Subsidio Lição 11
Tema: Cultivando a Convicção Cristã
TEXTO ÁUREO
“Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência.” (1Ts 2.3)
VERDADE PRÁTICA
O cultivo da convicção cristã é imperioso para a prática e a defesa da fé em tempo de adversidades.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
INTRODUÇÃO
Diante das incertezas atuais e dos ataques às doutrinas bíblicas, é indispensável ao crente cultivar um a um a profunda convicção cristã (2 Tm 1.12-14). Não cabe ao salvo esmorecer em meio às tribulações, mas prosseguir confiante pelo prêmio da soberana vocação (2 Co 4.1; Fp 3.14). Nesta lição, estudaremos os aspectos espiritual, moral e social que formam a convicção de nossa fé cristã. O objetivo é despertar em cada cristão o desejo de ser um autêntico “embaixador de Cristo” em um mundo de trevas.
O termo “embaixador de Cristo” evoca a ideia de representar Jesus e Seus ensinamentos na Terra, assim como um embaixador representa seu país em uma nação estrangeira. Nesse contexto, a escuridão espiritual se refere à falta de compreensão e aceitação da mensagem de Cristo, bem como à ausência de valores e princípios morais no mundo que vivemos.
O chamado é para que cada cristão, reconhecendo a importância e urgência dessa missão, se torne um exemplo vivo do amor e da graça de Cristo.
Além disso, envolve compartilhar a mensagem do evangelho de maneira autêntica e relevante, sem comprometer a verdade, mas comunicando-a com graça e amor.
Ser um “embaixador de Cristo” envolve não apenas o que dizemos, mas também nossas ações. Envolve agir de maneira ética e moralmente exemplar, para que outros possam ver a luz de Cristo brilhando através da conduta do cristão.
Portanto, ser um embaixador de Cristo implica estar disposto a enfrentar desafios e resistência, pois a mensagem de Cristo muitas vezes entra em conflito com as normas e valores do mundo. No entanto, é um chamado para perseverar na fé, confiando que, ao viver e compartilhar a verdade de Cristo, podemos fazer a diferença em um mundo que necessita desesperadamente de luz e esperança.
I- CONVICÇÃO ESPIRITUAL
1- Poder do Espírito.
Por orientação divina, o Evangelho foi proclamado na Europa. Paulo teve uma visão em que um homem lhe dizia: “passa à Macedônia e ajuda-nos” (At 16.9). A partir dessa revelação a mensagem da cruz foi anunciada em Filipos e depois em Tessalônica (At 16.10-12; 17.1). O apóstolo deixa claro que o Evangelho não foi pregado com o mero discurso racional, “mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção” (1 Ts 1.5-ARA).
Nesse caso, o Evangelho foi ministrado com ousadia no poder do Espírito, de modo que resultou na salvação e libertação dos tessalonicenses (1 Ts 1.6 -10 ). Assim , podemos afirmar que, na ausência de convicção espiritual, a Palavra de Deus é reduzida ao mero intelectualismo humano e seu resultado é ineficaz na transformação de vidas (Mt 7.29; 1 Co 2.1-5).
“Porque sem Mim nada podeis fazer”. ( Joã0 15.5 b )
Com essa palavras Jesus esta enfatizando que, espiritualmente, os seres humanos são impotentes por conta própria. Assim como um ramo não pode produzir frutos a menos que esteja conectado a uma videira, os indivíduos não podem viver uma vida verdadeiramente frutífera e significativa sem viver na dependência Dele.
Compreendendo essa revelação, Paulo reconheceu o sonho como uma orientação divina. Logo após essa visão, eles buscaram meios de seguir adiante, ou seja, diligenciaram em encontrar formas de obedecer a essa orientação.
A jornada missionária de Paulo e seus companheiros os levou de Trôade à Macedônia. Em Filipos, enfrentaram dificuldades após expulsar um espírito de adivinhação de uma jovem pitonisa. Foram castigados e presos, mas mesmo na prisão, Paulo e Silas oraram e cantaram. Deus enviou um terremoto, libertando-os e impactando o carcereiro e sua família, que se converteram. Em Tessalônica, eles pregaram com convicção, no poder do Espírito Santo, resultando em transformações. Esse episódio ressalta que a pregação convicta, acompanhada pelo Espírito Santo, tem o poder de transformar vidas, diferentemente de uma abordagem meramente intelectual.
