Subsidio Lição 05: Jesus é Deus | 1° Trimestre de 2025 | EBD – ADULTOS
TEXTO ÁUREO
“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” (Jo 1.1)
VERDADE PRÁTICA
A divindade de Jesus está muito clara e direta na Bíblia, além de ser revelada no seu ministério terreno, na manifestação dos seus atributos e obras divinas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 1.1-4,9-14
INTRODUÇÃO
O apóstolo João, como judeu monoteísta instruído na sinagoga, não está apresentando um novo Deus, mas colocando o Verbo dentro da divindade dos seus antepassados. O apóstolo não admitia, em hipótese alguma, outra divindade, senão só, e somente só, o Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30). Por isso, no prólogo do seu Evangelho ele descreve o Verbo com os atributos da deidade, aqueles que mais se destacam no seu relato do começo ao fim.
Palavra-Chave: Emanuel
I- A DOUTRINA BÍBLICA DA DIVINDADE DE JESUS
1- Jesus é Deus.
O Novo Testamento é direto quanto à natureza divina de Jesus: “E o Verbo era Deus” (Jo 1.1); “Ao que Tomé lhe respondeu: – Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28); “mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo” (Fp 2.6, NAA); “para conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo” (Cl 2.2, NAA); “e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13, NAA); “aos que conosco obtiveram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1, NAA); “E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20, NAA).
Muitos textos do Novo Testamento afirmam diretamente a divindade de Cristo. João 1.1 abre seu evangelho declarando que “o Verbo era Deus” e identifica Jesus como o Criador de todas as coisas (Jo 1.3). Após a ressurreição, o apóstolo Tomé reconheceu Jesus como “Senhor meu e Deus meu” (Jo 20.28), testemunhando sua natureza divina.
Paulo também reforça, em várias epístolas, que Jesus é Deus. Em Tito 2.13, ele descreve “a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.” Pedro concorda, afirmando que os cristãos têm fé na “justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1). Além disso, João conclui sua primeira carta declarando que “Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5.20).
Igualdade com o Pai
Jesus reafirmou repetidamente sua unidade com o Pai. Em João 10.30, ele declarou: “Eu e o Pai somos um,” o que levou seus oponentes a acusá-lo de blasfêmia, pois entenderam que ele se fazia igual a Deus (Jo 10.33). Essa unidade não elimina sua distinção como pessoa, mas comprova que ele compartilha da mesma essência divina.
Jesus, o Salvador Divino
A obra da salvação depende de sua divindade. Apenas Deus poderia pagar plenamente o preço pelos pecados da humanidade. Isaías profetizou que o Messias seria chamado “Deus Forte” (Is 9.6). O Novo Testamento confirma isso ao identificar Jesus como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
Jesus demonstrou sua divindade não apenas em palavras, mas também em ações. Ele perdoou pecados, algo que só Deus pode fazer (Mc 2.5-7), e ressuscitou em poder, provando que é Senhor sobre a morte (Mt 28.6).
Respostas a Negativas de Sua Divindade
Negar a divindade de Jesus invalidaria sua mensagem e ministério como suficientes para a redenção. Além disso, a Bíblia seria incoerente ao declarar que Jesus merece adoração (Fp 2.10-11), honra que pertence exclusivamente a Deus (Dt 6.13).
Essa revisão elimina construções desnecessariamente passivas, tornando o texto mais direto e dinâmico, sem perder o tom formal e teológico.
2- Seus atributos absolutos.
Os atributos são perfeições próprias da essência de Deus. Os atributos absolutos ou incomunicáveis são exclusivos da divindade como onipotência, eternidade, onisciência e onipresença. A onipotência significa “ter todo poder, ser todo-poderoso”, Jesus é onipotente (Mt 28.18; Ef 1,21; Ap 1.8). Ele é eterno (Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8). “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1) indica que Ele já existia antes mesmo da criação com o Pai (Gn 1.1). A onipresença é o poder de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, Jesus é onipresente (Mt 18.20; 28.20). Α onisciência é o conhecimento perfeito e absoluto que Deus possui de todas as coisas, de todos os eventos e de todas as circunstâncias por toda a eternidade passada e futura. Jesus possui esse atributo (Mt 17.27; Jo 1.47, 48; 2.24, 25; 4.17, 18; 16.30; 21.17).
