Conhecer a Palavra

Subsidio Lição 03-Missões Transculturais no Antigo Testamento

subsidio lição 03

Subsidio Lição 03: Missões Transculturais no Antigo Testamento 4° Trimestre de 2023 | EBD ADULTOS

 

TEXTO ÁUREO

“Disse mais: Pouco e que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra.” (Is 49.6)

VERDADE PRÁTICA

O amor de Deus para com as nações deve ser o mesmo objetivo de todos os que militam pela salvação das almas perdidas.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis 17.8,9,17-22; Jonas 1.1,2

INTRODUÇÃO

Na lição anterior, vimos a natureza missionária de Deus por meio de sua relação com Abraão. Esta lição tem o propósito de con­siderar a nação de Israel como um povo escolhido, com um propósito missionário, e tomar como exemplo desse movimento missionário as narrativas bíblicas sobre Elias e a viúva de Sarepta, e a ida do profeta Jonas a Nínive e, finalmente, analisar as alianças de Deus com a humanidade a partir da nação de Israel, no Antigo Testamento. Contudo, o conceito de “missão”, da forma como o conhecemos hoje, não apa­rece com clareza no Antigo Testamento em relação a nação de Israel como povo escolhido de Deus.

O Antigo Testamento é uma parte crucial da história da missão de Deus na Bíblia, e esta lição nos lembra disso ao destacar a natureza missionária presente nas narrativas que envolvem a nação de Israel. A relação de Deus com Abraão já havia estabelecido o alicerce desse propósito missionário, como vimos na lição anterior.

No entanto, esta lição nos convida a aprofundar nossa compreensão, considerando Israel como um povo escolhido com um propósito missionário específico. Embora o conceito moderno de “missão” talvez não seja tão explícito no Antigo Testamento como o entendemos hoje, as ações de Deus e as histórias que envolvem Israel têm um claro propósito de revelar Sua natureza e vontade a todas as nações.

As narrativas bíblicas apresentadas nesta lição, como as histórias de Elias e a viúva de Sarepta, e a missão de Jonas em Nínive, exemplificam como Deus usou Israel como instrumento para alcançar pessoas de outras nações. Essas histórias demonstram que o plano de Deus sempre incluiu todas as nações, não apenas Israel.

Além disso, a lição destaca as alianças que Deus estabeleceu com a humanidade, tanto incondicionais quanto condicionais, através da nação de Israel. Essas alianças faziam parte do plano divino de redimir a humanidade e restaurar a comunhão perdida.

Embora o conceito moderno de missões possa não estar claramente definido no Antigo Testamento, a natureza missionária de Deus e Seu propósito de alcançar todas as nações são princípios fundamentais que podemos reconhecer e apreciar ao estudar as Escrituras do Antigo Testamento. Isso nos ajuda a entender a continuidade do plano de Deus ao longo da Bíblia e a importância da missão na história da redenção.

PALAVRAS-CHAVES: ANTIGO TESTAMENTO

I – ISRAEL, UM POVO ESCOLHIDO PARA UM PROPÓSITO MISSIONÁRIO

1- O plano de Deus.

O Senhor nosso Deus planejou, desde os tempos antigos, que o testemunho de Jesus Cristo fosse proclamado a todos os habitantes da Terra (Gn 12.3; cf. Mt 24.14; 28.18- 20). Ou seja, a vontade divina era que todos os moradores da terra tivessem conhecimento a respeito da pessoa de Jesus. Nesse sentido, o meio planejado por Deus para o mundo conhecer o seu Filho passava por uma nação. O Pai chamou a nação de Israel para ser um povo missionário. Dessa forma, os israelitas deveriam ser testemunhas de Deus (Is 42.5-7; 43.10-13).

