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Subsidio Lição 05 : A Dessacralização da Vida no Ventre Materno

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Subsidio Lição 05 EBD

Tema: A Dessacralização da Vida no Ventre Materno

O termo “dessacralização” descreve o processo pelo qual algo considerado sagrado, divino ou com valor religioso ou espiritual especial perde gradativamente sua conotação de sacralidade.

Antes de tudo, como cristãos, reconhecemos que a vida humana é sagrada. Em Gênesis 1:27, somos informados que o Criador nos fez à Sua imagem, atribuindo à nossa existência um valor inestimável e um propósito divino.

Assim, a vida humana não pode ser considerada um acaso ou um produto meramente biológico, mas um presente cuidadosamente concebido pelo Criador

TEXTO ÁUREO

“E eis que em seu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.” (Lc 1.31)

VERDADE PRÁTICA

A concepção divina de Jesus Cristo sacraliza a vida no ventre materno e se opõe à cultura da morte infantil intrauterina do presente século.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 1.26-33, 39-45

INTRODUÇÃO

Deus é o autor supremo da vida (Gn 2.7). Por isso, as Escrituras a valorizam desde a concepção no ventre materno (SI 139.13-16). Assim, toda ideologia que tem o objetivo de alterar o conceito da vida, desqualifica a autoridade bíblica e faz apologia à cultura de morte infantil no útero. A ideia progressista, que reivindica ao ser humano a autonomia sobre a vida, afronta a soberania divina. Nesta lição, estudaremos a concepção sobrenatural de Jesus Cristo, a apologia ideológica da cultura da morte e o conceito da sacralidade da vida no útero materno.

Através de Gênesis 2:7 podemos afirmar que: Deus é o autor supremo da vida. Nessa passagem bíbica, o Criador nos apresenta ao momento marcante em que Ele molda o ser humano a partir do pó da terra. Posteriormente, Deus insufla fôlego de vida nas narinas do homem, conferindo-lhe existência e propósito.

Assim, é notável que a vida humana em sua totalidade é um presente sagrado, resultante diretamente da vontade e da ação criativa do Senhor. Nesse sentido, podemos concluir que desde os primórdios da história, Deus detém a autoridade suprema sobre toda a criação, tornando a vida um testemunho da Sua soberania.

Sendo assim, a ideia progressista que defende a autonomia humana sobre a vida entra em confronto direto com a soberania divina.

Se por um lado, cremos que Deus é o autor e sustentador da vida.

Por outro lado, a ideia argumenta pela autonomia individual e pelo controle sobre as decisões pessoais, incluindo questões relacionadas à vida e à morte. Isso pode se manifestar em questões como direitos reprodutivos, eutanásia, aborto, entre outros.

PALAVRA-CHAVE: VIDA

I- A CONCEPÇÃO DE CRISTO

1- O anúncio do nascimento

 Uma virgem comprometida em casar-se com José, chamada Maria, recebe a visita do anjo Gabriel em Nazaré (Lc 1.26,27). O ser angelical lhe faz uma revelação: “em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás seu nome de Jesus” (Lc 1.31). Diante do inusitado, Maria indaga: “como se fará isso, visto que não conheço varão?” (Lc 1.34 ). A pergunta demonstra a perplexidade da virgem de como se daria a concepção sem a participação de um homem.

No Evangelho, a menção à cidade de Nazaré é profética (Lc 1.26), pois o Cristo seria chamado de “nazareno” (Mt 2.23). Lucas ainda enfatiza a virgindade da donzela e a descendência de José “da casa de Davi” (Lc 1.27b). Essas informações integram as profecias messiânicas e tornam fidedigno 0 relato bíblico (Is 7.14 ; SI 89.3,4).

O mesmo anjo Gabriel, que há seis meses havia visitado Zacarias na Judeia, agora é enviado por Deus a Maria, em Nazaré, na Galileia. Esse anjo, que assiste diante de Deus, assume a missão de comunicar o evento mais esperado da história: o nascimento do Messias, o Salvador do mundo.(Lc 1.26)

De fato, o anjo não é enviado aos centros de poder político ou religioso da época, mas a uma jovem humilde em Nazaré. Ao invés de escolher os poderosos e ricos, Deus seleciona uma mulher simples, noiva de um homem pobre, em uma cidade desprezada pelos outros.(Lc 1.27)

A cidade de Nazaré era tão obscura que nunca é mencionada no Antigo Testamento, o que reforça sua insignificância e desconhecimento aos olhos dos homens. No entanto, é justamente nesse lugar humilde e pouco conhecido que Deus escolhe para iniciar Seu plano redentor para a humanidade.