1. Onipotência de Jesus
A onipotência representa o poder ilimitado de Deus, e Jesus demonstrou claramente esse atributo. Ele afirmou que todo poder nos céus e na terra lhe pertence (Mt 28.18), uma declaração que apenas Deus poderia fazer. Além disso, Ele confirmou sua onipotência ao:
- Controlar a natureza, acalmando tempestades (Mc 4.39).
- Curar instantaneamente os enfermos, como no caso do leproso (Mt 8.3).
- Ressuscitar tanto a si mesmo quanto outras pessoas (Jo 11.43-44; Jo 2.19-21).
Adicionalmente, Jesus foi exaltado acima de todas as autoridades e poderes (Ef 1.21) e identificado como o Alfa e o Ômega, “aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1.8).
2. Eternidade de Jesus
A eternidade, atributo exclusivo de Deus, também se aplica a Jesus. Isaías o descreveu como o “Pai da Eternidade” (Is 9.6), enquanto Miqueias afirmou que suas origens são “desde os dias da eternidade” (Mq 5.2). Da mesma forma, o apóstolo João declarou que “no princípio era o Verbo” (Jo 1.1), destacando sua existência antes da criação.
Além disso, Hebreus reafirma sua imutabilidade: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hb 13.8). Portanto, sua eternidade confirma que Ele compartilha da mesma essência divina do Pai.
3. Onipresença de Jesus
A onipresença, que é a capacidade de estar em todos os lugares simultaneamente, também se manifesta em Jesus. Ele assegurou sua constante presença entre seus seguidores, afirmando: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18.20).
Além disso, Jesus prometeu estar com sua igreja “até o fim dos tempos” (Mt 28.20). Esses fatos deixam claro que sua presença transcende limitações físicas, revelando um atributo exclusivo de Deus.
4. Onisciência de Jesus
Por fim, a onisciência de Jesus, que é o conhecimento absoluto de todas as coisas, também confirma sua divindade. Os evangelhos mostram como Ele revelou esse atributo em diversas ocasiões:
- Conhecia pensamentos e intenções das pessoas (Mt 9.4; Jo 2.24-25).
- Identificou fatos ocultos, como a vida da mulher samaritana (Jo 4.17-18) e o peixe com a moeda (Mt 17.27).
- Demonstrou presciência ao prever eventos futuros, incluindo sua morte, ressurreição (Mt 16.21) e a negação de Pedro (Mt 26.34).
De forma contundente, Pedro afirmou: “Senhor, tu sabes todas as coisas” (Jo 21.17), reconhecendo que Jesus possuía um conhecimento que transcende o humano e pertence exclusivamente a Deus.
II – A HERESIA QUE NEGA A DIVINDADE DE JESUS
1- Arianismo.
Os primeiros a negarem a divindade de Jesus foram os ebionitas, seguidos pelos monarquianistas dinâmicos, mas a heresia principal que abalou os fundamentos da igreja foi o Arianismo. O termo “arianismo” vem de Ário, o expoente dessa doutrina em Alexandria a partir do ano 318. Ele negava a divindade de Cristo e o considerava como um deus de segunda categoria. Ário rejeitava a eternidade do Verbo; embora defendesse sua existência antes da encarnação, recusava que fosse Ele eterno com o Pai, insistindo na tese de que o Verbo foi criado como primeira criatura de Deus. A palavra de ordem arianista era: “houve tempo que o Verbo não existia”.
Desde os primeiros séculos do cristianismo, diversos grupos questionaram a natureza de Jesus Cristo, promovendo debates que moldaram a fé cristã. Entre eles, os ebionitas se destacaram como os primeiros a negar a divindade de Cristo, afirmando que Ele era apenas um homem extraordinário escolhido por Deus. Posteriormente, surgiram os monarquianistas dinâmicos, que também rejeitavam a igualdade de Jesus com o Pai.