“E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” João 16:8
João 16:8 enfatiza o papel do Espírito Santo em convencer as pessoas da realidade do pecado, da justiça de Deus disponível por meio de Jesus Cristo e do juízo divino que aguarda aqueles que não se voltam para Deus.
Embora as palavras e o testemunho dos seres humanos possam desempenhar um papel importante na apresentação do evangelho e na pregação da verdade, a convicção espiritual e a transformação do coração vêm do Espírito Santo.
2- Confiança em Deus.
O apóstolo declara que mesmo tendo “padecido e sido agravados em Filipos” (1 Ts 2.2a), sua fé não estava abalada. Ele se refere à perseguição sofrida antes de pregar em Tessalônica. Paulo e Silas tinham sido publicamente espancados com varas. Em seguida, lançados no cárcere interior com os pés no tronco (At 16.22-24). Todavia, apesar de feridos, perto da meia-noite, oravam e cantavam hinos a Deus (At 16.25).
Após essa severa provação, não esmoreceram, mas, impelidos pelo Espírito, vieram à Tessalônica. Na cidade, em meio às suas lutas, e com ousada confiança, anunciaram a Cristo (1 Ts 2.2b). Nessa perspectiva, somos encorajados a não desfalecer na pregação do Evangelho, mas confiados em Deus, jamais recuar, mesmo diante das ameaças de prisão ou de morte (Ap 2.10).
No atual contexto em que vivemos, já podemos observar sinais de perseguição religiosa em nosso país. Um exemplo notável é que a lei do racismo pode considerar como crime pregações contrárias à homossexualidade, sujeitando-as a punições que incluem prisão e multas. (Art. 20, Lei 7.716/1989). Além disso, interpreta-se que práticas como condenação e expulsão de espíritos malignos podem constituir atos de racismo e preconceito religioso. (Dec. 11.446/2023). Infelizmente, a chamada “laicidade” ou “laicismo” tem ganhado destaque, resultando no silenciamento de qualquer tentativa de análise teológica de nossa realidade política. Este cenário desafia a liberdade de expressão religiosa e aprofunda as preocupações quanto ao papel da fé na esfera pública.
No entanto, ao observarmos o exemplo de Tessalônica, onde Paulo e seus companheiros enfrentaram perseguições e adversidades, encontramos uma inspiração profunda.
Em meio a essas dificuldades, eles anunciaram destemidamente o evangelho de Cristo, confiando plenamente no Deus Todo-Poderoso (1 Ts 2.2c). Esse testemunho corajoso nos encoraja a perseverar na pregação do evangelho, sem perder a confiança. Em vez de recuar diante das ameaças de prisões ou até mesmo de morte, devemos manter nossa firmeza, confiando que Deus está conosco e nos sustentará.
O exemplo de Paulo nos ensina que a confiança em Deus é mais poderosa do que qualquer oposição que possamos enfrentar. O chamado para continuar proclamando a mensagem do evangelho com coragem e resiliência permanece relevante em nossa época. À medida que observamos a crescente pressão sobre as expressões religiosas, lembramos da necessidade de permanecer firmes em nossa fé e testemunho, independentemente das circunstâncias. Que essa ousada confiança em Deus nos inspire a persistir na proclamação da verdade, mesmo em meio a desafios e oposições.
3- Fidelidade na pregação.
O apóstolo dos gentios assegura que o Evangelho anunciado em Tessalônica “não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência” (1 Ts 2.3a). Mostra que a doutrina cristã não procede de fábulas inventadas, condutas imorais ou de artifícios para seduzir as pessoas a crerem em mentiras (2 Pe 1.16). Ao contrário, Paulo declara que o Evangelho é de Deus, e que o próprio Deus o comissionou como arauto, “não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração” (1 Ts 2.4b). Dessa forma, o propósito do apóstolo não era o de satisfazer seus ouvintes com falsos discursos (Tg 1.22). Nesse sentido, somos exortados a manter fidelidade na pregação, repudiar os falsificadores da Palavra de Deus e anunciar Cristo com sinceridade (2 Co 2.17).
A passagem “não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência” (1 Ts 2.3a), destaca a integridade e a sinceridade que Paulo e seus colaboradores mantiveram em seu ministério de pregação do evangelho.
Essas palavras refletem princípios fundamentais do cristianismo que podem ser explorados da seguinte maneira:
1. Honestidade e Integridade: Paulo enfatiza que ele não marcou seu ministério com engano.. Ele não procurou iludir ou enganar as pessoas com ensinamentos falsos ou manipulativos. Em vez disso, ele apresentou a verdade de maneira direta e honesta. Isso nos lembra a importância da honestidade no ensino e na pregação da fé cristã.
