Subsidio Lição 09: O Batismo – A Primeira Ordenança da Igreja | 1° Trimestre de 2024 | EBD – ADULTOS
TEXTO AUREO
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (Mt 28.19)
VERDADE PRÁTICA
O batismo é uma ordenança de Jesus Cristo e, por isso, deve ser uma prática obedecida pela igreja.
LEITURA BIBLICA EM CLASSE
INTRODUÇÃO
Nesta lição, vamos estudar uma importante prática cristã – o Batismo em águas. Veremos que o rito do Batismo foi praticado por João Batista, Jesus Cristo e seus apóstolos e, posteriormente, pelos cristãos da Igreja Primitiva. É uma prática, portanto, de grande importância para a Igreja de Cristo. Contudo, como toda doutrina cristã, a prática do Batismo também tem sofrido desvios ao longo da história, tanto no seu propósito quanto na sua forma. Assim, é necessário deixarmos a Bíblia falar a fim de que o propósito correto para o qual foi instituída essa importante prática seja observado.
I- PRESSUPOSTOS BÍBLICO-DOUTRINÁRIOS DO BATISMO
1- O Batismo visto como sacramento: a origem de um erro.
A tradição católica e alguns segmentos do protestantismo histórico veem a prática do batismo como um sacramento. A palavra “sacramento” vem do latim sacramenntum, significando um sinal sagrado capaz de conferir graça àquele que dele participa. Nesse sentido, Agostinho (354-430 d.C), bispo de Hipona, que introduziu esse desvio na igreja, entendia que o batismo, como sacramento, é um rito que transmite graça espiritual independentemente da fé de quem o pratica. Esse entendimento teológico doutrinário define um sacramento como sendo um sinal visível de uma graça invisivel. Dessa forma, na visão de algumas tradições cristas, o batismo torna se necessário para a salvação.
O Batismo é um dos rituais mais significativos dentro do Cristianismo, mas ao longo da história, sua interpretação e prática têm variado entre diferentes tradições cristãs. Uma dessas perspectivas é a visão do Batismo como sacramento, uma compreensão que tem suas raízes na tradição católica e em certos segmentos do protestantismo histórico.
A palavra “sacramento” deriva do latim “sacramentum”, que significa um sinal sagrado capaz de conferir graça àqueles que participam dele. Essa interpretação sugere que o Batismo vai além de um simples ato simbólico; é um meio eficaz de transmitir a graça divina, independentemente da fé ou disposição espiritual daqueles que recebem o batismo.
Agostinho de Hipona (354-430 d.C), um dos mais proeminentes teólogos cristãos da antiguidade, desempenhou um papel significativo na popularização da visão do Batismo como sacramento.
Ele defendia que o Batismo era um rito que conferia graça espiritual mesmo àqueles que não possuíam uma fé genuína. Essa interpretação sugere que o Batismo vai além de um simples ato simbólico; é um meio eficaz de transmitir a graça divina, independentemente da fé ou disposição espiritual daqueles que recebem o batismo.
No entanto, dentro do Cristianismo, essa interpretação do Batismo tem recebido críticas e gerado debates. Muitos teólogos argumentam que ela contradiz o ensinamento bíblico sobre a salvação pela fé. Segundo as Escrituras, a fé é essencial para que alguém receba os benefícios espirituais associados ao Batismo. Além disso, essa perspectiva pode levar a uma compreensão legalista e ritualística da fé cristã, desviando o foco da necessidade de um relacionamento pessoal e transformador com Cristo.
2- O Batismo não é sacramento, mas ordenança de Cristo.
O ensino bíblico concernente ao Batismo é que ele é uma ordenança e não um sacramento: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo” (Mt 28.19). Não há, portanto, no Batismo, um poder mágico capaz de transmitir graça para a salvação. O ensino bíblico é que o Batismo é uma ordenança dada por Cristo a quem já foi alcançado pela graça, e não a quem quer obter alguma graça através dele.
A ênfase na ordenança do batismo destaca que ele se destina àqueles que já receberam a graça, e não como um meio de obtê-la. Em outras palavras, o batismo não é uma ação salvífica em si mesma, mas um ato de identificação pública com a morte e ressurreição de Cristo, realizado por aqueles que já experimentaram a graça salvadora.
A compreensão bíblica do batismo como ordenança destaca a importância de reconhecer a fé preexistente do indivíduo.
Ao contrário da visão sacramental, que sugere que a fé não é necessária para a eficácia do batismo, a ordenança de Cristo enfatiza que aqueles que já receberam a graça divina respondem obedientemente por meio do batismo.