Contudo, foi no século IV, com a ascensão de Ário, que essa controvérsia atingiu seu ponto máximo. O Arianismo, como ficou conhecido, negava de forma sistemática a eternidade e a divindade plena de Cristo, trazendo desafios profundos à doutrina cristã.
A Teologia de Ário e Suas Implicações
Ário, presbítero de Alexandria, argumentou que o Filho de Deus não era eterno como o Pai, mas apenas a “primeira e mais sublime criação de Deus.” Ele afirmava: “Houve um tempo em que o Verbo não existia.” Essa tese contradizia diretamente o ensino bíblico sobre a coeternidade e igualdade de Jesus com o Pai.
Em essência, o Arianismo rebaixava Jesus a uma posição subordinada, negando sua plena divindade e comprometendo a doutrina da Trindade. As implicações dessa visão eram graves: se Cristo fosse apenas uma criatura, por mais elevada que fosse, Ele não poderia ser o Redentor perfeito e suficiente. Somente Deus pode salvar plenamente a humanidade (Is 43.11).
O Concílio de Niceia
Com a rápida disseminação das ideias de Ário, a igreja reconheceu a necessidade de uma resposta definitiva. Assim, em 325, foi convocado o Concílio de Niceia, reunindo líderes cristãos de diversas regiões. Nesse concílio, a igreja declarou que o Filho é “da mesma substância” (homoousios) do Pai, refutando de forma contundente a visão de Ário.
O Credo Niceno, estabelecido nesse evento, proclamou que Jesus é “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado.” Esse momento tornou-se um marco na história da igreja, preservando a verdade bíblica diante de um dos ataques mais sérios à doutrina da Trindade.
Uma Heresia que Perdura
Apesar de sua derrota teológica no Concílio de Niceia, o pensamento ariano continuou a sobreviver em formas variadas ao longo da história. Hoje, ele influencia movimentos como as Testemunhas de Jeová, que também rejeitam a divindade plena de Cristo. Essas crenças perpetuam os erros do passado e reforçam a necessidade de permanecermos firmes na Bíblia, a base inabalável de nossa fé.
2- Suas explicações.
Ário e seus seguidores pinçavam as Escrituras aqui e acolá em busca de algumas passagens bíblicas para dar sustentação às suas crenças. Seguem algumas delas, as mais emblemáticas: “O Senhor me criou no princípio dos seus caminhos” (Pv 8.22 – LXX); “o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1.15); “houve tempo em que o Filho não existia”. Outra passagem favorita era: “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3). Com isso ignoravam todo o pensamento bíblico que defende a eternidade e a deidade de Cristo (Jo 1.1-3).
O principal problema na abordagem de Ário residia na desconexão entre sua interpretação e o contexto mais amplo do ensino bíblico. Embora ele enfatizasse passagens que pareciam sustentar suas ideias, negligenciava as claras afirmações da natureza divina de Jesus presentes em todo o Novo Testamento.
Por exemplo, Jesus foi adorado tanto pelos discípulos (Mt 28.9,17) quanto pelos anjos (Hb 1.6), um ato que seria considerado blasfêmia se Ele não fosse verdadeiramente Deus.
Além disso, declarações como “Antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.58) e “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o último” (Ap 22.13) confirmam Sua eternidade, reafirmando a coessência divina que compartilha com o Pai.
3- Como solucionar a controvérsia?
A tradução “criou” de Provérbios 8.22 da Septuaginta é opcional, pois o verbo hebraico nessa passagem é qānâ, “obter, adquirir, criar”, mas o sentido de “criar” para “trazer à existência algo do nada” é o verbo bārā’, como em Gênesis 1.1. O texto de Colossenses 1.15 diz que Jesus é o primogênito de toda a criação, e não o primogênito de Deus. A palavra prototokos, “primogênito, primeiro, chefe”, foi usada pelos escritores sagrados com o sentido de importância, prioridade, posição, primazia, preeminência (Cl 1.15-18). Ou seja, Jesus encarnado tem a primazia na criação, é a imagem do Deus invisível porque é Deus. Conhecer a Deus (Jo 17.3) é o mesmo que conhecer a Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e do Filho (Jo 10.30).
