Subsidio Lição 10: O Plano de Livramento e o Papel de Ester | 3° Trimestre de 2024 | EBD ADULTOS
TEXTO ÁUREO
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera.” (Is 64.4)
VERDADE PRÁTICA
É nos momentos dramáticos da vida que mais aprendemos a confiar em Deus e a depender dEle realmente.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ester 4.5-17; 5.1-3,7,8
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos as atitudes de Mardoqueu e Ester em favor de todo o povo judeu. O decreto do rei estava assinado. A ordem de extermínio havia chegado a todas as províncias. O dia da matança estava definido. Era preciso clamar a Deus e agir sob sua direção.
PALAVRA-CHAVE: Livramento
I – O PERIGOSO PLANO E O TEMOR DE ESTER
1- Lamento, choro e compadecimento.
Mardoqueu não escondeu seu abatimento. O quadro trágico produziu nele um profundo lamento. Do palácio, Ester soube da crítica situação do primo e compadeceu-se, mas não sabia os motivos. Sua atitude foi enviar roupas para vestir Mardoqueu, que as recusou. Ester precisava saber o que estava acontecendo de tão grave. Então, enviou Hataque, um dos eunucos, para perguntar a Mardoqueu porque agia daquele jeito (Et 4.1-5). Mardoqueu não estava apenas querendo chamar a atenção de Ester. Seus sentimentos eram sinceros, assim como de todos os judeus das províncias, diante da ordem de matança emitida pelo rei. Mas também era preciso que a rainha soubesse de tudo que se passava. Compartilhar nossos sentimentos, com as pessoas certas, é necessário e nos faz bem (Rm 12.15). Em um momento de profunda agonia, Jesus abriu o coração e rogou aos seus discípulos que não o deixassem só (Mt 26.36-38).
A atitude de Mardoqueu não era uma tentativa de chamar a atenção, mas uma expressão genuína de sua dor e de sua necessidade urgente de ajuda. Seus sentimentos eram uma representação do desespero coletivo dos judeus espalhados pelas províncias, enfrentando a ordem cruel de destruição. Isso demonstra a importância de compartilhar nossos sentimentos com as pessoas certas, especialmente quando estamos em situações críticas. O apóstolo Paulo nos instrui a “chorar com os que choram” (Rm 12.15), o que significa que devemos nos solidarizar com as aflições dos outros e buscar compreender suas dores.
Da mesma forma, em um momento de profunda agonia, Jesus também compartilhou sua angústia com seus discípulos no Jardim do Getsêmani, pedindo-lhes que não o deixassem sozinho em seu sofrimento (Mt 26.36-38). Este exemplo de Jesus revela a importância de ter companheiros em momentos difíceis e de abrir nosso coração para aqueles que podem nos apoiar.
Essas passagens nos ensinam que, ao enfrentarmos crises, a expressão sincera dos nossos sentimentos e a busca de apoio adequado são essenciais para atravessar os momentos de tribulação.
A Bíblia nos ensina a importância de compartilhar nossas cargas e a estar ao lado de outros em suas dificuldades. Além disso, também aprendemos que a verdadeira compaixão vai além de simples gestos; ela envolve a disposição de entender e responder às necessidades reais dos que estão ao nosso redor.
Como Mardoqueu e Jesus demonstraram, a verdadeira compreensão e o apoio mútuo são cruciais para enfrentar os desafios e buscar soluções eficazes para os problemas que nos afligem. A história de Ester nos lembra que devemos buscar o auxílio divino e o suporte de nossos irmãos em momentos de crise, confiando que Deus usará essas conexões para nos guiar e fortalecer.
2- Um obstáculo real.
Por intermédio de Hataque, Mardoqueu deixou Ester informada de todo o ardiloso plano de Hamã, enviando-lhe, inclusive, uma cópia do decreto de Assuero. Ele pediu que ela fosse ao rei e suplicasse pelos judeus. Mas havia um grande obstáculo. Ester respondeu a Mardoqueu lembrando-lhe da lei que não permitia que qualquer pessoa, homem ou mulher, fosse ao interior do palácio sem ser chamada pelo rei. A sentença era a morte, salvo se o rei estendesse o cetro de ouro. Acredita-se que essa rigorosa norma existia porque os reis temiam ser vítimas de conspirações, como ocorreu com muitos deles, ao longo da história, mortos no trono.
