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Subsidio Lição 08: Missionários Fazedores de Tendas

subsidio lição 08

Subsidio Lição 08: Missionários Fazedores de Tendas | 4° Trimestre de 2023 | EBD – ADULTOS

 

TEXTO ÁUREO

“Vós mesmos sabeis que, pare que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mães me servirem.” (At 20.34)

VERDADE PRÁTICA

É possível servir a Deus e aos outros por meio de sua profissão onde quer que você vá.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 18.1-5; 1 Tessalonicenses 4.11,12

 

INTRODUÇÃO

É preciso abandonar a vocação profissional para exercer o chamado missionário? Só existe apenas um modelo de chamado missionário? Chamado missionário e vida profissional são irreconciliaveis, a semana traz uma reflexão à luz da vida do apóstolo Paulo como alguém que, ao mesmo tempo, exerce uma profissão e anuncia o Evangelho de Cristo. De acordo com esse exemplo bíblico, vamos meditar a respeito dos “fazedores de tendas”. O que essa expressão quer dizer e até que ponto a vida profissional e o chamado missionário podem e devem se encontrar para a glória de Deus.

No mundo em que vivemos , onde as carreiras profissionais e a busca por um propósito de vida se entrelaçam, surge um questionamento relevante: é necessário abandonar a vocação profissional para abraçar um chamado missionário? Será que existe apenas um modelo único de chamado missionário? E, por fim, até que ponto a vida profissional e o chamado missionário podem e devem se unir em busca da glória de Deus? Essas perguntas nos levam a refletir sobre a compatibilidade entre a vida profissional e a missão de divulgar o Evangelho de Cristo.

À luz da vida do apóstolo Paulo, surge a figura dos “fazedores de tendas”, cuja análise nos permite compreender melhor a ligação entre carreira secular e propósito espiritual.

Nesse contexto, é essencial explorar o significado dessa expressão e entender até que ponto a vida profissional pode contribuir para o cumprimento do chamado missionário, promovendo a glória de Deus de maneira eficaz.

Durante o desenvolvimento desta lição, analisaremos os princípios e exemplos encontrados na vida do apóstolo Paulo. Enfatizando como ele conciliava sua profissão de fabricante de tendas com seu compromisso de difundir o Evangelho.

Também exploraremos a ética financeira na atividade missionária de Paulo, examinando sua perspectiva sobre a relação entre o sustento financeiro e o cumprimento da missão.  Além disso, exploraremos a crescente tendência de profissionais modernos que optam por servir como “fazedores de tendas”, usando suas habilidades e vocações no campo missionário.

Nesse contexto de constante evolução e globalização, é preciso compreender que a missão cristã não se restringe a um único modelo. A diversidade de chamados missionários, inclusive aqueles que continuam suas carreiras profissionais, enriquece a obra de Deus.

Palavra – Chave: PROFISSÃO

I- A VIDA PROFISSIONAL DE PAULO E SUA VOCAÇÃO MINISTERIAL

1- A profissão do apóstolo Paulo.

O texto de nossa Leitura Bíblica em Classe (At 18.1-5), a respeito do exemplo do apóstolo Paulo, traz um termo missiológico a respeito do exemplo do apóstolo Paulo, de “fazedor de tendas”. A expressão é traduzida com mais precisão por “trabalhadores em couro”, pois as tendas eram feitas com pelos ou couro de cabra. No Novo Testamento há um casal que tinha a mesma profissão do apóstolo Paulo: Priscila e Áquila. Devido a um edito do imperador romano, Cláudio (49 d.C), Priscila e Áquila saíram de Roma e foram morar em Corinto. Assim, o apóstolo Paulo se encontrou com esse casal, passou a morar e a trabalhar com eles, dividindo o tempo entre fabricar tendas e anunciar as Boas-Novas de salvação aos outros (At 18.18,19, 24-26; Rm 16.3-5).

