Subsidio Lição 02: Promessas de Deus para Israel | 4° Trimestre de 2024 | EBD ADULTOS
TEXTO ÁUREO
“E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Gn 12.3)
VERDADE PRÁTICA
Ainda que a queda espiritual tenha ocorrido com Israel, há uma gloriosa promessa ao remanescente fiel.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 12.1 -3; Romanos 9.1-5
INTRODUÇÃO
As promessas divinas para Israel foram proferidas há mais de 4.ooo anos antes do advento do Senhor Jesus. Tudo começou quando Deus chamou Abrão e fez-lhe promessas a respeito do divino propósito de formar uma grande nação. Nessa chamada, está implícita as promessas para Israel como nação ímpar dentre todos os povos da terra, a fim de, de uma forma especial, cumprir os propósitos divinos para a humanidade. Por isso, nesta lição, veremos que muitas promessas de Deus para Israel são irrevogáveis. Elas foram feitas por Deus a Abraão, a Isaque, a Jacó, a Davi e confirmadas com o advento do Senhor Jesus Cristo.
PALAVRA-CHAVE: Descendência
I – ISRAEL: A PROMESSA DA CRIAÇÃO DE UMA GRANDE NAÇÃO
1- “E far-te-ei uma grande nação” (v.2).
Essa promessa tinha como objetivo mostrar a Abrão o propósito de Deus em formar, a partir dele, uma grande nação, diferente de todas as outras, a nação de Israel (Gn 12.2). Ao longo da história, esse propósito se cumpriu de maneira evidente e poderosa. Quando Deus disse a Abraão que ele seria pai de uma grande nação, o patriarca estava com 75 anos, e sua esposa, Sara, era estéril. Anos depois, Deus renovou a sua promessa de criar uma grande nação a partir de Abraão (Gn 15.4,5).
A promessa de Deus a Abraão em Gênesis 12:2, “E far-te-ei uma grande nação”, tinha o claro propósito de estabelecer o povo de Israel como uma nação escolhida por Deus. A grandeza dessa promessa é destacada pelas circunstâncias que a rodeavam. Abraão tinha 75 anos e sua esposa, Sara, era estéril, o que tornava humanamente impossível que eles tivessem filhos. No entanto, Deus prometeu não apenas dar a Abraão um descendente, mas também formar dele uma nação grande e distinta de todas as outras.
Essa promessa foi reiterada mais tarde, em Gênesis 15:4-5, quando Deus renovou Sua palavra a Abraão, afirmando que seus descendentes seriam tão numerosos quanto as estrelas do céu:
“E conduziu-o fora, e disse: Olha agora para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua descendência.” Essa renovação da promessa demonstrava que, apesar das aparentes impossibilidades, Deus tinha um plano firme e fiel.
Ao longo da história, vemos o cumprimento dessa promessa de maneira poderosa. A partir de Abraão, veio a nação de Israel, o povo escolhido por Deus para ser um testemunho de Sua presença e poder no mundo. Mesmo em meio a dificuldades e desafios, a promessa de Deus permaneceu, e a descendência de Abraão se multiplicou conforme Ele havia dito.
Esse episódio da vida de Abraão também ilustra a fidelidade de Deus em cumprir Suas promessas, independentemente das circunstâncias humanas. Deus não só deu a Abraão um filho, Isaque, mas também formou uma nação inteira a partir dele. Provando que, quando Deus promete, Ele cumpre, independentemente das dificuldades.
2- E abençoar-te- ei, engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção” (v.2).
Deus desejou promover o nome de Abrão numa dimensão jamais imaginada pelo patriarca. Entretanto, a promessa não era meramente materialista. A bênção material deveria carregar um testemunho espiritual: “E tu serás uma bênção” (Gn 12.2). Nenhuma nação teria dúvida de que era Deus que faria isso com Abrão. Era uma promessa por demais significativa, pois Abrão era filho de uma família idólatra (Gn 12.1) e Deus o escolheu para ser pai de um povo que ainda surgiria: o povo de Israel. A história hebreia comprova que o patriarca Abraão foi, de fato, uma grande bênção para os israelitas.
