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Subsidio Lição 06 – Igreja: Organismo e Organização

Lição 06 – Igreja: Organismo e Organização | 1° Trimestre de 2024 | EBD – ADULTOS

Subsidio Lição 06 – Igreja: Organismo e Organização | 1° Trimestre de 2024 | EBD – ADULTOS

 

TEXTO ÁUREO

“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio.” (At 6.3)

VERDADE PRÁTICA

A Igreja é um organismo vivo. Contudo, como toda estrutura viva, precisa ser organizada.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Atos 6.1-7

INTRODUÇÃO

Nesta lição, vamos conhecer a Igreja como um organismo e uma organização. Veremos que não existe função sem forma nem organismo sem organização. Isso nos ajudará a evitar os extremos: uma igreja sem nenhum tipo de liderança visível; ou uma igreja estruturada em um institucionalismo rígido que acaba por sacrificá-la. Conheceremos também os três principais sistemas de governos adotados na tradição cristã ao longo dos anos e em qual, ou quais, deles a nossa igreja se enquadra. Sublinhamos que nenhum desses modelos de governo eclesiástico é mal em si mesmo. Porém, como tudo o que é humano, estão sujeitos a acertos e erros. Portanto, o padrão exposto no Novo Testamento deve ser buscado como parâmetro.

Palavras-Chave: Organização e Organismo

I – A ESTRUTURA DA IGREJA CRISTÃ

1- A Igreja como organismo.

Um organismo é visto como um conjunto de órgãos que constituem um ser vivo. Nesse aspecto, um corpo com as diferentes funções de seus órgãos e membros é entendido como estrutura física de um organismo vivo. Metaforicamente, a Igreja é definida como “o corpo de Cristo” (1 Co 12.27), um organismo vivo, cuja cabeça é Cristo (Ef 5.23). Assim como um corpo funciona pela harmonia de seus membros, da mesma forma também a Igreja (1 Co 12.12). Os membros não existem independentemente um dos outros (1 Co 12.21). Portanto, como Corpo Místico de Cristo, a Igreja existe organicamente.

A imagem da Igreja como corpo de Cristo destaca a ideia de que cada membro desempenha um papel importante, assim como os órgãos em um corpo humano funcionam em conjunto para manter a saúde e a vida.

Essa compreensão mostra a importância da colaboração e da harmonia dentro da igreja. Como afirma Paulo em 1 Coríntios 12.12, “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo”.

O princípio da interdependência é ainda mais enfatizado ao considerarmos 1 Coríntios 12.21, que declara: “O olho não pode dizer à mão: ‘Não preciso de ti’, nem ainda a cabeça aos pés: ‘Não tenho necessidade de vós'”. Essa interligação ressalta que cada membro, independentemente de sua função , é essencial para o funcionamento saudável do corpo de Cristo, a Igreja.

A organicidade da Igreja não só remete à sua estrutura, mas também à sua vitalidade espiritual. A fonte de vida para esse organismo é Cristo, a cabeça, conforme vemos em Efésios 5.23: “Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo”. Essa relação íntima entre Cristo e a Igreja ressalta a necessidade de submissão à Sua vontade e a busca constante pela orientação divina.

Assim como um organismo vivo, a Igreja tem o chamado para crescer, se desenvolver e cumprir seu propósito na Terra.

Portanto, a metáfora do corpo destaca a natureza orgânica da Igreja, ressaltando sua interconexão, interdependência e vitalidade espiritual. Compreendendo a Igreja como um organismo vivo, somos incentivados a buscar cooperação harmônica entre os membros, reconhecendo a importância única de cada um no cumprimento da missão coletiva.

2- A Igreja como organização.

