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O levita e a concubina:uma história obscura

o levita e a sua concubina

Em uma época em que o povo de Israel não tinha um rei e cada um fazia o que julgava certo, ocorreu uma história obscura envolvendo o levita e sua concubina.

Hostilidade em Gibeá: A rejeição e ameaça enfrentadas pelo levita e a concubina

Inicialmente, um levita, homem da tribo de Levi, vivia na região montanhosa de Efraim. Além disso, ele tinha uma concubina, uma mulher que ocupava uma posição inferior à de uma esposa legalmente casada. De acordo com o versículo 2 do capítulo 19 de Juízes, a concubina adulterou contra ele, desviando-se de seu compromisso. Embora os detalhes exatos desse ato de infidelidade não sejam esclarecidos, fica evidente que a traição trouxe uma nuvem de desconfiança e tristeza sobre o relacionamento do levita.

Apesar da dor e da decepção, o levita decidiu ir atrás de sua concubina em Belém de Judá. Possivelmente, ele buscava confrontar a situação e encontrar uma resolução para a traição. Após restabelecerem o relacionamento, eles embarcaram em uma jornada de volta à sua cidade de origem.

No caminho de volta, eles pararam em Gibeá, uma cidade da tribo de Benjamim, para passar a noite. No entanto, foram recebidos com desconfiança e hostilidade pelos habitantes da cidade.

A indignação e o chamado à ação: A disseminação das partes do corpo e o despertar das tribos de Israel

Eventualmente, um homem idoso apareceu e ofereceu hospitalidade ao levita e sua concubina, levando-os para sua casa. Enquanto estavam lá, homens perversos da cidade cercaram a casa, exigindo que o levita fosse entregue a eles para que pudessem abusar sexualmente dele.

Diante da perversidade dos homens de Gibeá, o levita e seu anfitrião ofereceram a eles a concubina em vez disso. De forma chocante, os homens aceitaram a oferta e levaram a mulher para fora, onde a abusaram durante toda a noite. Ao amanhecer, eles a deixaram à porta da casa, onde ela foi encontrada morta pelo levita.

Ao ver o corpo de sua concubina, o levita sentiu profunda tristeza e indignação. Decidindo levar o corpo de volta para casa, ele dividiu o corpo em doze partes e enviou cada parte para as doze tribos de Israel. Essa ação chocante tinha o objetivo de chamar a atenção para a extrema violência que havia ocorrido e para o terrível destino de sua concubina.

Ao receberem as partes do corpo da concubina enviadas pelo levita, as tribos de Israel ficaram profundamente chocadas e horrorizadas. A entrega macabra das partes do corpo representava um testemunho impactante da violência e brutalidade que haviam ocorrido em Gibeá. Diante dessa evidência perturbadora, as tribos sentiram uma mistura de tristeza, indignação e um senso de urgência para buscar justiça.

Remorso e reconciliação: A busca por justiça e a restauração da tribo de Benjamim

A disseminação das partes do corpo por todas as tribos serviu como um chamado à ação e uma convocação para que todas as tribos se unissem contra a impiedade e a violência. A história da concubina se tornou um símbolo de como a maldade humana pode corromper uma sociedade e desafiar os princípios de justiça e moralidade.

Posteriormente, as tribos de Israel se reuniram para tomar medidas contra os responsáveis por essa brutalidade. Exigiram que a tribo de Benjamim entregasse os homens culpados para serem punidos. No entanto, os benjamitas se recusaram a entregar seus conterrâneos.

Isso levou a uma guerra entre as tribos de Israel e Benjamim. Após várias batalhas, as outras tribos finalmente prevaleceram, mas a tribo de Benjamim foi quase exterminada, restando apenas um pequeno número de homens que sobreviveram.

Após a guerra, as tribos de Israel sentiram remorso pelo que haviam feito à tribo de Benjamim. Preocupados com a sobrevivência da tribo, decidiram encontrar uma maneira de permitir que Benjamim se restabelecesse.

Nesse sentido, os líderes das tribos fizeram um acordo para permitir que a tribo de Benjamim se casasse com mulheres de Jabe Gileade, uma cidade que não participara da guerra. Os líderes forneceram essas mulheres, e a tribo de Benjamim recebeu uma porção de terra para se estabelecer novamente.

Conclusão

Essa história obscura do levita e sua concubina retrata um período tumultuado na história de Israel, onde a violência, a desumanidade e a falta de justiça prevaleciam. É um lembrete sombrio de como as ações humanas podem se desviar dos caminhos de Deus, causando dor e sofrimento.

Embora essa história seja perturbadora, ela serve como um chamado para a reflexão e o aprendizado. Ela nos lembra da importância de buscar a justiça, a compaixão e o respeito pelos outros. Além disso, nos desafia a examinar as consequências de nossas ações e a trabalhar para criar um mundo onde tratemos todos com dignidade e amor.

Um comentário

  1. Fabio Mota Santoro

    “A história da concubina se tornou um símbolo de como a maldade humana pode corromper uma sociedade e desafiar os princípios de justiça e moralidade.”

    Interessante como a história da concubina parece tão atual.

    O artigo evidencia como nossas perversidades, nossas mas ações e escolhas, sejam elas individuais ou coletivas, podem refletir e influenciar diretamente a sociedade..

    Quanto mal foi visto nesse pequeno episódio bíblico uma nação santa, de santos escolhidos por Deus, agindo como os pagãos em profunda semelhança como o pecado de Sodoma e Gomorra.

