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Subsidio Lição 05 – Uma Perspectiva Pentecostal de Missões

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Subsidio Lição 05 – Uma Perspectiva Pentecostal de Missões | 4° Trim 2023 | EBD – ADULTOS

 TEXTO ÁUREO

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8)

VERDADE PRÁTICA

O Espírito Santo derramado no Pentecoste é o mesmo Espírito que Deus deseja derramar de novo na Igreja da atualidade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.1-8, 14-18

INTRODUÇÃO

Uma característica notável do Movimento Pentecostal, desde o seu início, na virada do século passado, tem sido a paixão por Evangelismo e Missões. Nesta lição, estudaremos algumas características que marcam o trabalho pentecostal em Missões, uma marca da obra do Espírito Santo nestes últimos dias.

Hoje vamos examinar uma característica essencial do Movimento Pentecostal, que tem sido sua marca registrada desde o início do século passado: a paixão pelo evangelismo e pelas missões.

Acreditamos que o pentecostalismo não é apenas um movimento religioso, mas também uma forma de viver o cristianismo profundamente enraizada na experiência do Espírito Santo.

Desde a sua origem, os pentecostais têm tido uma compreensão única da atuação do Espírito Santo, semelhante ao que ocorreu no dia de Pentecostes, conforme registrado em Atos 2. Acreditamos que o Espírito Santo é ativo e presente em nossas vidas hoje, capacitando-nos a compartilhar o Evangelho e a servir como testemunhas de Cristo, tanto em nossa esfera local quanto em missões que nos levam aos confins da Terra, exatamente como disse Jesus em Atos 1:8.

A paixão pelo evangelismo e missões é uma manifestação contínua do Espírito Santo em nossas vidas. Esta paixão é o resultado de uma compreensão profunda da importância do papel do Espírito na obra missionária. Acreditamos que, sem o Espírito Santo, nossos esforços na propagação do Evangelho seriam infrutíferos.

Nesta lição, exploraremos as características distintivas do trabalho pentecostal em missões. Veremos como a convicção na obra do Espírito Santo nos leva a buscar incessantemente a renovação espiritual e a manifestação dos dons espirituais, pois acreditamos que essas manifestações confirmam a ação de Deus em nossas vidas e têm o poder de atrair novas almas para Cristo.

Palavra-Chave: Pentecostal

I- UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL DE MISSÕES

1- Somos evangélicos.

Historicamente, o evangélico é conhecido como alguém que enfatiza
(1) o compromisso pessoal com Jesus a partir do “novo nascimento”,
(2) a autoridade bíblica e
(3) o apelo de anunciar a Cristo aos outros.

Basicamente, esses princípios são o que os evangélicos têm em comum. Eles tornam-se num impulso evangélico com raiz histórica na tríplice ênfase da Reforma Protestante:
1) a autoridade das Escrituras,
(2) a salvação pela fé e
(3) o sacerdócio universal dos crentes.

Então, de acordo com o missiólogo Paul Pomerville, podemos dizer que o Movimento Pentecostal contribuiu com esse impulso evangélico, descrito acima, com a natureza dinâmica da fé cristã. Esse princípio envolve a atividade de Deus em termos do ministério do Espírito Santo (1 Co 12.11).

Historicamente, o termo “evangélico” é usado para descrever aqueles que compartilham algumas crenças centrais. Essas crenças incluem, em primeiro lugar, o compromisso pessoal com Jesus Cristo a partir do “novo nascimento”, que é o reconhecimento da necessidade de uma experiência espiritual transformadora na vida do crente. Em segundo lugar, a autoridade bíblica é fundamental, enfatizando que as Escrituras são a Palavra de Deus e a fonte de autoridade suprema em questões de fé e prática. E, finalmente, o terceiro princípio, é o apelo de anunciar Cristo aos outros, a compreensão de que a missão dos crentes é compartilhar a mensagem de salvação com o mundo.

Esses princípios fundamentais são comuns a todos os evangélicos e têm raízes históricas profundas na Reforma Protestante.

A Reforma enfatizou a autoridade das Escrituras, a salvação pela fé e o sacerdócio universal dos crentes, o que significa que cada crente tem o privilégio e a responsabilidade de compartilhar a mensagem de Cristo.