A forma de organização da Igreja Primitiva era simples, todavia, existia. Por exemplo, a igreja seguia a liderança centralizada dos apóstolos (At 16.4). Dessa forma, os apóstolos doutrinavam a igreja (At 2.42); cuidavam da parte administrativa (At 4.37); instituíam lideranças locais (At 6.6; At 14.23); reuniam-se em Concilio (At 15.1-6). Por outro lado, precisamos diferenciar uma igreja organizada de uma igreja institucionalizada.

A organização é saudável, o institucionalismo, não. A organização permite à igreja, como estrutura social, se movimentar; o institucionalismo a enrijece e a neutraliza. Uma igreja organizada se mantém viva; uma igreja institucionalizada caminha para a morte.

A organização da Igreja Primitiva é um excelente exemplo de como a estrutura pode ser simples, mas eficaz. Nos primórdios do cristianismo, a liderança centralizada dos apóstolos desempenhava um papel importante na condução da comunidade de crentes.

Em Atos 16.4, vemos a importância dessa liderança ao mencionar que os apóstolos desempenhavam um papel orientador nas decisões da igreja.

Além disso, a atuação dos apóstolos ia além do ensino doutrinário, estendendo-se também à parte administrativa, como podemos observar em Atos 4.37. A instituição de lideranças locais, conforme registrado em Atos 6.6 e Atos 14.23, demonstra a descentralização do poder e a capacidade da igreja primitiva de adaptar-se às necessidades locais.

A prática de reunir-se em Concílio (Atos 15.1-6), mostra a busca por consenso e a resolução de questões importantes por meio de discussões e deliberações coletivas. Essa abordagem reflete a importância dada à participação da comunidade nas decisões que afetam a vida da igreja.

No entanto, é necessário distinguir entre uma igreja organizada e uma igreja institucionalizada. A organização é essencial para o funcionamento saudável da igreja como uma estrutura social dinâmica, permitindo-lhe adaptar-se às mudanças e necessidades emergentes. Por outro lado, o institucionalismo, quando em excesso, pode tornar a igreja rígida e inerte, comprometendo sua vitalidade espiritual.

Igreja Organizada:

Uma igreja organizada caracteriza-se por uma estrutura que visa a eficiência e a adaptação às necessidades locais.Nesse contexto, vemos a organização como uma ferramenta facilitadora para promover a participação ativa dos membros, garantir o bom funcionamento dos ministérios e oferecer suporte aos líderes. Embora a liderança esteja presente, ela é frequentemente distribuída entre diferentes obreiros, refletindo a descentralização do poder.

Características de uma Igreja Organizada:

  1. Flexibilidade: Capacidade de se ajustar às necessidades e mudanças da comunidade local.
  2. Participação Ativa: Incentivo à contribuição e envolvimento de todos os membros.
  3. Ênfase na Espiritualidade: Foco na busca da vontade de Deus e na orientação do Espírito Santo.
  4. Adaptação Local: Capacidade de contextualizar a mensagem e os ministérios de acordo com as particularidades da comunidade.

Igreja Institucionalizada:

Por outro lado, uma igreja institucionalizada pode caracterizar-se por uma ênfase excessiva em estruturas hierárquicas e burocráticas. Nesse modelo, a organização pode tornar-se rígida, limitando a flexibilidade da igreja diante de novas situações. A autoridade centralizada pode predominar, e as decisões podem ser tomadas de maneira mais afastada da base da comunidade.

Características de uma Igreja Institucionalizada:

  1. Rigidez Estrutural: Ênfase em protocolos e procedimentos, às vezes em detrimento da flexibilidade.
  2. Centralização de Poder: Autoridade concentrada em poucos líderes ou em uma estrutura hierárquica.
  3. Manutenção da Tradição: Tendência a preservar práticas e rituais estabelecidos ao longo do tempo.
  4. Desafios à Inovação: Dificuldade em adotar novas abordagens ou ministérios devido à resistência à mudança.

3- Organismo e organização.