2. Pureza Moral: A referência à “imundícia” destaca a pureza moral de Paulo e sua equipe. Eles mantiveram altos padrões éticos em sua vida pessoal e ministério. Isso ressalta a importância da pureza e da santidade na vida do cristão, que deve refletir os valores do Evangelho em suas ações cotidianas.
3. Ausência de Fraude: Paulo também assegura que não recorreu à fraude em seu ministério. Ele não utilizou estratégias enganosas para atrair seguidores ou obter benefícios pessoais. Isso nos lembra que a pregação do Evangelho deve ser sincera e desprovida de manipulações ou motivações egoístas.
Essa passagem nos desafia a manter padrões elevados de honestidade e integridade em nossa vida cristã e em nosso testemunho.
Ela nos encoraja a proclamar a mensagem de Cristo com sinceridade, buscando sempre a verdade e evitando práticas enganosas ou moralmente questionáveis. Além disso, nos lembra que o caráter e a conduta dos cristãos desempenham um papel crucial na apresentação eficaz do Evangelho ao mundo. Portanto, a integridade e a pureza moral são valores que devemos valorizar e praticar em nossa jornada de fé.
II- CONVICÇÃO MORAL
1- Retidão nas ações.
A conversão opera a transformação moral na vida do crente salvo (2 Co 5.17). Desse modo, a Bíblia orienta, dentre outras recomendações, a deixar a mentira e falar a verdade (Ef 4 .25); deixar o furto e ser honesto (Ef 4.28); não pronunciar palavras torpes e dizer apenas o que edifica (Ef 4.29). Nesse aspecto, o apóstolo Paulo reivindica a retidão das próprias ações ao afirmar: “nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza” (1 T s 2.5). Aqui, ele enfatiza que jamais usou de falso sentimento para obtenção de favor. Ainda assevera que sua motivação era desprovida de ambição financeira. Somente o falso cristão é que busca poder e influência por meio da bajulação mentirosa (Rm 16.18). Logo, a conduta de retidão é uma virtude do crente regenerado (Cl 3.23; 1 Jo 3.18).
O Dicionário Vine descreve “retidão” como “caráter ou qualidade de ser reto ou justo”. Acrescenta que o termo faz alusão “a tudo o que é certo ou justo em si mesmo, ao que quer que se conforme com a vontade revelada de Deus” (Mt 5.6,10,20; Jo 16.8,10).
O crente salvo deve pautar as suas atitudes segundo a moral bíblica, baseado na integridade, e não de acordo com o contexto social em que se está inserido. Desse modo, um crente fiel não só deve fazer a diferença, como também o seu comportamento deve ser referencial para a sociedade.
Como resultado, velhos hábitos são abandonados, condutas reprováveis são descartadas, e nítidas mudanças comportamentais são percebidas.
Assim, aqueles que desenvolvem “a nova natureza de Cristo adquirem caráter que não somente perdura, como também transforma”.
Desse modo,Paulo enfatiza que nunca usou seu ministério para ganhar dinheiro. Ao contrário de alguns oradores enganosos de sua época, que ensinavam apenas o que as pessoas pagavam para ouvir, o apóstolo não tinha motivações financeiras. Ele até apela a Deus como testemunha de sua integridade (1 Ts 2.5c).
Infelizmente, hoje em dia, ainda vemos falsos pregadores distorcendo a Palavra de Deus. Eles buscam poder, dinheiro e influência, manipulando e explorando aqueles que são espiritualmente mais fracos ou têm discernimento limitado com elogios e adulação (2 Tm 4.3,4). Essas práticas enganosas são características de falsos cristãos que buscam ganhos pessoais por meio da bajulação mentirosa (Rm 16.18). No entanto, os verdadeiros crentes devem agir com retidão e honestidade, colocando a integridade em primeiro lugar em seu serviço a Deus (Cl 3.23; 1 Jo 3.18).
2- Reputação ilibada.
Considera-se portadora de reputação ilibada a pessoa de reconhecida idoneidade moral (At 6.3). Veja como Paulo avalia sua reputação com esta frase: “não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros” (1 Ts 2.6a). Isso indica que o apóstolo não trabalhava no Reino em busca de reconhecimento humano. Essa postura foi adotada por ele em todo o lugar, demonstrando a coerência e a integridade de seu apostolado.