Quando Deus disse a Abraão: “E abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e tu serás uma bênção” (Gênesis 12:2), Ele estava prometendo muito mais do que riqueza ou poder. A intenção de Deus era não apenas abençoar Abraão materialmente, mas, acima de tudo, promover o nome dele como um exemplo espiritual, para que, através de Abraão, todas as nações reconhecessem a ação divina. A frase “tu serás uma bênção” revela que a vida e o testemunho de Abraão serviriam de canal para a bênção de outros.
Esse engrandecimento do nome de Abraão foi algo que o próprio patriarca provavelmente jamais teria imaginado.
Deus prometeu não apenas fazê-lo próspero, mas também garantir que o nome de Abraão fosse associado à bênção e à fidelidade divina por gerações. Ao escolher Abraão, que vinha de uma família idólatra (Gênesis 12:1), Deus demonstrou Sua soberania em chamar quem Ele deseja, transformando uma pessoa comum em um instrumento poderoso de Sua vontade.
A história de Israel confirma o cumprimento dessa promessa. Abraão, patriarca do povo de Israel, é reverenciado não apenas pelos israelitas, mas também por cristãos e muçulmanos, sendo conhecido como o “pai da fé”. Sua vida continua sendo uma bênção e um exemplo de obediência e fé para milhões ao redor do mundo.
Portanto, a promessa de Deus a Abraão não era apenas sobre bens materiais ou sucesso terreno. O propósito maior era que Abraão fosse um canal de bênção para todas as nações, um testemunho vivo da fidelidade de Deus. A sua história mostra que Deus pode transformar vidas e usá-las de maneira extraordinária para cumprir Seus planos soberanos.
3- “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (v.3).
Essa foi uma promessa dupla: de bênção e de maldição. Na verdade, Abraão seria uma grande influência para os que se relacionavam com ele. De modo que Deus abençoaria os que auxiliassem Abraão e castigaria quem o amaldiçoasse. Esse evento faria de Abrão uma influência mundial que perduraria em sua posteridade. Além disso, essa promessa é confirmada em Números: “Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem” (24.9).
A promessa de Deus a Abraão, em Gênesis 12:3, estabelece a proteção e o favor divino sobre ele e sua descendência. Deus garante que quem abençoar Abraão será abençoado, e quem o amaldiçoar será amaldiçoado. Essa promessa coloca Abraão como figura central nos planos redentores de Deus, assegurando que o apoio a ele traz bênção, enquanto a oposição resulta em maldição.
Esse princípio é confirmado mais adiante na Bíblia, em Números 24:9, onde lemos:
“Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem.”
No contexto das palavras do profeta Balaão, que foi solicitado a amaldiçoar Israel, ele acabou abençoando-os, pois Deus já havia decretado essa bênção. Isso mostra como a promessa feita a Abraão foi estendida a todo Israel, com a proteção divina presente na vida daqueles que faziam parte do plano de Deus.
A bênção e a maldição mencionadas aqui também têm uma importância espiritual e histórica.
Ao longo da história de Israel, vemos que as nações que se aliaram ao povo de Deus e o ajudaram, como os aliados de Israel, receberam bênçãos. Por outro lado, nações que se opuseram a Israel, como os egípcios, filisteus e babilônios, sofreram a maldição de Deus. O exemplo do Egito na época de Moisés é notável. Quando o Faraó endureceu o coração contra o povo de Deus, o resultado foi uma série de pragas e a destruição de seu exército no Mar Vermelho (Êxodo 14:28-31).
Além da dimensão histórica, essa promessa tem uma aplicação espiritual profunda. Ela demonstra que Deus não apenas abençoa aqueles que estão no centro de Seu plano, como Abraão e sua descendência, mas também aqueles que se associam e apoiam os propósitos divinos. Em outras palavras, aqueles que se colocam ao lado de Deus e de Seu povo recebem as bênçãos que Ele promete, enquanto aqueles que se opõem ao Seu plano enfrentam as consequências.