No entanto, o que torna a perspectiva pentecostal única é a ênfase na natureza dinâmica da fé cristã. Nós pentecostais cremos na continuação dos dons espirituais, como o falar em línguas, a profecia e a cura divina, que são vistos como manifestações do poder do Espírito Santo na vida do crente. Essa experiência dinâmica e pessoal do Espírito Santo é o que impulsiona a paixão pentecostal pelo evangelismo e pelas missões.

O missiólogo Paul Pomerville observou que os pentecostais contribuem para o impulso evangélico descrito anteriormente através dessa perspectiva dinâmica e da atividade contínua do Espírito Santo na vida da igreja. Acreditamos que o Espírito Santo capacita os crentes de maneira especial para cumprir a Grande Comissão de Cristo, que é levar o Evangelho a todas as nações.

2- Somos pentecostais.

Com o termo “pentecostal” nos referimos ao crente que crê que a experiência do Espírito Santo que ocorreu com os apóstolos, no dia de Pentecostes, de acordo com o Livro de Atos, pode acontecer hoje também, ou seja, a experiência com o Espírito Santo hoje não é diferente da experimentada pelos cristãos do século I (At 2.1-12). Nas palavras do missiólogo Paul Pomerville, essa experiência do Espírito perpassou a História da Igreja. Ela remonta à obra do Espírito Santo com a Igreja que começou no dia de Pentecostes e continua ao longo dos últimos dias, até que Jesus Cristo volte para arrebatar a sua Igreja (At 1.10,11).

O termo “pentecostal” deriva do evento descrito no Livro de Atos, capítulo 2, conhecido como o Dia de Pentecostes. Nesse dia, após a ascensão de Jesus ao céu, os discípulos estavam reunidos, e o Espírito Santo desceu sobre eles de maneira espetacular. Eles começaram a falar em línguas estranhas e a proclamar as maravilhas de Deus a pessoas de diversas nações. Esse evento é considerado o nascimento da igreja cristã e é central para a compreensão pentecostal.

A característica distingue os pentecostais é a crença de que a experiência do Espírito Santo que ocorreu no Dia de Pentecostes não foi um evento isolado, mas algo que pode acontecer nos dias de hoje.

Em outras palavras, acreditamos que a experiência do Espírito Santo hoje não é diferente da experimentada pelos primeiros cristãos do século I.

Essa crença é baseada na convicção de que o Espírito Santo é uma presença viva e ativa na vida da igreja e dos crentes. De acordo com o missiólogo Paul Pomerville, essa experiência do Espírito Santo atravessa a história da igreja, desde o Dia de Pentecostes até os últimos dias, quando acreditamos que Jesus Cristo retornará para arrebatar Sua igreja.

Cremos que o Espírito Santo capacita os crentes de maneira especial, manifestando Seu poder através de dons espirituais, como o falar em línguas, a profecia, a cura divina e outros. Essas manifestações do Espírito são vistas como evidências tangíveis de Sua presença e ação nas vidas dos crentes.

Portanto, ser pentecostal é abraçar a ideia de que o Espírito Santo não é uma entidade distante, mas uma realidade viva e ativa em nossas vidas e na igreja como um todo. Essa crença molda nossa adoração, espiritualidade e abordagem missionária, pois reconhecemos que a ação do Espírito Santo é vital para levar o Evangelho ao mundo.

3- Contribuições Pentecostais às Missões.

Uma das contribuições pentecostais mais significativas para as missões modernas, sem dúvida, é a ênfase do papel indispensável do Espírito Santo no complexo desafio de plantar igrejas onde Cristo ainda não foi anunciado. Esse entendimento está na base do importante crescimento evangélico depois das Missões operadas pela obra pentecostal. Nesse sentido, o sucesso das missões pentecostais está ligado diretamente ao “lugar” que damos ao Espírito Santo, um lugar semelhante ao que os crentes do Novo Testamento deram em Atos dos Apóstolos (At 16.6-10). Assim, podemos dizer que somos evangélicos-pentecostais, pois para além de afirmarmos todos os princípios que os evangélicos afirmam, para nós é inegociável e indispensável o poder do Espírito na prática das Missões.

Como vimos anteriormente , os pentecostais enfatizam o papel vital do Espírito Santo ao plantar igrejas em áreas não evangelizadas.