Ele não procurava obter “ vantagens” e nem “ honra” em parte alguma (1Ts 2.5,6). Aos coríntios, escreveu que o crente deve gloriar-se no Senhor e não em si próprio (1 Co 1.29-31). A conclusão é clara: os que aspiram fama e prestígio caem em tentação e maculam o Evangelho. Nosso viver deve glorificar a Deus. A Ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, para sempre! (Ef 3.21).
O apóstolo ratifica que o seu interesse na proclamação do evangelho não incluía a busca de reconhecimento, exaltação, aplausos ou elogios de homens.
Paulo adotou essa conduta em todo lugar, demonstrando a coerência e a integridade do seu apostolado.Os que aspiram fama e prestígio caem em tentação e maculam o evangelho. Nosso viver deve glorificar a Deus. A Ele seja a glória, na Igreja e em Cristo Jesus, para sempre! (Ef 3.21).
3- Vida irrepreensível.
O adjetivo “ irrepreensível” denota uma conduta que não pode ser censurada (Ef 5.27). Nesse contexto, o apóstolo invoca a Deus e a igreja em Tessalônica como testemunhas de sua postura “ santa, justa e irrepreensível” (1 Ts 2.10). Essas designações implicam obediência nas questões morais, atitude de retidão exemplar e conduta sem motivo algum de reprovação (1 Co 9.16-23).
Denotam o padrão de comportamento para com Deus, para com os homens e para consigo mesmo (1 Co 9.27). Ciente da influência que sua vida exercia sobre os fiéis, o apóstolo diz: “para vos dar em nós mesmos exemplo, para nós imitarmos” (2 Ts 3.9). Assim, o grau de comprometimento adotado pelo crente com os valores do Reino é o reflexo do nível de sua comunhão com Deus (1 Co 10.32).
Nessa perspectiva, é fundamental destacar o desprendimento demonstrado por Paulo e seus companheiros não apenas em resposta ao chamado divino, mas também como um exemplo vivo de fé para a Igreja (1 Coríntios 4.16; 11.1; 9.26,27; Filipenses 3.17). Eles não estavam simplesmente pregando palavras, mas vivendo de acordo com os princípios que ensinavam. Esse comprometimento genuíno refletia sua sincera devoção a Deus e sua missão de compartilhar o Evangelho.
Por outro lado, se Paulo e seus companheiros agissem de forma hipócrita, prejudicariam sua mensagem, tornando-a semelhante à hipocrisia dos escribas e fariseus repreendida por Jesus (Mateus 23.15).
Portanto, é claro que o grau de compromisso adotado por um crente que abraça os valores do Reino reflete diretamente o nível de sua comunhão com Deus (1 Coríntios 10.32). Além disso, em última análise, a autenticidade e a integridade do nosso testemunho cristão são vitais para impactar positivamente o mundo ao nosso redor.
III- CONVICÇÃO SOCIAL
1- Bem-estar comum.
O bem estar comum alcança o homem em suas necessidades físicas e espirituais. Não por acaso, a Bíblia fornece instruções para o bem-estar espiritual e social dos seres humanos (2 Tm 3.16,17). O papel da igreja é o de proclamar o Evangelho (Mt 28.19) e aliviar o sofrimento promovendo o bem-estar social entre os irmãos (Tg 2.15-17). Habacuque registra que os problemas sociais de sua época resultavam do pecado, tais como: inversão de valores, violência e injustiças (Hc 1.1-4).
Assim, o mal social tem origem no pecado. Ciente disso, o apóstolo Paulo escreve: “quiséramos comunicar-vos, não somente o evangelho de Deus, mas ainda as nossas próprias almas” (1 Ts 2.8). Esse sentimento é comparado ao cuidado de uma mãe que se preocupa e protege os filhos (1 Ts 2.7), também é equiparado ao procedimento de um pai amoroso que se interessa pelos problemas dos filhos (1 Ts 2.11b).
Era assim que Paulo encorajava, confortava e servia de exemplo à igreja (1 Ts 2.11a). Nessa direção, o dever cristão engloba a moral e o social. A dedicação exclusiva de uma parte em detrimento da outra não retrata o Evangelho de Cristo (Tg 4.17).
De fato, a busca pelo bem-estar comum deve ser abrangente, abordando não apenas as necessidades espirituais, mas também as sociais das pessoas.
