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Subsidio Lição 10: O Pecado Corrompeu a Natureza Humana

Subsidio liçao 10 O pecado corrompeu a natureza humana

Subsidio Lição 10: O Pecado Corrompeu a Natureza Humana | 1° Trimestre de 2025 | EBD – ADULTOS

 

 

Embora o pecado tenha entrado na humanidade por meio de Adão, sua origem não está no Éden. A Bíblia revela que Satanás era um querubim ungido, criado em perfeição:

“Tu eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus… Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28.12-15).

Isaías 14.12-15 também descreve sua queda, ressaltando seu desejo de se exaltar acima de Deus. A rebelião de Satanás não foi solitária; outros anjos seguiram seu caminho e foram expulsos do céu (2 Pe 2.4; Jd 6). Essa queda pode explicar a origem dos demônios, já que parte desses anjos permanece aprisionada, enquanto outros continuam atuando no mundo.

A entrada do pecado trouxe corrupção à criação e separação entre Deus e os homens. Desde então, a humanidade vive sob a escravidão do pecado, precisando da redenção que só Cristo pode oferecer (Rm 6.23; 1 Co 15.22). O diabo, como autor do pecado, continua enganando as nações e lutando contra os filhos de Deus (Ef 6.12), mas sua derrota final está decretada (Ap 20.10).

Antes da desobediência, Adão e Eva viviam em perfeita harmonia com Deus e com a criação. Eles estavam nus, mas não sentiam vergonha (Gn 2.25), pois não havia maldade ou corrupção em seus corações. No entanto, ao comerem do fruto proibido, algo mudou drasticamente. A Bíblia diz:

“Então, foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gn 3.7).

Nesse instante, perceberam que algo estava errado. Essa abertura dos olhos não foi um despertar para a sabedoria, como Satanás havia insinuado (Gn 3.5), mas sim a percepção do pecado e da vergonha. Pela primeira vez, sentiram culpa e medo, e, por isso, tentaram se esconder da presença de Deus (Gn 3.8).

Além disso, a separação entre Deus e o homem aconteceu imediatamente após o pecado. A morte, no sentido bíblico, significa separação. Deus já havia advertido:

“Porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17).

Embora não tenham morrido fisicamente de imediato, experimentaram a morte espiritual, ou seja, a ruptura da comunhão com Deus. Como Isaías confirma:

“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus” (Is 59.2).

A partir desse momento, a natureza humana passou a estar inclinada ao pecado (Sl 51.5; Rm 3.23). Como consequência, a corrupção atingiu toda a criação, trazendo sofrimento, doenças e, por fim, a morte física (Gn 3.16-19; Rm 6.23).

Apesar da gravidade do pecado, Deus não deixou o ser humano sem esperança. Ainda no Éden, Ele revelou Sua graça ao anunciar a promessa da redenção:

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).

Esse versículo é conhecido como o protoevangelho, ou seja, a primeira profecia sobre Cristo. Ele viria ao mundo para desfazer as obras do diabo (1 Jo 3.8). A descendência da mulher é uma referência a Jesus, que, por meio de Sua morte e ressurreição, venceu Satanás e trouxe salvação para os que creem nEle (Cl 2.15; Hb 2.14).

“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).

Em outras palavras, o pecado entrou na criação por meio da desobediência de Adão e, a partir de então, passou a fazer parte da natureza humana. Esse princípio é reiterado mais adiante na mesma passagem:

“Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos” (Rm 5.19).

Além disso, Paulo reforça essa verdade ao comparar a condição de Adão com a de Cristo:

“E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial” (1 Co 15.49).

Ou seja, da mesma forma que herdamos de Adão a corrupção do pecado, aqueles que estão em Cristo receberão uma nova natureza e participarão da ressurreição para a vida eterna.

Portanto, a consequência mais grave da Queda foi a separação do homem de Deus, acompanhada da morte espiritual e física. Mas, graças ao sacrifício de Jesus, a humanidade tem a oportunidade de ser restaurada e reconciliada com o Criador.