Isso significa que a obra missionária, para os pentecostais, não pode ser realizada com eficácia sem a presença e o poder do Espírito Santo. Essa ênfase no papel do Espírito Santo é uma característica definidora do pentecostalismo.

Acreditamos que o Espírito Santo é o capacitador divino, o orientador e o fortalecedor na missão de espalhar o Evangelho.

Essa crença se baseia nas experiências descritas na Bíblia, especialmente em Atos dos Apóstolos, onde observamos a igreja primitiva agindo sob a influência direta do Espírito Santo.  . Sendo assim ,cremos que essa mesma influência do Espírito deve estar presente em nossos esforços missionários.

Além disso, o sucesso das missões pentecostais está ligado à importância dada ao Espírito Santo. Assim, podemos dizer que somos evangélicos-pentecostais, pois, para além de compartilharmos os princípios fundamentais do evangelicalismo, acreditamos que o poder do Espírito é inegociável e indispensável na prática das missões. Esta perspectiva do Espírito Santo como o motor e o diretor da obra missionária é o que nos diferencia e molda nossa abordagem.

II- A OBRA MISSIONÁRIA DEPOIS DO PENTECOSTES

1- A causa da obra missionária da primeira igreja.

A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes é o acontecimento que impulsiona a obra missionária da primeira igreja. O Senhor Jesus disse aos discípulos que, uma vez capacitados pelo poder do Espírito Santo, eles seriam suas testemunhas até aos confins da Terra (At 1.8). Por isso, o período em que a igreja cristã viveu seu maior crescimento foi o do primeiro século de nossa era. Ali começou o poderoso movimento de Missões. Nesse sentido, os oito primeiros capítulos de Atos dos Apóstolos explicam a razão desse crescimento: antes de sair para alcançar as nações com o Evangelho, os discípulos deveriam estar revestidos de poder (At 1.4). Isso se cumpriu fielmente em Atos 2.

A descida do Espírito Santo no Dia de Pentecostes é um marco histórico e espiritual de grande importância. Foi esse evento que efetivamente impulsionou a obra missionária da primeira igreja. Antes de Sua ascensão ao céu, Jesus Cristo instruiu os discípulos a permanecerem em Jerusalém até que fossem revestidos do poder do Espírito Santo (Atos.1:8). Essa promessa do Espírito Santo era essencial para a missão que lhes foi confiada.

O Senhor Jesus deixou claro que, uma vez capacitados pelo poder do Espírito Santo, eles se tornariam Suas testemunhas, levando o Evangelho a todas as nações e até mesmo aos confins da Terra. A presença e a capacitação do Espírito Santo eram essenciais para o cumprimento dessa missão.

O resultado desse evento foi notável. No primeiro século da era cristã, a igreja experimentou um crescimento fenomenal. Os primeiros oito capítulos do Livro de Atos dos Apóstolos ilustram vividamente o motivo desse crescimento extraordinário. Antes de sair para proclamar o Evangelho nas nações, os discípulos seguiram a orientação de Jesus de esperar pelo revestimento de poder (Atos 1:4). E essa promessa foi plenamente cumprida no Dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre eles de maneira espetacular.

O poderoso movimento missionário que se seguiu, o estabelecimento de igrejas e a disseminação da mensagem de Cristo a várias regiões geográficas demonstram como a presença e o poder do Espírito Santo desempenharam um papel fundamental no crescimento da igreja primitiva.

Assim, a capacitação pelo Espírito Santo possibilitou aos discípulos cumprir a Grande Comissão de levar o Evangelho a todos os cantos do mundo conhecido. Essa lição do passado nos lembra da importância contínua da capacitação do Espírito Santo em nossa missão de compartilhar o Evangelho e nos inspira a depender da orientação e do poder divino, assim como fizeram os primeiros cristãos.

2- A expansão missionária da primeira igreja.