Isso reflete a compreensão de que somos seres complexos, com dimensões espirituais, emocionais, físicas e sociais, e todas essas áreas merecem atenção e cuidado. Como cristãos, nosso compromisso vai além de apenas proclamar o Evangelho; também inclui demonstrar o amor prático, ajudando aqueles que enfrentam dificuldades sociais, econômicas e emocionais.
Ao fazermos isso, estamos seguindo o exemplo de Jesus, que não apenas pregou a Palavra, mas também cuidou das necessidades físicas e emocionais das pessoas, curando os doentes, alimentando os famintos e consolando os aflitos. Essa abordagem integral do bem-estar é fundamental para mostrar o amor de Cristo ao mundo e ajudar a construir comunidades saudáveis e justas.
Portanto, como cristãos, devemos estar dispostos a estender nossas mãos não apenas em oração e evangelização, mas também em ação concreta, ajudando a melhorar as condições sociais das pessoas ao nosso redor. Dessa forma, contribuímos para o bem-estar holístico da humanidade, refletindo o amor e a compaixão de Deus em nossas vidas e em nosso serviço ao próximo.
2- Dedicação altruísta.
O apóstolo se dedicou com profundo altruísmo na propagação do Evangelho (At 20.24). Apesar do direito inerente ao seu apostolado, ele decidiu nada receber “ ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados” (1 Ts 2.6b). Assim sendo, para prover o necessário sustento, o apóstolo valeu -se de seu ofício de fabricante de tendas (At 18.3). Acerca disso, recordava aos irmãos do seu “trabalho e fadiga; pois, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós” (1 Ts 2.9).
Para não se tornar um fardo para a igreja, ele se desgastou numa atividade laboral extenuante. Aqui é importante ressaltar que a Bíblia não condena a provisão financeira para os obreiros, pois o próprio apóstolo escreveu que “aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1 Co 9.14) e que “ digno é o obreiro do seu salário” (1 Tm 5.18). Assim, ele explica que não usou dessa justa prerrogativa porque conhecia a extrema pobreza da igreja de seu tempo (2 Co 8.1,2), que suportou as restrições financeiras para não criar obstáculo ao Evangelho (1 Co 9.11,12) e que tudo fez para ganhar o maior número possível de alma (1 Co 9.19).
Nesse sentido, aprendemos que o amor sacrificial e o trabalho voluntário e desprendido são essenciais para o crescimento do Reino e devem fazer parte de uma profunda convicção cristã como contraponto claro ao “ espírito da Babilônia” que é o oposto do altruísmo cristão.
A história do modelo de liderança sacrificial de Paulo inspira através dos séculos, e sua mensagem ecoa para todos chamados a liderar, independentemente de ser remunerado ou não.
Ela oferece lições profundas sobre o verdadeiro significado do serviço e da liderança no contexto cristão.
Paulo nos ensina que o ministério cristão é um chamado que exige uma tremenda força de vontade. Ele descreveu seu próprio trabalho como árduo e desafiador, mas também como uma vocação que o impelia a continuar. Os líderes cristãos frequentemente encaram dificuldades, adversidades e sacrifícios em seu serviço, mas a motivação para perseverar é a dedicação a Deus e ao bem-estar das pessoas.
O exemplo de Paulo também nos ensina que a liderança cristã é sobre cuidar genuinamente das pessoas. Paulo não via seu ministério como uma oportunidade para ganho pessoal ou para satisfazer seus próprios interesses. Pelo contrário, ele se considerava um servo das pessoas a quem ministrava, e seu principal objetivo era ajudá-las espiritualmente.
Aqueles que seguem o modelo de liderança de Paulo imitam sua dedicação. Eles compreendem que liderança não é sobre poder, status ou prestígio, mas sobre servir aos outros com amor e humildade. Eles estão dispostos a sacrificar seus próprios interesses em prol do bem-estar espiritual daqueles a quem lideram.
CONCLUSÃO
Paulo foi submetido a uma série de provações durante o seu ministério (1 Ts 2.2). Não obstante, ele nos deixou exemplo de intensa convicção de nossa eleição em Cristo (1 Co 11.1). Destacam-se sua convicção espiritual resultante do poder do Espírito (1 T s 2.4); sua convicção moral como reflexo do temor a Deus (1 Ts 2.5); e sua convicção social demonstrada pela abnegação em servir (1 Ts 2.9). Ratifica-se que, em nossos dias, carecemos dessa firme convicção em defesa dos interesses do Reino de Deus na Terra.