No Novo Testamento, vemos um eco dessa promessa no ensino de Jesus. Em Mateus 25:40, Jesus diz:
“Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.”
Isso indica que a forma como tratamos o povo de Deus, particularmente os que são considerados Seus “pequeninos” (os humildes, os necessitados, os crentes), reflete diretamente nossa atitude em relação ao próprio Deus.
Portanto, essa promessa de bênção e maldição transcende a vida de Abraão e continua a ser vista ao longo da história, tanto em nível físico quanto espiritual. Deus continua a abençoar aqueles que apoiam Seu povo e Seus propósitos, enquanto aqueles que se opõem a Ele encontram resistência divina. Isso reforça a soberania de Deus sobre a história e Seu compromisso em proteger e abençoar aqueles que fazem parte de Sua aliança.
4- “E em ti serão benditas todas as famílias da terra” (v.3).
Essa promessa é considerada uma segunda profecia das Escrituras a respeito do Senhor Jesus (A primeira está registrada em Gênesis 3.15). Podemos ter essa confirmação por meio da Carta de Paulo aos Gálatas, em que uma bênção espiritual viria por meio de um descendente de Abraão, o pai dos israelitas. Essa bênção diz respeito ao advento do Senhor Jesus Cristo, sua boa notícia oferecida a todas as nações (Gl 3.8,16; cf. Jo 3.16).
A promessa “E em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3) é de imenso significado, sendo uma das primeiras profecias messiânicas na Bíblia. Ela revela que, por meio de Abraão, todas as nações seriam abençoadas, e essa bênção encontra seu cumprimento final em Jesus Cristo. Esta promessa aponta para a redenção universal, não limitada ao povo de Israel, mas estendida a todos os povos da terra.
O apóstolo Paulo, em sua Carta aos Gálatas, esclarece a profundidade dessa promessa. Em Gálatas 3:8, Paulo escreve:
“Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria os gentios pela fé, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão benditas todas as nações.”
Aqui, Paulo confirma que essa promessa a Abraão era uma antecipação do evangelho de Jesus Cristo. A bênção de Deus que Abraão transmitiria não era apenas material ou geopolítica, mas espiritual — a justificação pela fé, oferecida a todas as nações.
Mais adiante, em Gálatas 3:16, Paulo especifica que a “descendência” de Abraão, através da qual a bênção viria, refere-se a Cristo:
“Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: E às descendências, como falando de muitas, mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo.” Esse versículo deixa claro que Jesus Cristo é o descendente prometido, através de quem a bênção de Deus se estende a todas as famílias da terra.
Essa promessa tem suas raízes na primeira profecia messiânica das Escrituras, encontrada em Gênesis 3:15, quando Deus promete que o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, uma clara referência à vitória de Cristo sobre o pecado e Satanás. Assim, a promessa feita a Abraão é um desenvolvimento posterior dessa mesma linha profética, revelando como Deus estava preparando o caminho para a salvação do mundo.
Além disso, o Novo Testamento reforça esse cumprimento em Jesus de várias maneiras. Em João 3:16, Jesus declara:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Essa passagem reforça que a bênção prometida a Abraão não era apenas para Israel, mas para todas as nações — uma oferta de vida eterna e reconciliação com Deus por meio de Cristo.
No livro de Atos, essa promessa se concretiza à medida que o evangelho é pregado aos gentios, trazendo salvação a muitas nações.
Em Atos 13:47, Paulo e Barnabé afirmam:
“Eu te pus para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra.”
Isso demonstra como a bênção prometida a Abraão, cumprida em Jesus Cristo, estava se expandindo para todas as famílias da terra, de acordo com o plano divino.
Portanto, essa promessa a Abraão não era apenas uma bênção momentânea ou física, mas uma promessa profética e espiritual que apontava para a vinda de Jesus Cristo. Deus convida todas as nações a participar da bênção da salvação através Dele, cumprindo Seu propósito de redimir a humanidade e abençoar todas as famílias da terra.
II – OUTRAS PROMESSAS A ISRAEL
1- A promessa de um filho a Abraão.