A tradução de Provérbios 8.22 é crucial na defesa ariana, especialmente com base na Septuaginta (LXX), que traduz o verbo hebraico qānâ como “criou.” Isso levou à interpretação de que a Sabedoria — entendida pelos arianos como Cristo — foi criada. Contudo, qānâ no hebraico pode significar “adquirir,” “possuir” ou “trazer algo à existência,” enquanto a ideia de criação ex nihilo (do nada), como em Gênesis 1.1, é expressa pelo verbo bārā’.
Portanto, em seu contexto, Provérbios 8.22 não implica que Cristo foi criado. Em vez disso, Ele é a Sabedoria de Deus, revelada eternamente e coexistindo com o Pai desde o princípio.
Colossenses 1.15: O Primogênito de Toda a Criação
Outro texto-chave no debate é Colossenses 1.15, onde Cristo é chamado de “primogênito de toda a criação.” O termo grego prototokos pode ser entendido como uma referência à supremacia e preeminência de Cristo, e não à criação em si. Isso é confirmado no versículo seguinte (Cl 1.16), que declara que todas as coisas foram criadas “por meio dele e para ele.” Isso posiciona Jesus como o agente criador, não uma criatura criada.
Além disso, na Bíblia, “primogênito” frequentemente indica posição de honra e autoridade. Por exemplo, no Salmo 89.27, Deus declara sobre Davi: “Fá-lo-ei, por isso, meu primogênito, o mais elevado dos reis da terra.” Embora Davi não fosse literalmente o primeiro rei, o título destaca sua supremacia. Da mesma forma, em Colossenses, prototokos enfatiza a preeminência de Cristo sobre toda a criação, sendo Ele Deus encarnado.
João 17.3: Conhecer a Deus e a Cristo
João 17.3 também é frequentemente citado pelos arianos para sugerir que apenas o Pai é o “único Deus verdadeiro,” o que implicaria uma superioridade sobre o Filho. No entanto, essa interpretação ignora a unidade entre o Pai e o Filho, amplamente enfatizada no Evangelho de João. Em João 10.30, Jesus declara: “Eu e o Pai somos um.” Ele não está se referindo a serem a mesma pessoa, mas sim que compartilham a mesma essência divina.
Portanto, conhecer o Pai inclui conhecer o Filho, já que Cristo é a plena manifestação de Deus (Jo 14.9). Longe de negar a divindade de Jesus, João 17.3 reforça a harmonia entre Pai e Filho na obra redentora.
III – IMPLICAÇÕES DO ARIANISMO NA ATUALIDADE
1- A Tradução do Novo Mundo.
A exemplo do Arianismo, há um movimento religioso que usa a Bíblia fora do contexto por meio de uma versão exclusiva das Escrituras, denominada de Tradução do Novo Mundo. Trata-se de uma versão tendenciosa. Veja alguns exemplos de suas falsificações: “e a Palavra era um deus” (Jo 1.1), “deus” com “d” minúsculo, visto que o texto correto é: “e a Palavra era Deus” ou “e o Verbo era Deus”. O texto sagrado declara: “grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13); “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1); essas passagens falam textualmente que Jesus é Deus. Entretanto, a Tradução do Novo Mundo diz: “do grande Deus e do nosso Salvador, Jesus Cristo”; “do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo”. Mudaram o texto sagrado acrescentando um “do”, onde não existe no texto grego para desvincular a divindade de Jesus.
A exemplo do Arianismo, que buscava justificar suas crenças por interpretações seletivas das Escrituras, a Tradução do Novo Mundo (TNM), desenvolvida pelas Testemunhas de Jeová, adota uma abordagem semelhante. Essa versão da Bíblia distorce o texto original para se alinhar às suas doutrinas específicas, particularmente a rejeição da divindade de Jesus Cristo. Acadêmicos, linguistas e estudiosos bíblicos frequentemente criticam a TNM como tendenciosa e manipuladora.
João 1.1: Um “Deus” com “d” Minúsculo
Um dos exemplos mais notórios dessa distorção ocorre em João 1.1. O texto grego afirma: kai theos ēn ho logos, traduzido nas principais versões da Bíblia como “e o Verbo era Deus” (ARA) ou “e a Palavra era Deus” (NVI). No entanto, a TNM altera o texto para “e a Palavra era um deus,” empregando um “deus” com “d” minúsculo e acrescentando um artigo indefinido inexistente no original.
