Conhecer a Palavra

Subsidio Lição 01- A Origem da Igreja

Lição 01 A Origem da Igreja

Subsidio Lição 01: A Origem da Igreja | 1° Trim de 2024 | EBD ADULTOS

 

TEXTO ÁUREO

“E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdăo dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (At 2.38)

VERDADE PRÁTICA

A Igreja é a família de Deus, comprada com o sangue de Cristo e selada com o Espírito Santo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 2.1,2; 37,38

INTRODUÇÃO

Uma rápida leitura do Novo Testamento é suficiente para percebermos o que a Igreja é de fato e que importância ela tem. Para os apóstolos e os primeiros cristãos a Igreja era relevante. Paulo, por exemplo, a denominou de “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3.15); e Pedro a chamou de “geração eleita” (1 Pe 2.9). Nesta lição, mostraremos o que a Bíblia, de fato, revela sobre a Igreja de Deus. Veremos que a ekklesia, a Igreja de Deus, longe de ser meramente uma associação de pessoas, é uma instituição divina.

Esta lição tem como objetivo aprofundar nosso entendimento sobre a verdadeira essência da Igreja de Deus conforme revelada nas Escrituras. A palavra grega “ekklesia”, traduzida como Igreja, vai além da mera ideia de uma simples associação de pessoas. Ela representa uma assembleia convocada por Deus, uma comunidade específica redimida pelo sacrifício de Cristo.

Além disso, a Igreja, longe de ser uma criação humana, é uma instituição divina, originada nos desígnios eternos de Deus.

Ao nos aprofundarmos na palavra de Deus, percebemos que a Igreja não é fruto do acaso histórico, mas uma parte essencial do plano divino de redenção. Ela se revela como o veículo por meio do qual Deus derrama Sua graça, unindo indivíduos de diversas origens e culturas sob a bandeira da salvação.

Portanto, essa lição nos convida a contemplar a grandiosidade e a sacralidade da Igreja, reconhecendo-a não apenas como uma congregação casual, mas como uma instituição estabelecida por Deus para cumprir Seus propósitos na Terra.

Durante a aula, é crucial não apenas adquirir conhecimento, mas também internalizar a profunda importância da Igreja como expressão viva e ativa da obra redentora de Deus.

Ao percebermos nossa participação na Igreja como um chamado divino e um privilégio, sentiremos a motivação para contribuir ativamente para a concretização dos propósitos divinos neste mundo.

Que este estudo nos inspire, assim, a viver de maneira coerente com a elevada vocação que é ser parte da Igreja de Deus.

Palavra – Chave: Igreja

I – O POVO DE DEUS NA BÍBLIA E NA HISTÓRIA

1. No Antigo Testamento.

O termo hebraico qahal é usado para se referir a um ajuntamento do povo de Deus debaixo do Antigo Pacto. Nesse aspecto, o seu uso é o de “uma convocação para uma assembleia” ou “o ato de reunir-se em assembleia”. Dessa forma, qahal é descrito como o povo reunido (Dt 4.10); congregaçăo do povo (Jz 20.2); multidăo (1 Sm 17.47 – NAA); congregaçăo (1 Rs 8.22); congregaçăo de Israel (1 Cr 13.2) e grande ajuntamento (Ne 5.7). O termo qahal, portanto, no contexto do Antigo Testamento, se refere ao Israel étnico, uma nação que se juntava ou reunia tanto com fins cúlticos ou não.

O termo “qahal” vai além de uma simples reunião; ele representa a união do Israel étnico. Este termo descreve o ajuntamento do povo escolhido por Deus, que se congregava tanto em contextos cultuais quanto não cultuais. Deuteronômio 4.10 menciona-o como “povo reunido”, evidenciando a natureza coletiva do relacionamento entre Deus e Sua comunidade.