Além das solenes promessas de Deus a Abraão, o Senhor prometeu-lhe um filho. A promessa pareceu estranha ao patriarca, pois como vimos anteriormente, ele era avançado em idade, sua esposa também, além dela ser estéril. O pai da fé argumentou com Deus que provavelmente seu servo, Eliezer, seria seu herdeiro. No entanto, o Senhor asseverou-lhe que não. Deus iria cumprir a sua grandiosa promessa na vida de Abraão (Gn 15.4-6). O filho da promessa, portanto, seria Isaque (Gn 21.1-7).
A promessa de um filho a Abraão é uma das mais significativas manifestações da fidelidade de Deus. Em Gênesis 15:4-6, Deus reafirma a Abraão que seu herdeiro não seria o servo Eliezer, mas um filho que viria de seu próprio corpo:
“E eis que veio a palavra do Senhor a ele, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro.”
Apesar da idade avançada de Abraão e da esterilidade de Sara, Deus reafirmou Sua promessa com um poderoso sinal: Ele mandou que Abraão olhasse para o céu e contasse as estrelas, dizendo que assim seria sua descendência. Essa promessa, aparentemente impossível, exigiu uma fé extraordinária.
Abraão, com cerca de 100 anos e Sara, com cerca de 90, tinham todos os motivos humanos para duvidar. Ainda assim, Gênesis 15:6 nos diz: “E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isso por justiça.” A fé de Abraão, apesar das circunstâncias contrárias, é um exemplo poderoso de confiança na palavra de Deus, mesmo quando a realização da promessa parece improvável ou impossível.
O cumprimento dessa promessa veio com o nascimento de Isaque, como registrado em Gênesis 21:1-7. O versículo 1 destaca a fidelidade de Deus:
“E o Senhor visitou a Sara, como tinha dito, e fez o Senhor a Sara como tinha prometido.”
Isaque, o filho da promessa, nasceu como um sinal claro de que Deus sempre cumpre o que promete, independentemente das limitações humanas. O nascimento de Isaque não apenas trouxe alegria à vida de Abraão e Sara, mas também confirmou a continuidade da linhagem através da qual as promessas divinas se cumpririam, culminando na vinda de Cristo.
Além disso, o apóstolo Paulo menciona essa promessa no livro de Romanos para destacar a fé de Abraão. Em Romanos 4:19-21, lemos:
“E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido… nem para a idade avançada de Sara. Mas foi fortalecido na fé, dando glória a Deus, estando plenamente convencido de que Deus era poderoso para cumprir o que havia prometido.”
Esse texto nos lembra que a fé não é apenas acreditar quando as coisas são possíveis, mas confiar plenamente na capacidade de Deus de realizar o impossível.
A promessa do filho a Abraão não foi apenas uma bênção pessoal, mas também uma parte essencial do plano divino. Isaque representou a continuidade da aliança de Deus com Abraão e a confirmação de que todas as promessas futuras, incluindo a vinda do Messias, seriam cumpridas. Em Gálatas 4:28, Paulo escreve:
“Nós, irmãos, como Isaque, somos filhos da promessa.” Isso significa que, assim como Isaque foi o resultado de uma promessa divina, todos os crentes também são herdeiros das promessas de Deus por meio da fé.
Portanto, o nascimento de Isaque simboliza não apenas o cumprimento de uma promessa, mas também a fidelidade de Deus ao longo das gerações. A promessa de um filho a Abraão nos lembra que, mesmo nas situações mais impossíveis, Deus permanece fiel e Suas promessas são seguras.
2- A promessa de um filho a Isaque.
Deus não se esquece de suas promessas. Após a morte de Sara, Abraão casou-se com Quetura. Ele tinha mais de 100 anos e teve seis filhos com ela (Gn 25.1-5). Antes de morrer, Abraão providenciou uma esposa para Isaque, por intermédio de Eliézer, seu servo. Este foi à Mesopotâmia, e lá, por direção de Deus, encontrou uma esposa, Rebeca, para o filho de seu senhor, e a levou a Isaque€, que se casou com ela. No tempo próprio, ela deu à luz a dois filhos gêmeos: Esaú e Jacó (Gn 25.24-26).