A corrupção gerada pelo pecado não se limitou a um único aspecto do ser humano. Pelo contrário, afetou sua totalidade, comprometendo o corpo, a alma e o espírito (Rm 2.9; 8.10; 2 Co 7.1). A Bíblia revela que até mesmo o intelecto e a vontade foram atingidos, impedindo que o homem, por si só, compreenda a Deus e deseje fazer Sua vontade. Isaías descreve essa cegueira espiritual:

“O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende” (Is 1.3).

Além disso, Jeremias destaca a corrupção do coração humano, evidenciando sua inclinação natural ao engano e à maldade:

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jr 17.9).

Essa degeneração também atingiu a consciência e a razão. O apóstolo Paulo menciona aqueles que, por insistirem no pecado, tiveram sua consciência cauterizada:

“Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” (1 Tm 4.2).

Apesar dessa corrupção generalizada, a imagem de Deus no homem não foi totalmente apagada. Mesmo desfigurada pelo pecado, ela continua presente. Isso pode ser observado em Gênesis:

“Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem” (Gn 9.6).

No Novo Testamento, Tiago reforça esse princípio ao declarar:

“Com ela [a língua] bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus” (Tg 3.9).

Essa realidade implica que o livre-arbítrio do homem não foi aniquilado, mas está enfraquecido e inclinado ao pecado. A Bíblia reforça essa verdade ao apresentar convites à escolha, como no chamado de Josué:

“Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais” (Js 24.15).

Jesus também declara que aqueles que desejam sinceramente fazer a vontade de Deus podem conhecê-la:

“Se alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutrina, se ela é de Deus ou se eu falo de mim mesmo” (Jo 7.17).

É importante ressaltar que a maior parte do que se sabe sobre Pelágio provém dos escritos de seus oponentes, uma vez que não há registros preservados de sua própria autoria.

O núcleo central da sua teologia pode ser resumido nos seguintes pontos: o ser humano nasce sem pecado, a transgressão de Adão não afeta diretamente seus descendentes, o pecado original não existe e, consequentemente, a humanidade não herdou corrupção moral ou espiritual. Dessa forma, Pelágio ensinava que cada pessoa possui total liberdade para escolher entre o bem e o mal, podendo alcançar a salvação por mérito próprio, sem a necessidade da graça divina.

A evidência incontestável da transmissão do pecado de Adão à sua descendência é a morte, tanto física quanto espiritual.

O Salmo 51.5 confirma essa verdade ao declarar: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe”. O profeta Isaías também descreve a corrupção do gênero humano ao afirmar: “Toda a cabeça está enferma, e todo o coração fraco. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã” (Is 1.5,6). O apóstolo Paulo reforça essa realidade ao escrever: “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus” (Rm 3.10-12).

Além disso, a experiência humana comprova a inclinação natural para o pecado. Se o ser humano nascesse moralmente neutro, como ensinava Pelágio, haveria a possibilidade real de que, ao menos uma vez na história, alguém vivesse sem cometer pecado. No entanto, a Bíblia afirma que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23), provando que o pecado afeta toda a humanidade.

Portanto, a doutrina do pecado original é fundamental para a compreensão da necessidade da graça divina na salvação. Sem a intervenção de Cristo, nenhum ser humano seria capaz de restaurar sua comunhão com Deus por mérito próprio. Essa verdade anula qualquer tentativa de Pelagianismo na teologia cristã e exalta a obra redentora de Jesus Cristo, que veio para salvar a humanidade perdida pelo pecado de Adão

A cruz simboliza a redenção, pois nela Cristo tomou sobre si os pecados da humanidade e satisfez a justiça divina (Is 53.4-6; 2 Co 5.21). A necessidade do sacrifício de Jesus está fundamentada na santidade de Deus e na pecaminosidade do ser humano. Sem a expiação, não haveria remissão de pecados (Hb 9.22).