A versatilidade de “qahal” é notável nas Escrituras. Em Juízes 20.2, ele se associa à congregação do povo, indicando a solidariedade em situações específicas. Sua tradução como “multidão” em 1 Samuel 17.47 destaca a representação coletiva diante de desafios épicos, sublinhando a força que surge da união do povo.

Nos contextos cultuais, o termo é usado para descrever a congregação de Israel em 1 Reis 8.22, destacando a importância ritualística desses ajuntamentos. Em 1 Crônicas 13.2, é empregado para se referir à “congregação de Israel”, destacando sua aplicação na identidade étnica da nação.

A amplitude de “qahal” é notada em Neemias 5.7, onde está associado a um “grande ajuntamento”. Transcendo assim a mera reunião física para abranger a relevância social e espiritual dessas assembleias.

2- No Novo Testamento.

O termo grego ekklesia se refere à igreja cristã. Contudo, no contexto neotestamentário, o seu sentido diferirá do que lhe é dado no Antigo Testamento, tanto na forma como na função. Não é apenas uma raça ou nação, mas todos aqueles, de diferentes raças e nações, que foram comprados pelo sangue de Cristo (Ef 3.6; At 20.28; Ap 5.9). Assim, o seu sentido no Novo Testamento é majoritariamente sacro, isto é, de uma assembleia de crentes que se juntaram para adorar a Deus (At 12.5; 13.1).

Não é apenas um ajuntamento de pessoas, mas uma assembleia de crentes regenerados que se reúnem para adorar a Deus. Jesus, por exemplo, usou o termo ekklesia com um sentido exclusivo – o povo adquirido pelo seu sangue (Mt 16.18). Dessa forma, o uso paulino de ekklesia, nas suas epístolas, designa sempre a comunidade dos salvos. Assim vemos Paulo saudando a igreja (1 Co 1.2); ensinando as igrejas (1 Co 7.17); disciplinando o uso dos dons na adoração da igreja (1 Co 14.4,5,12,19,23,28,33,34,35) e dando diretrizes à igreja (1 Co 16.1).

O Novo Testamento,introduz um termo fundamental para a compreensão da comunidade cristã: “ekklesia”. Este termo grego, diferentemente do seu equivalente no Antigo Testamento, “qahal”, assume um significado distinto e uma função peculiar no contexto neotestamentário.

Diferentemente da conotação de uma nação ou etnia específica, “ekklesia” no Novo Testamento transcende barreiras raciais e nacionais, incluindo todos aqueles que, independentemente de sua origem, foram redimidos pelo sangue de Cristo (Efésios 3.6; Atos 20.28; Apocalipse 5.9).

Nesse sentido, a sua essência é predominantemente sacra, representando uma assembleia de crentes regenerados que se unem para adorar a Deus (At 12.5; 13.1).

A distinção entre “ekklesia” e a mera reunião de pessoas é evidente. Não se trata apenas de um ajuntamento casual, mas sim de uma congregação de crentes, unidos por sua regeneração espiritual, que se reúnem para render culto a Deus. Jesus ilustra a especificidade desse termo ao usá-lo de maneira exclusiva para descrever aqueles adquiridos pelo Seu sangue (Mateus 16.18).

O apóstolo Paulo, em suas epístolas, contribui significativamente para a compreensão do significado teológico de “ekklesia”. Ele saúda “a igreja” (1 Co 1.2), ensina as “igrejas” (1 Co 7.17), disciplina o uso dos dons na adoração da “igreja” (1 Co 14.4,5,12,19,23,28,33,34,35) e oferece diretrizes à “igreja” (1 Co 16.1). Em cada uma dessas instâncias, o termo denota uma comunidade específica de salvos, uma assembleia que transcende a simples congregação de pessoas para abraçar a riqueza da redenção em Cristo.

Dessa forma, “ekklesia” no Novo Testamento vai além de ser meramente um ajuntamento de pessoas; é a assembleia sagrada de crentes, unidos pela redenção em Cristo, que se congregam para adorar, aprender e viver em comunhão.

3- Na história cristã.