O plano de Deus, conforme apresentado nas Escrituras, é intrinsecamente ligado à proclamação do testemunho de Jesus Cristo a todas as pessoas da Terra. Desde os tempos antigos, quando Deus estabeleceu Sua relação com Abraão e proferiu a promessa em Gênesis 12:3 de que em Abraão todas as famílias da Terra seriam abençoadas, fica claro que Sua intenção sempre foi a de que a mensagem de salvação alcançasse a todos os habitantes do planeta.

Este plano divino não se limitou apenas a uma proclamação vaga, mas Deus escolheu um meio específico para que Sua vontade se cumprisse: a nação de Israel.

Ele chamou Israel para ser um povo missionário, uma testemunha viva de Sua graça e poder. Os israelitas foram comissionados para revelar o caráter de Deus ao mundo, cumprindo assim um papel fundamental na missão de Deus.

As passagens bíblicas, como Isaías 42:5-7 e 43:10-13, enfatizam essa vocação missionária de Israel. Eles foram escolhidos para manifestar a glória de Deus e ser luz para as nações, a fim de que todos pudessem conhecer e adorar o Deus verdadeiro.

Portanto, o plano de Deus, desde tempos remotos, foi o de alcançar todas as pessoas da Terra com o conhecimento da pessoa de Jesus Cristo, e Ele escolheu Israel como o veículo por meio do qual essa missão se cumpriria.

2- A falha de Israel.

Os israelitas se contaminaram com as religiões pagãs dos povos vizinhos, além de se preocuparem muito com a identidade racial e nacional, deixando de lado a vocação de ser testemunhas para Deus.

Nesse aspecto, são muitos os relatos bíblicos que dão conta dos desvios dos israelitas, da sua desobediência à idolatria e pecados morais que relativizaram a aliança com Deus (Ez 22.1-5). Entretanto, em meio a tudo isso, Israel não deixou de ser bênção para outras nações.

A história de Israel no Antigo Testamento , como vimos anteriormente, é marcada por sua notável chamada para ser um povo separado e um testemunho vivo do Deus único e verdadeiro. No entanto, essa missão missionária também revela as falhas e desvios do povo de Israel ao longo de sua jornada.

Uma das principais falhas de Israel foi sua propensão a se contaminar com as religiões e práticas pagãs das nações vizinhas. Em vez de manterem sua identidade espiritual e moral distintiva, muitos israelitas sucumbiram à influência dos povos ao seu redor.

Eles começaram a adorar ídolos e a se envolver em práticas religiosas que eram contrárias aos mandamentos de Deus.

Esses desvios não se limitaram apenas à esfera religiosa; também incluíram pecados morais que minaram sua relação com Deus. A desobediência à Lei de Deus e a relativização da aliança que tinham com Ele foram características marcantes dos israelitas em várias fases de sua história.

Apesar dessas falhas e desobediências, é importante notar que Israel não deixou de cumprir sua função de ser uma bênção para outras nações. Mesmo em meio às suas imperfeições, Deus continuou a usá-los como instrumento de Sua graça e revelação. Isso destaca a graça e a fidelidade de Deus em cumprir Seu plano redentor, apesar das limitações humanas.

3- A contribuição de Israel para o mundo.

Apesar de suas falhas, Deus tornou Israel uma bênção para as nações. Por exemplo, os judeus receberam e preservaram o Antigo Testamento, o traduziram em grego, a língua mais usada naquele período; além de escribas judeus manterem viva a ideia de que um dia os povos e as nações ouviriam a Palavra de Deus e responderiam a ela. Nesse sentido, Jesus Cristo, a Palavra encarnada, veio de Israel como o Salvador do Mundo (Jo 4.42).

Uma das contribuições mais significativas de Israel para o mundo foi a preservação e transmissão das Escrituras Sagradas, conhecidas como o Antigo Testamento. Os judeus se empenharam em copiar, preservar e transmitir as Escrituras ao longo das gerações. Isso garantiu que as palavras e os ensinamentos de Deus fossem preservados para as futuras gerações e, eventualmente, para o mundo inteiro. Além disso, a tradução das Escrituras Hebraicas para o grego (conhecida como Septuaginta) tornou-as acessíveis a uma audiência mais ampla, pois o grego era a língua franca da época.

