoas de todas as nações. A obra missionária é a expressão prática do amor e do compromisso cristão de levar a esperança e a salvação a um mundo que precisa desesperadamente do evangelho.

I- ORANDO PELA CAUSA DE MISSÕES

1- A importância da oração na obra missionária.

Embora considerado um “gigante na fé”, o apóstolo Paulo não dispensava as orações das igrejas, pois possuía um profundo senso de necessidade dessa disciplina espiritual. Para o apóstolo Paulo, a oração é uma disciplina interligada à obra missionária (Ef 6.18-20). A partir disso, não podemos imaginar uma obra de missões sem pessoas comprometidas com a disciplina da oração. Nesse sentido, passamos a destacar pelo menos duas finalidades da oração na obra missionária.

A importância da oração na obra missionária é inegável e vital para o sucesso e o impacto do trabalho missionário em todo o mundo. O apóstolo Paulo, entendia profundamente a necessidade da oração na obra missionária. Sua prática constante de buscar a intercessão das igrejas e de orar fervorosamente tinha raízes em um reconhecimento claro de duas finalidades fundamentais da oração na missão global:

1. Abertura de Portas e Corações:

A oração é um veículo poderoso para abrir portas e corações. Paulo ensinou aos crentes em Colossenses 4:2-3 que deviam “perseverar na oração, velando com ações de graças. Orai também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo”. Aqui, vemos a oração como uma ferramenta que prepara o terreno para o evangelho, suavizando corações endurecidos e criando receptividade para a mensagem de salvação. É através das orações fervorosas que as barreiras espirituais e culturais são quebradas, permitindo que a Palavra de Deus seja recebida e compreendida em diferentes partes do mundo.

2. Capacitação e Proteção dos Missionários:

Além de abrir portas, a oração capacita e protege os missionários. Em Efésios 6:18-20, Paulo exorta os crentes a “orar em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito” e a interceder por todos os santos, incluindo os missionários. A oração cobre os missionários com uma armadura espiritual, fortalecendo-os contra as adversidades espirituais e físicas que enfrentam no campo missionário. Ela dá-lhes discernimento divino, coragem para enfrentar desafios e sabedoria para ministrar às necessidades das pessoas. Além disso, a oração continua a protegê-los, guardando suas mentes, corações e corpos enquanto compartilham a mensagem transformadora de Cristo.

Portanto, a oração na obra missionária é uma arma poderosa nas mãos dos crentes. Ela abre caminhos inexplorados para o evangelho, amacia corações endurecidos pelo pecado e protege os mensageiros de Deus enquanto avançam em territórios espirituais hostis. Os fiéis que se comprometem com a disciplina da oração não apenas participam, mas são instrumentos ativos no avanço do reino de Deus, estendendo-se a todos os cantos da Terra com a luz do evangelho e o amor de Cristo.

2- Interceder.

Devemos orar para que as portas do Evangelho sejam abertas (Cl 4.2,3). Orar para que os corações das pessoas se abram à mensagem de salvação, que os missionários tenham ousadia para testemunhar e pregar o Evangelho (Ef 6.19) a fim de que a Palavra de Deus seja propagada (2 Ts 3.1). Devemos interceder pela proteção e segurança deles diante dos perigos que enfrentam (1 Ts 3.2). Há muitos outros motivos de intercessão: para que o ministério dos missionários seja aceito pelos povos (Rm 15.31); para que eles recebem a direção de Deus e haja refrigério em suas vidas nas esferas física, emocional e espiritual (Rm 15.32).

Certamente, a oração desempenha um papel essencial na obra missionária, conforme vimos no tópico anterior e nas passagens bíblicas mencionadas neste tópico. Vamos explorar mais profundamente esses pontos específicos de intercessão e entender por que eles são cruciais na missão de propagar o Evangelho:

1. Colossenses 4:2-3 ( Abertura de Portas e Corações)

Explicação citada no tópico anterior

2. Efésios 6:19 (Ousadia dos Missionários)

A obra missionária muitas vezes envolve enfrentar situações desafiadoras e confrontar crenças arraigadas. Pedir por coragem não é apenas pedir para que os missionários sejam destemidos, mas também para que sejam cheios do Espírito Santo, permitindo que a Palavra seja proclamada com convicção, poder e amor. A ousadia vem da confiança em Deus e da certeza do chamado, e a oração nutre essa confiança.