O apóstolo Paulo não era apenas um pregador e evangelista, ele também era um hábil artesão que exercia a profissão de fabricante de tendas. Esta profissão exigia conhecimento e habilidade na produção de tendas de couro, que eram essenciais para a vida cotidiana das pessoas na antiguidade, servindo como abrigo contra as intempéries e como residência temporária em viagens ou acampamentos.

O exemplo de Paulo, Priscila e Áquila ilustra a possibilidade de combinar a vida profissional com o ministério cristão. Esses “fazedores de tendas” não abandonaram suas habilidades e vocações profissionais ao se tornarem seguidores de Cristo.

Pelo contrário, usaram suas profissões como uma plataforma para se aproximar das pessoas, sustentar-se financeiramente e, ao mesmo tempo, compartilhar as Boas-Novas da salvação com aqueles que encontraram em sua jornada.

Esse modelo de “fazedores de tendas” não apenas destaca a versatilidade e a adaptabilidade do ministério, mas também demonstra que o trabalho secular pode ser uma ferramenta eficaz na propagação da fé cristã. Esses indivíduos desempenharam um papel fundamental no crescimento do Cristianismo primitivo, abrindo portas para o Evangelho em contextos variados e contribuindo para o avanço da mensagem de Cristo.

2- Como o apóstolo Paulo conjugava vida profissional e ministerial?

A tradição judaica exigia que os mestres religiosos oferecessem gratuitamente os seus serviços espirituais e cada rabino tinha que aprender uma profissão para se sustentar. Não por acaso, o apóstolo Paulo era fariseu e fora criado aos pés de Gamaliel, mas não esqueceu a arte de fazer tendas, provavelmente uma profissão que aprendera na juventude. Embora tivesse direito de ser sustentado pelas igrejas que plantara, o apóstolo trabalhou em seu ofício para ganhar o pão de cada dia (At 20.34; 1 Co 9.12; 2 Co 11.9-12; 1 Ts 2.9; 2 Ts 3.7-9).

Em um de seus muitos comentários bíblicos, o teólogo pentecostal Myer Pearlman diz que o apóstolo Paulo adotava a firme resolução de não aceitar ofertas das pessoas que ele procurava ganhar para Cristo, pois seu objetivo era merecer a confiança do povo e comprovar que seus motivos de evangelização eram sem interesse financeiro (1 Co 9.16-18). Outrossim, Priscila e Áquila constituem um caso interessante. Eles mostram que um profissional, mesmo não sentindo o chamado de Deus para dedicar a vida toda à obra missionária, pode fazê-lo valiosamente por determinado período, em momentos específicos.

Assim, eles podiam pregar nas sinagogas ou em qualquer lugar onde alguém pudesse escutar sua mensagem. Dessa forma, por meio de suas habilidades profissionais, podiam se aproximar das pessoas de diferentes segmentos e serem seus próprios mantenedores.

A tradição judaica desempenhou um importante papel na formação da vida e do ministério do apóstolo Paulo. De acordo com a tradição, esperava-se que os mestres religiosos oferecessem seus serviços espirituais de forma gratuita. Também incentivava-se cada rabino ou mestre a aprender e praticar uma profissão secular para sustentar a si mesmo.

Essa prática tinha raízes profundas na cultura judaica e nas Escrituras do Antigo Testamento, que enfatizavam a importância do trabalho e da autossuficiência.

Antes de sua conversão ao Cristianismo, o apóstolo Paulo era um fariseu e cresceu sob a influência da tradição judaica. No entanto, mesmo após sua conversão a Cristo e seu chamado para o ministério apostólico, Paulo não se esqueceu das habilidades que adquiriu em sua juventude, incluindo a arte de fazer tendas.

Essa habilidade de fabricar tendas, mencionada nesse topico como seu “ofício”, provavelmente era uma profissão que Paulo aprendeu quando jovem. Como falamos anteriormente a fabricação de tendas era uma profissão prática e valiosa naquela época; uma vez que as tendas eram essenciais para a vida cotidiana e viagens, fornecendo abrigo contra as intempéries.