Outra contribuição crucial foi a manutenção da expectativa messiânica.

Os escribas e líderes judeus mantiveram viva a esperança de que um Messias viria para redimir não apenas Israel, mas toda a humanidade. Essa expectativa e fé no cumprimento das promessas de Deus continuaram a ressoar nas páginas das Escrituras e na consciência do povo judeu.

Todas essas contribuições culminaram na vinda de Jesus Cristo, que nasceu na linhagem de Israel como o Salvador do Mundo. Ele personificou a Palavra de Deus encarnada e trouxe a mensagem da salvação não apenas para os judeus, mas para todas as nações. Sua vida, ensinamentos e sacrifício na cruz representaram a maior bênção que Israel trouxe ao mundo, abrindo as portas da salvação e da redenção para todos os que creriam Nele.

Portanto, a contribuição de Israel para o mundo vai além das falhas e imperfeições humanas. Ela inclui a preservação das Escrituras, a expectativa messiânica e, finalmente, a vinda do próprio Messias, Jesus Cristo, que trouxe a esperança e a salvação para todas as nações.

II – O AMOR DE DEUS PARA COM OUTRAS NAÇÕES

1- Os olhos de Deus sobre todos os povos.

Johannes Blauw, erudito em Missiologia, que escreveu sobre os fundamentos do Antigo Testamento para Missões, afirma que desde o início Deus mantinha seus olhos em todas as nações e povos. Podemos perceber isso nos capítulos 40 a 55 do livro do profeta Isaías, na ida do profeta Elias a Sarepta e no livro do profeta Jonas. Nos livros proféticos encontramos profecias de restauração, incluindo um dia futuro no qual as nações estarão entre os redimi­dos (Is 45.6,22; 49.6; 52.10). Portanto, a preocupação de Deus para com as nações é clara no Antigo Testamento.

A afirmação de Johannes Blauw, sobre a preocupação de Deus com todas as nações e povos desde o início é profundamente respaldada pelo Antigo Testamento. De fato, ao examinarmos as Escrituras, percebemos claramente que Deus sempre teve Seus olhos voltados para todas as nações, não apenas para um grupo específico.

O livro do profeta Isaías, especialmente nos capítulos 40 a 55, revela essa preocupação universal de Deus. Esses capítulos contêm promessas de restauração não apenas para Israel, mas também para todas as nações.

Isaías profetiza sobre um dia futuro em que as nações se unirão aos redimidos para adorar o Senhor. Essas profecias indicam que o plano de Deus transcende as fronteiras de Israel e se estende a todos os povos da Terra.

O exemplo da ida do profeta Elias a Sarepta também ilustra como Deus se importa com pessoas de outras nações. Elias foi enviado a Sarepta, uma cidade fenícia, onde Deus realizou milagres para abençoar uma viúva e seu filho, demonstrando Sua graça e cuidado além das fronteiras de Israel. Essa história ressalta que Deus não está limitado a uma única nação, mas está disposto a abençoar e se revelar a pessoas de todas as origens.

O livro do profeta Jonas é outro exemplo notável da preocupação de Deus com as nações.

Jonas foi chamado para ir a Nínive, a capital da Assíria, uma nação pagã e ímpia. Embora Jonas inicialmente relutasse, a missão de Deus era clara: advertir os ninivitas sobre o juízo iminente. O arrependimento dos ninivitas resultou em Deus poupando a cidade, demonstrando Sua misericórdia e amor por pessoas de todas as nações.

2- A viúva de Sarepta e o profeta Elias.