Ao saudar Maria, o anjo Gabriel faz três afirmações significativas: primeiro, ele a encoraja a se alegrar; segundo, declara que ela é muito favorecida; e terceiro, ressalta que ela tem o Senhor a seu favor. (Lc 1.28)

O temor de Maria ao receber a revelação do anjo difere do de Zacarias, não é de incredulidade, mas de êxtase diante do que lhe é anunciado. (Lc 1.29)

2- A miraculosa concepção.

O anjo Gabriel explica a Maria que a concepção seria singular e miraculosa: “ descerá sobre ti o Espírito Santo ” (Lc 1.35a) e, por isso, declara que o menino, “O Santo, […] será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35b). A jovem não pediu sinal algum , mas o anjo lhe comunica da gravidez de Isabel como um incentivo de sua fé:“ tua prima, concebeu um filho em sua velhice” (Lc 1.36a).

O testemunho das Escrituras de mulheres estéreis que ficaram grávidas preparou o mundo para crer e receber o milagre da concepção de Jesus por meio de uma virgem. A respeito dessa realidade, o anjo endossa ao se referir à gestação de Isabel: “é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril” (Lc 1.36b). Ao finalizar a mensagem, Gabriel completa: “porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.37).

O que torna essa concepção miraculosa é o fato de que Maria permaneceu virgem durante a gravidez. O anjo Gabriel explicou que a concepção seria obra do Espírito Santo (Mateus 1.18-20; Lucas 1.35), significando que a ação divina aconteceria sem intervenção humana.

Ainda que Maria não pedi nenhum sinal , o anjo ,aponta para Isabel, que mesmo sendo idosa e estéril, estava grávida de seis meses. Essa situação impossível aos olhos humanos mostra que o que é inalcançável para o homem é possível para Deus. Portanto , as impossibilidades não restringem as infinitas possibilidades divinas.

 3- A bênção do nascimento.

A vida gerada no ventre de uma mulher é um milagre (Ec 11.5), pois Deus dotou o ser humano com a dádiva da procriação (Gn 1.28). Por isso, o nascimento de filhos é uma recompensa divina (SI 127.3). Contudo, sem o dom da fertilidade, um ventre estéril torna-se obstáculo para a vivência da maternidade (Gn 30.1,2).

Assim, a relevância da gestação e a sacralidade da vida no ventre da mãe são endossadas quando a Bíblia registra a gravidez miraculosa de Maria e de Isabel; uma virgem e outra de idade avançada (Lc 1.34,36). Isabel trazia João no seu ventre, que nasceu com o objetivo de preparar ao Senhor um povo bem-disposto (Lc 1.15-17 ). Maria portava em seu ventre o Filho do Altíssimo, o Rei eterno (Lc 1.3233), que nasceu para ser o Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lc 2.11).

Salmo 127:3 é um versículo que fala sobre a importância dos filhos como herança e bênção de Deus. Ele afirma: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão.”

Neste salmo, o autor destaca a perspectiva bíblica sobre a família e a procriação. Ele nos lembra que os filhos são uma dádiva de Deus, uma bênção e um presente valioso que Ele concede aos pais. A linguagem utilizada – “herança” e “galardão” – sugere que os filhos são de grande valor, representando uma herança preciosa e um prêmio a ser valorizado.

Além disso, o salmo também nos lembra que a vida e a família são sagrados aos olhos do Senhor.

II – A CULTURA DA MORTE

1- O projeto ideológico.

A cultura da morte é um conjunto de ideias que visa modificar o conceito bíblico da vida. Entre suas pautas estão a legalização do aborto e da eutanásia, apologia ao suicídio e o controle da natalidade. Mediante estratégias culturais, intelectuais e políticas, impõe-se uma agenda de desconstrução da sacralidade da vida, algo caro à cultura cristã, como vimos no tópico anterior (cf. Lc 1.31).

Nesse sentido, estimula-se a “eugenia”: o descarte do ser humano com algum a má formação ainda no útero materno; a maternidade é depreciada a fim de que a mulher não deseje ser mãe; o conceito de saúde reprodutiva é modificado para justificar o aborto como medida de saúde feminina; o direito à vida no útero é substituído pelo direito incondicional da mulher sobre o próprio corpo, que por meio do aborto decreta a morte do fruto de seu ventre.