A promessa de Deus de dar descendência a Isaque é uma continuação da fidelidade de Deus às Suas promessas, começando com Abraão. Mesmo após a morte de Sara, Deus manteve Seu plano de multiplicar a descendência de Abraão por meio de Isaque, o filho da promessa. Após se casar novamente com Quetura, Abraão teve outros filhos, mas providenciou, de acordo com a promessa divina, uma esposa para Isaque, pois sabia que as promessas de Deus seriam cumpridas por meio dele (Gênesis 25:1-5).
Para assegurar a continuidade do plano de Deus, Abraão enviou seu servo Eliézer à Mesopotâmia para encontrar uma esposa adequada para Isaque.
A providência de Deus guiou Eliézer até Rebeca, que foi escolhida por Deus para ser a esposa de Isaque (Gênesis 24:12-15). Isso demonstra que Deus estava diretamente envolvido em cada detalhe do cumprimento de Suas promessas.
No tempo determinado por Deus, Rebeca deu à luz dois filhos gêmeos, Esaú e Jacó (Gênesis 25:24-26). Apesar de Esaú ser o primogênito, foi Jacó quem recebeu a bênção da aliança, continuando a linhagem prometida. Esse evento mostra que, mesmo quando os padrões humanos favoreciam o primogênito, Deus cumpriu Suas promessas de acordo com Seu propósito soberano.
Em Romanos 9:10-12, o apóstolo Paulo reflete sobre esse evento, afirmando que Deus já havia escolhido Jacó antes de seu nascimento, para que Seu plano se cumprisse, e não por mérito humano:
“Não tinham eles ainda nascido, nem tinham praticado o bem ou o mal… mas para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme.”
Essa narrativa reafirma que Deus nunca esquece Suas promessas e sempre age no tempo e da forma certos. O nascimento de Jacó, o filho escolhido, assegura a continuidade da promessa de Deus, mostrando que Ele está sempre no controle de Sua obra redentora.
3- A promessa renovada.
O Senhor falou com Jacó e reiterou a promessa feita a Abraão, de que lhe daria aquelas terras (Gn 26.3,4). Isaque foi considerado o herdeiro da promessa (Hb 11.17-19) e, por isso, antes de morrer concederia bênçãos para seus filhos. Esaú perdeu seu direito de primogenitura, pois o trocou por um prato de comida (Gn 27.30-34). Orientado por seu pai, Jacó foi à casa de Labão, onde se casou com Raquel, que era estéril (Gn 28.1,2; 29.28). Por estratégia de Labão, Jacó se uniu com Léia e teve seis filhos com ela (Gn 29.21-27). Mais tarde, Deus abriu a madre de Raquel e esta concebeu dois filhos. Com sua serva, Bila, Jacó teve dois filhos; com Zilpa, serva de Leia, mais dois filhos; perfazendo às 12 tribos de Israel (Gn 29.32-35; 30.1-26); e teve mais uma filha, com Leia, Diná (Gn 30.20-21).
A promessa de Deus, feita a Abraão e renovada a Isaque, foi reiterada a Jacó, mostrando a fidelidade divina ao longo das gerações. Em Gênesis 26:3-4, Deus aparece a Isaque e afirma:
“Peregrina nesta terra, e eu serei contigo, e te abençoarei; porque a ti e à tua descendência darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que fiz a Abraão teu pai.”
Esta renovação da promessa sublinha que o plano de Deus permanecia firme, independentemente das circunstâncias.
Isaque, como herdeiro da promessa, sabia da importância da bênção que passaria a seus filhos. No entanto, Esaú, o primogênito, desprezou seu direito de primogenitura, trocando-o por um prato de comida (Gênesis 25:29-34), o que resultou na perda da bênção que seria sua. Posteriormente, Jacó, orientado por Rebeca e Isaque, recebe a bênção (Gênesis 27:30-34), marcando-o como o continuador da promessa.
Sob a orientação de seu pai, Jacó foi à casa de Labão, onde se casou com Raquel, que era estéril (Gênesis 28:1-2; 29:28).