Há quem creia que a Igreja subsiste governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele. Evidentemente, a tradição protestante rejeita esse conceito, visto que ele não reflete o contexto do Novo Testamento onde a figura do sucessor de Pedro é totalmente estranha e desconhecida. Após a Reforma do século XVI, a tradição protestante procurou dar um sentido bíblico e mais preciso a respeito do que uma igreja é de fato.

Em uma grande denominação protestante histórica, a Igreja é definida como “uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé”. Por outro lado, de acordo com um documento de uma grande denominação pentecostal americana, entendemos a Igreja como “o corpo de Cristo, a habitação de Deus através do Espírito Santo, com divinas nomeações para cumprimento de sua Grande Comissão onde cada crente, nascido do Espírito, é parte integrante da Assembleia Universal e da Igreja dos primogênitos, que estão inscritos no Céu” (Ef 1.22,23; 2.22; Hb 12.23).

Ao longo da história cristã, a compreensão da natureza e estrutura da Igreja tem sido objeto de profundo debate e divergência teológica. Uma das questões centrais nesse diálogo é a relação entre a liderança da Igreja e a interpretação das Escrituras, o que gerou distintas abordagens, especialmente entre as tradições católica, protestante e pentecostal.

A visão católica tradicional postula a continuidade da Igreja governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele.

Essa perspectiva, enraizada em uma interpretação específica dos textos bíblicos, destaca a autoridade papal como um elemento crucial na preservação da unidade e ortodoxia da fé. No entanto, a tradição protestante, que emergiu na Reforma do século XVI, rejeita esse conceito, argumentando que tal estrutura hierárquica não encontra respaldo no contexto do Novo Testamento.

Após a Reforma, as tradições protestantes buscaram definir a igreja com base em uma compreensão mais bíblica e acessível. Em uma grande denominação protestante histórica, a Igreja é conceituada como “uma congregação local de pessoas regeneradas e batizadas após profissão de fé”. Aqui, a ênfase recai sobre a comunidade local, onde os membros, após uma experiência de regeneração espiritual, se unem em adoração e serviço a Deus.

Por outro lado, uma grande denominação pentecostal americana adota uma perspectiva mais abrangente. A Igreja é concebida como “o corpo de Cristo, a habitação de Deus através do Espírito Santo”, com uma missão divinamente designada para cumprir a Grande Comissão. Dessa perspectiva, considera-se que cada crente, nascido do Espírito, é uma parte integrante da Assembleia Universal e da Igreja dos primogênitos, conforme (Efésios 1.22,23; 2.22; Hebreus 12.23).

 II – A IGREJA COMO CRIAÇÃO DIVINA

1. A Igreja como um ideal de Deus

Desde a eternidade, a Igreja estava no coração de Deus e foi idealizada por Ele. Em sua essência, ela é um projeto divino: “Como também nos elegeu nele [Cristo] antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1.4). Na sua Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo fala de um “mistério” que estava oculto (Ef 3.3-6). Esse mistério que fora revelado era exatamente a Igreja! Na mente de Deus, portanto, a Igreja já existia. O amor de Deus fez com que Ele provesse um plano para salvar o homem caído. Assim, Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Ef 5.25).

Desde a eternidade, antes mesmo da fundação do mundo, a Igreja já era parte do plano divino. O apóstolo destaca essa realidade ao afirmar que Deus nos escolheu em Cristo antes da criação, com o propósito sublime de nos tornar santos e irrepreensíveis diante Dele em amor (Efésios 1.4). Essa eleição divina revela a intenção de Deus em estabelecer uma comunidade redimida, cuja identidade e propósito estão intrinsicamente ligados a Cristo.

Paulo, ao mencionar o “mistério” em Efésios 3.3-6, revela que esse segredo anteriormente oculto aos homens é, na verdade, a Igreja.

Na mente de Deus, a Igreja já existia como um elemento fundamental e central em Seu plano de redenção. Esse mistério revelado destaca a natureza transcendental da Igreja, não como uma instituição meramente terrena, mas como uma expressão celestial da graça e do amor divinos.