A situação de Ester era delicada. Embora ela fosse a rainha, sua posição não a isentava das leis do império. Além disso, ela revelou a Mardoqueu que já fazia trinta dias que o rei não a chamava à sua presença, o que aumentava o risco de sua intervenção ser fatal. Esta realidade destacava o medo e a insegurança que permeavam a vida na corte persa, onde até mesmo a rainha precisava de permissão para ver o rei.
Este cenário lembra-nos de outros momentos na Bíblia onde personagens enfrentaram grandes obstáculos para cumprir a vontade de Deus.
Por exemplo, Daniel continuou a orar, mesmo sabendo que isso o levaria à cova dos leões (Dn 6.10-16). Seus amigos Sadraque, Mesaque e Abede-Nego também enfrentaram a fúria do rei Nabucodonosor, recusando-se a adorar a imagem de ouro, e foram lançados na fornalha ardente (Dn 3.13-23).
Esses exemplos demonstram que a fé em Deus muitas vezes exige coragem para enfrentar grandes riscos. A obediência a Deus pode colocar-nos em situações perigosas, mas como disse o apóstolo Paulo: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21). A confiança em Deus deve superar o medo das consequências terrenas.
Para nós, cristãos, esta história ensina a importância da intercessão e da coragem. Ester precisava interceder pelo seu povo, mesmo correndo risco de vida. Isto nos desafia a sermos intercessores ousados, dispostos a enfrentar obstáculos para defender e ajudar os necessitados. A Bíblia nos exorta a sermos corajosos: “Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor” (Sl 31.24).
Além disso, precisamos estar preparados para enfrentar barreiras em nossa caminhada de fé. Pode ser uma oposição no trabalho, uma situação difícil na família ou um desafio pessoal. Como Ester, somos chamados a agir com sabedoria e coragem, confiando que Deus está no controle de todas as circunstâncias. “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef 3.20).
3- Autoritarismo e morte.
O que Assuero temia lhe sobreveio. Foi assassinado por um dos oficiais do palácio em 465 a.C., oito anos depois dos episódios narrados no livro de Ester. Dois de seus guardas, aliás, já haviam tramado sua morte anos antes (Et 3.21). Decisões autoritárias produzem muitos inimigos. É muito comum ditadores terem mortes trágicas, por vezes nas mãos de seus ex-súditos, como aconteceu na história recente com o ditador líbio Muammar Gaddafi (1942-2011). A mansidão nos livra de muitos infortúnios (Pv 15.1). E quando atacados, Deus é a nossa defesa (Nm 12.3-10; Êx 23.22; Sl 5.11)
A Bíblia nos ensina que a mansidão e a humildade podem nos livrar de muitos infortúnios. Provérbios 15.1 nos lembra que “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”. Moisés é um exemplo bíblico de mansidão; apesar de ser líder de Israel, ele foi descrito como o homem mais manso da terra (Nm 12.3). Quando Moisés foi atacado por seus próprios irmãos, Deus foi a sua defesa e puniu Miriã com lepra (Nm 12.9-10).
Além disso, o Salmo 5.11 nos assegura que aqueles que confiam em Deus encontrarão refúgio e proteção: “Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porque tu os defendes; e em ti se gloriem os que amam o teu nome”. É um lembrete de que, mesmo em tempos de perseguição ou perigo, Deus é nosso defensor e protetor.
Para nós, cristãos, há lições valiosas a serem aprendidas com a história de Assuero.
Primeiro, a importância de liderar com justiça e mansidão. Lideranças autoritárias podem parecer eficazes a curto prazo, mas a longo prazo, elas geram ressentimento e rebelião. Jesus ensinou que a verdadeira liderança é servidora: “Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal” (Mc 10.43).
Segundo, precisamos confiar na proteção divina em tempos de adversidade. Como crentes, podemos enfrentar perseguições e injustiças, mas devemos lembrar que Deus é nossa defesa. O apóstolo Paulo, que sofreu inúmeras perseguições, escreveu: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31). Esta confiança nos dá força para enfrentar qualquer desafio com coragem e fé.
II – MARDOQUEU CONVENCE ESTER
1- Confiando na providência divina.
Ester apresentou a Mardoqueu sua impossibilidade de dirigir-se ao rei. Nos últimos 30 dias ela não havia sido chamada por Assuero. Mardoqueu não se contentou com a resposta de Ester. Pediu que dissessem a ela que não confiasse em sua posição, por estar no palácio, pois a ordem real era o extermínio de todos os judeus, sem exceção (Et 4.13). Se Ester não se dispusesse a interceder junto ao rei, Mardoqueu confiava que a providência divina se manifestaria de outra forma. A expressão “socorro e livramento doutra parte virá” revela que Mardoqueu confiava em Deus, acima de tudo (Et 4.14). Quando supervalorizamos pessoas, por mais importantes que sejam, nos esquecendo que nosso socorro vem de Deus, fazemos delas nossos ídolos (Sl 121.1,2). Deus abomina todo o tipo de idolatria (Jr 17.5).