Depois de serem cheios do Espírito Santo, os discípulos puderam compartilhar a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo com outras pessoas além das fronteiras da Palestina. O livro de Atos dos Apóstolos relata, de forma detalhada e precisa, o avanço missionário da igreja do século primeiro. Embora o Livro de Atos destaque a atuação do apóstolo Paulo, considerado o maior missionário da Igreja Primitiva (1 Co 16.8,9), pois ele estabeleceu igrejas nas quatro províncias romanas (Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia), também estão registrados trabalhos importantes de outros homens e mulheres de Deus, tais como: Barnabé, Pedro, Silas, Filipe, João Marcos, Apolo, Áquila, Priscila etc. Nesse aspecto, podemos dizer que o diácono-evangelista Filipe foi o primeiro missionário transcultural enviado a pregar para um africano (At 8.26-30).

Após serem cheios do Espírito Santo no Dia de Pentecostes, os discípulos experimentaram uma transformação notável. Esse revestimento de poder capacitou-os de maneira extraordinária a compartilhar a mensagem do Evangelho de Jesus Cristo com pessoas de diferentes nações e culturas.

O livro de Atos dos Apóstolos, de forma detalhada e precisa, documenta o avanço missionário da igreja do primeiro século. Embora o foco principal recaia sobre a atuação do apóstolo Paulo, pois ele estabeleceu igrejas em várias províncias romanas, é importante ressaltar que outros servos de Deus desempenharam papéis significativos na missão.

Homens e mulheres como Barnabé, Pedro, Silas, Filipe, João Marcos, Apolo, Áquila e Priscila contribuíram de maneira marcante para a expansão do Evangelho.

Destaca-se o diácono-evangelista Filipe, notado como o primeiro missionário transcultural na história do cristianismo. Ele pregou o Evangelho a um etíope em um evento narrado em Atos.  8:26-30, uma demonstração vívida de como o Espírito Santo capacitou os discípulos a levar a mensagem de Jesus a terras distantes.

Esses relatos ilustram a ação diversificada do Espírito Santo na obra missionária da igreja primitiva, abrangendo diversos contextos geográficos e culturais. Elas também mostram que a missão envolvia todos os membros da igreja em diferentes capacidades, sendo uma tarefa coletiva.

3- “Deus não faz acepção de pessoas”.

O apóstolo Pedro, um missionário cheio do Espírito Santo, reconheceu que todos os seres humanos são alvos do amor de Deus (At 10.34.35; 11.17,18). De perseguidor dos cristãos, Paulo se tornou o Apóstolo dos gentios (At 9.15,16, 1 Tm 2,7; Tt 2.11). O apóstolo João relata que Deus se interessa pela salvação de todos os homens (Ap 5.9,10,13; 7.9; 11.15). Com esse entendimento a respeito da natureza ilimitada do plano de salvação de Deus para os homens, e impulsionada pelo Espírito Santo, a Missão da primeira igreja atingiria a escala mundial. Podemos ver isso no ministério de Pedro com o centurião Cornélio (At 10), o trabalho de Filipe (At 8), a igreja missionária em Antioquia (At 13.1-3). bem como em Roma e outras regiões longinquas com o ministério apostólico de Paulo (Rm 15.22-29).

O apóstolo Pedro, transformado por sua experiência com o Espírito Santo, fez uma observação essencial: “Deus não faz acepção de pessoas” (Atos 10:34-35; 11:17-18). Isso significa que o amor e a salvação de Deus não são exclusivos para um grupo específico, mas estão disponíveis para todas as pessoas, independentemente de sua origem étnica, cultura ou histórico.

Essa compreensão era revolucionária na época e desafiava a visão restritiva que muitos tinham sobre a fé. Pedro percebeu que o Evangelho não se destinava apenas aos judeus, mas também aos gentios.

Essa mudança de perspectiva foi uma influência direta do Espírito Santo, que o guiou a compreender o plano universal de Deus para a salvação.

Um exemplo desse entendimento é o apóstolo Paulo. Ele, que antes perseguia os cristãos, se tornou o Apóstolo dos gentios (Atos 9:15-16; 1 Timóteo 2:7; Tito 2:11). Seu ministério abrangeu diversas culturas e nações, cumprindo a visão de que o Evangelho era para todas as pessoas, independentemente de sua origem.

O apóstolo João também enfatizou a universalidade do plano de salvação de Deus em suas escrituras (Apocalipse 5:9-10, 13; 7:9; 11:15). O amor de Deus se estende a todas as nações, raças e línguas.