Apesar de ter o direito de ser sustentado pelas igrejas que ele havia fundado, o apóstolo Paulo escolheu trabalhar em sua profissão como fabricante de tendas para prover o seu próprio sustento. Essa escolha era uma demonstração de sua autossuficiência e de sua disposição de não ser um fardo para as igrejas que ele servia.

Paulo enfatizou esse princípio em várias de suas epístolas, como em 1 Coríntios 9.12, onde aborda seu direito de ser sustentado e enfatiza a importância de não abusar desse direito.

A ética de trabalho e a atitude de Paulo em relação à sua profissão refletem um profundo compromisso com a causa do Evangelho e o desejo de não ser um obstáculo para a propagação da mensagem de Cristo. Ele acreditava que, ao equilibrar sua profissão com seu ministério, poderia servir como um exemplo de responsabilidade e integridade para outros.

3- A ética financeira na atividade missionária de Paulo.

O apóstolo Paulo considerava o costume judaico, incorporado ao Cristianismo, de os ministros receberem ajuda econômica da parte daqueles para quem ministravam como uma norma legítima e correta aos olhos de Deus, e até mesmo recomendada nas Escrituras, desde os tempos do Antigo Testamento (1 Co 9.12ss). Inclusive, mais tarde, o apóstolo reconheceu que não havia ensinado adequadamente os novos convertidos a sustentar a obra (2 Co 12.13; Gl 6.6), privando-os do fruto que devia abundar à conta de quem dá voluntariamente (Fp 4.17; 2 Co 11.7-12).

No entanto, Paulo geralmente não aceitava ofertas em dinheiro enviadas pelas igrejas cristãs, e muito menos ainda as exigia, ainda que algumas ofertas voluntárias lhe tivessem sido enviadas pelos crentes de Filipos (Fp 4.10-12).

Paulo, um ex-fariseu, estava bem ciente da tradição judaica que permitia que ministros religiosos recebessem ajuda econômica daqueles para quem ministravam. Essa prática era vista como legítima e correta aos olhos de Deus, com raízes nas Escrituras, tanto no Antigo Testamento quanto em ensinamentos judaicos, conforme mencionado em 1 Coríntios 9.12ss.

No entanto, Paulo tinha uma atitude particular em relação a essa ajuda financeira. Embora reconhecesse que tinha o direito de ser sustentado pelas igrejas que ele ajudou a estabelecer, ele geralmente optava por não aceitar ofertas em dinheiro.

Ele acreditava que o Evangelho não deveria ser associado a ganhos financeiros pessoais. Em vez disso, Paulo trabalhava em seu ofício de fabricante de tendas para ganhar seu próprio sustento. Essa escolha era uma demonstração de sua independência financeira e de sua dedicação em não ser um fardo para as igrejas que ele servia.

A ética financeira de Paulo também é evidente em sua relação com a igreja de Filipos. Embora ele não exigisse ofertas, Paulo aceitou ofertas voluntárias enviadas por essa igreja.

Essas ofertas eram consideradas uma parceria na obra missionária e eram valorizadas por Paulo.

No entanto, em 2 Coríntios 12.13 e Gálatas 6.6, Paulo reconheceu que não havia ensinado adequadamente os novos convertidos a sustentar a obra. Ele percebeu que havia privado essas igrejas do fruto que poderia ter abundado através de contribuições voluntárias. Essa autocrítica reflete sua preocupação com a ética financeira no ministério.

II- MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS

1- Fazedores de tendas.

Fazer tendas não é uma ideia nova. É tão antiga quanto às Escrituras, conforme estudamos em Atos 18. Assim, no contexto de Missões, a expressão “fazedores de tendas” tem a ver com discípulos de Jesus, chamados e comissionados pela sua Igreja, para usarem dons, talentos e habilidades profissionais no campo missionário. São profissionais de negócios em missão que operam em regiões de grande antagonismo à mensagem cristã.