Entretanto, algumas religiões rejeitam esse ensinamento fundamental.

O Alcorão, livro sagrado do Islã, nega a crucificação e a morte de Jesus, afirmando que Ele não morreu, mas foi elevado aos céus por Deus (Surata 4.157-158). Essa negação está alinhada com a visão islâmica de que cada pessoa responde por seus próprios pecados e não há necessidade de um sacrifício expiatório. Essa perspectiva contrasta diretamente com o ensinamento bíblico de que a salvação é possível apenas por meio da morte vicária de Cristo (Jo 14.6; Ef 2.8,9).

A cruz de Cristo sempre foi um escândalo para o mundo. Desde o primeiro século, muitos rejeitam essa mensagem, pois consideram absurda a ideia de um Messias que sofreu e morreu. O apóstolo Paulo afirma que “nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (1 Co 1.23). Os judeus esperavam um Messias político e triunfante, enquanto os gregos valorizavam a filosofia e a razão, não compreendendo como a morte de um homem poderia trazer salvação.

Contudo, para os que creem, a cruz é a manifestação suprema do amor e da justiça de Deus. Jesus, sendo sem pecado, se entregou voluntariamente para que a humanidade fosse reconciliada com Deus (Rm 5.8-10). O Novo Testamento reforça que a morte de Cristo não foi um acidente, mas um plano divino desde a fundação do mundo (1 Pe 1.18-20).

A rejeição da cruz não se limita ao Islã. Ao longo da história, diversas correntes teológicas e filosóficas tentaram minimizar ou reinterpretar o significado do sacrifício de Jesus. No entanto, a verdade bíblica permanece inalterada: sem a cruz, não há perdão, e sem o sangue de Cristo, não há redenção (Ef 1.7; Cl 1.20).

Embora o Pelagianismo tenha sido condenado pela Igreja no século V, suas ideias continuam presentes em diversas religiões e filosofias contemporâneas. O pensamento central dessa heresia — a negação do pecado original e a crença na capacidade humana de alcançar a salvação por mérito próprio — se manifesta em várias doutrinas atuais que rejeitam a necessidade da graça divina para a redenção.

Entre os grupos religiosos que carregam resquícios do Pelagianismo, destacam-se as religiões reencarnacionistas, como o Espiritismo Kardecista e o Hinduísmo, que negam a Queda do Éden e sustentam que o ser humano pode evoluir espiritualmente por meio de sucessivas vidas.

O Espiritismo, por exemplo, ensina que cada pessoa sofre apenas as consequências de seus próprios erros em vidas passadas, ignorando a transmissão do pecado de Adão para toda a humanidade (Rm 5.12). Essa visão contraria o ensinamento bíblico de que o ser humano nasce com uma natureza pecaminosa e não pode salvar a si mesmo (Sl 51.5; Rm 3.23).

Outro grupo que apresenta traços pelagianos é a Ciência Cristã, um movimento religioso fundado por Mary Baker Eddy no século XIX. Seus seguidores negam a existência do pecado, afirmando que ele não passa de uma ilusão da mente humana. Essa crença se opõe diretamente à revelação bíblica, que ensina que o pecado é uma realidade que separa o ser humano de Deus (Is 59.2) e exige redenção por meio de Cristo (Rm 6.23).

O Mormonismo também adota uma posição semelhante ao Pelagianismo ao negar que a transgressão de Adão tenha trazido corrupção para toda a raça humana. Para os mórmons, a Queda não foi negativa, mas uma etapa necessária para o progresso da humanidade. Segundo sua teologia, cada pessoa é responsável apenas por seus próprios pecados, desconsiderando o ensino bíblico de que a humanidade herdou uma natureza pecaminosa e está sujeita à condenação sem a intervenção divina (1 Co 15.22; Ef 2.1-3).

Diante desse cenário, os cristãos precisam estar preparados para identificar e responder a essas teologias antibíblicas.