Sarepta é uma antiga cidade fenícia, localizada próxima ao sul de Sidom. Quando Elias profetizou a grande seca que haveria na terra e castigaria Israel, Deus o enviou justamente a cidade de Sarepta, a casa de uma viúva que era muito pobre. Quando Elias chegou, ela estava preparando a última comida que tinha em casa, já convencida de que ela e seu filho morreriam logo depois. Mas, quando a viúva obedeceu a palavra de Elias, foi abençoada com o milagre da botija (a multiplicação da farinha e do azeite). Em seguida, o filho dela adoeceu e morreu. Nesse momento, Elias fez uma coisa maravilhosa que ela nunca esperaria.

Pelo poder de Deus, o profeta ressuscitou o menino e o restaurou a vida. A mãe do menino falou: “Nisto conheço, agora, que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (1 Rs 17.24). Dessa forma, Deus se tornou conhecido de uma estrangeira.

A história da viúva de Sarepta e o profeta Elias ilustra a compaixão e o poder de Deus, bem como Sua preocupação com todas as pessoas, independentemente de sua origem ou nacionalidade.

Sarepta, uma antiga cidade fenícia, estava localizada fora das fronteiras de Israel, e seu povo não adorava o Deus de Israel. No entanto, quando Deus enviou Elias para lá durante um período de seca severa que afetou Israel, Ele tinha um propósito maior em mente.

Elias, o profeta de Deus, chegou à cidade e encontrou uma viúva que estava em uma situação desesperadora. Ela tinha apenas uma pequena quantidade de farinha e azeite, que planejava usar para fazer uma última refeição para ela e seu filho antes de enfrentarem a morte pela fome.

No entanto, Elias, orientado por Deus, fez um pedido aparentemente ousado.

Ele pediu à viúva que fizesse um pequeno bolo com o que restava da farinha e do azeite e o trouxesse para ele primeiro. Ele prometeu que a farinha e o azeite não se esgotariam até que a seca terminasse. A viúva, apesar de sua situação desesperada, escolheu obedecer à palavra de Deus por meio de Elias. E o milagre aconteceu – a farinha e o azeite não se esgotaram, sustentando-a a ela e seu filho durante todo o período da seca.

Mas a história não termina aí. O filho da viúva adoeceu gravemente e morreu. A viúva, em sua angústia, confrontou Elias, questionando se sua presença em sua casa havia trazido juízo sobre ela por causa de seus pecados. Elias, movido pela compaixão e pela direção de Deus, levou o filho morto para um quarto e, por meio da oração, Deus trouxe o menino de volta à vida.

Este milagre não apenas testemunhou o poder e a graça de Deus, mas também teve um impacto profundo sobre a viúva. Ela reconheceu que Elias era um verdadeiro homem de Deus e que a palavra do Senhor em sua boca era verdade. Esse encontro não apenas trouxe bênçãos físicas para a viúva e seu filho, mas também abriu seus corações para o Deus de Israel. Deus Se tornou conhecido e real para ela, apesar de sua origem estrangeira e da adoração a outros deuses.

Essa história destaca a universalidade do amor de Deus e Sua disposição de alcançar pessoas de todas as nações. Mesmo em uma cidade estrangeira e entre um povo não israelita, Deus demonstrou Sua compaixão e Se revelou como o Deus verdadeiro.

3- A Missão de Jonas em Nínive.

Jonas foi um dos poucos missionários bíblicos para os estrangeiros. Não é por acaso que o tema do seu livro é “a misericórdia de Deus para com todos os homens” (Jn 1.2; 3.2; 4.4-11). Mesmo não tendo um conhecimento mais claro sobre de que maneira Israel deveria abençoar as nações, Jonas recebeu a ordem específica de ir a Nínive para advertir aquele povo sobre o juízo divino que estava prestes a se abater sobre os ninivitas, como consequência de seus muitos pecados. Nínive era a capital da Assíria, uma nação perversa, cruel e imoral (Na 1.11; 2.12,13; 3.1,4,16,19).

A Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD), ao comentar o capítulo 3 do livro, destaca ter sido um dos despertamentos espirituais mais notáveis da história, quando o rei conclama a todos ao jejum e a oração e, por isso, o juízo não recaiu sobre eles. Como a cidade não foi condenada, em razão do arrependimento do povo, o profeta ficou profundamente indignado. Todavia, o Senhor o fez ver que Ele ama a humanidade toda (Jn 4.11).

Jonas, um profeta de Israel, recebeu uma ordem direta de Deus para ir à cidade de Nínive e advertir os ninivitas sobre o juízo divino que estava prestes a se abater sobre eles devido aos seus pecados. Nínive era a capital da Assíria, uma nação conhecida por sua perversidade, crueldade e imoralidade. A missão de Jonas era clara: proclamar a mensagem de arrependimento e advertência aos habitantes de Nínive.

No entanto, Jonas inicialmente resistiu à ordem de Deus e tentou fugir indo na direção oposta, embarcando em um navio em direção a Társis. Ele queria evitar a missão que Deus lhe confiara, talvez devido a preconceitos ou temores em relação aos ninivitas.

No entanto, Deus enviou uma grande tempestade que ameaçou afundar o navio. Jonas, percebendo que estava fugindo da vontade de Deus, pediu aos marinheiros que o jogassem ao mar como um ato de sacrifício para acalmar a tempestade.

Foi durante esse evento que Deus enviou um grande peixe que engoliu Jonas, onde ele permaneceu por três dias e três noites. Durante esse tempo, Jonas orou e se arrependeu de sua desobediência. Deus, em Sua misericórdia, ordenou que o peixe vomitasse Jonas na praia.

Jonas então seguiu obedientemente para Nínive e proclamou a mensagem de arrependimento que Deus lhe havia dado. Surpreendentemente, os ninivitas, desde o rei até o último habitante, ouviram a mensagem de Jonas, se arrependeram de seus pecados, jejuaram e clamaram a Deus por misericórdia. O rei declarou um jejum em toda a cidade, uma ação que demonstrou um dos despertamentos espirituais mais notáveis da história.

A resposta dos ninivitas à mensagem de Jonas impressionou o profeta, mas também o deixou indignado. Ele esperava que Deus punisse a cidade, mas, em vez disso, Deus demonstrou Sua misericórdia e amor por todas as pessoas, incluindo os estrangeiros de Nínive. Deus não desejava a destruição dos pecadores, mas sim seu arrependimento e transformação.

III – ALIANÇAS ENTRE DEUS E A HUMANIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO

1- Alianças de Deus.

Com a queda do homem, toda a criação ficou sujeita ao pecado (Gn 3.1-6; Rm 8.20). Entretanto, Deus providenciou meios para redimir a humanidade e restaurar a comunhão perdida (1 Pe 1.19,20). Assim, Ele estabeleceu algumas alianças com o homem a fim de tornar conhecida a sua glória entre as nações e receber delas a legítima adoração. Por isso, há na Bíblia alianças denominadas condicionais e incondicionais entre Deus e a humanidade.

Após a queda do homem descrita em Gênesis 3, toda a criação ficou sujeita ao pecado e à separação de Deus. No entanto, como parte de Seu plano redentor, Deus providenciou meios para redimir a humanidade e restaurar a comunhão perdida. Ele fez isso estabelecendo várias alianças com a humanidade. Essas alianças serviram como veículos para revelar Sua glória entre as nações e receber delas adoração legítima.

Uma das primeiras alianças mencionadas na Bíblia é a aliança com Noé, após o dilúvio, na qual Deus prometeu nunca mais destruir toda a terra com um dilúvio (Gênesis 9:8-17). Esta aliança foi um testemunho do caráter redentor de Deus perante as nações, mostrando Sua misericórdia e fidelidade.

A aliança com Abraão é outra aliança significativa, onde Deus prometeu abençoar todas as nações por meio da descendência de Abraão (Gênesis 12:1-3).