Com esse entendimento da natureza ilimitada do plano de salvação de Deus, a missão da primeira igreja transcendeu as barreiras culturais e geográficas. Observamos essa influência nas histórias do ministério de Pedro com o centurião Cornélio (Atos 10). Além disso, percebemos o mesmo princípio no trabalho de Filipe (Atos 8) e no estabelecimento de uma igreja missionária em Antioquia (Atos 13:1-3). Posteriormente, podemos constatar sua continuidade na disseminação do Evangelho em Roma e outras regiões distantes, graças ao ministério apostólico de Paulo (Romanos 15:22-29).

Essa ênfase na universalidade da mensagem do Evangelho, promovida e impulsionada pelo Espírito Santo, permitiu que a missão da primeira igreja alcançasse uma escala global. A compreensão de que Deus não faz acepção de pessoas é um princípio vital que continua a influenciar e guiar a missão cristã atualmente. É um lembrete de que a mensagem de esperança e salvação é universal, e , como cristãos, devemos compartilhá-la com o mundo, guiados pelo Espírito Santo.

III- A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO E A OBRA MISSIONÁRIA

1- A função do Espírito na obra missionária.

Dentre as muitas funções do Espírito Santo estão as de ungir, inspirar, separar e enviar homens e mulheres para os quatro cantos da terra como missionários do Senhor. Por isso, a obra missionária é uma tarefa ligada à ação exclusiva do Espírito Santo. Vemos esse princípio com o nosso Senhor Jesus, que foi ungido pelo Espírito Santo para o exercício do seu ministério (Is 61.1-3; Lc 4.17-20). Em outro momento, o Espírito Santo não permitiu que os apóstolos ficassem envolvidos com problemas sociais e quaisquer outras atividades que não fosse a evangelização (At 6.1-4). Os cristãos primitivos, por seu turno, eram fiéis em suas contribuições (At 4.32), o que proporcionava condições para que os apóstolos tivessem mais ousadia e poder do Espírito Santo para pregar a Palavra de Deus (At 9.31).

O Espírito Santo age como agente de unção, inspiração, separação e envio de missionários, capacitando-os a levar a mensagem de salvação a todo o mundo.

Um exemplo dessa unção pelo Espírito é o próprio Senhor Jesus Cristo. O Espírito Santo O ungiu para exercer Seu ministério terreno, como profetizado em Isaías 61:1-3 e registrado em Lucas 4:17-20. Essa unção divina concedida por meio do Espírito capacitou Jesus para proclamar as Boas-Novas, curar os enfermos, libertar os oprimidos e prover esperança aos necessitados.

Outra função vital do Espírito Santo na obra missionária é a de inspiração. O Espírito inspira líderes e crentes a compartilhar a mensagem do Evangelho de maneiras criativas e relevantes para o público-alvo. Ele guia e direciona, concedendo sabedoria e discernimento aos missionários, permitindo-lhes adaptar a mensagem a diferentes culturas e contextos.

O Espírito Santo também é o que separa e envia homens e mulheres para o campo missionário. Ele capacita os indivíduos, chamando-os e equipando-os para o desafio de levar a mensagem de Cristo a lugares distantes. Essa separação ocorre através de um chamado interior que é confirmado pela igreja e líderes espirituais, e é acompanhada por uma capacitação especial do Espírito Santo.

Uma lição valiosa da história da igreja primitiva é que a obra missionária depende exclusivamente do Espírito Santo. Em Atos 6:1-4, vemos como o Espírito não permitiu que os apóstolos se envolvessem em questões sociais e administrativas, enfatizando a prioridade da evangelização.

Os cristãos primitivos também desempenharam um papel crucial na obra missionária por meio de suas contribuições financeiras e de recursos. Essa generosidade fortaleceu os apóstolos, capacitando-os para pregar a Palavra de Deus com mais ousadia e poder, conforme visto em Atos 4:32 e Atos 9:31.

2- O Espírito Santo capacita para a obra.