O salmista declara: “Elevo os meus olhos para os montes; de onde vem o meu socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra” (Sl 121.1-2). Este versículo nos lembra que nossa verdadeira ajuda vem de Deus, o Criador de todas as coisas, e não de seres humanos, por mais poderosos que sejam.
Jeremias também adverte contra a confiança excessiva em seres humanos: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, que faz da carne mortal o seu braço e cujo coração se desvia do Senhor” (Jr 17.5). Este versículo reforça que devemos colocar nossa confiança em Deus e não em pessoas, pois só Ele é capaz de nos salvar e nos guiar de maneira perfeita.
A história de Ester e Mardoqueu nos ensina a importância de confiar na providência divina em todas as situações.
Quando enfrentamos desafios aparentemente insuperáveis, devemos lembrar que Deus é soberano e está no controle de todas as coisas. Mesmo quando os recursos humanos parecem limitados ou inexistentes, podemos confiar que Deus proverá uma saída.
A idolatria de pessoas, seja em contextos políticos, econômicos ou pessoais, é um perigo real. Quando supervalorizamos pessoas e esquecemos que nosso verdadeiro socorro vem de Deus, estamos cometendo idolatria. Deus abomina toda forma de idolatria, como está escrito em Jeremias 17.5, e nos chama a confiar exclusivamente n’Ele.
2- Primeiro Deus, depois o homem.
Ester convenceu-se de que precisaria agir. Antes de tudo, porém, era preciso clamar a Deus, para que a dirigisse e lhe desse graça diante do rei. Em sua resposta a Mardoqueu, pediu que ajuntasse todos os judeus de Susã e jejuassem por ela durante três dias. Ela faria o mesmo junto com as moças que a assistiam no palácio (Et 4.16). Equilíbrio e prudência espiritual nos fazem entender o tempo e o lugar de Deus e o nosso no cotidiano da vida. Antes de Ester procurar o rei, os judeus deveriam buscar a Deus. Uma triste característica de nossos dias são o secularismo e o materialismo (Lc 18.8). Inspirados no ateísmo, rejeitam e negam as realidades espirituais e veem o homem como o senhor de sua existência e de seu destino; como a medida de todas as coisas. Autoconfiança e soberba humana são de origem maligna (Tg 4.13-16).
A Bíblia nos ensina repetidamente sobre a importância de buscar a Deus antes de qualquer ação. Jesus mesmo afirmou: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Este versículo nos orienta a colocar Deus em primeiro lugar em todas as áreas de nossa vida, confiando que Ele proverá o que necessitamos.
A história de Ester reflete essa prioridade. Ao clamar a Deus primeiro, ela demonstrou fé e dependência no Senhor, sabendo que apenas Ele poderia abrir o coração do rei e conceder-lhe favor. Este exemplo é importante em nossa vida diária, pois nos lembra que devemos buscar a orientação divina em todas as nossas decisões e ações.
Em tempos de secularismo e materialismo, onde muitas vezes a confiança é colocada em recursos humanos e habilidades pessoais, o exemplo de Ester nos chama a um retorno à dependência de Deus.
Vivemos em uma época onde o ateísmo e a autoconfiança são promovidos como virtudes, levando muitos a acreditar que são os senhores de seu destino. No entanto, a Bíblia nos adverte contra essa soberba humana. Tiago nos lembra: “Atendei agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã iremos para tal cidade e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.13-14).
Devemos, portanto, adotar uma postura de humildade e dependência de Deus, reconhecendo que Ele é o verdadeiro Senhor de nossas vidas e do nosso destino. Em todas as nossas empreitadas, seja em decisões pessoais, profissionais ou ministeriais, é fundamental buscarmos a direção de Deus primeiro, através da oração e do jejum, como fez Ester.
3- Confiar em Deus não é tentá-lo.