Portanto, ao analisarmos as Escrituras, concluímos que o batismo, longe de ser um sacramento dotado de poder automático, é uma ordenança de Cristo, destinada aos discípulos que escolhem publicamente seguir o Senhor.
3- O Batismo deve ser administrado aos adultos.
O mesmo Agostinho que entendia o Batismo como um sacramento, defendeu também que os bebês, por haverem nascidos com o pecado original, precisavam ser batizados para serem salvos. Nesse caso, o Batismo deveria ser administrado a eles para anular o pecado original Evidentemente que esse entendimento do bispo de Hipona está contra o ensino de Cristo, que afirmou que as crianças fazem parte do Reino de Deus: “Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus” (Mt 19.14). Logo, não há vestígios no Novo Testamento de crianças sendo batizadas, pois nosso Senhor disse que o Batismo deveria ser administrado a quem cresse (Mc 16,16). Uma criança, que ainda não chegou á idade da razão não tem maturidade para crer e fazer escolhas.
Uma das principais razões para defender o Batismo apenas para adultos é a ênfase no entendimento e na aceitação consciente da fé. De acordo com os Evangelhos, Jesus ensinou que o Reino de Deus pertence aos pequeninos e exortou as pessoas a se tornarem como crianças para entrar nele (Mateus 19:14). No entanto, isso não implica que se deva batizar crianças, pois o Batismo é um ato que requer fé e escolha pessoal. Como Jesus disse em Marcos 16:16, o Batismo é para aqueles que creem.
Além disso, não há evidências no Novo Testamento de que tenham batizado crianças.
A prática do Batismo infantil, que surgiu mais tarde na história da igreja, não encontra respaldo claro nas Escrituras. Pelo contrário, os relatos bíblicos de Batismo geralmente mostram adultos ou pessoas maduras que tomam a decisão consciente de seguir a Cristo e recebem o batismo como símbolo público de sua fé.
Outro aspecto a considerar é que os indivíduos precisam entender e se comprometer pessoalmente com o evangelho. O Batismo é um ato de identificação com a morte e ressurreição de Cristo, e apenas aqueles que têm maturidade suficiente para assimilar os ensinamentos cristãos e fazer uma escolha consciente de seguir a Jesus podem compreender plenamente sua significância.
Os pais devem educar as crianças na fé cristã e encorajá-las a tomar sua própria decisão de seguir a Jesus quando estiverem maduras o suficiente para fazê-lo.
II- O SÍMBOLO E O PROPÓSITO DO BATISMO
1- Símbolo do Batismo: Identificação com Cristo.
O Batismo por imersão simboliza a união do crente com Cristo, por meio de sua a morte, sepultamento e ressurreição. Essa verdade é afirmada pelo apóstolo Paulo aos cristãos que estavam em Roma (Rm 6.3-5). Dessa forma, o apóstolo mostra que o ato de emergir da água onde havia sido submerso, retrata com precisão a identificação do cristão com a ressurreição de Cristo. Essa mesma verdade é afirmada na Carta aos Colossenses “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos (Cl 12.12). Isso simboliza que a cristão morreu para a velha vida e agora entrou na nova vida em Cristo.
Em Romanos 6:3-5, Paulo destaca a analogia entre o Batismo e a morte e ressurreição de Cristo. Ao ser submerso na água do Batismo, o crente simbolicamente participa da morte de Cristo, sendo sepultado com Ele. Da mesma forma, ao emergir da água, o crente representa sua identificação com a ressurreição de Cristo, sendo ressuscitado para uma nova vida em comunhão com Ele. Esse simbolismo é poderoso, pois reflete a realidade espiritual da morte para o pecado e da ressurreição para uma nova vida em Cristo experimentada por aqueles que creem.
A Carta aos Colossenses também reitera essa verdade, enfatizando que o Batismo representa não apenas a morte e ressurreição de Cristo, mas também a participação do crente nesse processo espiritual. No Batismo, ao ser sepultado com Cristo, o cristão se identifica com Ele em Sua morte e ressurreição. Essa união com Cristo é fundamental para a experiência da vida cristã, pois implica uma transformação radical, deixando o velho homem para trás e inaugurando uma nova vida em Cristo.
2- O Propósito do Batismo: Testemunho público da fé cristã.