No entanto, por uma estratégia de Labão, Jacó também se casou com Léia e teve seis filhos com ela (Gênesis 29:21-27). Mesmo com as complicações familiares, Deus estava trabalhando para cumprir Suas promessas.
Mais tarde, Deus abriu a madre de Raquel, que concebeu dois filhos, José e Benjamim (Gênesis 30:22-24; 35:16-18). Com Bila, a serva de Raquel, Jacó teve mais dois filhos, e com Zilpa, serva de Léia, outros dois filhos (Gênesis 30:3-13). Esses filhos, juntamente com os seis de Léia e mais uma filha, Diná (Gênesis 30:20-21), constituíram a base para as doze tribos de Israel, que desempenhariam um papel crucial na história do povo de Deus.
Hebreus 11:17-19 destaca a fé de Isaque, reconhecendo-o como o herdeiro da promessa e, por isso, alguém que, ao abençoar seus filhos, estava transmitindo algo muito maior do que bens terrenos, mas o cumprimento das promessas eternas de Deus. Essa passagem reflete como a bênção de Deus foi passada de geração em geração, conforme Seu plano soberano.
Portanto, a promessa renovada a Jacó reafirma a fidelidade de Deus em cumprir o que havia prometido a Abraão. Mesmo diante de complicações familiares e humanas, Deus cumpriu Sua palavra, transformando Jacó no pai das doze tribos de Israel, através das quais o plano redentor de Deus continuaria a se desenrolar.
4- Promessa do Reino do Messias.
Por intermédio do profeta Isaías, Deus falou que o Messias nasceria da descendência de Jessé, pai de Davi, para redimir Israel e a humanidade. Por isso, o Senhor Jesus é chamado de “O Filho de Davi” (Lc 18.37-4o), o “Emanuel”: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco” (Mt 1.23; cf Is 7.14).
A promessa do Reino do Messias é uma das mais importantes profecias das Escrituras, apontando para a vinda de Jesus Cristo como o Salvador e Rei prometido. O profeta Isaías, ao longo de suas profecias, revelou que o Messias viria da linhagem de Jessé, pai de Davi, cumprindo a promessa de que o Redentor surgiria da casa de Davi. Em Isaías 11:1, lemos:
“Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo frutificará,” referindo-se ao Messias que traria salvação e justiça.
Essa promessa é confirmada no Novo Testamento, onde Jesus é frequentemente chamado de “Filho de Davi”, destacando Seu direito legítimo ao trono de Israel. Em Lucas 18:37-40, por exemplo, quando Jesus passa por Jericó, o cego Bartimeu clama:
“Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!”
Esse título messiânico conecta Jesus à linhagem real de Davi, demonstrando que Ele era o cumprimento das profecias antigas sobre o Rei que viria salvar o povo de Deus.
Além de ser identificado como “Filho de Davi”, Jesus também é chamado de “Emanuel”, conforme a profecia de Isaías 7:14: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.”
O evangelho de Mateus confirma essa profecia em relação a Jesus:
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco” (Mateus 1:23).
Isso sublinha a natureza divina de Cristo e Sua missão redentora: Ele é Deus habitando entre os homens, trazendo salvação para Israel e toda a humanidade.
O Reino do Messias prometido não é apenas um reino terreno ou político, mas um reino espiritual, onde a justiça e a paz reinam. Isaías 9:6-7 profetiza sobre esse Reino:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste governo e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e o firmar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre.”
Essa passagem destaca que o Reino do Messias traria paz e justiça eternas, estabelecendo o governo divino sobre todas as coisas.
Dessa forma, a promessa do Reino do Messias, cumprida em Jesus Cristo, assegura que o plano redentor de Deus, revelado desde o início das Escrituras, encontrou sua realização no “Filho de Davi”, o “Emanuel”, que veio para redimir Israel e a humanidade.
III- A PROMESSA DE SALVAÇÃO PARA ISRAEL
1- A queda de Israel.