Vimos que a Igreja como o Corpo de Cristo é um organismo vivo e uma organização. Ela existe como organismo e como organização. Nesse aspecto, podemos dizer que não há organismo sem organização. Todo organismo precisa de organização, mesmo as estruturas mais simples. Alguns acreditam que a Igreja existe somente na forma de organismo e rejeitam toda forma de organização para ela. Então, por exemplo, para essas pessoas, não deve haver liderança ou estrutura alguma. Entretanto, de acordo com a Bíblia, encontramos a Igreja como forma de organismo e de Organização.

Ao analisarmos o cenário da Igreja Primitiva, observamos uma estrutura organizacional clara.

Os apóstolos exerciam liderança centralizada, doutrinavam a igreja, cuidavam da administração, instituíam líderes locais e se reuniam em concílio para tomada de decisões (Atos 16.4; 2.42; 4.37; 6.6; 14.23; 15.1-6). Esses elementos organizacionais eram instrumentais para o funcionamento eficaz da Igreja.

A resistência à organização, argumentando que a Igreja deve existir apenas como organismo, pode ser uma interpretação limitada das Escrituras. A Bíblia, ao apresentar a Igreja como organismo, não exclui a necessidade de uma estrutura organizacional. Pelo contrário, ela destaca a importância da organização para a eficácia e ordem dentro da Iggreja.

O apóstolo Paulo, em suas cartas, oferece orientações sobre a organização e liderança na igreja, reconhecendo a diversidade de dons e funções (Efésios 4.11-16; 1 Coríntios 12). Essa diversidade não anula a necessidade de uma ordenação estruturada, mas a enriquece.

Portanto, a Igreja, à luz das Escrituras, é tanto um organismo vivo, dependente de Cristo, quanto uma organização com estrutura e liderança. O desafio reside em manter o equilíbrio adequado, reconhecendo que a organização não deve sufocar a vitalidade espiritual, e o organismo não deve descartar a necessidade de ordem e eficácia.

Em síntese, a Igreja como organismo e organização representa uma expressão plena da visão bíblica. Ambas as dimensões são interdependentes, contribuindo para o cumprimento da missão da Igreja na Terra.

II – IGREJA: UM ORGANISMO VIVO E ORGANIZADO

1- No seu aspecto local.

No contexto do Novo Testamento, a Igreja existe localmente como comunidade organizada. Dessa forma, havia a igreja que estava em Roma, Corinto, Éfeso etc. Como um organismo vivo, a igreja do Novo Testamento era organizada. Por exemplo, ela se reunia (At 2.42) e orava (At 2.42; 12.12). Contudo, enxergava as demandas sociais que precisavam ser atendidas (At 4.35): instituiu o diaconato (At 6.2-6); elegeu lideranças (At 14.23); enviou seus primeiros missionários (At 13.1-4). Todos esses fatos mostram um organismo vivo agindo de forma organizada.

A igreja do Novo Testamento, descrita como um organismo vivo, não se restringia a reuniões casuais. Pelo contrário, era uma comunidade organizada, evidenciando-se através de práticas fundamentais. Reuniões regulares, como destacado em Atos 2.42, não apenas eram momentos de comunhão, mas também representavam a estruturação ordenada do culto e do ensino.

O componente espiritual da igreja local se expressava vigorosamente através da oração.

Os primeiros cristãos, conscientes da importância da comunicação direta com Deus, reuniam-se em oração, conforme Atos 2.42 e Atos 12.12. Esse aspecto não só fortalecia a comunhão, mas também sublinhava a necessidade de um organismo espiritual vibrante.

No entanto, a vitalidade da igreja local não se limitava apenas a aspectos espirituais. O testemunho cristão compreendia também a atenção às demandas sociais. Em Atos 4.35, vemos a igreja reconhecendo as necessidades da comunidade e respondendo de maneira organizada. A instituição do diaconato em Atos 6.2-6 demonstra a sensibilidade da igreja em relação às demandas práticas, assegurando que tanto as necessidades espirituais quanto as materiais fossem atendidas de maneira ordenada.