3. 1 Tessalonicenses 3:2 (Proteção e Segurança)

A obra missionária está frequentemente associada a perigos físicos e espirituais. Interceder pela proteção e segurança dos missionários é crucial, pois eles frequentemente enfrentam hostilidade e adversidades em áreas onde o Evangelho ainda não foi amplamente aceito. Pedir por sua segurança é um ato de amor e cuidado, garantindo que eles estejam protegidos enquanto compartilham a mensagem de esperança.

4. Romanos 15:31 (Aceitação pelos Povos)

A aceitação do ministério dos missionários pelas comunidades locais é vital para a eficácia da obra missionária (Romanos 15:31). A oração por aceitação não é apenas para que os missionários sejam tolerados, mas para que sejam genuinamente acolhidos. É uma intercessão para que as pessoas vejam o amor e o cuidado dos missionários e estejam dispostas a ouvir a mensagem que eles compartilham.

5. Romanos 15:32 (Direção de Deus e Refrigério)

Orar pela direção divina nos caminhos dos missionários e por refrigério em todas as áreas de suas vidas é uma intercessão abrangente. A direção de Deus é essencial para orientar suas decisões e atividades diárias, enquanto o refrigério nas esferas física, emocional e espiritual é vital para evitar o esgotamento e a exaustão. A oração por refrigério é uma petição para que Deus restaure e renove as forças dos missionários, capacitando-os para continuar sua missão com vigor e paixão.

Essas áreas de intercessão destacam não apenas a importância da oração na obra missionária, mas também a sensibilidade e a compaixão que devemos ter pelos que dedicam suas vidas a essa causa. Através da oração, nos tornamos parceiros ativos e co-laboradores com os missionários, compartilhando os fardos deles e celebrando suas vitórias. É um ato de comunhão espiritual que une a igreja na missão de levar o amor de Deus a todos os povos e nações da Terra.

3- Despertar a igreja local para a obra missionária.

A disciplina da oração missionária aumenta o desejo de o crente fazer algo no sentido de levar a salvação para os perdidos e, até mesmo, de ser enviado ao campo missionário. Nesse aspecto, é interessante destacar que os mesmos crentes que deveriam orar por ceifeiros em Mateus 9.35-38 são os que foram enviados por Jesus para ceifa em Mateus 10. Por isso, um grande líder de missões certa vez disse: “Se mais crentes se pusessem de joelhos em oração, mais crentes se poriam em pé na evangelização”.

A oração missionária também age como um agente de despertar. À medida que os crentes intercedem pelos missionários, pelos povos não alcançados e pelo avanço do evangelho, seus corações se inflamam com uma paixão renovada pela obra missionária. A oração nutre um senso de responsabilidade compartilhada, lembrando a todos que são co-participantes na Grande Comissão de Jesus.

Uma ilustração dessa conexão entre oração e ação missionária é encontrada na passagem de Mateus 9:35-38. Aqui, Jesus instrui os discípulos a orar pelo envio de ceifeiros.

Logo em seguida, em Mateus 10, vemos que Ele envia esses mesmos discípulos para a seara, dando-lhes autoridade para curar enfermos e pregar o evangelho. Essa sequência ressalta a ligação entre a oração e a participação ativa na obra missionária.

A frase “Se mais crentes se pusessem de joelhos em oração, mais crentes se poriam em pé na evangelização” é frequentemente atribuída a Hudson Taylor, um missionário cristão britânico que desempenhou um papel significativo na missão cristã na China durante o século XIX. Essa citação enfatiza a importância da oração como um catalisador para a ação missionária e tem inspirado gerações de cristãos a se envolverem na obra missionária em todo o mundo. Taylor foi o fundador da Missão do Interior da China (CIM) e era conhecido por sua ênfase na oração e no avanço da obra missionária. Embora a frase possa ter sido adaptada ao longo do tempo, ela encapsula bem o coração e a visão de Taylor para o papel da oração na obra missionária.

Além disso, a oração missionária não se limita a um mero despertar emocional; ela fornece a direção divina necessária para a eficácia da obra missionária. A igreja , guiada pela oração, busca sabedoria e discernimento em relação aos alvos e métodos de alcance, identificando oportunidades estratégicas para a evangelização.

II- CONTRIBUINDO PARA MISSÕES

1- O sustento dos missionários.