A cultura da morte é, infelizmente, algo implantado e difundido por Satanás, utilizando várias estratégias. Conforme o evangelho de João 8.44 mostra, sua natureza é revelada ao dizer que “ele foi homicida desde o princípio”. Além disso, em João 10:10, é afirmado que ele veio para roubar, matar e destruir

A cultura da morte, portanto, manifesta-se em diversas formas, como a eugenia e o direito incondicional sobre o corpo..

1- Eugenia é um termo que se refere a uma série de práticas, teorias e políticas relacionadas ao aprimoramento genético da população humana. O termo tem suas raízes nas palavras gregas “eu” (bom) e “genes” (origem, raça, espécie), o que implica a busca por “boa geração”.

A Eugenia busca reduzir a reprodução de indivíduos considerados “indesejáveis” ou “inferiores”, muitas vezes associados a deficiências físicas, mentais, problemas de saúde ou outras características consideradas indesejáveis.

Um exemplo histórico de eugenia é o programa de esterilização forçada implementado nos Estados Unidos no início do século XX, conhecido como “Eugenia Compulsória”.

Nesse período, várias leis foram promulgadas em diferentes estados americanos, visando controlar a reprodução de pessoas que eram consideradas “deficientes” ou “indesejáveis” pela sociedade. Assim, os alvos principais eram pessoas com deficiências mentais, físicas, doenças hereditárias ou consideradas socialmente “inadequadas”.

Esses programas eugênicos continuaram em alguns estados americanos até a década de 1970, quando as autoridades finalmente os abandonaram e consideraram-nos inconstitucionais.

2- Direito incondicional da mulher sobre o próprio corpo.

Como cristãos acreditamos que o feto em desenvolvimento tem direito à vida desde a concepção e, portanto, o direito da mulher sobre o próprio corpo não deve ser absoluto quando colide com o direito à vida do feto.Portanto, enxergamos o direito à vida do feto como superior ao direito da mulher à autonomia sobre seu próprio corpo.

 

2- O direito sobre o corpo.

A cultura pós-moderna insiste que é direito do ser humano exercer autonomia sobre o próprio corpo. Essa ideia é de liberdade total ao controle individual sobre a constituição física e o comportamento humano. O slogan “meu corpo, minhas regras” é utilizado em defesa das liberdades sexuais e reprodutivas, bem como para a escolha de vida ou de morte.

Nessa percepção estão os “ direitos” à prostituição, ao aborto, à eutanásia, ao suicídio e outros. Qualquer opinião contrária é considerada violação da liberdade humana. Nesse quesito, as Escrituras asseveram que o corpo deve ser nutrido e respeitado (Ef 5.28,29); que embora livre, o ser humano não tem o direito de profanar o seu corpo (1 Co 6.13); e que a vida só tem sentido quando está sob o domínio de Cristo (G1 2.20).

Essas passagens bíblicas destacam a importância de reconhecermos que somos criados à imagem de Deus e que nosso corpo é o templo do Espírito Santo. (1 Co 6.19-20). Portanto, é essencial tratarmos nosso corpo com respeito e responsabilidade, tomando decisões que estejam alinhadas com os princípios divinos de santidade e vida.

Embora a cultura pós-moderna defenda a ideia de liberdade total sobre o próprio corpo, a perspectiva cristã, por outro lado, enfatiza a importância de submetermos nossa vontade à vontade de Deus. Consequentemente, isso nos leva a viver em conformidade com Seus propósitos para nossas vidas. Portanto, essa perspectiva inclui cuidar de nosso corpo, escolher o caminho da santidade e buscar a orientação de Deus em todas as áreas de nossa vida.

Por fim ,cabe uma reflexão sobre a questão do direito sobre o corpo , principalmente quando se trata do aborto. Aqueles que defendem esse direito, só fazem isso hoje, porque tiveram o direito a vida preservado.

3- A prática do aborto.

O aborto é a interrupção do nascimento por meio da morte do embrião ou do feto, é o ato de descontinuar a gestação do ser vivo. O termo gestação vem do latim “gestacione” e se refere ao tempo em que o embrião fica no útero, desde a concepção até o nascimento. Nesse caso, o aborto pode ser não intencional ou provocado no período de gestação. Na lei mosaica, provocar a interrupção da gravidez da mulher era um ato criminoso (Êx 21.22,23). No sexto mandamento, o homem é proibido de matar, o que significa literalmente “não assassinar” (Êx 20.13).