O apóstolo Pedro nos exorta a estarmos sempre prontos para defender a nossa fé com mansidão e temor (1 Pe 3.15). Isso significa conhecer bem as doutrinas fundamentais do cristianismo e, ao mesmo tempo, entender os pontos de vista daqueles que pensam diferente, a fim de apresentar-lhes o Evangelho de forma eficaz.

Mais do que refutar ideias erradas, a nossa missão é conduzir as pessoas à verdade de Cristo. Afinal, Jesus morreu por todos, incluindo aqueles que seguem doutrinas equivocadas (Jo 3.16; 1 Tm 1.15). No cumprimento dessa tarefa, não estamos sozinhos: o Espírito Santo nos capacita e nos dá sabedoria para falar no momento certo (Lc 12.12). Portanto, devemos permanecer firmes na verdade bíblica, confiando no poder de Deus para transformar vidas.

Quando os crentes não compreendem bem as doutrinas fundamentais de sua igreja, tornam-se presas fáceis para falsos ensinamentos que, à primeira vista, parecem corretos, mas escondem graves distorções da verdade. Essa realidade não é nova, pois já nos tempos bíblicos o apóstolo Paulo advertia sobre aqueles que enganam com palavras persuasivas (Cl 2.4,8).

Nos dias atuais, esse perigo se intensifica devido ao crescente analfabetismo bíblico. Muitas pessoas afirmam seguir a Cristo, mas desconhecem os fundamentos da fé cristã. Como resultado, aceitam com facilidade ideias que contradizem a Bíblia, sem sequer examinar suas bases doutrinárias. No entanto, a Palavra de Deus nos exorta a “examinar tudo e reter o que é bom” (1 Ts 5.21) e a testar os espíritos para discernir se vêm de Deus (1 Jo 4.1). Esse discernimento é essencial para não cairmos no erro.

Um dos maiores desafios desse cenário é que muitas heresias modernas não se apresentam como uma rejeição aberta do cristianismo, mas como distorções sutis da verdade bíblica.

Movimentos que negam a divindade de Cristo, a salvação exclusivamente pela graça ou a autoridade das Escrituras têm se infiltrado até mesmo em círculos evangélicos. Essas falsas doutrinas se propagam com linguagem persuasiva e, sem o devido conhecimento bíblico, muitos são enganados. Foi exatamente isso que aconteceu nos tempos apostólicos, levando Paulo a advertir os gálatas: “admira-me que tão depressa estejais passando daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho” (Gl 1.6).

Além disso, vivemos em uma era onde a informação está amplamente acessível, mas nem sempre filtrada com sabedoria. A internet e as redes sociais, por exemplo, possibilitam o rápido compartilhamento de ideias, mas também facilitam a disseminação de ensinamentos errôneos. Muitos cristãos baseiam suas crenças em frases motivacionais ou pregações superficiais, sem conferir se realmente estão de acordo com as Escrituras. No entanto, Jesus alertou que “errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29).

Diante desse cenário, a solução é clara: fortalecer o ensino bíblico nas igrejas e incentivar cada crente a aprofundar-se na Palavra de Deus. Os bereanos foram elogiados porque examinavam diariamente as Escrituras para verificar se o que ouviam era verdadeiro (At 17.11). Esse deve ser o exemplo para todo cristão que deseja se manter firme na fé e evitar os enganos doutrinários.

O desconhecimento da verdade não apenas abre portas para heresias, mas também compromete a comunhão com Deus. Quando o povo de Israel rejeitou o conhecimento, Deus declarou: “o meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6). Esse alerta continua válido nos dias de hoje. Somente por meio do estudo diligente da Palavra e da ação do Espírito Santo podemos discernir entre a verdade e o erro, permanecendo fiéis à sã doutrina.

 

Um comentário

  1. Bem Hur

    Boa tarde a Paz do Senhor, parabéns pelos comentários das lições da EBD, quando será publicado a lição 11 ?

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