A eleição de lideranças, conforme Atos 14.23, revela uma preocupação organizada com a governança e a orientação espiritual da igreja local. Esses líderes não apenas simbolizavam a continuidade da missão cristã, mas também desempenhavam papéis estratégicos na manutenção da ordem e na promoção do crescimento espiritual.

A igreja local, por sua vez, não hesitou em ir alem de suas fronteiras geográficas. Em Atos 13.1-4, vemos a primeira comissão missionária, onde a igreja local enviou seus missionários em resposta à direção do Espírito Santo. Essa ação coordenada e organizada demonstra não apenas a vitalidade espiritual, mas também a adaptabilidade da igreja local para cumprir sua missão global.

2- No seu aspecto litúrgico e ritual.

Toda igreja organizada possui sua liturgia e rituais. A organização, portanto, é necessária para uma igreja viva. Uma igreja organizada, por exemplo, mantém a decência e a ordem no culto (1 Co 14.40). Estabelece costumes que devem ser observados (1 Co 11.16). Da mesma forma, em relação ao aspecto ritual. Nesse sentido, vemos a Igreja Primitiva batizando os primeiros crentes em águas (At 8.38,39) e realizando a Ceia do Senhor (1 Co 11.23).

A liturgia, como expressão ordenada de culto, é fundamental para uma igreja viva. O apóstolo Paulo, em 1 Coríntios 14.40, destaca a importância da decência e ordem no culto. Essa ênfase destaca não apenas a adoração espontânea, mas também a necessidade de estrutura para prevenir a confusão e assegurar que a adoração seja conduzida de maneira respeitosa.

Em 1 Coríntios 11.16, Paulo menciona a observância de certos costumes como um meio de manter a unidade e a ordem. Esses costumes, que podem incluir gestos, símbolos ou rituais específicos, proporcionam uma expressão comum de adoração e fortalecem o vínculo entre os membros.

No âmbito ritual, a Igreja Primitiva serve como um modelo de organização eficaz.

A prática do batismo em águas, conforme Atos 8.38,39, destaca a importância de uma abordagem sistemática e ordenada para receber novos crentes na comunidade. A organização nesse ritual não apenas simboliza a morte para o pecado e ressurreição para uma nova vida, mas também evidencia a necessidade de uma estrutura organizada para conduzir tais cerimônias.

Outro exemplo ritualístico é a celebração da Ceia do Senhor, conforme em 1 Coríntios 11.23. A Igreja Primitiva participava desse ritual regularmente, recordando a morte sacrificial de Cristo. A organização na administração da Ceia do Senhor assegurava a manutenção do propósito espiritual, prevenindo desordens e garantindo que a comunidade cristã se unisse em um ato de adoração significativo.

Assim, no aspecto litúrgico e ritual, uma igreja organizada demonstra a importância da ordem e estrutura. Preservando a decência no culto, seguindo costumes litúrgicos e conduzindo rituais de forma organizada, a igreja mantém sua identidade, promove a unidade e assegura que a mensagem espiritual seja comunicada de maneira clara e reverente.

III – O GOVERNO DA IGREJA NAS DIFERENTES TRADIÇÕES CRISTÃS

1- Episcopal.

Essa palavra traduz o grego “episkopos” e aparece algumas vezes no Novo Testamento (At 20.28; 1 Tm 3.2; Tt 1.7). No contexto atual, o episcopalismo defende que Cristo confiou o governo da igreja a uma categoria de oficiais denominados de “bispos” ou “supervisores”. Com o tempo, esse sistema passou a defender a primazia de um bispo sobre o outro e terminou culminando no papado romano. Esse modelo é seguido pelo Catolicismo, por algumas denominações protestantes e pentecostais.