Essa modificação baseia-se na ideia de que a ausência do artigo definido ho antes de theos indica que Jesus é um deus em sentido menor. No entanto, essa interpretação desconsidera as regras gramaticais e contextuais da língua grega. Construções predicativas frequentemente omitem o artigo definido, mas preservam a ênfase na essência qualitativa. Portanto, o texto original claramente declara que o Logos (o Verbo) compartilha a mesma essência divina do Pai.
Tito 2.13 e 2 Pedro 1.1: Distanciamento da Divindade de Cristo
Outro exemplo significativo de manipulação ocorre em Tito 2.13 e 2 Pedro 1.1. A construção gramatical conhecida como “Regra de Granville Sharp” no texto grego demonstra que as expressões “nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13) e “nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1) referem-se a uma única pessoa: Jesus.
Contudo, a TNM insere o pronome “do,” ausente no texto grego, dividindo artificialmente Deus e Jesus como entidades separadas. Essa intervenção deliberada altera o significado e desvia a mensagem teológica fundamental dessas passagens.
Implicações Doutrinárias
Essas alterações na TNM não podem ser consideradas como questões legítimas de tradução ou como diferenças interpretativas menores. Pelo contrário, elas representam uma tentativa intencional de ajustar o texto bíblico para que se alinhe à teologia preconcebida do movimento.
Como consequência direta, compreensões cruciais sobre a divindade de Jesus Cristo — um pilar central da fé cristã — são distorcidas. Por exemplo, versículos como Hebreus 1.8-9, João 8.58 e Apocalipse 22.13, que confirmam a eternidade e a coigualdade de Cristo com Deus Pai, são constantemente reinterpretados ou minimizados na TNM. Esse tipo de prática, portanto, reforça ainda mais a necessidade de discernimento e fidelidade à interpretação bíblica em sua totalidade.
2- Os movimentos orientais.
Nenhum deles reconhece a divindade de Jesus e para os panteístas monistas não existe Trindade e nem Jesus. O movimento Hare Krishna, por exemplo, nega a divindade de Jesus e nem acredita que Ele seja o Salvador, pois vê o Senhor Jesus como um mero guia espiritual e uma das inúmeras encarnações de Krishna.
No panteísmo e monismo, a realidade é interpretada como uma manifestação de um único princípio universal, divino ou impessoal. Termos como “Deus” ou “divindade” não se referem a entidades pessoais, mas ao brahman no hinduísmo, à energia universal ou ao princípio cósmico subjacente a todas as coisas.
Nessa visão, Jesus ocupa um papel secundário. Ele é geralmente retratado como um mestre espiritual, um iluminado ou uma entre várias manifestações do princípio universal. Por essa razão, a concepção cristã da Trindade, que apresenta Deus como Pai, Filho e Espírito Santo, é descartada como uma ideia antropomorfizada e estritamente ocidental.
Movimento Hare Krishna
O movimento Hare Krishna, uma ramificação do Gaudiya Vaishnavismo, destaca a adoração a Krishna como a suprema personalidade divina. Krishna é descrito como a fonte de todas as encarnações divinas, incluindo Vishnu e Rama.
No entanto, nesse movimento, Jesus não é reconhecido como Deus encarnado ou como o Salvador do mundo, de acordo com a teologia cristã. Em vez disso, Ele é considerado um avatar secundário ou um mestre espiritual que ofereceu ensinamentos morais e espirituais úteis à humanidade.
Além disso, a salvação, nessa tradição, depende do esforço pessoal. Práticas como o canto do mantra Hare Krishna (Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare), a meditação e a renúncia ao ego desempenham papéis centrais. Portanto, essa abordagem exclui a visão cristã da redenção pela fé em Cristo, conforme Efésios 2.8-9.
Budismo
O budismo rejeita amplamente a ideia de um Deus pessoal e criador. No entanto, algumas escolas budistas classificam Jesus como um bodhisattva – alguém que alcançou a iluminação, mas escolheu continuar no ciclo do renascimento para ajudar outros a alcançar o nirvana.