Ester confiava em Deus, mas não agiu de forma a tentá-lo (Mt 4.5-7). Através do jejum, os judeus pediam a intervenção divina para que o rei aceitasse a presença de Ester e ela alcançasse o que pretendia. Todavia, isso poderia não acontecer. Por isso, mesmo confiando, Ester estava disposta a morrer: “perecendo, pereço” (Et 4.16). Décadas antes, na Babilônia, três outros judeus haviam demonstrado a mesma fé e disposição (Dn 3.16-18). Em nossos dias são difundidas crenças errôneas que acreditam ser possível mandar em Deus e pô-lo “na parede”. A soberania divina não pode ser desafiada por ninguém (Jó 2.9,10).
Essa atitude de Ester nos lembra do episódio em que Satanás tentou Jesus no deserto, sugerindo que Ele se jogasse do pináculo do templo para provar que os anjos O protegeriam. Jesus respondeu: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus” (Mt 4.7). Este princípio é essencial: confiar em Deus significa depender Dele em fé, sem assumir riscos desnecessários ou esperar que Ele opere milagres a nosso bel-prazer.
A história dos três jovens hebreus na Babilônia—Sadraque, Mesaque e Abednego—ilustra essa mesma verdade.
Quando confrontados com a ameaça de serem lançados na fornalha ardente por não adorarem a estátua de ouro de Nabucodonosor, eles declararam: “Se o nosso Deus, a quem servimos, quiser livrar-nos, ele nos livrará… mas, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses” (Dn 3.17-18). Eles confiavam na soberania de Deus, quer Ele os livrasse ou não.
Nos dias atuais, algumas crenças errôneas têm se infiltrado em certos círculos religiosos, promovendo a ideia de que os fiéis podem “mandar em Deus” ou exigir que Ele atenda suas vontades. Este tipo de atitude é, na verdade, uma forma de tentá-Lo, algo que a Bíblia condena. Jó, em meio ao seu sofrimento, repreendeu sua esposa por sugerir que ele amaldiçoasse a Deus e morresse, afirmando: “Receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal?” (Jó 2.10). Esta resposta de Jó reflete a aceitação da soberania divina, independentemente das circunstâncias.
III – O PLANO: ESTER ENTRA À PRESENÇA DO REI E PROPÕE UM BANQUETE
1- Prudência, preparação e ação.
Ao decidir entrar à presença de Assuero, Ester estava sujeita a qualquer reação dele quando a visse: vida ou morte. Era um grande desafio. Por isso, Ester se preparou espiritual, emocional e fisicamente: depois de três dias de jejum, pôs sua veste real e foi ao pátio interior da casa do rei, diante do salão onde ficava o trono (Et 5.1). Sua conduta nos ensina como devemos ser precavidos para tomar atitudes importantes, que podem impactar nosso futuro (Pv 19.2). Mulheres sábias, como Ester e Abigail, conseguem resolver grandes problemas e evitar muitas tragédias (1 Sm 25.18-35). Por outro lado, imprudências e precipitações podem levar a prejuízos irreparáveis (Pv 14.1).
Ester não foi a única mulher na Bíblia a demonstrar sabedoria e prudência em momentos críticos. Abigail, por exemplo, também agiu com grande discernimento ao interceder por seu marido Nabal diante de Davi. Ela preparou um presente generoso e foi ao encontro de Davi para evitar uma tragédia, conseguindo acalmar sua ira e salvar sua casa (1 Sm 25.18-35). Abigail mostrou que a sabedoria e a prudência podem resolver grandes problemas e evitar muitas tragédias.
Por outro lado, a Bíblia também adverte sobre os perigos da imprudência e precipitação.
O livro de Provérbios nos lembra que “a mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derruba” (Pv 14.1). A prudência envolve a capacidade de antecipar as consequências de nossas ações e de se preparar adequadamente para elas. Em contraste, a imprudência pode levar a prejuízos irreparáveis.
Em nossa vida diária, devemos seguir o exemplo de Ester e Abigail. Antes de tomar decisões importantes, especialmente aquelas que podem ter consequências de longo alcance, é vital buscar orientação espiritual, preparar-se mentalmente e tomar ações cuidadosas. A oração e o jejum, como os praticados por Ester, são meios poderosos de buscar a direção de Deus e fortalecer nossa resolução.
Além disso, devemos estar cientes dos conselhos bíblicos sobre a importância da prudência. Provérbios 19.2 nos alerta: “Não é bom agir sem refletir; e o que se apressa com seus pés erra o caminho.” Portanto, a reflexão e a preparação são essenciais para evitar erros e tomar decisões sábias.
2- Estendendo o cetro.