Com base nas leis do Antigo Testamento, quando Deus ordenou que os sacerdotes e levitas deveriam ser sustentados por meio das ofertas das pessoas (Lv 7.28-36; Nm 18.8-21), o apóstolo Paulo instruiu os coríntios: “assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Co 9.14). O nosso Senhor ensinou acerca desse mesmo princípio no Evangelho de Mateus (Mt 10.10). Em Filipenses 4.10-20, encontramos ensinamentos importantes acerca do modo como os primeiros missionários receberam apoio financeiro. Após ter deixado a cidade de Filipos, o apóstolo Paulo foi à Tessalônica para pregar o Evangelho e os filipenses enviaram o apoio financeiro e material para o apóstolo (Fp 4.16).

 A Bíblia fornece uma base sólida e princípios claros relacionados a esse tema, enfatizando a importância de sustentar aqueles chamados para pregar o evangelho em todo o mundo.

O princípio do sustento dos missionários tem raízes no Antigo Testamento. Deus ordenou que as ofertas do povo sustentassem os sacerdotes e levitas, conforme mencionado em Levítico 7:28-36 e Números 18:8-21. Esses líderes espirituais eram responsáveis por ministrar no templo e na adoração a Deus, e a comunidade tinha o dever de prover para suas necessidades materiais, permitindo que se dedicassem inteiramente ao serviço divino.

No Novo Testamento, o apóstolo Paulo reforça esse princípio ao instruir os coríntios: “assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Coríntios 9:14).

Isso implica que a igreja deve sustentar aqueles que se dedicam à proclamação do evangelho. Esse sustento inclui não apenas as necessidades básicas, como alimento e abrigo, mas também o apoio financeiro para a continuidade de seu ministério.

No Evangelho de Mateus, Jesus também enfatizou a importância desse princípio quando disse: “O trabalhador é digno do seu alimento” (Mateus 10:10). Essa afirmação de Jesus reflete a ideia de que aqueles que estão comprometidos com a obra do evangelho devem receber apoio material daqueles a quem servem. Esse princípio visa garantir que os missionários possam se dedicar completamente à obra missionária, sem a preocupação constante com suas necessidades materiais.

Além disso, o livro de Filipenses, em especial o capítulo 4, fornece informações sobre o modo como os primeiros missionários receberam apoio financeiro. O apóstolo Paulo, após deixar a cidade de Filipos e seguir para Tessalônica para pregar o Evangelho, recebeu apoio financeiro e material dos filipenses. Esse ato de generosidade demonstra a parceria e a cooperação que existiam entre as igrejas locais e os missionários.

2- Contribuir para missões é juntar tesouros no céu.

Em Mateus 6.20, lemos: “Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam”. Esse versículo revela um contexto de quem domina o coração do ser humano: o tesouro do céu (Deus) ou o tesouro da terra (Mamom). Nesse sentido, podemos afirmar que quem financia a obra missionária está ajuntando tesouro no céu, pois sua atitude faz com que resultados extraordinários sejam reconhecidos na eternidade. Por isso, somos convidados a ser participantes na cooperação financeira do anúncio do Evangelho, como os filipenses eram no ministério do apóstolo Paulo (Fp 1.5).

O convite bíblico para contribuir para missões não é apenas uma questão de generosidade financeira; é um chamado para investir em tesouros eternos. O versículo em Mateus 6:20 nos lembra vividamente da natureza passageira dos tesouros terrenos. Mostra-nos que, enquanto acumular riquezas na Terra pode proporcionar conforto temporário, essas riquezas estão sujeitas a deterioração, roubo e perda. Em contraste, Jesus nos orienta a ajuntar tesouros no céu, onde esses bens são eternos e seguros contra as corrosões do tempo e os ataques de ladrões.

Este ensinamento tem lições profundas quando aplicado ao contexto da missão. Aqueles que contribuem para missões estão investindo em algo muito maior do que os recursos materiais que doam. Estão investindo na disseminação do Evangelho, na transformação de vidas e na expansão do reino de Deus.

Cada doação feita para apoiar missionários, traduzir Bíblias, construir igrejas ou fornecer assistência humanitária é um tijolo na construção do reino celestial.

O cerne da questão não é apenas o valor monetário da contribuição, mas o coração por trás dela. Quando contribuímos para missões de maneira generosa e desinteressada, estamos demonstrando nosso amor por Deus e nosso compromisso com Sua missão. Estamos mostrando que valorizamos as almas perdidas e que estamos dispostos a sacrificar parte de nossos recursos terrenos para promover o propósito divino. Portanto, estamos armazenando tesouros no céu não apenas através do ato físico de doar, mas também através da transformação espiritual que essa doação representa.