O ápice desse amor divino é exemplificado em Efésios 5.25, onde Paulo destaca que Cristo amou a Igreja a ponto de Se entregar por ela. Essa entrega sacrificial revela não apenas um ato de redenção, mas também a profundidade do compromisso de Cristo com Sua criação. A Igreja, portanto, não é apenas uma congregação de crentes. Ela é a expressão viva do amor e da providência divinos, cumprindo um papel central no plano eterno de Deus.

Em síntese, a compreensão da Igreja como criação divina reflete não apenas uma instituição terrena, mas um ideal eterno que ultrapassa as fronteiras do tempo e do espaço. Esse conceito ressalta a centralidade da Igreja no propósito redentor de Deus, estabelecendo-a como uma comunidade eleita, santificada e amada desde a eternidade.

2. A Igreja como uma realidade concreta.

Como vimos, a Igreja não ficou apenas na mente de Deus; ela passou a existir de uma forma concreta. O início da Igreja acontece na plenitude dos tempos: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). Dessa forma, Deus faz “congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos” (Ef 1.10). Então, surge a pergunta: “Quando a Igreja passou a existir de fato? Quando ela se estabeleceu na sua forma concreta?” A maioria dos teólogos defende que foi no Pentecostes. A Igreja, por exemplo, não é citada nos Evangelhos de Marcos, Lucas e João. Mateus fala de sua existência, mas como um evento futuro (Mt 16.18).

A transição da Igreja de uma concepção ideal na mente de Deus para uma realidade concreta marca um momento singular na história da redenção, conforme delineado nas Escrituras. A concretização desse projeto divino ocorre na plenitude dos tempos, como proclamado por Paulo em Gálatas 4.4: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei”.

O evento da encarnação de Cristo não apenas cumpre a promessa messiânica, mas inaugura a fase concreta da Igreja. Em Efésios 1.10, Paulo descreve esse momento como Deus congregando todas as coisas em Cristo na dispensação da plenitude dos tempos. Aqui, a Igreja emerge como parte integrante desse plano divino, com Cristo como seu fundamento e cabeça.

A questão sobre o estabelecimento concreto da Igreja encontra sua resposta predominantemente no relato do Pentecostes. Apesar de a Igreja ser mencionada de maneiras proféticas nos Evangelhos sinópticos, é no Livro de Atos que testemunhamos a efusão do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos em Jerusalém. Esse evento se caracteriza por uma experiência única, onde os crentes são revestidos de poder e começam a falar em línguas, marcando o nascimento da Igreja.

É relevante observar que nos Evangelhos de Marcos, Lucas e João, a palavra “Igreja” não é mencionada. Mateus, por sua vez, antecipa a existência da Igreja, mas a apresenta como um evento futuro nas palavras de Jesus em Mateus 16.18. Essa afirmação, conhecida como a confissão de Pedro, aponta para a fundação futura da Igreja sobre a confissão de Cristo como o Filho de Deus.

3. A Igreja no Pentecostes.

Depois do Pentecostes, Lucas destaca que “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (At 2.47). Dessa forma, a Igreja, que existia apenas no coração e na mente de Deus, se tornava uma realidade concreta quando o Espírito Santo é derramado no Pentecostes após a ressurreição de Jesus (At 2.1,2).

O Pentecostes, narrado por Lucas no Livro de Atos, representa o momento crucial em que a Igreja transcende a esfera da promessa para se tornar uma realidade vibrante e dinâmica. Após a ressurreição de Jesus, cumpre-se a promessa do Espírito Santo, marcando o início de uma nova fase na história da redenção.

Lucas, ao relatar os eventos do Pentecostes, destaca o derramamento do Espírito Santo sobre os discípulos reunidos em Jerusalém (Atos 2.1,2). Neste evento, fenômenos extraordinários incluíram línguas de fogo sobre cada um deles e a capacidade de falar em línguas compreendidas por uma multidão diversificada.