Os intérpretes do Decálogo concordam que a proibição do aborto está incluída neste mandamento. Assim , quem mata um embrião ou feto atenta contra a dignidade humana e a sacralidade da vida no ventre materno.

Professor, para auxilia-lo em possíveis perguntas que possam surgir nesse tópico leia o artigo “O cristão e a defesa da vida” . O artigo baseia-se no livro “As Novas Fronteiras da Ética Cristã” de Claudionor de Andrade.

A OMS afirma que cerca de 73 milhões de abortos induzidos ocorrem no mundo a cada ano. Se consideramos o numero de clinicas clandestinas destinadas a essa pratica o numero pode ser muito maior que o divulgado.

O número alarmante desse ato, por conseguinte, reflete o nível de corrupção moral da nossa sociedade. Além disso, o aborto pode se resumir em um ato de egoísmo(egocentrismo), uma vez que quem pratica pensa apenas em si mesmo.

Êxodo 21:22-23, estabelece que provocar a interrupção da gravidez de uma mulher era considerado um ato criminoso. O texto diz o seguinte:

“Se homens brigarem e ferirem uma mulher grávida, e ela der à luz prematuramente, mas não houver nenhum ferimento grave, o ofensor será multado conforme o que o marido da mulher exigir e os juízes permitirem. Mas, se houver ferimento grave, então darás vida por vida.”

Neste trecho, fica evidente que a lei mosaica considerava a vida no ventre materno como algo de grande valor e protegia a integridade da gestante e do feto. Desse modo, reconhecia que causar danos sérios por meio de um aborto ou parto prematuro era um crime passível de punição.

Assim, a antiga lei hebraica valorizava e protegia a vida desde a concepção.

Êxodo 20:13 estabelece o sexto mandamento dos Dez Mandamentos: “Não matarás.” No texto original em hebraico, a palavra usada é “רָצַח” (ratsach), que se refere a matar ou assassinar outra pessoa. Portanto, a proibição de matar engloba implicitamente o aborto, pois consideramos que a vida humana começa na concepção e, portanto, interromper uma gravidez seria tirar uma vida humana.

III- SACRALIDADE DA VIDA

1- A vida é inviolável.

A vida humana é sagrada, pois ela é um ato criativo de Deus, autor e a fonte originária do fôlego da vida (Gn 2.7; Jó 12.10). Nessa perspectiva, o princípio da sacralidade assegura a dignidade da pessoa humana e a inviolabilidade do direito à vida (SI 36.9; 90.12). Portanto, o valor da vida é absoluto e deve se sobrepor a qualquer outro direito ou interesse (Jo 10.10).

Nesse aspecto, o princípio de defesa da vida humana, desde a concepção no útero materno, não pode conter exceções. Somente Deus tem poder sobre a vida e a morte (1 Sm 2.6). Em uma sociedade secularizada, o cristão precisa tomar cuidado com o relativismo, não fazer concessões e estar alerta quanto às ações de manipulação de sua consciência e o desrespeito à vida humana (2 Co 4.2; 1 Tm 4.1,2).

A vida humana é sagrada, pois sua origem é divina. Por conseguinte, é inaceitável que alguém intencionalmente tire a vida de outro ser humano, como expresso na proibição divina (Êxodo 20.13). Ademais, devemos proteger e preservar a dignidade da vida humana desde o momento da concepção até o seu último instante de existência, conforme evidenciado nos Salmos 139.13-16 e 116.15. Reconheçamos que cada vida é uma dádiva divina, sustentada pela bondade e graça do Criador (2 Pedro 1.3), e, como tal, devemos respeitá-la e valorizá-la.

2- O começo da vida.

As Escrituras são incisivas ao afirmarem o início da vida desde a concepção: o profeta Jeremias afirma que a vida tem início na fecundação (Jr 1.5); o rei Davi corrobora que a pessoa é conhecida e cuidada pelo Senhor desde a concepção (SI 139.13); Deus é quem forma ao ser vivo dentro do ventre da mãe (SI 139 .14 ). Ainda, o salmista afirma que Deus vê o embrião ainda informe e o ama em todos os processos formativos da vida intrauterina, desde a fecundação até o nascimento e por toda a sua vida (SI 139.15,16).