Essa promessa foi ampliada nas alianças posteriores, incluindo a aliança com Moisés (a Lei), que estabeleceu as bases para a relação entre Deus e Israel, e a aliança davídica, que prometeu um rei eterno na linhagem de Davi.

Finalmente, a aliança definitiva foi estabelecida por meio de Jesus Cristo, o Messias prometido. Ele inaugurou a Nova Aliança, oferecendo redenção e perdão a todas as nações, não apenas a Israel. Através da morte e ressurreição de Jesus, a humanidade encontrou a reconciliação com Deus.

2- Aliança incondicional e condi­cional.

A Aliança Incondicional é uma disposição soberana de Deus, mediante a qual Ele estabelece um contrato incondicional ou declarativo com o homem, obrigando-se em graça, por um juramento irrestrito, a conceder, de sua própria iniciativa, bênçãos para aqueles com quem compactua (Gn 12.1-4).

A Aliança Condicional e uma proposta de Deus, em que, num contrato condicional e mútuo com o ser humano, segundo condições preestabelecidas, Ele promete conceder bênçãos especiais ao indivíduo, desde que este cumpra perfeitamente certas condições, bem como executar punições precisas em caso de não cumprimento (Dt 28).

Assim, por meio de suas alianças, Deus firmou um compromisso com o rei Davi de alcance mundial, que resultou no advento do Senhor Jesus como Salvador, enviado por Deus ao mundo (Gl 4.4).

As alianças no Antigo Testamento podem ser classificadas em duas categorias principais: alianças incondicionais e alianças condicionais.

A Aliança Incondicional é uma expressão da graça e da soberania de Deus. Nesse tipo de aliança, Deus faz uma promessa ou compromisso de forma unilateral e irrestrita. Ele não coloca condições para que a aliança seja cumprida, mas, em vez disso, assume a responsabilidade total por seu cumprimento.

Um exemplo notável dessa aliança é a que Deus fez com Abraão, registrada em Gênesis 12:1-4.

Deus prometeu abençoar Abraão e fazer dele uma grande nação, e essa promessa não dependia das ações ou méritos de Abraão. Era um pacto baseado na graça divina e na fidelidade de Deus para cumprir Sua promessa.

Por outro lado, a Aliança Condicional é uma aliança na qual Deus estabelece condições específicas que o ser humano deve cumprir para receber Suas bênçãos e evitar Suas maldições. Um exemplo notável dessa aliança é a Aliança Mosaica, que Deus fez com o povo de Israel no monte Sinai. Deus deu aos israelitas os mandamentos e as leis a serem seguidos e prometeu bênçãos se eles obedecessem e maldições se desobedecessem. Essa aliança era condicional porque dependia da obediência do povo aos mandamentos divinos.

Além disso, a Aliança Davídica é um exemplo de uma aliança incondicional que tinha implicações condicionais. Deus prometeu estabelecer o trono de Davi para sempre e que o Messias viria de sua linhagem. Embora a promessa fosse incondicional em relação a Davi, houve momentos na história em que o reinado de seus descendentes estava condicionado à obediência.

No entanto, todas essas alianças, tanto incondicionais quanto condicionais, faziam parte do plano redentor de Deus para a humanidade. Elas apontavam para o cumprimento final das promessas em Jesus Cristo, o Messias e Salvador, que veio ao mundo para cumprir todas as alianças de Deus e reconciliar a humanidade com Deus. Assim, o plano de Deus para a redenção e a restauração da comunhão com a humanidade foi realizado por meio dessas alianças, culminando no advento de Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

Vimos que o plano de Deus abrange toda a humanidade. Seu alvo é revelar a sua glória a todos os povos. Por diversas vezes, Israel foi advertido pelos profetas para não guardar a mensagem de salvação somente para si, mas proclama-la “entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas” (Sl 96-3). Essa é uma raiz muito importante do Antigo Testamento para entender as missões no Novo, tema da próxima lição.

 

 

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