Cada centavo dado para promover o Evangelho é um investimento em vidas transformadas, em esperança restaurada e em relacionamentos reconciliados com Deus.

3- Contribuir para missões é um privilégio.

Não há privilégio maior do que saber que por meio de nossa cooperação financeira, Bíblias estão chegando a lugares que nunca ouviram falar do Evangelho, vidas estão sendo alcançadas na África, na Europa, no outro lado do mundo. Participar dessa cooperação é um privilégio espiritual. Se não podemos participar de maneira presencial, podemos fazer de maneira financeira. Assim, podemos cooperar na propagação do Evangelho até os confins do mundo (Fp 4.14-20)

Contribuir para missões não é apenas um ato de generosidade, é um privilégio . Quando compreendemos o poder transformador do Evangelho e a influência que ele exerce nas vidas ao redor do mundo, percebemos que a oportunidade de participar dessa obra é verdadeiramente um presente espiritual.

O privilégio de contribuir para missões se baseia na consciência do impacto que esse apoio gera. A Bíblia nos ensina que a Palavra de Deus é viva e eficaz, capaz de penetrar os corações mais duros e de trazer a luz da esperança onde antes reinava a escuridão.

Nossa contribuição para missões possibilita que a mensagem do Evangelho seja proclamada em lugares onde as pessoas nunca ouviram falar de Jesus. Estamos participando ativamente da transformação de vidas, da restauração de famílias e do estabelecimento de igrejas.

Imagine o impacto de Bíblias chegando a lugares remotos, onde as Escrituras eram desconhecidas. Considere o impacto nas vidas que são tocadas e transformadas quando o amor de Deus é compartilhado por meio de ações de ajuda humanitária e ministérios de evangelização.

Esse privilégio espiritual também se estende à oportunidade de obedecer ao chamado de Jesus de levar o Evangelho a todas as nações. A Grande Comissão, dada por Cristo em Mateus 28:19, é uma responsabilidade compartilhada por todos os crentes. Contribuir financeiramente para missões é uma maneira prática de cumprir essa comissão, de ser obediente ao mandamento de Jesus. É a nossa resposta ao Seu chamado para fazer discípulos de todas as nações.

III- A CHAMADA PARA IR

1- Deus quer usar cada crente.

Todo cristão deve estar pronto para ir e fazer o trabalho missionário, levando as Boas-Novas de Salvação aos moradores do campo e da cidade; aos estudantes, às donas de casa, órfãos, profissionais liberais, deficientes físicos, prostitutas, homossexuais, dependentes químicos, enfim, tantos grupos que o Senhor nos proporcionar. Deus deseja usar a sua Igreja em todos os lugares: hospitais, presídios, albergues, ilhas, aldeias indígenas, vilas, cidades, campos, praças, eventos em massa, individual etc. Assim, para pregar o Evangelho, o Senhor não enviará anjos, mas usará homens e mulheres (Hb 2.16; 1 Pe 1.12). Todavia, há um preço a pagar, ou seja, a obediência à chamada missionária.

A chamada missionária não é um privilégio exclusivo de alguns escolhidos, mas um mandato divino que se estende a cada crente. Deus, em Sua soberania, deseja usar cada um de Seus filhos como instrumentos de Sua graça e portadores das Boas-Novas de Salvação. Essa chamada para a missão não está limitada a um local específico, mas é universal, abrangendo todos os lugares e todas as pessoas.

Deus deseja que levemos o Evangelho não apenas para as nações distantes, mas também para as pessoas em nossa própria vizinhança, escolas, lares, ruas e em todos os lugares onde a vida acontece.

A diversidade de grupos mencionados, como estudantes, donas de casa, órfãos, profissionais liberais, deficientes físicos, prostitutas, homossexuais e dependentes químicos, destaca a universalidade da missão. Cada um de nós é chamado a alcançar pessoas em diferentes contextos e situações de vida. A missão não é uma tarefa exclusiva de um grupo seleto; é uma responsabilidade de todo crente.

Deus deseja usar Sua Igreja em todos os lugares e em todas as esferas da sociedade. Isso significa que a missão vai além das paredes da igreja. É uma chamada para ser sal e luz no mundo, para influenciar positivamente todos os lugares em que vivemos e trabalhamos.