Segundo os missiólogo, por muitos anos, o entendimento e a forma de fazer missões consistiam na prática de abandonar a vida secular (trabalhos profissionais, estudos etc.) para se dedicar integralmente à obra missionária. Hoje, o entendimento tornou-se mais amplo, ou seja, é perfeitamente possível ser um profissional, ou empreendedor, e realizar a obra missionária sem a necessidade de abandonar a carreira profissional.

Por muitos anos, havia uma compreensão limitada de como realizar missões. A ideia predominante era a de abandonar completamente a vida secular, incluindo carreiras e estudos, para se dedicar integralmente à obra missionária. No entanto, essa perspectiva mudou. Hoje, reconhecemos que é perfeitamente possível ser um profissional ou empreendedor e, ao mesmo tempo, realizar um trabalho missionário significativo sem abandonar a carreira profissional.

Os “fazedores de tendas” desempenham um papel importante na missão cristã por várias razões:

  1. Acessibilidade: Em muitas situações, as regiões onde a mensagem cristã não é bem-vinda não estão abertas a missionários tradicionais. No entanto, profissionais em missão muitas vezes são aceitos nesses lugares, o que permite alcançar pessoas que, de outra forma, seriam difíceis de alcançar.
  2. Exemplo de Vida: Eles mostram o que significa viver a fé no dia a dia, demonstrando os princípios cristãos em ação.
  3. Sustentabilidade: Mantendo suas carreiras, eles podem se sustentar financeiramente, aliviando a pressão sobre igrejas e organizações missionárias.
  4. Adaptação: Eles têm a capacidade de adaptar a mensagem cristã para torná-la relevante em diferentes culturas e contextos.

2- A força missionária no mundo.

Missões se tornaram um movimento global que começou com a ação de Deus, pela sua graça, para reconciliar o mundo consigo mesmo (2 Co 5.18,19) e Ele conta conosco para continuar com essa missão. Nesse sentido, a maior força missionária cristã do mundo é formada por profissionais, empreendedores e estudantes que se movem entre culturas para servir a Cristo através de suas vidas e trabalho.

Vimos esse princípio bíblico em 1 Coríntios 9.20-22, quando o apóstolo Paulo alcançou diferentes segmentos da sociedade, identificando-se com eles, a fim de contextualizar o Evangelho. Assim, a maioria dos grupos de povos não-alcançados ou menos alcançados vive em nações que são fechadas aos missionários tradicionais. Já profissionais e empreendedores cristãos são aceitos nesses mesmos países. Cristãos com diferentes habilidades, ofícios, negócios e profissões têm acesso a lugares onde os tradicionais missionários plantadores de igreja e evangelistas não têm.

A missão expande pelo mundo, contando com a participação ativa de profissionais, empreendedores e estudantes. Eles atravessam fronteiras culturais para servir a Cristo através de suas vidas e trabalhos.

A estratégia de missões agora se baseia na aceitação desses profissionais e empreendedores cristãos em nações onde os missionários tradicionais encontram barreiras. Em vez de serem rejeitados, esses cristãos são acolhidos em países fechados aos métodos convencionais de evangelismo.

A chave para sua aceitação reside em suas habilidades variadas, ocupações, negócios e profissões. Eles têm acesso a lugares onde os missionários tradicionais enfrentam dificuldades para entrar.

A sabedoria de adotar essa abordagem é clara ao observar o exemplo do apóstolo Paulo, conforme apresentado em 1 Coríntios 9.20-22. Ele não apenas pregou o Evangelho, mas também se identificou com diferentes grupos sociais, contextualizando a mensagem de Cristo para torná-la compreensível. Da mesma forma, os profissionais e empreendedores cristãos de hoje utilizam suas habilidades e profissões. como uma ponte para compartilhar o Evangelho em lugares onde ele seria de outra forma rejeitado.

3- O preparo dos fazedores de tendas.