A expressão “todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” (Atos 2.47) revela a dinâmica transformadora desencadeada pelo Pentecostes. A Igreja não é mais uma promessa distante; ela se torna uma comunidade viva, formada por indivíduos salvos e regenerados pelo poder do Espírito Santo.

O Pentecostes não apenas inaugura a Igreja, mas também a capacita para a missão que lhe foi confiada. Os discípulos, cheios do Espírito, proclamam corajosamente as maravilhas de Deus em línguas que transcendem as barreiras culturais. Este é o início da Igreja como testemunha viva do Evangelho.

III – A IGREJA COMO A COMUNIDADE DOS SALVOS

1. Regenerados pelo sangue de Cristo.

No Pentecostes, o apóstolo Pedro disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados” (At 2.38). Com essas palavras, o apóstolo Pedro estava dizendo como se dá o ingresso de uma pessoa na Igreja, ou seja, por meio do arrependimento e do batismo. A Igreja é uma comunidade cristã formada por pessoas regeneradas que fizeram uma pública profissão de fé. O ingresso de alguém à Igreja não se dá por adesão, mas pela conversão. É exatamente esse o sentido da palavra grega metanoeo, traduzida aqui por arrependimento. Significa uma mudança de mente. Assim, a Igreja é formada por pessoas que estavam no pecado, a caminho da condenação eterna, mas que, graças ao Evangelho, tiveram suas vidas transformadas.

A essência da Igreja como a comunidade dos salvos é ressaltada no convite do apóstolo Pedro durante o Pentecostes: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados” (Atos 2.38). Essa declaração encapsula não apenas o método de ingresso na Igreja, mas também a profunda transformação que ocorre na vida daqueles que se tornam parte dessa comunidade cristã.

Pedro, ao convocar as pessoas ao arrependimento e ao batismo em nome de Jesus Cristo, estabelece a base para a entrada na comunidade dos salvos. Aqui, a palavra grega “metanoeo”, traduzida como arrependimento, vai além do simples remorso. Ela denota uma mudança de mente e de direção na vida da pessoa. O ingresso na Igreja não é meramente uma adesão externa. mas um ato profundo de conversão, uma transformação interior que reflete a aceitação do perdão oferecido por meio da obra redentora de Cristo.

Portanto, a Igreja é constituída por indivíduos que passaram por essa mudança radical. Eles passaram de uma condição de pecado e condenação eterna para uma posição de perdão e redenção, graças ao Evangelho de Cristo. A ênfase recai na regeneração pelo sangue de Cristo, simbolizada no ato do batismo, que representa a identificação pública com a morte e ressurreição de Jesus e a busca do perdão para os pecados.

A entrada na Igreja, assim, não é apenas um ato cerimonial, mas uma experiência profunda de transformação espiritual. A comunidade dos salvos se constitui de pessoas que, reconhecendo sua necessidade de redenção, atenderam ao chamado de Deus para a transformação mediante o arrependimento e a aceitação da graça proporcionada pelo sacrifício de Cristo. A Igreja, portanto, é uma comunidade dinâmica de regenerados, unidos pelo vínculo espiritual do perdão e da redenção proporcionados pelo sangue de Cristo.

2. Selados pelo Espírito Santo.

Já foi dito que a Igreja tem sua origem no dia de Pentecostes. Por meio do Espírito de Deus, somos batizados no Corpo de Cristo, a Igreja, então, passamos a fazer parte dela. É exatamente isso o que o apóstolo Paulo diz aos Coríntios na sua Primeira Carta: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1 Co 12.13).

A Igreja, como a comunidade dos salvos, não só experimenta transformação interior pelo arrependimento, mas também vive uma união especial proporcionada pelo Espírito Santo. Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo expressa essa realidade ao declarar: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito” (1 Coríntios 12.13).