O Espírito Santo é quem escolhe e envia missionários para anunciarem as Boas-Novas de salvação ao mundo (At 8.29; 13.2; 20.28). Em Atos 16, temos uma revelação clara de como o Espírito Santo deseja que a ação missionária seja realizada (At 16.4-7). Nesse sentido, o Espírito Santo também é o instrutor dos ministros da Palavra de Deus no exercício da proclamação da mensagem no campo missionário (1 Co 2.1-18). Não por acaso, a ação do poder do Espírito Santo na Igreja é a característica mais surpreendente no livro de Atos, a ponto de o livro ter sido chamado de “Os Atos do Espírito Santo”. Tanto o ministério público de Jesus quanto o ministério público da Igreja Primitiva foram iniciados sob a experiência do Espírito Santo.

O Espírito Santo desempenha um papel fundamental na seleção e comissionamento de missionários para proclamar a mensagem de salvação. Podemos observar exemplos disso nas Escrituras, como em Atos 8:29, onde o Espírito Santo orienta Felipe a abordar o eunuco etíope, ou em Atos 13:2, onde o Espírito Santo separa Barnabé e Saulo para a obra missionária.

Essas passagens demonstram o papel ativo do Espírito Santo na seleção e envio de missionários, direcionando-os para onde a mensagem precisa ser proclamada.

Em Atos 16, encontramos uma revelação clara de como o Espírito Santo orienta a ação missionária. Os missionários foram impedidos de pregar em certos lugares e direcionados para outros. Essa orientação divina garantiu que a mensagem fosse proclamada nos lugares certos e no momento adequado, destacando o Espírito Santo como um guia precioso na obra missionária.

Além disso, o Espírito Santo também atua como instrutor dos ministros da Palavra de Deus no exercício da proclamação da mensagem no campo missionário. Ele concede sabedoria, discernimento e inspiração para apresentar a mensagem de maneira eficaz e relevante às diversas culturas e contextos encontrados ao redor do mundo.

Isso destaca a necessidade de dependermos do Espírito Santo não apenas na seleção de palavras, mas também na compreensão das necessidades e desafios específicos que cada povo enfrenta.

3- Deus age por meio do Espírito Santo.

 Na obra “Verdades Pentecostais” (CPAD), o pastor Antonio Gilberto descreve a assistência do Espírito Santo na obra missionária. Ele mostra que o Espírito Santo escolhe, envia, capacita e direciona os evangelizadores. É o que observamos no livro dos Atos dos Apóstolos, quando o Espírito Santo age na vida da Igreja. Ali, fica claro que o Deus da Bíblia não é o deísta, isto é, impessoal, que se encontra longe do seu povo, mas Ele intervém de modo que deseja estabelecer um relacionamento vivo com a sua Igreja pelo poder ativo do Espírito Santo (At 17.28-30). Assim, a Igreja que dá espaço para a atuação do Espírito Santo será um celeiro de evangelismo, com eficácia e direção divina. Portanto, essa perspectiva de atividade do Espírito direta na obra missionária é uma ênfase dos pentecostais.

Com base na obra “Verdades Pentecostais” de Antonio Gilberto, podemos compreender que o Espírito Santo desempenha um papel vital na missão evangelística da igreja. Ao escolher, enviar, capacitar e direcionar os evangelizadores, o Espírito Santo se manifesta como uma presença ativa na vida da Igreja, como evidenciado nos Atos dos Apóstolos.

Isso refuta a concepção de um Deus deísta, distante e impessoal. Pelo contrário, Deus intervém de maneira dinâmica e direta, estabelecendo um relacionamento vivo e ativo com Sua Igreja por meio do Espírito Santo.

Ao permitir que o Espírito Santo guie, capacite e direcione, a igreja se torna eficaz em sua missão de levar o Evangelho ao mundo. O Espírito Santo fortalece a fé dos crentes e direciona suas ações, assegurando a eficácia e o poder divino na proclamação da mensagem de esperança e salvação. Assim, uma igreja receptiva à atuação do Espírito Santo se torna um farol de luz, irradiando a mensagem do Evangelho com eficácia e direção divina.

Conclusão

Nesta lição, estudamos uma das mais importantes contribuições dos pentecostais para as missões modernas: o poder do Espírito Santo na vida da Igreja. Vimos que assim ocorreu no ministério terreno de Jesus, bem como o ministério terreno da Igreja Primitiva. Tudo isso nos mostra que é indispensável para qualquer projeto missionário que toda obra comece e termine sob o poder e direção do Espírito Santo. É essa presença santa que garante o sucesso e eficácia da obra missionária em pleno século XXI.

 

 

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