Como os outros missionários, os fazedores de tendas devem se preparar plenamente para se tornarem os ministros transculturais mais eficientes que puderem. Aqui, é muito oportuna a orientação do apóstolo Paulo ao jovem Timóteo, em que a boa instrução é necessária a todo bom obreiro da causa do Mestre (2 Tm 3.17). Nesse aspecto, há um crescimento significativo de profissionais missionários, ou fazedores de tendas, chamados para Missões. São homens e mulheres treinados por instituições missionárias com experiência reconhecida, para que eles usem suas profissões no exterior a fim de testemunhar de Cristo, principalmente, em países fechados para o trabalho missionário tradicional.

O preparo desses profissionais missionários é uma área em crescimento, pois cada vez mais pessoas são chamadas para desempenhar esse papel. Eles recebem treinamento de instituições missionárias com experiência reconhecida.

Esse treinamento visa capacitá-los a usar suas profissões de maneira eficaz em contextos internacionais, especialmente em países que estão fechados para métodos missionários tradicionais.

A formação inclui não apenas o desenvolvimento de habilidades profissionais, mas também uma compreensão aprofundada das culturas e sociedades onde servirão. Isso é essencial para que possam se adaptar, respeitar as tradições locais e comunicar o Evangelho de uma maneira que seja relevante e compreensível para as pessoas que encontram. Além disso, a formação também aborda questões práticas, como questões de segurança, gestão financeira e logística para garantir que possam operar eficazmente em ambientes desafiadores.

O treinamento visa não apenas equipá-los com as habilidades técnicas necessárias para suas profissões, mas também com uma base sólida em teologia e estudos bíblicos. Isso é importante para que possam compartilhar a mensagem do Evangelho de maneira precisa, além de fornecer suporte espiritual às pessoas a quem servem.

III- VOCAÇÃO, PROFISSÃO E MISSÕES

1- Deus é quem chama.

Muitas são as oportunidades para nos envolvermos com os trabalhos em nossas igrejas locais, grupos evangelísticos de grande impacto, organizações missionárias relevantes no contexto nacional e até em outros países. Todavia, é Deus quem coloca em nosso coração a disposição ou a aptidão para executar um determinado ofício. Nesse caso, é Deus quem capacita, comissiona e habilita cada crente para uma determinada missão no mundo. É Ele quem gera em nós o envolvimento com causas específicas que nos levarão a trabalhar em atividades que fazem sentido, inclusive, na realização pessoal (1 Co 9.16-19).

A chamada para a missão é um ato divino, e Deus é quem nos chama para cumprir uma determinada missão no mundo. Isso significa que Ele nos capacita, comissiona e nos dá as habilidades necessárias para realizar essa missão.

Embora haja muitas oportunidades para se envolver em trabalhos na igreja, grupos evangelísticos ou organizações missionárias, a verdadeira chamada vem de Deus.

Quando Deus coloca em nosso coração a disposição e a aptidão para uma missão específica, Ele está nos direcionando para um propósito mais elevado. Ele nos capacita com as habilidades e os dons necessários para realizar essa missão de maneira eficaz. Às vezes, essas missões podem envolver trabalho em nossa igreja local, alcançando nossa comunidade, ou até mesmo servir em contextos nacionais e internacionais.

Quando respondemos ao chamado, estamos alinhando nossa vida com Seus planos e propósitos, e isso nos traz um profundo senso de realização e satisfação.

O apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 9.16-19, entendia esse chamado divino e a importância de responder a ele. Ele reconhecia que a pregação do Evangelho não era uma escolha pessoal, mas uma responsabilidade dada por Deus. Ele estava disposto a se adaptar a diferentes contextos e culturas para compartilhar o Evangelho, a fim de alcançar as pessoas onde quer que estivessem.

2- Exercendo a vocação.

Quando respondemos de forma prática a esse chamado, exercendo a nossa vocação, é que encontramos nosso propósito de vida. A vocação é a missão única para a qual cada um de nós foi preparado a fim de prestarmos serviço ao nosso Criador; é a razão pela qual cada um de nós fomos efetivamente criados por Deus. Ele mesmo quem nos dá condições para realizarmos tais tarefas por meio de nossos dons e virtudes, tornando-nos parte integrante de seus planos para sua honra e glória.