No contexto da fé biblica, o Batismo é uma pública profissão de fé. Isso significa que o crente, quando desce as águas batismais, está testemunhando de forma pública perante mundo da sua nova vida em Cristo (At 2.41). Quem se candidata ao Batismo deve estar convicto e consciente da fé que abraçou. Aqui, não há território neutro (Cl 2.6). Enfim, o batismo é para salvas e convertidos que estão dispostos a seguir Jesus (At 8.12; 16.14,15).
No contexto bíblico, o Batismo vai além de um simples ritual. É uma poderosa expressão pública de fé, um testemunho diante do mundo da transformação interior que ocorreu na vida do crente.
A partir das Escrituras, especialmente em Atos dos Apóstolos, podemos entender o propósito do Batismo como um testemunho público da fé cristã. Quando indivíduos decidiam se submeter ao Batismo, estavam declarando publicamente sua identificação com Cristo e sua decisão de seguir Seus ensinamentos. Em Atos 2:41, após o discurso de Pedro no dia de Pentecostes, três mil pessoas foram batizadas em resposta à mensagem do evangelho. Elas testemunharam perante uma grande multidão sua fé em Cristo.
O Batismo, portanto, não é apenas um rito de iniciação, mas uma confissão pública da identidade cristã e um compromisso com o caminho de Jesus.
Para aqueles que se candidatam ao Batismo, é essencial que estejam convictos e conscientes da fé que abraçaram. Não se trata de um ato meramente cerimonial, mas de um compromisso pessoal com Cristo e Sua mensagem. Como afirmado em Colossenses 2:6, não há território neutro na vida cristã. O Batismo representa uma decisão consciente de seguir Jesus e viver de acordo com Seus ensinamentos.
3- Não há espaço para indecisão.
Somente cristãos indecisos rejeitam ser batizados. As vezes isso acontece por ignorância ao sentido do ato. Outras vezes é por falta de convicção de fé. No primeiro caso, ás vezes o crente entende que após ser batizado não pode mais cometer qualquer tipo de falha. Embora a Bíblia mostre que o crente deve evitar o pecado (1 Jo 2.1), contudo, o Batismo não pode ser visto como uma vacina que imuniza o cristão contra o pecado. Este é vencido quando se anda no Espírito (Gl 5.15). Por outro lado, há muitos que rejeitam o Barismo justamente por falta de conversão. Estão conscientes das implicações que esse rito traz e não estão dispostos a cortar o cordão umbilical com o mundo.
A indecisão em relação ao Batismo pode surgir de uma falta de entendimento sobre o seu significado e importância dentro da fé cristã. Algumas pessoas podem desconhecer o profundo simbolismo por trás do Batismo, considerando-o apenas como um ritual sem sentido ou relevância. A falta de instrução adequada sobre os princípios bíblicos relacionados ao Batismo pode levar à indecisão por parte de alguns crentes.
Por outro lado, há aqueles que rejeitam o Batismo devido à falta de convicção de fé.
Eles podem hesitar em se submeter ao Batismo. Isso acontece porque não estão plenamente comprometidos com sua jornada espiritual ou não têm uma compreensão sólida do que significa seguir a Cristo. Nesse caso, a indecisão reflete uma falta de compromisso genuíno com os princípios e valores do evangelho.
No entanto, é fundamental esclarecer que o Batismo não é uma garantia de perfeição ou imunidade ao pecado. Alguns cristãos podem relutar em receber o batismo com medo de que isso os torne incapazes de cometer erros ou falhas no futuro. No entanto, o Batismo não é uma espécie de “vacina espiritual” que impede o cristão de pecar. Pelo contrário, é um ato simbólico que representa o perdão dos pecados e nova vida em Cristo, mas não elimina a capacidade humana de errar. A vitória sobre o pecado vem através da caminhada no Espírito e do constante arrependimento e busca pela santidade, conforme ensinado na Bíblia.
III- A FÓRMULA E O MÉTODO DO BATISMO
1- Fórmula trinitária do Batismo.
Durante a Grande Comissão, Jesus orientou seus discípulos: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Essa é a fórmula trinitária do batismo cristão. Isso porque esse texto cita as três pessoas da Trindade: Pai, Filho e Espirito Santo. Um só Deus, três pessoas distintas, com uma só essência. No rito do Batismo, portanto, a orientação de Jesus precisa ser seguida pela invocação do nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Ao ordenar que seus discípulos batizassem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Jesus está revelando a identidade divina em sua plenitude. O Pai representa o Criador e Sustentador de todas as coisas, o Filho é Jesus Cristo, o Redentor e Salvador da humanidade, e o Espírito Santo é o Consolador e Guia que habita nos corações dos crentes. Essas três pessoas são distintas, porém inseparáveis, compartilhando da mesma essência divina.