Assentado em seu trono, Assuero viu Ester e estendeu para ela seu cetro de ouro (Et 5.2). Deve ter sido um grande alívio para a corajosa judia. Ela se aproximou e tocou a ponta do cetro, cumprindo o protocolo legal. Como era incomum alguém se apresentar diante do rei sem ter sido chamado, Assuero logo perguntou o que estava acontecendo: “Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará” (Et 5.3). A disposição de vontade do rei foi manifestada com o uso de uma frase que era comum nessas ocasiões, mas que, segundo estudiosos, não se interpretava de forma literal. Herodes usou essa mesma expressão (Mc 6.21-23).
O rei Assuero, ao ver Ester se aproximar, imediatamente perguntou: “Que é o que tens, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará” (Et 5.3). Essa oferta de até metade do reino era uma fórmula de cortesia comum entre os monarcas do Oriente Antigo. Essa expressão, enquanto grandiosa, não era geralmente interpretada de maneira literal. Em vez disso, servia como uma forma de demonstrar generosidade e abertura para ouvir a solicitação de alguém que estivesse em uma posição difícil.
Um exemplo histórico semelhante é encontrado no Novo Testamento. Herodes também usou uma expressão parecida quando, em um banquete, prometeu dar a Salomé “o que quiseres” após ela ter dançado para ele (Mc 6.21-23). Embora a promessa de Herodes tenha sido feita em um contexto diferente, a intenção de demonstrar generosidade e disposição para atender pedidos é a mesma.
A disposição de Assuero para ouvir Ester e a extensão do cetro são evidências da providência divina na história de Ester.
A coragem de Ester em se apresentar diante do rei sem convite resultou em um ato de favor real. Isso mostra que coragem, combinada com preparação e oração, pode abrir portas que parecem impossíveis.
3- Em sintonia com Deus.
As circunstâncias narradas no livro de Ester nos permitem dizer que ela, em seu coração, estava em plena sintonia com Deus. Mesmo o rei se prontificando imediatamente a atendê-la, Ester agiu com cautela. Apenas o convidou para um banquete, junto com Hamã. Na ocasião, o rei renovou sua disposição em atender a qualquer pedido de Ester. Era a segunda oportunidade, mas ainda não era o momento adequado. Ester convida Assuero e Hamã, para outro banquete, no dia seguinte, quando faria seu pedido. Uma noite decisiva mudaria o curso da história. Os desígnios de Deus são perfeitos. A providência divina estava guiando Ester em todos os detalhes.
Essa escolha de Ester revela sua confiança na providência divina. Ela não se precipitou, mesmo diante de uma oferta generosa do rei. Em vez disso, esperou pelo momento certo, confiando que Deus estava coordenando os detalhes e preparando o cenário para uma resolução eficaz.
O princípio de esperar pelo momento adequado e buscar a direção divina é enfatizado em vários lugares das Escrituras. Por exemplo, Salomão escreve: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec 3.1). A sabedoria de Ester em esperar pelo momento certo e sua paciência são exemplos de como a providência divina pode estar em operação, guiando cada passo.
A decisão de Ester de adiar seu pedido para o próximo banquete foi uma estratégia prudente que se mostrou crucial.
A noite que precedeu o segundo banquete foi decisiva. Durante essa noite, eventos importantes ocorreram, como a insônia de Assuero e a leitura dos anais do reino, que trouxeram à tona os feitos de Mardoqueu e a trama contra ele. Esses eventos prepararam o cenário para que Ester apresentasse seu pedido com maior eficácia.
A história de Ester ilustra como Deus está no controle dos detalhes e como, muitas vezes, a nossa paciência e discernimento são necessários para que a providência divina se manifeste. Ester, ao agir em sintonia com Deus e esperar pelo momento certo, não apenas salvou seu povo, mas também demonstrou uma fé inabalável na sabedoria e no timing divinos.
Para nós, a história de Ester nos ensina a importância de confiar em Deus e buscar Sua orientação em todas as nossas decisões. Devemos ser pacientes e estar atentos aos sinais que Deus nos dá, sabendo que Ele está trabalhando em todas as situações para o nosso bem e para a realização de Seus propósitos. Assim como Ester, devemos agir com prudência, buscando a direção divina antes de tomar decisões importantes e confiando que Deus guiará nossos passos conforme Sua perfeita vontade.
CONCLUSÃO
Confiar em Deus e depender dEle nos faz viver experiências extraordinárias. O agir divino manifesta-se em todas as áreas de nossa vida. O Deus Todo-poderoso jamais perde o controle. Só a Ele glória!