Não por acaso, o apóstolo Paulo foi um grande homem de fé, obediente e comprometido com o chamado que teve para a salvação e para anunciar a boa notícia a outros povos. Ele compreendeu que a mensagem e a vida de Jesus eram para ser experimentadas por cada cristão e, igualmente, anunciadas aos outros com todo o comprometimento (2 Co 4.11-14). Assim, o apóstolo Paulo exercia sua vocação anunciando sobre Jesus e testemunhando do Evangelho por onde Deus o enviava.

Exercer nossa vocação é o caminho para encontrar nosso propósito de vida. Cada um de nós possui uma missão única para a qual fomos preparados, com o propósito de servir ao nosso Criador.

Nossa vocação é a razão pela qual Deus nos criou. Ele nos capacita com dons e virtudes para cumprir essa missão, tornando-nos parte de Seus planos para Sua honra e glória.

Assim como Paulo, ao exercermos nossa vocação, encontramos nosso lugar no plano de Deus. Isso envolve viver de acordo com os dons e talentos que Ele nos deu, servindo aos outros e proclamando a mensagem de Jesus.

Dedicar-se ao chamado com compromisso é cumprir o propósito da nossa criação, contribuindo para a honra e a glória de Deus.

3- Minha profissão, meu campo missionário.

Somos todos vocacionados para servir a Cristo com o que somos e com o que temos, sendo o objetivo principal da vida glorificar o nome de Deus Pai dentro e fora da igreja (Rm 16.25-27). Tudo o que temos vem de Deus e deve ser usado para a sua glória! Por isso, podemos exercer uma atividade missionária em nossa área profissional.

A verdade é que a sua profissão pode ser uma grande porta aberta para a causa do Evangelho, seja por meio de um negócio próprio ou seja servindo em outras corporações. Portanto, no campo missionário há lugar para todos, quer os missionários tradicionais, que vivem integralmente para plantar igrejas, quer os profissionais que conjugam suas habilidades com a obra missionária (1 Co 9.23).

Cada um de nós tem uma vocação para servir a Cristo com nossos talentos e recursos. Dentro ou fora da igreja nosso principal objetivo é glorificar o nome de Deus Pai (Rm 16.25-27). Tudo o que temos é um presente de Deus e deve ser empregado para glorificá-Lo.

Independentemente de trabalharmos por conta própria ou em uma empresa, nossa profissão pode ser uma maneira poderosa de compartilhar o Evangelho.

Isso significa o campo missionário está acessível a missionários tradicionais e profissionais que utilizam suas habilidades na obra missionária, conforme 1 Coríntios 9.23.

Em resumo, todos nós temos um papel importante a desempenhar na missão de Deus, independentemente de nossa área de atuação. Nossas habilidades e recursos profissionais podem ser usados para impactar vidas e compartilhar o amor de Cristo, seja no trabalho, negócios próprios ou organizações.

O importante é reconhecer que nossa profissão pode ser um campo missionário significativo onde podemos fazer a diferença para a glória de Deus.

CONCLUSÃO

Deus está chamando cada vez mais profissionais para que levem a mensagem de salvação até aos confins da Terra, especialmente aos povos não alcançados. Entretanto, é preciso um alerta: Nem todos os que se sentem atraídos a “fazer tendas” estão qualificados para a tarefa. É necessário examinar os motivos e avaliar a disposição espiritual. Daí, a importância do trabalho da igreja local na descoberta de vocações, pois é onde o crescimento espiritual ocorre mais plenamente no contexto de uma igreja saudável, acompanhado de um programa pessoal, com o objetivo de levar a pessoa a desenvolver o conhecimento de Deus e das Escrituras. Uma vez que a base está firmada, podemos aprender habilidades ministeriais, especialmente, como levar outros a Cristo e discipulá-los.

 

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