    O mal por menor que seja pode crescer e nos levar a uma corrupção fatal ou a total perda da vida e das graça de Deus.

  2. Fabio Mota Santoro

    Como a história da concubina e simbologia dela parecem tão atuais.

    O artigo evidencia como escolhas, más ações e perversidades afetam tudo a nossa volta.

    Afetam a nós mesmos em primeiro e lugar e vão crescendo até alcançarem família, comunidade, conhecidos, estranhos e a sociedade.

    O problema é que uma má ação produz um mal resultado que só tende a crescer.

    Na história biblica o tudo começou no ambiente familiar e se tornou tão grande que envolveu uma nação, uns matando os outros.

    Vale lembrar que tudo aconteceu num ambiente de chamado a santidade.

    Um povo santo, escolhido por Deus para ser testemunha entre os outros povos pagãos, agindo motivado por paixão igualzinho aos outros.

    Se a história não fizesse menção aos personagens poderia ser identificada facilmente com Sodoma e Gomorra.

  3. Carlos Henrique

    Isso é o que acontece quando não se tem lei e orden do Espirito de Deus, o homen e sua capacidade de fazer o inacreditavel, tem uma proporção descomunal e seus efeitos e um cataclisma devasta nações, e ltrazendo nos dias de hoje dentro da igreja uma fofoca dentro da igreja pode destrui-la .

  4. Sonia Freitas

    De um lado homens perversos querendo abusar sexualmente de um homem… de outro lado, um idoso e o homem em vias de ser abusado. Ele preferiu lançar aos “cães” uma mulher inocente e indefesa, enquanto ficava a salvaguardo – talvez assistindo – às atrocidades dos algozes em plena atividade. Não entendo, não consigo entender e por mais que eu tente usar o referencial do tempo bíblico, ainda assim tremo de indignação perante o fato. Aversão, o asco e nojo pelo idoso e o levita. Iniciou-se posteriormente uma guerra contra o povo dos Benjamitas, mas quem deveria ser julgado, primeiramente, seria o levita e o idoso. Tem tanta culpa quanto os homens de Gibeá.

    1. Jaci Vanderson de Queiroz

      Seu comentário foi o melhor, acho q temos sim liberdade para questionar esse fato, como vc eu também me revolto toda vez q leio,por isso estou evitando de ler, se eu estivesse lá com um fuzil a história seria diferente.

  5. Gabriela

    O levita entregou a mulher pra ser abusada e salvar a própria pele. Ela foi estuprada a noite toda e largada morta na porta da casa. No final, os benjamitas ainda receberam mulheres de outra cidade, que, com certeza, foram obrigadas a isso. Isso é horroroso!! Não há nada de bom nisso. Não existe reflexão possível, só o horror, a violência, a opressão e o total desprezo pela vida dessas mulheres.

  6. Tatiamnah Roll

    Não podemos esquecer que tudo começou porque a mulher traiu o marido pelo sexo com outro homem, então pelo castigo, ele recebeu mais sexo com outros homens. Pois literalmente, o pecado traz a morte.

    1. Emilly

      Questionável isso, pois, na maioria das versões diz apenas que ela o deixou, voltando para a casa do pai. A “infidelidade” nesse caso se deve ao fato de ela ter se desvirado do compromisso como uma concubina. Em nenhum momento diz explicitamente que ela teve relações com outro homem, até porque, o tempo que ela esteve fora ela passou na casa do pai, se ela tivesse se envolvido com outro homem, certamente, teria sido apedrejada. O que eu vejo é dois homens egoístas que preferiram se safar e usou a moça totalmente indefesa, ela morreu sendo abusada e você acha que isso era o que ela merecia? E isso não é a primeira vez que isso acontece, em Gênesis 19, vemos que Ló recebe dois anjos em casa, daí o povo faz alvoroço querendo abusar dos anjos e Ló implora para que os deixem e oferece as duas filhas virgens para, segundo ele, ‘tratarem elas como quiserem” ou seja, fazer com elas o que queriam com os anjos, e se brincar, até pior. Acha que isso foi por causa de pecado de alguma das duas também? Por acaso elas, que eram virgens, haviam feito algo para, (se é que se pode dizer), merecer tal humilhação e desfeita?

  7. Branca Silva

    Eu não entendi! Foi o levita ou o idoso que deu a concubina aos homens?

    1. Polly

      Pelo que entendi o levita ,meio que fez uma troca ,ela ao invés dele

  8. Polly

    Fiquei horrorizada em saber da primeira vez da existência dessa história já dessa forma,vemos claramente que o que vem acontecendo nos dias atuais ,não e de hoje e sim de décadas atrás, revoltante essa história,mais que sirva de lição e reflexão .

  9. Niton Bellizzi

    Na bíblia não diz que ela traiu. Diz que ela abandonou o levita e foi para casa do pai.
    Uma lição. Um abismo chama outro abismo. A entrega da mulher para os monstros, a morte dela. O marido, repartindo o corpo dela e distribuindo entre as tribos. A guerra que matou os milhares, o rapto de mulheres e consequentemente problemas nas famílias e talvez outras coisas.

  10. Amorlay

    É um assunto reflexivo, mas muito horroroso!

  11. Luis Cardoso

    E, se os gibeonitas rejeitassem a filha do homem idoso e a concubina do levita?
    Ou será que já era isso que esses monstros tinham em mente e a tática deles deu certo?

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