Por conseguinte, de acordo com a s Escrituras, a vida começa quando ocorre a união do gameta masculino ao feminino. Essa nova célula é um ser humano e possui identidade própria e, portanto, o seu direito de nascer não pode ser interrompido por vontade, desejos ou caprichos humanos (Dt 32.39; Rm 9.20).

Muitos cientistas concordam que a vida tem início na fecundação, quando o espermatozoide e o óvulo se fundem gerando uma nova célula chamada “zigoto”. Essa perspectiva enfatiza o momento crucial em que a informação genética se combina para formar um organismo vivo em potencial.

Além disso, outros argumentam que a vida inicia com a fixação do óvulo fecundado no útero, o que ocorre entre o 7° e o 10° dia de gestação, quando esse grupo de células passa a ser denominado de embrião. A partir dessa etapa, já estão presentes as primeiras divisões celulares que irão desenvolver os órgãos e tecidos fundamentais do corpo humano.

No entanto, há quem aponte o começo da vida por volta do 14° dia, quando ocorre a formação do sistema nervoso, uma etapa crucial para o desenvolvimento cerebral. Essa visão enfatiza a importância do sistema nervoso na consciência e na capacidade de resposta do embrião. Em outra perspectiva, alguns defendem que a vida só se inicia por volta da 25ª semana de gestação, quando o feto tem condições de se desenvolver fora do útero, indicando assim uma fase crucial de viabilidade extrauterina. E por fim, há quem sustente a ideia de que a vida se inicia somente por ocasião do nascimento do bebê, quando ele sai do ventre materno e passa a existir independentemente.

Diante das controvérsias das respostas humanas sobre o início da vida, o cristão deve buscar a verdade na revelação divina. A Palavra de Deus é clara ao ensinar que a vida tem início já na fecundação, como afirmado pelo profeta Jeremias.  “Antes de formar você no ventre materno, eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações” (Jeremias 1.5).

O rei Davi também descreve sua existência como ser vivo desde o início da concepção em um belo salmo: “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia” (Salmos 139:16).

Seguindo essas verdades bíblicas, podemos afirmar que a vida humana começa no momento em que ocorre a união do gameta masculino ao feminino, formando uma nova célula que possui sua própria identidade como ser humano.

3- A posição cristã

A igreja que mantém o princípio teológico da autoridade bíblica (2 Tm 3.16 ) defende a dignidade humana e a inviolabilidade da vida desde a sua concepção. Ensina que a vida humana é sagrada em todas as etapas do desenvolvimento da vida e que não pode ser violada por nenhum tipo de cultura (1 Sm 2.6). Ratifica que toda ideologia que seculariza os princípios bíblicos deve ser combatida (2 Tm 3.8).

Para a igreja, a sacralidade da vida é um princípio que transcende culturas e tempos. Portanto, nenhuma ideologia ou sistema de crenças pode relativizá-la ou violá-la. Adicionalmente, considera-se a vida como um valor absoluto, merecendo proteção e respeito independentemente de contextos culturais ou sociais.

Além disso, essa perspectiva também alerta para a importância de combater qualquer ideologia que busque secularizar ou diminuir a importância dos princípios bíblicos. Nesse sentido, considera-se a autoridade das Escrituras essencial para compreender e aplicar os ensinamentos sobre a sacralidade da vida.

CONCLUSÃO

A gestação e a procriação do ser humano são bênçãos divinas (Gn 9.7). A concepção de Cristo no ventre de uma virgem certifica a sacralidade da vida intrauterina. A interrupção da vida em qualquer fase da gravidez é uma agressão ao direito inviolável de nascer. A valorização da dignidade humana, o direito à vida e o cuidado à pessoa vulnerável são princípios imutáveis do cristianismo bíblico (Jo 10.10). Acerca do assunto, a Bíblia assegura que Deus é o autor e o detentor da vida humana (Jó 12.10).

Portanto, para os cristãos, a sacralidade da vida é inegociável, e deve ser respeitada e defendida em todas as circunstâncias. Além disso, a compreensão da vida como um presente sagrado, proveniente do próprio Deus, impulsiona os cristãos a agirem com compaixão e empatia em relação a todas as formas de vida, independentemente de sua condição ou estágio de desenvolvimento.

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