A estrutura episcopal se caracteriza pela presença de uma hierarquia distinta, em que bispos desempenham papéis centrais na liderança e governança da igreja. Essa abordagem é adotada não apenas pelo Catolicismo, onde o Papa é considerado o bispo de Roma e líder supremo da Igreja Católica, mas também por algumas denominações protestantes e pentecostais. ( Igreja Anglicana , algumas Igreja Metodista , Igreja Luterana , etc.)

No Catolicismo, a hierarquia episcopal é claramente evidenciada pela autoridade centralizada do Papa.

Ele é considerado o sucessor de Pedro, o apóstolo, e, como tal, possui a primazia sobre toda a Igreja Católica. Os bispos, por sua vez, são líderes regionais responsáveis por suas dioceses individuais, reportando-se ao Papa em questões de fé e moral.

Algumas denominações protestantes adotam uma estrutura episcopal, embora de forma menos centralizada. Nessas tradições, os bispos podem liderar grupos regionais ou dioceses, mas a autoridade não se estende até o nível do papado. O Anglicanismo, por exemplo, é uma tradição protestante que mantém uma estrutura episcopal, com arcebispos e bispos exercendo papéis importantes na governança da igreja.

Em algumas denominações pentecostais, é possível encontrar uma estrutura episcopal. Nesse contexto, líderes conhecidos como bispos ou superintendentes desempenham funções significativas na liderança e direção das igrejas locais e regionais.

2- Presbiteral.

O ofício de presbítero (gr. presbyteros) é encontrado no Novo Testamento (At 11.30; At 15.2). Contudo, no atual sistema presbiteral a igreja elege os presbíteros para um Conselho. Dessa forma, o Conselho possui autoridade para conduzir a igreja local. Há um supremo Concílio ou Assembleia Geral que exerce autoridade sobre as igrejas de uma determinada região ou país. É o sistema seguido pelas igrejas reformadas e algumas igrejas pentecostais na América do Norte.

No sistema presbiteral, a igreja local é organizada em torno de um Conselho composto por presbíteros eleitos. Estes presbíteros, também conhecidos como anciãos, desempenham papéis significativos na tomada de decisões e na liderança espiritual da comunidade. O Conselho presbiteral é considerado uma expressão da responsabilidade coletiva na direção da igreja.

Além disso, o sistema presbiteral se estende além da esfera local para incluir uma instância superior de autoridade.

Um Supremo Concílio ou Assembleia Geral, composto por representantes de várias igrejas locais, exerce autoridade sobre uma região geográfica específica ou mesmo sobre todo um país. Essa estrutura hierárquica permite uma coordenação eficaz entre as igrejas e fornece um meio de abordar questões mais amplas que afetam a comunidade de fé como um todo.

Nas igrejas reformadas e em algumas igrejas pentecostais na América do Norte, a aplicação do sistema presbiteral é notável. Nessas tradições, a congregação e a estrutura do Conselho e do Concílio refletem a ênfase na colegialidade e na participação democrática na tomada de decisões, com a eleição dos presbíteros.

O sistema presbiteral oferece uma abordagem equilibrada entre a liderança local e a autoridade regional, permitindo uma governança eficiente e responsiva às necessidades específicas de cada comunidade. A ênfase na eleição de líderes e na participação da congregação destaca a importância da responsabilidade mútua e da tomada de decisões colaborativa no funcionamento da igreja.

3- Congregacional.

A prática de eleger os dirigentes da igreja local no contexto do Novo Testamento é vista em Atos 14.23. Nesse atual sistema, o pastor é eleito pela Assembleia Geral da igreja local. Assim, as igrejas locais são autônomas nas suas tomadas de decisões, não estando sujeitas a nenhuma interferência que venha de fora. É o modelo seguido pelos batistas.

Em sua essência, o modelo congregacional confere às igrejas locais uma autonomia substancial. Cada congregação é vista como uma entidade independente e autônoma, com a capacidade de tomar decisões sobre questões doutrinárias, práticas litúrgicas e administração interna sem interferência externa. Esse princípio de autodeterminação é uma característica distintiva do sistema congregacional.