O Novo Testamento mostra claramente a queda de Israel. A nação não conseguiu exercer o papel de nação sacerdotal no meio de outras nações (Lc 21.24). Por isso, os capítulos 9-11 da Epístola de Paulo aos Romanos trata de algumas questões que muitos cristãos dos dias atuais se fazem hoje: Como as promessas de Deus para Israel podem permanecer válidas hoje? Elas foram revogadas? De fato, Israel permanece em rebelião contra Deus porque a nação não reconheceu o Senhor Jesus como o seu Messias verdadeiro (Rm 9.30-31; 11.11-15).
A queda de Israel, conforme revelada no Novo Testamento, está ligada à incapacidade da nação em cumprir seu papel como nação sacerdotal e de reconhecer Jesus como o Messias prometido. Em Lucas 21:24, Jesus prediz o tempo em que Jerusalém seria pisoteada pelos gentios, e isso simboliza a queda de Israel como uma nação que falhou em sua missão espiritual:
“E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.”
Na Epístola aos Romanos, especialmente nos capítulos 9-11, Paulo trata da questão de como entender as promessas de Deus para Israel diante de sua rebelião e rejeição de Jesus. Ele afirma que, apesar da queda de Israel ao não reconhecer Jesus como Messias, as promessas de Deus para eles não foram completamente revogadas. Em Romanos 9:30-31, Paulo fala sobre como os gentios alcançaram a justiça pela fé, enquanto Israel, buscando justiça pelas obras, falhou:
“Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça, sim, a justiça que vem pela fé. Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não atingiu a lei.”
Paulo, no entanto, não sugere que Deus tenha abandonado completamente Israel.
Ele argumenta que a rejeição de Israel não é definitiva e que, através dessa queda, a salvação foi oferecida aos gentios. Em Romanos 11:11-12, ele escreve: “Digo, pois: porventura tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para incitá-los à emulação.” Paulo vê um plano redentor em ação, onde a queda de Israel resultou na abertura do evangelho para os gentios.
Apesar dessa rebelião, Paulo também oferece uma esperança de restauração. Em Romanos 11:15, ele afirma:
“Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?”
Isso sugere que Deus ainda tem um plano para restaurar Israel no futuro, quando a nação finalmente reconhecer Jesus como o Messias.
Embora Israel tenha caído e permaneça em rebelião contra Deus, essa queda não é definitiva. Deus, em Sua fidelidade, ainda tem promessas para Israel, e Paulo afirma que haverá uma reconciliação, quando Israel será restaurado ao plano redentor de Deus. Enquanto isso, a queda de Israel resultou em bênção para os gentios, abrindo o caminho para a salvação de todas as nações.
2- A tristeza de Paulo por Israel.
O capítulo 9 de Romanos revela a demasiada tristeza do apóstolo pelos judeus que não conhecem a Cristo (2 Co 9.22). Sim, os judeus que não conhecem a Cristo estão em uma situação muito difícil, pois o Senhor Jesus descende diretamente deles, segundo a carne (Rm 9.5). Esse sentimento de tristeza e, ao mesmo tempo, uma atitude piedosa de sofrer pela salvação dos judeus, deve ser um compromisso permanente de cada cristão para a evangelização dos judeus (Mt 23.32).
A tristeza de Paulo por Israel é profundamente expressa no capítulo 9 de Romanos, onde o apóstolo revela seu coração partido pela condição espiritual de seus compatriotas judeus que não reconhecem Jesus como o Messias. Em Romanos 9:2-3, Paulo declara:
“Tenho grande tristeza e incessante dor no meu coração. Porque eu mesmo desejaria ser separado de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne”.
Paulo está tão angustiado pela situação de Israel que expressa um desejo quase sacrificial, mostrando o quanto ele estava disposto a sofrer pela salvação deles.
Essa tristeza se intensifica pelo fato de que, segundo a carne, o próprio Jesus descendeu da linhagem judaica, conforme Romanos 9:5:
“Deles são os patriarcas, e deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente.”
Os judeus, que deveriam reconhecer o Messias prometido em suas Escrituras, enfrentaram grande dificuldade por não aceitarem a salvação oferecida em Cristo.