É importante notar que Deus não envia anjos para cumprir essa missão, mas escolhe usar homens e mulheres como Seus instrumentos. Isso reflete Sua confiança em nossa capacidade de ser testemunhas vivas do Seu amor e graça. Somos chamados a ser embaixadores de Cristo, representando-O de maneira visível para um mundo que anseia por redenção e esperança.

No entanto, é essencial reconhecer que a missão não é isenta de desafios e sacrifícios. Há um preço a pagar, que envolve a renúncia de nossos próprios interesses e o compromisso com a chamada missionária. A obediência a esse chamado pode exigir que saiamos de nossa zona de conforto, enfrentemos o desconhecido e estejamos dispostos a suportar dificuldades. Mas, ao fazer isso, estamos seguindo o exemplo de Cristo, que deu Sua vida por amor a nós.

2- A chamada missionária.

Nas Escrituras vemos que Deus chama pessoas para uma grande obra: o profeta Isaías foi chamado por Deus no Templo enquanto o adorava (Is 6.8,9); o profeta Jeremias recebeu sua chamada antes de seu nascimento (Jr 1.5); o profeta Jonas recebeu um chamado específico para uma cidade especifica: Nínive (Jn 1.2); o Senhor Jesus chamou seus discípulos quando a maioria deles ainda exercia uma tarefa profissional (Mt 4.18-22); O apóstolo Paulo foi chamado enquanto viajava para Damasco (At 9.19-31). Aqui, podemos perceber que não existe um único padrão de chamada missionária, mas é de suma importância reconhecer que a chamada para qualquer tipo de serviço relacionado ao Reino de Cristo vem do próprio Deus.

Os exemplos variados de chamadas missionárias destacam que não há uma fórmula fixa para essa convocação. Deus chama Seus servos de maneiras diversas, adaptando Sua abordagem às características individuais de cada pessoa e às particularidades de Sua missão. A diversidade na chamada missionária reflete a amplitude da visão de Deus para o mundo e Sua habilidade em aproveitar diversos dons, talentos para cumprir Seus propósitos.

No entanto, em meio a toda essa diversidade, há algo constante e inegável: a chamada para qualquer tipo de serviço relacionado ao Reino de Cristo provém diretamente de Deus.

Ele é o autor da missão e o projetista de cada chamado individual. Deus seleciona e capacita cada pessoa chamada para a missão a desempenhar um papel específico em Seu plano redentor para a humanidade.

Portanto, ao contemplarmos a diversidade das chamadas missionárias, lembramos da soberania de Deus sobre Seu povo e de Sua capacidade de guiar e capacitar aqueles que Ele chama.

A variedade de chamados missionários ilustra a rica graça de Deus, que se manifesta de varias  maneiras , mas todas convergem para o mesmo propósito: proclamar Seu amor e redenção a todas as nações da Terra.

3- Caráter e testemunho na obra missionária.

Além de ser chamado por Deus, é preciso fazer a diferença no cumprimento do “Ide” de Jesus (Mt 5.13-16). Note a expressão: “Vós sois o sal da terra” (v.13). Essa sentença nos remete ao caráter do cristão, pois carrega o sentido de trazer sabor, marcando a vida das pessoas por meio das nossas. Note também a expressão: “Vós sois a luz do mundo” (v.14). Essa sentença traz a ideia do nosso testemunho pessoal, ou seja, a luz deve brilhar em meio às trevas, no contexto em que estamos inseridos.

A obra missionária não se resume apenas à chamada divina; também envolve o caráter e o testemunho do missionário. Jesus, em Seu ensino, nos instrui sobre a importância de como devemos impactar o mundo enquanto cumprimos Sua missão.

Ao declarar “Vós sois o sal da terra” (Mateus 5:13), Jesus nos lembra que o caráter do cristão deve ser como o sal: trazendo sabor e preservando a vida.

O sal não apenas dá sabor à comida, mas também atua como conservante. Da mesma forma, o caráter do cristão deve ser uma influência positiva na sociedade, trazendo graça, amor e valores que preservam a dignidade humana.

A expressão seguinte, “Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5:14), enfatiza o testemunho pessoal dos cristãos. Assim como a luz dissipa as trevas, o testemunho de um cristão deve brilhar no contexto em que ele está inserido. O testemunho pessoal é a manifestação visível de nossa fé, sendo a luz que guia outros na busca da verdade e da esperança.