Dessa forma, no rito do Batismo, é essencial seguir a orientação de Jesus e invocar o nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Essa invocação não é apenas uma formalidade, mas uma expressão da compreensão da natureza de Deus como uma Trindade indivisível. Quando o crente recebe o batismo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, reconhece sua nova identidade em Cristo e sua comunhão com a Trindade divina.
2- Fórmula herética do Batismo.
Nem todos os grupos dentro da tradição cristã seguem a fórmula trinitariana. Há grupos que seguem um tipo de doutrina modelista. Um exemplo é o unicismo. Esse grupo batiza seus membros somente em nome de Jesus. O suporte bíblico dele é buscado em alguns textos do livro de Atos, onde supostamente se negaria a prática trinitariana (At 2.38; 19.5). Convém dizer que esses textos não negam a fórmula trinitária nem tampouco negam a Trindade. Na verdade, o que é dito é que o Batismo era feito na autoridade de Jesus, isto é, naquilo que Ele fez e ensinou.
O unicismo baseia-se principalmente em certos textos do livro de Atos, como Atos 2:38 e 19:5, onde registra-se que pessoas foram batizadas “em nome de Jesus”. Esses grupos interpretam esses versículos como uma negação da fórmula trinitária e como uma indicação de que o Batismo deve ser realizado exclusivamente invocando o nome de Jesus Cristo.
No entanto, é importante ressaltar que esses textos não negam a fórmula trinitária nem a doutrina da Trindade.
Em vez disso, eles enfatizam a autoridade de Jesus Cristo como o mediador entre Deus e os homens. O batismo em nome de Jesus não exclui a presença ou importância do Pai e do Espírito Santo, mas reconhece que é em Jesus que encontramos a redenção e a salvação.
3- Imersão: o método bíblico do Batismo.
Convém dizer que não há vestígios da prática do Batismo por aspersão no Novo Testamento. Esse tipo de Batismo se caracteriza por aspersão de água sobre o candidato. Entretanto, o contexto do Novo Testamento mostra claramente que o Batismo nos dias bíblicos era por imersão. A palavra grega baptizo possui o sentido de “mergulhar” e “submergir” tanto na Bíblia como fora dela. Vários textos bíblicos mostram a prática bíblica do Batismo por imersão: o povo saía para ser batizado por João no (dentro de) rio Jordão (Mc 1.5); da mesma forma, quando foi batizado, Jesus “saiu da água” (Mc 1.10); João batizava onde havia muita agua (Jo 3.23).
O método bíblico do Batismo, conforme evidenciado pelo contexto do Novo Testamento, é a imersão na água. Enquanto algumas tradições cristãs praticam o Batismo por aspersão (aplicação de água sobre o candidato), não há evidências claras dessa prática nas Escrituras. Pelo contrário, os relatos bíblicos consistentemente indicam que o Batismo nos dias bíblicos era por imersão, submergindo completamente o indivíduo na água.
Vários exemplos bíblicos apoiam essa interpretação. Por exemplo, em Marcos 1:5, é mencionado que as pessoas iam ao rio Jordão para receber o batismo de João Batista, implicando que o batismo ocorria dentro do rio.
Da mesma forma, quando Jesus foi batizado por João, Marcos 1:10 registra que Ele “saiu da água”, sugerindo que Ele foi imerso na água e emergiu dela.
Além disso, em João 3:23, relata que João Batista estava batizando em Enom, perto de Salim, “porque ali havia muita água”. A presença de muita água seria necessária apenas se o Batismo fosse realizado por imersão, o que reforça a prática bíblica da imersão.
Portanto, com base nessas evidências bíblicas, é seguro concluir que o método bíblico do Batismo é a imersão na água.
CONCLUSÃO
Procuramos abordar as questões mais relevantes concernentes ao Batismo em águas. Mostramos que, embora não tenha a atribuição de salvação a quem dele participa, o Batismo é, sim, uma prática que deve ser levada a sério por todo crente que quer seguir as Palavras de Jesus. Por meio do Batismo nos identificamos com Cristo Jesus e tornamos pública a nossa profissão de fé.
Com a Graça de Deus encontrei estes comentários, tem me ajudado grandemente nos estudos da escola bíblica.
“Não parem as publicações destes comentários,…..continuem com Deus.
Gostei dos seus estudos Deus abençoe
Muito bom!!
Muito bom esses estudos, tem me ajudado muito para uma boa compreesão sobre o que estamos estudando. Deus continue abençoando a sua vida.