Essa dor e compaixão por Israel também aparecem em 1 Coríntios 9:22, onde Paulo expressa seu desejo de fazer tudo ao seu alcance para salvar alguns:
“Fiz-me fraco para com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.”
O compromisso de Paulo com a salvação dos judeus, e de todos os povos, era central em sua missão.
Jesus também lamentou a condição espiritual de Israel. Em Mateus 23:37, Ele expressou sua dor:
“Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e tu não quiseste!”
Essa tristeza divina reflete o desejo de Deus de reconciliar o povo de Israel, mas também a resistência e a dureza de coração que muitos demonstraram.
O sentimento de Paulo pela salvação de Israel deve inspirar os cristãos de hoje a terem a mesma atitude de preocupação e compaixão. O compromisso de evangelizar os judeus, como também todas as nações, deve ser uma missão contínua. Assim como Paulo se entristeceu pela condição espiritual de Israel, devemos orar pela salvação de todos. Também é nosso dever agir com o desejo de ver aqueles que não conhecem a Cristo voltarem-se para Ele em fé e obediência.
3- Promessa de salvação a Israel.
“Quando orava por Israel, o apóstolo expressava o seguinte: “dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém!” (Rm 9.3-5). Essas qualificações mostram que Deus cumpre a sua palavra, prometida àqueles homens que o buscam em sinceridade. Por isso, a Bíblia assegura que Israel será salvo, ainda que não totalmente. A Bíblia diz que esse povo será chamado de (‘filhos do Deus vivo” (Rm 9.26); que “o remanescente fiel de Israel” será salvo (Rm 9.27). O Libertador que virá de Sião fará isso (Rm 11.26).
A promessa de salvação a Israel é um tema central nas Escrituras, e Paulo reafirma a fidelidade de Deus para com Seu povo. Em Romanos 9:3-5, ele expressa sua conexão profunda com Israel, destacando os privilégios que receberam:
“a adoção de filhos, a glória, os concertos, a lei, o culto e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente.” Amém!”
Paulo reconhece que, apesar da rejeição momentânea de muitos israelitas ao Messias, Deus permanece fiel às Suas promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó.
As Escrituras asseguram essa promessa de salvação, mesmo que nem todos os israelitas sejam salvos.
Em Romanos 9:26, Paulo cita Oseias para lembrar que Deus chamará o povo de Israel de “filhos do Deus vivo”, reafirmando que, no futuro, haverá uma restauração espiritual entre os judeus. A ideia de que Deus não abandonou completamente Israel, mas continuará a trabalhar para sua redenção, é evidente.
Além disso, em Romanos 9:27, Paulo cita Isaías, dizendo que “o remanescente será salvo”. Isso significa que, embora nem todos os israelitas aceitem Cristo, um grupo fiel de judeus será salvo. Esse remanescente inclui aqueles que, em meio à incredulidade, respondem ao chamado de Deus e recebem a redenção.
A salvação futura de Israel está ligada ao retorno do “Libertador” que virá de Sião, conforme Romanos 11:26:
“E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e ele apartará de Jacó as impiedades.”
Aqui, Paulo deixa claro que haverá um momento no futuro em que Deus trará redenção a Israel, por meio de Jesus, o Messias prometido. Esse versículo também remete a profecias do Antigo Testamento, como Isaías 59:20-21, que apontam para a vinda do Redentor para restaurar Seu povo.
A promessa de salvação a Israel mostra que Deus não abandona Seu povo, mesmo em meio à rejeição e incredulidade. Apesar de nem todos os israelitas aceitarem Cristo, Deus salvará um remanescente e cumprirá a redenção no tempo certo, com o Libertador vindo de Sião para restaurar Israel, conforme Seu plano soberano.
CONCLUSÃO
As promessas de Deus para Israel não podem falhar. O que Deus prometeu a Abrão, a Isaque e a Jacó se cumpriu em parte; e terá seu cumprimento pleno nos tempos futuros, quando o Senhor Jesus voltar em Glória e implantar o seu glorioso Reino do Milênio. Lembremos da Palavra de compromisso do Senhor: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?” (Is 43.13).