A metáfora do batismo no Espírito Santo não se refere apenas a um ato simbólico, mas destaca a experiência espiritual profunda pela qual cada crente passa ao se tornar parte da Igreja. O Espírito Santo, sendo o agente unificador, realiza o batismo que transcende as barreiras étnicas, sociais e culturais. Dessa forma, judeus, gregos, servos e livres se incorporam todos em um único corpo, o Corpo de Cristo, que é a Igreja.

A expressão “bebido de um Espírito” enfatiza a comunhão íntima e contínua que os crentes compartilham através do Espírito Santo. Esse selo espiritual não apenas identifica os membros da Igreja como pertencentes a Cristo, mas também simboliza a habitação divina dentro de cada crente. É uma marca de autenticidade espiritual e uma garantia da promessa divina.

Portanto, a Igreja não é apenas uma congregação de indivíduos transformados, mas uma comunidade unificada pelo Espírito Santo. Esse selo espiritual estabelece uma profunda conexão entre os membros da Igreja, independentemente de suas origens ou status sociais. A Igreja, selada e unida pelo Espírito Santo, reflete a unidade na diversidade, evidenciando que a ação contínua e transformadora do Espírito de Deus sustenta sua origem e existência.

3. O Batismo de Cristo e do Espírito.

O apóstolo Pedro, que exortou os presentes no dia Pentecostes a se arrependerem, também disse: “e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38). Assim, podemos afirmar que Cristo batizou os crentes com o Espírito Santo e com fogo, um batismo de capacitação (At 1.4), enquanto o Espírito os batizou no Corpo de Cristo, um batismo de iniciação, formando a Igreja (1 Co 12.13).

Pedro, ao dirigir-se à multidão no dia de Pentecostes, não apenas os exorta ao arrependimento, mas também oferece a promessa. “e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2.38). Essa promessa está profundamente ligada ao batismo de Cristo e do Espírito, dois aspectos distintos, mas complementares, que definem a experiência espiritual dos crentes.

O batismo de Cristo, como mencionado por João Batista e posteriormente destacado por Pedro em Atos 1.4, é um batismo de capacitação. Esse batismo, simbolizado pelo Espírito Santo e pelo fogo, é uma promessa de Cristo aos Seus seguidores. Ele representa a capacitação divina, um revestimento de poder, concedendo aos crentes os recursos espirituais necessários para cumprir a missão dada por Cristo. É uma experiência que transforma e capacita os discípulos para o serviço no Reino de Deus.

Por outro lado, o Espírito Santo realiza o batismo de iniciação no Corpo de Cristo. A analogia de Paulo em 1 Coríntios 12.13 destaca essa realidade: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo”. Aqui, o Espírito une os crentes, independentemente de sua origem, status social ou cultural, em um único corpo, que é a Igreja. Esse batismo é uma iniciação na comunidade dos salvos, marcando a entrada na família espiritual de Deus.

Portanto, enquanto o batismo de Cristo capacita os crentes, dotando-os do poder divino necessário para o serviço, o batismo do Espírito inicia-os na comunidade dos salvos, integrando-os no Corpo de Cristo. Esses dois aspectos estão interligados e são essenciais para a experiência cristã, revelando a riqueza e a complexidade da obra do Espírito Santo na vida daqueles que pertencem a Cristo. Essa compreensão profunda do batismo reflete a integralidade da experiência espiritual na comunidade dos crentes.

CONCLUSÃO

Nesta lição vimos como surgiu a Igreja fundada por Jesus Cristo. Ela existiu, primeiramente, no plano de Deus até se estabelecer no Novo Testamento após a morte, ressurreição de Cristo e a infusão dos Cristãos no Corpo de Cristo por meio do Espírito Santo. A Igreja, portanto, não foi idealizada por homem algum, nem tampouco está fundada sobre teses humanas. O seu fundamento é Cristo, que é a cabeça da Igreja. Por isso, é um grande privilégio fazer parte da Igreja, o Corpo de Cristo.

 

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