Ao eleger o pastor e outros líderes, a congregação exerce um papel ativo na formação e direção da igreja.

A Assembleia Geral, composta pelos membros da igreja, participa da tomada de decisões cruciais que afetam a vida e a direção da comunidade de fé. A responsabilidade coletiva pela liderança e governança destaca a importância da participação democrática na tradição congregacional.

Denominações batistas particularmente adotam o modelo congregacional, refletindo a ênfase dessas igrejas na autonomia local. Nas igrejas batistas, cada congregação é vista como uma comunidade independente, responsável por suas próprias decisões e práticas. Isso significa que a estrutura de governo da igreja é descentralizada, dando poder de decisão à comunidade local.

Embora o sistema congregacional promova a autonomia e a responsabilidade local, ele também pode apresentar desafios em termos de coordenação e cooperação entre as igrejas. A natureza descentralizada pode dificultar a abordagem de questões que vão além dos limites de uma igreja específica. No entanto, para muitos que seguem essa tradição, consideram os valores de liberdade e responsabilidade local essenciais para a saúde e vitalidade da igreja.

4- O sistema de governo de nossa igreja.

No contexto norte-americano, as Assembleias de Deus se aproximam mais do modelo de governo presbiteral. Por outro lado, no contexto brasileiro, nossa igreja reúne elementos dos sistemas episcopal e congregacional. É, portanto, um modelo híbrido. Isso porque até o início dos anos 1930, a Assembleia de Deus, por haver sido fundada por batistas, seguia o modelo congregacional. Contudo, esse sistema de governo sofreu modificações a partir da criação da Convenção Geral de 1930, quando elementos do modelo episcopal foram somados a sua estrutura de governo.

Assim, no atual modelo de governo, em sua grande maioria, embora mantenham certa autonomia administrativa em relação às convenções Geral e Estadual, a quem são filiadas, as igrejas possuem um modelo de liderança regional e local centralizado. Por exemplo, a autoridade de estabelecer lideranças pastorais nas igrejas locais pertence às Convenções Estaduais. Em alguns casos, essa função cabe a uma igreja-sede que preside sobre um conjunto de congregações locais a ela filiadas.

Atualmente, a Assembleia de Deus no Brasil adota um modelo de governo predominantemente presbiteral, com fortes elementos episcopais e congregacionais. As igrejas locais, embora mantenham certa autonomia administrativa, estão vinculadas às Convenções Geral e Estadual, que desempenham papéis significativos na tomada de decisões e na estabelecimento de lideranças pastorais.

As Convenções Estaduais, por exemplo, frequentemente têm a responsabilidade de nomear líderes pastorais nas igrejas locais. Em alguns casos, uma igreja-sede que supervisiona um conjunto de congregações locais afiliadas a ela exerce essa responsabilidade. Essa estrutura centralizada proporciona uma coordenação eficaz e uma direção unificada em questões doutrinárias e práticas.

Em suma, o sistema de governo da Assembleia de Deus no Brasil é um modelo híbrido que combina elementos presbiterianos, episcopais e congregacionais.

CONCLUSÃO

Nesta lição, fizemos uma análise da Igreja como organismo e organização. O que ficou claro é que as Escrituras destacam a Igreja como um organismo vivo e organizado. Nesse aspecto, juntamente com os presbíteros e diáconos, o colégio apostólico dava corpo e forma ao ministério local da igreja neotestamentária. Embora essa igreja possuísse uma estrutura organizacional muito simples, contudo, ela existia. Por outro lado, embora não haja nenhuma norma específica de como deve ser o governo da igreja no Novo Testamento, ao longo dos anos os cristãos têm procurado se inspirar no texto bíblico para regulamentar seus ministros e ministérios.

 

Um comentário

  1. Elaine

    Ótimo texto para reflexão! Os irmãos estão de parabéns! Glória a Deus por isso!

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