Apesar disso, embora Jesus seja respeitado como um professor ético ou iluminado, o budismo não reconhece Sua divindade ou o sacrifício substitutivo na cruz. Ao invés disso, o foco do budismo reside no autodesenvolvimento e na superação do sofrimento por meio do Nobre Caminho Óctuplo. Assim, o papel redentor de Jesus, como ensinado no cristianismo, não encontra paralelo ou aceitação no budismo.
4. Taoísmo
O taoísmo concentra-se no equilíbrio com o Tao – o princípio que governa a ordem natural do universo. Nesse contexto, Jesus é visto como alguém que atingiu harmonia plena com o Tao.
Entretanto, apesar da admiração por Sua suposta harmonia com o Tao, o taoísmo não adota a adoração de Cristo como Deus. De fato, essa ideia é incompatível com a teologia taoísta, que foca na conexão individual com o fluxo universal. Portanto, embora haja reconhecimento da sabedoria de Cristo, a divindade de Jesus não encontra espaço dentro dessa visão.
3- Outros grupos.
O Jesus do Alcorão é um mero mensageiro, não é reconhecido como Deus, nem como o Filho de Deus, nem como Salvador, nem morreu e nem ressuscitou. As religiões reencanacionistas recusam a deidade absoluta de Jesus, a sua ressurreição dentre os mortos e não reconhecem a sua singularidade. O Jesus deles não passa de mais um médium ou um dos grandes mestres e filósofos. No entanto, a Bíblia nos mostra que Jesus é muito mais (Ef 1.21; Hb 7.26), é o Deus em forma humana (Rm 9.5).
O Islã, por meio do Alcorão, reconhece Jesus (ou Isa) como um profeta poderoso e honrado. No entanto, existem diferenças fundamentais em relação à visão cristã:
- Jesus não é Deus: Para os muçulmanos, Jesus não possui natureza divina nem é o Filho de Deus. O Alcorão declara de forma clara: “Allah não teve nenhum filho” (Surata 112.1-4). Assim, a ideia de filiação divina é considerada blasfêmia.
- Jesus não morreu na cruz: O Alcorão afirma que Jesus não foi crucificado, substituindo-o por outra pessoa (Surata 4.157). Com isso, elimina-se a base da redenção que Sua morte expiatória oferece no cristianismo.
- Jesus não ressuscitou: Como o Islã rejeita a crucificação, não reconhece a ressurreição. Em vez disso, Jesus é descrito como alguém que ascendeu vivo aos céus e retornará no fim dos tempos, mas não como o Salvador.
Por outro lado, a Bíblia reafirma a importância central da morte e ressurreição de Cristo: “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia” (1 Co 15.3-4).
As Religiões Reencarnacionistas
Religiões ou filosofias que baseiam-se na crença na reencarnação, como o espiritismo kardecista, a teosofia e versões ocidentalizadas do hinduísmo e budismo, também apresentam uma visão distinta e diluída de Jesus:
- Jesus como médium ou mestre iluminado: Nessas tradições, Jesus é descrito como um espírito superior, guia ou exemplo ético, rejeitando-se tanto Sua divindade quanto a ressurreição literal. No espiritismo, Ele é apresentado como o “governador espiritual da Terra,” servindo de modelo moral, mas não como Deus encarnado.
- Ressurreição reinterpretada: Em vez de aceitar a ressurreição física de Jesus, esses grupos preferem a ideia de um “reaparecimento espiritual.” Dessa forma, enfraquecem a vitória de Cristo sobre a morte e o pecado.
- Descarte da singularidade de Cristo: Em sistemas reencarnacionistas, Jesus é visto apenas como mais um entre muitos mestres espirituais que surgiram ao longo da história. Isso contradiz diretamente Sua declaração de exclusividade como o único caminho para Deus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
CONCLUSÃO
Diante do exposto, a conclusão bíblica é que somente Deus pode salvar, somente Ele é o Salvador (Is 45.21). Se o Senhor Jesus não é Deus, logo não pode ser salvador, então negar a divindade de Jesus é negar a salvação.
Deus abençoe