Na obra missionária, não apenas proclamamos as Boas-Novas de Cristo, mas também vivemos de modo a refletir as qualidades de Jesus em nosso caráter e testemunho.

O mundo muitas vezes julga o cristianismo não apenas pelo que pregamos, mas também pelo que vivemos. Portanto, ser sal e luz no mundo é uma responsabilidade que devemos abraçar com humildade e diligência.

4- O perfil do vocacionado.

Podemos dizer que há um conjunto de competências necessárias ao desempenho do chamado missionário. Dentre elas, destacamos as seguintes:
a) ser escolhido por Deus (At 9.15);
b) não ser neófitos (1 Tm 3.6);
c) cheio do Espírito Santo (At 1.8);
d) reconhecido pela Igreja (At 1.21);
e) ser aprovado nas tarefas locais;

f) estar preparado espiritual, intelectual, psicológica e transculturalmente.

Além de testados, cumpridores dos pré-requisitos acima, dependendo de Deus (2 Co 12.7) e perseverando nEle (2 Tm 4.2).

A missão de espalhar o Evangelho e cumprir o chamado de Jesus é uma tarefa que requer um perfil específico daqueles que são vocacionados para essa obra. Ao examinar as Escrituras e as qualidades necessárias para o serviço missionário, podemos identificar um conjunto de competências essenciais.

a)Ser Escolhido por Deus: A base de qualquer chamado missionário reside na escolha de Deus. Isso não é uma mera decisão humana, mas sim uma resposta à convocação divina. Como vemos no exemplo de Saulo (mais tarde conhecido como Paulo) em Atos 9:15, Deus escolheu especificamente aqueles que seriam instrumentos para levar Sua mensagem ao mundo.

b) Não ser Neófito: A maturidade espiritual é uma característica crucial. Aqueles que são novos na fé, os chamados “neófitos”, podem carecer da estabilidade e compreensão necessárias para enfrentar os desafios da missão. Portanto, a liderança da igreja deve considerar a experiência e o crescimento espiritual dos candidatos.

c) Ser Cheio do Espírito Santo: O poder do Espírito Santo é indispensável na obra missionária. Como Jesus prometeu em Atos 1:8, o Espírito Santo capacita os crentes a serem testemunhas eficazes. A presença contínua do Espírito na vida do missionário é vital para guiar, fortalecer e capacitar.

d)Reconhecimento pela Igreja: A confirmação e o reconhecimento pela comunidade de fé são cruciais. A igreja deve discernir a chamada e o preparo do candidato, apoiando sua decisão de se dedicar à missão.

e)Ser Aprovado nas Tarefas Locais: Os candidatos devem demonstrar fidelidade e eficácia nas tarefas locais antes de seu envio para a missão global. Isso é uma indicação de que são capazes de cumprir responsabilidades maiores na missão global.

f)Preparo Espiritual, Intelectual, Psicológico e Transcultural: A preparação abrangente é fundamental. Isso envolve um sólido fundamento espiritual, compreensão teológica, estabilidade emocional e a capacidade de se adaptar a contextos transculturais diversos. A missão frequentemente envolve desafios complexos, e o preparo é essencial para enfrentá-los.

g) Dependência de Deus e Perseverança: Por fim, o vocacionado deve depender de Deus e perseverar na jornada missionária, pois, como Paulo mencionou em 2 Coríntios 12:7, a missão pode envolver desafios e adversidades. A confiança em Deus e a perseverança são características indispensáveis.

CONCLUSÃO

Nosso propósito é que, a partir desta lição, cada aluno tome uma atitude de fé e se comprometa com a obra missionária. Que se coloque à disposição para se dedicar, ao menos, em uma modalidade da obra missionária: orar, contribuir ou ir. A Igreja de Cristo tem a incumbência divina de perseverar na proclamação da mensagem de salvação a toda criatura. É tempo de salvação e Deus conta conosco para expandir o seu Reino no mundo.

 

Um comentário

  1. Leide de Sá

    A paz do Senhor Jesus. Gratidão pelo estudo e subsídios EBD , tem me ajudado muito. Deus te abençoe.

    1. Julio Assis

      A Paz do Senhor ! Amem , muito obrigado . Que Deus possa continuar sua vida e seu ministério.

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